Resumo semanal: 16/12 a 20/12

Por Matheus Gomes de Souza, CEA

Ásia: A semana foi marcada pela divulgação de dados econômicos mistos. Na China, as vendas no varejo cresceram apenas 3%, abaixo da previsão de 5%, reforçando preocupações com a recuperação econômica. O Japão surpreendeu com as exportações crescendo 3,8%, enquanto essas caíram 3,8%, gerando um déficit comercial acima do esperado. Os investidores também aguardaram decisões do Banco do Japão e do Banco Popular da China sobre políticas monetárias. As bolsas da região oscilaram com cautela antes da decisão de juros dos EUA.

Europa: Os mercados europeus estarão diante das decisões iminentes dos bancos centrais globais. A Moody’s rebaixou o rating da França, enquanto as políticas aumentaram na Alemanha após o colapso da coalizão governamental. A inflação no Reino Unido subiu para 2,6%, reduzindo as esperanças de cortes de juros pelo Banco da Inglaterra. Os investidores monitoram de perto os impactos econômicos dessas mudanças e os dados de confiança europeia.

Oriente Médio: Os preços do petróleo oscilaram ao longo da semana. Inicialmente, recuaram devido a preocupações com a demanda chinesa, mas se recuperaram com expectativas de cortes de juros nos EUA. O minério de ferro na China também é variado, impulsionado por esperanças de estímulos econômicos, mas contido por estoques elevados e manutenção de fornos siderúrgicos. As análises dos EUA ao petróleo russo reforçaram as geopolíticas na região.

Estados Unidos: O foco esteve na reunião do Federal Reserve, que conseguiu a taxa de juros em 25 pontos-base, para 4,25%-4,5%. Apesar das vendas no varejo sólido, a produção industrial decepcionou. Os investidores aguardaram sinais de Jerome Powell sobre futuras políticas monetárias. O mercado imobiliário apresentou desempenho moderado, enquanto as oscilações corporativas de grandes empresas também influenciaram os índices de Wall Street.

Brasil: O Brasil enfrenta um cenário econômico desafiador nesta semana. O Banco Central anunciou leilões de câmbio de até US$ 7 bilhões para conter a desvalorização do real. A projeção de crescimento foi elevada para 3,5% em 2024, mas a inflação pode aumentar a meta. O custo do seguro contra calote da dívida disparou para 219 pontos-base. No Congresso, foram aprovados R$ 5,7 bilhões em créditos no Orçamento de 2024, incluindo R$ 4 bilhões para aviação. O pacote fiscal avança, com definições de relatores e expectativa de votação da LOA até 20 de dezembro.

Nvidia cai com relatos de problemas em servidores de IA

As ações da Nvidia caíram 1,63% nesta terça-feira (7), sendo negociadas a US$ 139,67, após atingirem a mínima de US$ 137,15 na Nasdaq. O recuo parece estar relacionado a relatos de superaquecimento em servidores que conectam chips de inteligência artificial Blackwell. De acordo com a agência de notícias The Information, a Nvidia precisou revisar várias vezes o design dos “racks” de servidores. A empresa minimizou o impacto, afirmando que essas alterações são normais no processo de engenharia e destacou que seus sistemas GB200 são “os computadores mais avançados já criados”. A queda ocorre em meio à expectativa pelo balanço trimestral da companhia, que será divulgado nesta quarta-feira (8). O desempenho do relatório financeiro poderá influenciar os próximos movimentos do mercado em relação às ações da gigante da tecnologia.

Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caem ao menor nível desde maio

Na semana encerrada em 9 de novembro, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caíram para 217 mil, o nível mais baixo desde maio, segundo o Departamento do Trabalho. Esse dado indica uma demanda ainda forte por trabalhadores, mesmo após recentes greves e tempestades no país. A média móvel de quatro semanas, que reduz a volatilidade do indicador, também caiu, chegando a 221 mil, seu menor patamar desde maio. Além disso, os pedidos contínuos de auxílio-desemprego, que refletem o número de pessoas que seguem recebendo o benefício, caíram para 1,87 milhão na semana encerrada em 2 de novembro. O resultado ficou abaixo da previsão do mercado, que estimava 223 mil novos pedidos, reforçando a resiliência do mercado de trabalho americano em meio a desafios econômicos.