Análise

IPCA-15 em maio

Atualizado 27/05/2025 às 09:57:28

Por Igor Cadilhac, Economista do PicPay

O IPCA-15 de maio avançou 0,36%, abaixo da expectativa do mercado, que era de 0,44%. No acumulado em 12 meses, após um bom período de alta, a inflação desacelerou de 5,49% para 5,40%. Qualitativamente, o resultado foi melhor do que o esperado, mas os desafios permanecem. Apesar da estabilidade na margem, as principais métricas de núcleo seguem elevadas, girando em torno de 6% — considerando a média dos últimos três meses, em termos anualizados e dessazonalizados.

Dos nove grupos analisados, sete registraram variação positiva em maio. Os maiores impactos vieram dos grupos Saúde e cuidados pessoais (0,91%) e Habitação (0,67%). No caso de Saúde e cuidados pessoais, o resultado foi influenciado, principalmente, pelos produtos farmacêuticos, que subiram 1,93%, refletindo a autorização para o reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos. Já no grupo Habitação, destacou-se a alta da energia elétrica residencial (1,68%), com a bandeira tarifária amarela adicionando R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. A tarifa de água e esgoto também contribuiu para o avanço do grupo, com aumento de 0,51%.

Por outro lado, os grupos Transportes (-0,29%) e Artigos de residência (-0,07%) apresentaram queda no mês. A principal contribuição negativa veio das passagens aéreas, que recuaram 11,18%, além dos combustíveis, que registraram baixa de 0,38%. Vale destacar ainda a desaceleração no grupo Alimentação e bebidas, cuja variação passou de 1,14% em abril para 0,39% em maio.

Nossa projeção para a inflação em 2025 é de 5,6%. Apesar de reconhecermos uma melhora no balanço de riscos, seguimos vendo uma assimetria altista. Entre os fatores de baixa, ressaltamos: (i) um ambiente global menos propenso à atividade, reflexo de choques no comércio internacional; e (ii) uma redução nos preços das commodities. Por outro lado, monitoramos riscos de alta, como: (i) desancoragem das expectativas de inflação; (ii) uma inflação de serviços mais persistente, impulsionada pelo hiato do produto positivo; e (iii) desvalorização da moeda em um contexto de percepção fiscal.

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