Semana de volatilidade para os mercados financeiros termina carregada de assuntos

Tarifaço de 50%, exceções às tarifas, Lei Magnitsky, Fed, Copom, Payroll fraco. A semana foi carregada de assuntos e de volatilidade para os mercados financeiros.

Para o Brasil, talvez a informação mais relevante tenha surgido no fim da tarde desta sexta-feira (1º): “Ele [Lula] pode falar comigo quando quiser”, disse Trump, em uma rápida entrevista a repórteres na saída da Casa Branca.

Resta saber como o governo brasileiro usará essa oportunidade para abrir efetivamente a comunicação com o governo americano e tentar evitar que o tarifaço de 50% entre em vigor na próxima quarta-feira (6), ainda que muitos produtos (suco de laranja, aviões da Embraer, petróleo) tenham ficado de fora da “lista negra” de Trump.

Bom fim de semana!

Juros futuros seguem queda do dólar e dos rendimentos dos Treasuries

Os juros futuros recuaram nesta sexta-feira, na esteira do tombo do dólar e dos rendimentos dos Treasuries, após o payroll de julho e a revisão drástica para baixo dos números de emprego de maio e junho nos EUA surpreenderem os mercados.

Na agenda doméstica, a fraqueza da produção industrial também colaborou para deprimir os DIs. Conforme o IBGE, a produção subiu apenas 0,1% em junho, depois da queda de 0,6% em maio (dado revisado de -0,5%), mas aquém do consenso do mercado, que era de alta de 0,4%.

Na comparação anual, a produção caiu 1,3%, pior que o esperado (-0,6%).

No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 14,910% (de 14,923% no ajuste anterior); Jan/27 a 14,210% (14,348%); Jan/29 a 13,460% (13,566%); Jan/31 a 13,690% (13,758%); e Jan/33 a 13,810% (13,864%).

Fechamento: Ibovespa acompanha outras bolsas e registra queda, em dia de problemas técnicos

Agosto começou no vermelho para as bolsas mundo afora e não foi diferente no Brasil. No dia em que o tarifaço de Trump começou a valer para a maioria dos países, trazendo incertezas para a economia global, os investidores foram surpreendidos por um payrroll (EUA) de apenas 73 mil vagas de trabalho criadas em julho, bem abaixo do previsto (110 mil), elevando a pressão para que o Fed corte juros a partir de setembro.

Após enfrentar problemas técnicos durante boa parte do pregão, o Ibovespa terminou em baixa de 0,48%, aos 132.437,39 pontos. Na semana, o indicador caiu 0,81%. O giro fechou em R$ 21,5 bilhões, conforme informações do Valor.

Um dos destaques da sessão foi BB, que desabou 6,85% (R$ 18,35), liderando as maiores perdas do Ibovespa, em meio ao risco de punições do governo americano contra bancos no país, com a notícia (Bela Megale/O Globo) de que Eduardo Bolsonaro irá mostrar nos EUA possíveis brechas na sanção a Moraes.

Petrobras ON perdeu 1,42% (R$ 35,28) e a PN recuou 1,32% (R$ 32,21). Vale subiu 0,54% (R$ 53,75), em reação ao balanço, mesmo com a queda do minério.

O câmbio doméstico seguiu na esteira do exterior, com o dólar à vista fechando em baixa de 0,99%, a R$ 5,5456.

Em NY, a cautela dominou a sessão, com os índices impactados pelos números do payroll de julho. No fechamento, Dow Jones caiu 1,23% (43.588,58). S&P500 recuou 1,60% (6.238,01). Nasdaq perdeu 2,24% (20.650,13).

Na semana, as bolsas cederam, respectivamente, 2,92%, 2,38% e 2,17%. Os retornos dos Treasuries também baixaram.