Resumo semanal: 10/03 a 14/03

Por Matheus Gomes de Souza, CEA

Ásia

As bolsas asiáticas encerraram a semana em alta, mesmo com o aumento das tensões comerciais, impulsionadas pela expectativa de novos estímulos econômicos na China e pela aguardada decisão de juros do Banco do Japão (BoJ), prevista para a próxima semana. O índice Nikkei 225 do Japão avançou 0,72%, aos 37.053,10 pontos, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, recuou 0,28%, a 2.566,36 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 2,12%, a 23.959,98 pontos, e na China continental, o Xangai Composto ganhou 1,81%, fechando a 3.419,56 pontos. No acumulado da semana, o Nikkei teve alta de 0,45%, o Kospi de 0,11% e o Xangai Composto de 1,39%, enquanto o Hang Seng caiu 1,12%. Apesar das incertezas, investidores aguardam o anúncio de medidas para estimular o consumo, que devem ser detalhadas pelo Conselho de Estado da China na próxima segunda-feira, o que impulsionou principalmente o setor de consumo na Bolsa de Hong Kong.

Em Tóquio, os papéis de empresas de eletrônicos e máquinas lideraram os ganhos, apoiados também pela notícia de que as companhias japonesas devem conceder o maior aumento salarial em três décadas, segundo a Confederação Sindical Japonesa. Esse cenário fortalece as expectativas de continuidade na elevação dos juros pelo BoJ. Por outro lado, a China segue enfrentando uma tendência deflacionária persistente, com o índice de preços ao consumidor recuando 0,7% em 12 meses, superando as expectativas de queda de 0,4%. Os dados reforçam as preocupações dos analistas com o enfraquecimento da demanda interna, que, apesar de uma produção doméstica sólida, não tem acompanhado o ritmo, agravando os riscos deflacionários. Esse cenário mantém o mercado atento aos próximos passos do governo chinês em relação à política monetária e fiscal.

Europa

As principais bolsas europeias encerraram a sexta-feira (14) em alta, recuperando parte das perdas da véspera, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas sobre bebidas alcoólicas importadas do bloco. Apesar do alívio no pregão, os índices acumulam quedas na semana. O avanço dos mercados foi impulsionado por relatos de que Friedrich Merz, futuro chanceler da Alemanha, teria chegado a um acordo com o Partido Verde sobre um pacote de investimentos em infraestrutura e defesa. No entanto, a perspectiva de aumento de gastos pressionou os títulos públicos da zona do euro, elevando os rendimentos dos bunds alemães em até 10 pontos-base. Ao final do dia, o índice Stoxx 600 subiu 1,11%, o FTSE 100 ganhou 1,05%, o DAX avançou 1,86% e o CAC 40 teve alta de 1,13%, embora na semana acumulassem perdas de 1,32%, 0,54%, 0,09% e 1,13%, respectivamente.

Apesar do acordo, analistas da TS Lombard alertam que o impacto imediato do pacote de infraestrutura alemão pode ser menor do que o esperado, já que ainda há incertezas sobre os detalhes do projeto e a necessidade de aprovação no parlamento, onde Merz e os Verdes precisarão garantir maioria. No cenário geopolítico, a Ucrânia aceitou a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias no conflito com a Rússia. Contudo, o presidente Vladimir Putin, embora tenha sinalizado apoio à ideia, condicionou a aceitação a garantias adicionais, temendo que a pausa seja usada por Kiev para reorganizar suas tropas. Segundo ele, a proposta é “correta”, mas levanta questões sobre a verificação e o cumprimento do acordo, que ainda precisam ser discutidas com os EUA para garantir que o cessar-fogo contribua para uma paz duradoura.

Oriente Médio

Os contratos futuros de petróleo encerraram a semana em alta superior a 2%, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulgar seu relatório mensal apontando para ajustes na oferta e demanda global da commodity. Além disso, uma queda acentuada e inesperada nos estoques de gasolina dos Estados Unidos contribuiu para o avanço dos preços. Com isso, o petróleo Brent para maio subiu 2,00%, a US$ 70,95 o barril, na ICE, enquanto o WTI para abril avançou 2,16%, a US$ 67,68 o barril, na Nymex. O mercado segue atento ao impacto de tensões geopolíticas e à expectativa de uma maior restrição na oferta. A combinação desses fatores alimenta a perspectiva de preços sustentados no curto prazo, mesmo em meio a um cenário global de demanda incerta.

