Mundo aguarda desfecho da reunião entre Trump e Putin

O mundo aguarda o desfecho da reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin no Alasca, que pode determinar, ou não, o fim da guerra na Ucrânia.

Mas o encontro pode ter implicações muito mais profundas, especialmente para a Europa, diante da aproximação do líder russo com o americano.

Por aqui, Eduardo Bolsonaro voltou a surpreender nesta sexta-feira, ao postar uma foto ao lado do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, em uma reunião que supostamente aconteceu na última quarta-feira.

O ministro Fernando Haddad teria uma reunião com Bessent por videoconferência no mesmo dia, mas o encontro foi cancelado pelos americanos sem maiores explicações.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, decidiu hoje dar seguimento aos pedidos de cassação do deputado no Conselho de Ética. As queixas contra o parlamentar estavam travadas na Mesa Diretora da Câmara há semanas, à espera de um despacho de Motta.

Bom fim de semana!

Resumo semanal: 11/08 a 15/08

Por Matheus Gomes de Souza, CEA

Ásia

A economia chinesa apresentou desempenho aquém do esperado em julho, com sinais claros de desaceleração em diversos indicadores-chave. A produção industrial cresceu abaixo das projeções do mercado, enquanto as vendas no varejo e os investimentos mantiveram ritmo fraco, refletindo um enfraquecimento da demanda interna. Juntam-se a isso o aumento do desemprego urbano e um fluxo de crédito agregado inferior ao esperado, apesar das recentes políticas do Banco do Povo da China (PBOC). O governo anunciou novos programas de subsídios fiscais, especialmente voltados ao setor de serviços, numa tentativa de reanimar a atividade econômica. No entanto, tais iniciativas, segundo as análises, não deverão gerar estímulos significativos no curto prazo, dada a magnitude dos desafios.

Além disso, o desequilíbrio entre oferta e demanda persiste, evidenciado pela inflação ao consumidor estável e a deflação no índice de preços ao produtor (PPI). O consumo doméstico segue enfraquecido, enquanto o excesso de oferta pressiona ainda mais os preços, ampliando o quadro deflacionário no setor industrial. A combinação desses fatores alimenta preocupações quanto à sustentabilidade da recuperação econômica chinesa, especialmente diante de um contexto global menos favorável. Os sinais de fragilidade na China adicionam incertezas à economia asiática como um todo, afetando tanto cadeias produtivas quanto fluxos comerciais e financeiros. Diante disso, a expectativa é de que políticas de estímulo mais robustas possam ser implementadas caso o ritmo de desaceleração se intensifique.

Europa

A guerra entre Rússia e Ucrânia chegou ao seu quarto ano, mantendo o cenário geopolítico europeu instável e impactando diversos setores econômicos. Os dados mais recentes do Eurostat mostram que a produção industrial da zona do euro apresentou queda de 1,3% em junho, superando as expectativas negativas e permanecendo abaixo dos níveis pré-pandemia. Essa maior volatilidade dos indicadores industriais está associada tanto à persistência dos conflitos quanto à intensificação da guerra tarifária, que afeta cadeias produtivas distintas entre países como Alemanha, França, Itália e Irlanda. A incerteza no setor industrial dificulta projeções de recuperação, criando desafios adicionais para a retomada do crescimento. Por outro lado, a política econômica regional permanece cautelosa, diante da combinação de choques externos e instabilidades internas.

No Reino Unido, o PIB do segundo trimestre de 2025 surpreendeu positivamente, crescendo 0,3% em relação ao trimestre anterior, com destaque para a contribuição do setor público frente à desaceleração da demanda privada. O setor industrial e de serviços também exibiu avanço no mês de junho, embora em ritmo moderado. Apesar do desempenho acima das expectativas, o mercado de trabalho britânico segue fragilizado, apresentando taxa de desemprego estável em 4,7% e redução de contratações, conforme revelado pelos dados de folhas de pagamento. O crescimento salarial, de 5% ao ano (excluindo bônus), não tem sido suficiente para reverter o enfraquecimento do emprego. Esse cenário reforça a expectativa de manutenção do ritmo gradual de cortes de juros pelo Banco da Inglaterra, sem mudanças abruptas na política monetária no curto prazo.

