Juros
Juros futuros colam na queda das taxas dos Treasuries
A exemplo do câmbio, a curva de juros futuros (DI) superou parcialmente a volatilidade com o ruído fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em torno dos gastos do Orçamento e conseguiu devolver prêmio de risco.
A inspiração para a queda partiu da convicção entre os investidores que o Federal Reserve tem espaço para cortar o juro em setembro.
Mais cedo, causou instabilidade nos negócios domésticos o trecho da declaração de Lula à Record, vazado nas mesas de operação, de que ainda “precisa estar convencido sobre a necessidade ou não de cortar” R$ 20 bilhões do Orçamento, como recomendam os economistas.
No pico do estresse, os juros futuros zeraram a queda, mas logo reassumiram alguma dose de alívio, quando o site do R7 publicou o comentário de Lula dentro de contexto, atrelado a outras falas responsáveis do ponto de vista fiscal.
O presidente disse, por exemplo, que a “meta de déficit zero não está rejeitada” e que “vamos fazer o que for necessário para cumprir o arcabouço”.
Também Haddad, mais uma vez, atuou de bombeiro de plantão nas crises, criticou a especulação em torno da frase descontextualizada e endossou o compromisso de Lula com a agenda fiscal. Além disso, o mercado deu o desconto de que o presidente volta a assumir uma retórica política, encorajado pela melhora recente na popularidade.
No fechamento, o DI Jan/25 caiu a 10,570% (10,589% no fechamento anterior); Jan/26, 11,090% (de 11,170%); Jan/27, 11,350% (de 11,430%); Jan/29, 11,710% (de 11,760%); e Jan/31, 11,840% (de 11,890%).
(Mariana Ciscato)