No campo político, Estados Unidos e Israel mantêm diálogos com Sudão, Somália e Somalilândia sobre um plano para reassentar palestinos deslocados de Gaza, sob proposta do presidente Donald Trump, o que gerou forte oposição internacional. Segundo a Associated Press, a ideia seria transformar Gaza em um projeto imobiliário gerido pelos EUA, enquanto sua população seria relocada. O Sudão rejeitou a proposta publicamente, e Somália e Somalilândia negaram ter sido abordadas. A iniciativa, já classificada de “racista” pelo grupo Hamas — que governa Gaza desde 2007 e é considerado uma organização terrorista pelos EUA, UE e Israel —, foi criticada por países árabes e grupos de direitos humanos, que alertam para o risco de crimes de guerra. Apesar disso, Washington e Tel Aviv seguem tentando convencer os governos africanos com incentivos diplomáticos, financeiros e militares, seguindo a lógica dos Acordos de Abraão.

Estados Unidos

Nesta semana, entraram em vigor nos Estados Unidos as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, medida que atinge importantes parceiros comerciais como Canadá, México e Brasil. As tarifas fazem parte das promessas de campanha do presidente Donald Trump, com o objetivo de proteger a indústria americana. Em resposta, a China também implementou tarifas retaliatórias, com impostos entre 10% e 15% sobre produtos agropecuários norte-americanos, como carne bovina e frango. Além disso, Trump anunciou uma tarifa de 200% sobre bebidas alcoólicas europeias, como vinhos e champanhes, em retaliação à decisão da União Europeia de elevar para 50% as tarifas sobre o uísque americano, a partir de 1º de abril. As medidas intensificam o temor de uma guerra comercial e adicionam pressão à inflação global, em um cenário já marcado por incertezas econômicas.

Apesar do cenário desafiador, os dados mais recentes da inflação americana vieram levemente abaixo das expectativas, com alta de 0,2% em fevereiro. Assim, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou de 3,0% para 2,8%, enquanto o núcleo da inflação — que exclui itens voláteis — também subiu 0,2%, levando a taxa anual de 3,7% para 3,2%. Já a inflação ao produtor permaneceu estável no mês. No mercado de trabalho, o relatório JOLTS mostrou 7,74 milhões de vagas abertas, superando as expectativas, embora ainda não reflita o impacto de medidas de corte de gastos no governo federal pelo novo Departamento de Eficiência Governamental. Com as tensões comerciais e o impacto das tarifas, o mercado segue incerto quanto ao ritmo de crescimento da economia americana e ao comportamento futuro da inflação.

Brasil

Os dados de atividade econômica de janeiro confirmaram o cenário de desaceleração gradual, após o fraco desempenho no final de 2024. A receita real do setor de serviços caiu 0,2% em relação a dezembro, enquanto as vendas do varejo, especialmente nos segmentos mais sensíveis ao crédito, mostraram leve recuperação, mas com tendência ainda de enfraquecimento. A produção industrial ficou estável, abaixo do esperado, embora com sinais positivos em setores específicos. Projetamos um crescimento do PIB pouco acima de 1% no primeiro trimestre, puxado por resiliência na indústria de transformação e nos serviços. Contudo, o movimento de desaceleração deve ficar mais evidente a partir do segundo trimestre. No campo fiscal, o governo enviou ao Congresso um pedido de mudanças no orçamento, com aumento de gastos sociais e previdenciários, e corte no Bolsa Família, a ser votado na próxima semana.

No lado inflacionário, o IPCA subiu 1,31% em fevereiro, acumulando alta de 5,06% em 12 meses, superando o teto da meta do Banco Central. A alta foi puxada por reajustes em energia elétrica, após o fim de descontos temporários, pela elevação do ICMS sobre combustíveis, e por aumentos em mensalidades escolares. Para conter a alta dos alimentos, o governo aprovou a isenção do imposto de importação para 11 itens essenciais, como carnes, café e óleo, com impacto fiscal estimado em até R$ 650 milhões se durar um ano. Além disso, o governo deve apresentar o projeto de reforma do Imposto de Renda, com proposta de isenção até R$ 5 mil mensais, cuja compensação será buscada por meio de nova tributação sobre rendas mais altas, com custo estimado entre R$ 25 bilhões e R$ 35 bilhões. A expectativa é de continuidade de pressões inflacionárias ao longo de 2025, com IPCA projetado em 6%.

Resumo semanal: 03/03 a 07/03

Por Matheus Gomes de Souza, CEA

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam a semana em queda, refletindo a contínua incerteza sobre a política comercial do governo Trump. O Nikkei 225 e o Topix, no Japão, recuaram 2,2% e 1,6%, respectivamente, impactados pelo avanço das “yields” dos títulos de 30 anos para níveis não vistos desde 2008. Na China, as exportações cresceram apenas 2,3% no acumulado de janeiro e fevereiro, abaixo da projeção de 5%, marcando o ritmo mais fraco desde abril de 2024. Apesar disso, o Hang Seng e o Shanghai Composite recuaram apenas 0,2%, indicando uma leve resistência do mercado. Já o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,49%, e o S&P/ASX 200 da Austrália afundou 1,81%, atingindo mínimas de seis meses.