Oriente Médio

O conflito entre Israel e Palestina voltou ao centro do debate após a reativação de um plano israelense que poderia dividir a Cisjordânia e isolar Jerusalém Oriental. A contínua expansão dos assentamentos israelenses, considerados ilegais pela maioria da comunidade internacional, intensifica tensões e dificulta a solução de dois Estados, especialmente após o apoio do governo Netanyahu aos colonos desde o ataque do Hamas em 2023. Atualmente, cerca de 700 mil colonos vivem entre 2,7 milhões de palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, consolidando o controle israelense da região. A situação se agrava com denúncias de violência por parte dos colonos e ausência de proteção a palestinos, tornando o ambiente ainda mais instável. Paralelamente, países aliados de Israel sinalizam possível reconhecimento do Estado palestino, ampliando a pressão diplomática.

Além do conflito israelense-palestino, outras tensões regionais se destacaram. Na Turquia, uma operação anticorrupção resultou na prisão do prefeito de Beyoglu e de outros membros da oposição, elevando temores sobre repressão política e uso do Judiciário para enfraquecer adversários do governo Erdogan. No Líbano, o Hezbollah fez duras ameaças ao governo sobre planos de desarmamento apoiados pelos EUA, levantando o risco de escalada para guerra civil. O grupo xiita defende seu armamento como resistência a Israel, enquanto apelos por seu desarmamento aumentam fora da comunidade xiita. Esse quadro reforça a centralidade das questões de soberania, segurança e instabilidade institucional como pilares do cenário político do Oriente Médio nesta semana.

Estados Unidos

A inflação permanece como tema central na economia americana, com o índice de preços ao consumidor (CPI) registrando alta de 0,2% em julho, superando a meta do Federal Reserve. Apesar do aumento das tarifas de importação, especialmente sobre bens chineses, seus efeitos ainda não foram significativamente sentidos nos preços internos. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também segue pressionado, indicando persistência do cenário inflacionário. Em resposta, o Fed mantém uma postura cautelosa, indicando pouca margem para cortes de juros neste ano, diante do desafio de ancorar expectativas de inflação. Paralelamente, a extensão da trégua tarifária com a China por mais 90 dias trouxe leve alívio nas tensões comerciais, embora a alíquota média efetiva de importação dos EUA já tenha atingido 18,6%.

Em termos de atividade econômica, os dados de julho apontam para uma moderação, com produção industrial e vendas no varejo crescendo de forma comedida. Pequenas empresas demonstraram leve recuperação de otimismo, conforme refletido pelo índice NFIB, ao passo que a incerteza ainda persiste, impulsionada por temas como qualidade da mão de obra. O mercado de trabalho segue aquecido, evidenciado pelo baixo número de pedidos de seguro-desemprego, consistentemente abaixo dos padrões históricos. No front internacional, além das questões comerciais, destaca-se a pressão sobre Donald Trump para apoiar um acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, mostrando como fatores geopolíticos seguem influenciando o ambiente econômico americano. Tais elementos reforçam a necessidade de cautela e monitoramento constante das principais variáveis macroeconômicas nos EUA.

Brasil

Os dados econômicos de junho evidenciam um cenário de desaceleração gradual na atividade brasileira. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) apontou uma leve expansão de 0,3% no volume de serviços frente ao mês anterior, com queda nos serviços prestados às famílias (-1,4%) e destaque para o segmento de transportes, que avançou 1,5%. Já a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) registrou recuo de 2,5% nas vendas do varejo ampliado, superando negativamente as expectativas, especialmente em setores como hipermercados e material de construção. O crescimento do varejo no acumulado dos últimos doze meses ficou abaixo de 1%, bem distante dos 3,7% observados no mesmo período do ano anterior. Esses resultados reforçam sinais de perda de fôlego no consumo interno.

Paralelamente, a conjuntura de juros elevados segue restringindo investimentos e afetando a confiança dos agentes econômicos. Com a atividade doméstica mais tímida, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) foram revistas e apontam para crescimento de 2% em 2025 e 1,5% em 2026, indicando ritmo mais moderado em comparação aos anos anteriores. O ambiente de crédito mais caro e as incertezas macroeconômicas acrescentam desafios ao cenário para os próximos trimestres. Nesse contexto, a economia brasileira tende a permanecer resiliente, porém sob impacto direto das condições financeiras restritivas e do enfraquecimento nas principais bases de consumo e investimento. A leitura reforça atenção às próximas decisões de política monetária e movimentos do mercado de trabalho.

++ Eletrobras altera valores do dividendo por ação…

++ Eletrobras altera valores do dividendo por ação ON e golden share, que passaram de R$ 1,757706425 para R$ 1,757644112

++ Segundo a empresa, mudança ocorre devido a alteração da quantidade de ações em tesouraria

++ Pagamento será realizado em 28/8 e faz parte da distribuição de R$ 4 bilhões em dividendos já prevista pela companhia