Juros futuros caem com promessa do Copom, de Selic elevada por longo período, mas longos sentem alta do dólar

O documento reforçou a mensagem do comunicado da última reunião, de que o BC pretende manter os juros elevados por um longo período, mas que o atual ciclo de aperto monetário provavelmente terminou.

No meio da tarde, a piora repentina no câmbio doméstico acabou influenciando as taxas longas, que acabaram o dia em alta.

No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 14,950% (de 14,962% no ajuste anterior); Jan/27 a 14,215% (14,269%); Jan/29 a 13,370% (13,390%); Jan/31 a 13,550% (13,519%); e Jan/33 a 13,650% (13,605%).

Dólar sobe diante do real, mas cai no exterior com Powell e cessar-fogo

Operadores não identificaram um motivo para a correção repentina no câmbio por aqui.

Lá fora, não faltaram motivos para o dólar perder força. O mercado voltou a mostrar apetite por risco após o cessar-fogo entre Israel e Irã. As declarações de Jerome Powell na Câmara, de que a maioria do membros do Fed estaria disposta a cortar juros até o fim do ano, também animaram os investidores.

O dólar à vista fechou em alta de 0,29%, a R$ 5,5189, após oscilar entre R$ 5,4759 e R$ 5,5239. Às 17h06, o dólar futuro para julho subia 0,36%, a R$ 5,5260.

Lá fora, o índice DXY caía 0,51%, aos 97,917 pontos. O euro subia 0,32%, a US$ 1,1614. E a libra ganhava 0,75%, a US$ 1,3622.

Cessar-fogo e Powell sustentam apetite por risco nas bolsas; dólar e petróleo seguem em baixa

As bolsas seguem em alta firme em NY (Dow Jones +1,16%; S&P500 +1,16%; Nasdaq +1,55%) e o petróleo segue ladeira abaixo (WTI/Ago -5,69%, a US$ 64,61; Brent/Ago -5,68%, a US$ 67,42), repercutindo o cessar-fogo entre Israel e Irã e as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em depoimento na Câmara dos EUA.

Powell indicou que a maioria do membros do Fed estaria disposta a retomar o processo de afrouxamento monetário até o fim do ano.

Ele repetiu que o BC americano segue cauteloso com as incertezas causadas pelo tarifaço de Donald Trump.

Além disso, o presidente do Fed afirmou que os dados de inflação devem refletir o impacto das tarifas nos preços nos próximos meses, especialmente durante o verão no hemisfério norte.

“Pesquisas mostram que inflação de tarifas vai aparecer, não podemos ignorar isso”, declarou ele.

A fala de Powell enfraquece o dólar frente aos pares (DXY -0,62%, aos 97,806 pontos), embora a queda do câmbio por aqui seja mais modesta (-0,12%, a R$ 5,4964).

Os juros futuros também recuam em toda a curva (Jan/27 a 14,180%; Jan/29 a 13,280%), após a Ata do Copom indicar que o BC vai “interromper o ciclo de alta e observar os efeitos”, mantendo a Selic elevada por um longo período para “avaliar se a taxa de juros corrente é apropriada para assegurar a convergência da inflação à meta”.

O Ibovespa (+0,97%, aos 137.877 pontos) segue o maior apetite por risco externo, porém a alta é limitada pela queda de Petrobras ON (-1,66%) e PN (-1,72%), na esteira do petróleo.