A China estabeleceu uma meta de crescimento de 5% para 2025, apostando em um déficit fiscal de 4% do PIB, o maior em três décadas, como forma de estimular a economia. A desaceleração recente pressiona Pequim a adotar medidas mais agressivas para manter o crescimento. Caso alcance seu objetivo, o Brasil pode se beneficiar devido à forte relação comercial entre os dois países, principalmente na exportação de commodities. A decisão chinesa de reforçar investimentos e adotar estímulos pode sustentar a demanda global por matérias-primas, favorecendo emergentes.

Europa

A economia da zona do euro segue próxima da estagnação, com o PIB do quarto trimestre avançando apenas 0,2%, levemente acima das projeções de 0,1%. Diante desse cenário e da queda contínua da inflação, o Banco Central Europeu reduziu os juros em 0,25 p.p., para 2,5%. Apesar disso, os dirigentes da instituição alertaram que os preços dos serviços e os salários continuam elevados, o que pode limitar novos cortes. Além disso, a projeção de inflação para 2025 subiu de 2,1% para 2,3%, ultrapassando a meta de 2%. O mercado espera um novo corte na próxima reunião antes de uma possível pausa na flexibilização monetária.

Na Alemanha, os partidos políticos em negociação para formar o novo governo anunciaram um pacote de investimentos de 500 bilhões de euros, além da reformulação das regras de empréstimos. A medida visa modernizar a infraestrutura e reforçar as forças armadas, além de impulsionar o crescimento da maior economia europeia. A decisão influenciou os mercados de dívida, elevando os juros dos títulos alemães de 10 anos para 2,80%. O euro reagiu positivamente às medidas, apresentando valorização frente ao dólar ao longo da semana.

Oriente Médio

A Opep+ anunciou que aumentará gradualmente a produção de petróleo a partir de abril, alegando fundamentos de mercado saudáveis. O incremento será realizado por países como Arábia Saudita, Rússia, Kuwait e Emirados Árabes, com aumentos de cerca de 0,5% ao mês. A expectativa é que a produção atinja 31,65 milhões de barris por dia até o fim de 2025 e 32,88 milhões até 2026. No entanto, caso a economia global desacelere, os preços do petróleo podem cair, o que pode levar o cartel a reverter ou pausar a ampliação da oferta.

No campo geopolítico, as tensões entre Israel e Hamas persistem, com negociações sendo conduzidas no Egito para estender o cessar-fogo e viabilizar novas trocas de prisioneiros. O Hamas exige a retirada das tropas israelenses de Gaza, o fim do bloqueio e apoio financeiro para a reconstrução da região. Enquanto isso, a crise humanitária se agrava, com escassez de alimentos, remédios e combustíveis após seis dias sem entrada de suprimentos. Paralelamente, o governo Trump congelou milhões de dólares em ajuda a Gaza, dificultando a atuação de organizações humanitárias.

Estados Unidos
O governo dos EUA implementou parte do aumento das tarifas sobre importações, elevando as alíquotas sobre produtos chineses de 10% para 20%, levando Pequim a retaliar com medidas semelhantes. Em relação ao México e ao Canadá, a taxação foi adiada até abril, prolongando a incerteza sobre o futuro das relações comerciais na América do Norte. O ministro das Relações Exteriores da China declarou que o país está pronto para “lutar até o fim” caso os EUA insistam na escalada tarifária, aumentando a preocupação dos investidores.

No cenário econômico, os últimos indicadores dos EUA apontam para uma desaceleração da atividade, reduzindo o risco de novas altas de juros pelo Federal Reserve. As vendas no varejo enfraqueceram na virada do ano e o mercado de trabalho mostrou sinais de arrefecimento, com a criação de apenas 151 mil vagas em fevereiro, abaixo das expectativas. Com isso, os juros dos títulos do Tesouro caíram, favorecendo mercados emergentes, como o Brasil. A taxa de câmbio brasileira se apreciou, com o dólar recuando de R$ 5,92 antes do Carnaval para cerca de R$ 5,75.

Brasil

O PIB brasileiro cresceu 3,4% em 2024, impulsionado pelo desempenho da agropecuária e pelo aumento dos investimentos. No entanto, o quarto trimestre registrou uma expansão abaixo do esperado, com alta de apenas 0,2%, contra projeções de 0,4% do mercado. O consumo das famílias caiu 1% no período, impactando negativamente o desempenho da economia. Por outro lado, os investimentos empresariais cresceram 7,3% no ano, garantindo um ritmo robusto de expansão para ativos fixos. Para 2025, a projeção de crescimento é de 2%, sustentada por uma safra recorde e estímulos governamentais.

