Dólar recua após payroll fraco, mas respeita piso de R$ 5,40, de olho no cenário fiscal
O dólar à vista fechou em baixa diante do real nesta sexta-feira, acompanhando o recuo da moeda americana no exterior, após o payroll de agosto mostrar criação de empregos nos EUA (22 mil) bem abaixo do esperado (75 mil), reforçando os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho, o que deve levar o Fed a fazer três cortes de juros ainda neste ano.
Apesar da queda, a moeda mais uma vez respeitou o piso psicológico dos R$ 5,40, que reflete as preocupações do mercado com o quadro fiscal doméstico, com a meta fiscal de 2026 em xeque.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,63%, a R$ 5,4124, após oscilar entre R$ 5,3828 e R$ 5,4405. Na semana, a moeda recuou 0,18%. Às 17h12, o dólar futuro para outubro recuava 0,67%, a R$ 5,4445.
Lá fora, o índice DXY caía 0,60%, para 97,760 pontos. O euro subia 0,60%, para US$ 1,1718. E a libra ganhava 0,54%, a US$ 1,3506.
Petróleo amplia perdas e cai 3% na semana com payroll e Opep+ no radar
Os contratos futuros de petróleo ampliaram as perdas de ontem e recuaram mais de 2% hoje, engatando a terceira sessão negativa.
As preocupações sobre um possível aumento de produção pela Opep+ (que discute o tema no fim de semana ) se intensificam com rumores de que a Arábia Saudita estaria pressionando para um movimento ainda maior nessa direção.
Dados de emprego nos EUA (payroll) abaixo do esperado também pesaram.
O dia teve ainda a divulgação do número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA (Baker Hughes), que aumentou em 2 na semana, para 414.
O contrato do Brent para novembro caiu 2,22%, a US$ 65,50 por barril na ICE, enquanto o WTI para outubro recuou 2,54%, a US$ 61,87 por barril na Nymex. Na semana, os desempenhos são negativos em 2,93% e 3,34%, respectivamente.
Giro das 15h: Ibovespa busca novo recorde, dólar e juros derretem após payroll
O Ibovespa segue em alta firme (+0,94%, aos 142.315 pontos) e caminha para novo recorde de fechamento na tarde desta sexta-feira, após o payroll mais fraco que o esperado reforçar as apostas do mercado de que o Fed terá que fazer três cortes de juros ainda neste ano.
Pela mesma razão, o dólar perde força globalmente (DXY -0,69%, aos 97,664 pontos), mas a queda da moeda americana diante do real encontra suporte novamente na casa dos R$ 5,40 (-0,79%, a R$ 5,4039), com o risco fiscal doméstico limitando um recuo mais significativo do câmbio.
Os juros futuros recuam especialmente na ponta longa (DI Jan/27 a 13,905%; Jan/29 a 13,155%; Jan/31 a 13,475%) em meio à queda dos rendimentos dos Treasuries (T-Note de 10 anos a 4,082%).
Já em Wall Street, as bolsas devolvem ganhos recentes (Dow Jones -0,72%; S&P500 -0,65%; Nasdaq -0,41%), com investidores em busca de oportunidades em mercados emergentes e, ao mesmo tempo, preocupados com a possibilidade de uma desaceleração mais importante da economia americana, com um “pouso forçado”, e de uma maior interferência de Trump no Fed.