O governo brasileiro anunciou um pacote de seis medidas para reduzir o preço dos alimentos, incluindo a isenção de tarifas de importação sobre nove produtos, como carnes e café. Além disso, pretende estimular a produção agrícola e ampliar os estoques da Conab. Outra iniciativa envolve a negociação com governadores para zerar o ICMS sobre itens da cesta básica, o que poderia ter um impacto mais significativo na inflação. Apesar das ações, o mercado vê efeito limitado das tarifas, enquanto a redução do ICMS dependerá da adesão dos estados para surtir impacto no IPCA.

Resumo semanal: 24/02 a 28/02

Por Matheus Gomes de Souza, CEA

Ásia

Os mercados asiáticos tiveram uma semana negativa, pressionados pelo receio de novas tarifas comerciais dos EUA sobre Canadá, México e China. O Nikkei caiu 4,18% na semana, registrando sua maior queda em cinco meses, puxado pelo desempenho ruim das ações de tecnologia. O índice Kospi, da Coreia do Sul, recuou 4,59%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 2,29%, refletindo a cautela dos investidores.

Na China, o mercado acompanha com atenção a reunião das “Duas Sessões”, onde o governo deve definir a meta de crescimento do PIB para 2025 e discutir medidas para estimular a economia. O cenário global de incerteza e a desaceleração da demanda interna continuam afetando as perspectivas da região.

Europa

As bolsas europeias oscilaram ao longo da semana, pressionadas pelo anúncio da pretensão de novas tarifas de 25% de Donald Trump sobre automóveis e outros produtos da União Europeia. A economia alemã registrou contração de 0,2% no último trimestre de 2024, consolidando dois anos consecutivos de recessão, devido aos altos custos de energia, juros elevados e incertezas políticas. Além disso, as eleições parlamentares na Alemanha resultaram na vitória da União Democrata-Cristã (CDU), enquanto a extrema-direita (AfD) ficou em segundo lugar e o SPD, do chanceler Olaf Scholz, caiu para terceiro.

Com a desaceleração da inflação na zona do euro, investidores aumentam as apostas em cortes de juros pelo Banco Central Europeu nos próximos meses. No entanto, as preocupações com a economia alemã e os impactos das tarifas americanas mantêm o cenário incerto para o crescimento da região.

Oriente Médio

Israel propôs um cessar-fogo de seis semanas em Gaza para negociar a libertação dos 63 reféns ainda sob posse do Hamas, estendendo a primeira fase do acordo. No entanto, o grupo rejeitou a proposta, exigindo a retirada total das tropas israelenses antes de qualquer novo acordo. Caso as negociações não avancem, o governo de Israel já se prepara para retomar os ataques na região.

Os EUA intensificaram as sanções contra o Irã, atingindo 22 indivíduos e empresas ligadas à exportação de petróleo. A medida faz parte de uma estratégia para reduzir o financiamento de grupos políticos apoiados por Teerã, aumentando as tensões na região.

Estados Unidos

Donald Trump e Volodymyr Zelensky se reuniram, mas não chegaram a um acordo sobre a guerra na Ucrânia. Trump exige concessões na exploração mineral do país como condição para apoio militar, enquanto o governo ucraniano busca mais segurança e envio de armas. Além disso, a Casa Branca confirmou que as tarifas sobre México, Canadá e China entrarão em vigor no dia 4 de março, elevando os temores de guerra comercial.

Na economia, o núcleo do PCE subiu 0,3% em janeiro, reforçando a preocupação com a inflação. A confiança do consumidor caiu pelo terceiro mês seguido, enquanto o PIB cresceu 2,3% no quarto trimestre de 2024, indicando uma desaceleração gradual. O Federal Reserve manteve os juros entre 4,25% e 4,50%, sem perspectiva de cortes no curto prazo.

Brasil

O governo anunciou mudanças na equipe ministerial, com Gleisi Hoffmann assumindo a Secretaria de Relações Institucionais e Alexandre Padilha sendo transferido para o Ministério da Saúde. Além disso, a liberação de R$ 12 bilhões do FGTS busca impulsionar o consumo, mas gera preocupações com impactos inflacionários. O câmbio voltou a se aproximar de R$ 5,90, pressionado por incertezas políticas e fiscais.

No cenário econômico, o IPCA-15 subiu 1,23% em fevereiro, abaixo das projeções, mas ainda indicando pressão sobre a inflação em 2025. O mercado de trabalho segue aquecido, com 137,3 mil novos empregos formais em janeiro, enquanto o superávit primário de R$ 84,9 bilhões mantém as contas públicas equilibradas no curto prazo.