Ibovespa termina semana praticamente estável, de olho em tarifas de Trump

A bolsa ensaiou uma reação no início da tarde, mas acabou se mantendo em terreno negativo após a notícia da Bloomberg de que os EUA preparam uma nova base legal para o tarifaço de Donald Trump contra o Brasil.

Seria uma maneira de o governo americano justificar uma cobrança de 50% a um país com o qual tem superávit.

O Ibovespa encerrou a sexta-feira com baixa de 0,21%, aos 133.524,18 pontos, com giro de apenas R$ 14,1 bilhões – bem abaixo da média – em um pregão que teve ainda como pano de fundo um IPCA-15 de julho (+0,33%) levemente acima do consenso. Na semana, o índice ficou praticamente estável (+0,11%).

Pesou sobre o Ibovespa hoje o desempenho da Vale (-1,47%; R$ 55,70), em linha com o recuo do minério. Petrobras ON subiu 0,46% (R$ 35,04) e a PN avançou 0,13% (R$ 31,98).

O dólar à vista terminou o dia em alta diante do real e dos principais pares no exterior, em meio às preocupações com as tarifas, fechando com ganho de 0,76%, a R$ 5,5619. No acumulado da semana, porém, a moeda caiu 0,46%.

Em NY, as bolsas tiveram alta moderada, com S&P500 e Nasdaq registrando novos recordes, em meio às expectativas positivas quanto a um acordo comercial entre os EUA e a União Europeia após a confirmação de um encontro entre Trump e Ursula Von der Leyen no domingo.

Dow Jones subiu 0,47% (44.901,92). S&P500 ganhou 0,40% (6.388,64). Nasdaq avançou 0,24% (21.108,32). Na semana, os índices acumularam ganho de, respectivamente, 1,20%, 1,26% e 1,02%.

Por sua vez, os retornos dos Treasuries cederam.

Petróleo cai na semana com pressão do dólar e cautela com acordos comerciais

Os contratos futuros do petróleo devolveram parte dos ganhos de ontem e recuaram nesta sexta-feira.

A commodity chegou a apresentar leve alta pela manhã, mas inverteu a mão diante da valorização do dólar (DXY +0,29% há pouco) e com os investidores menos otimistas quando à negociações comerciais dos EUA.

Hoje, Trump disse que as chances de acordo com a UE são de 50% ou menos. Ele irá se encontrar domingo com Von der Leyen.

O mercado também monitora a notícia de que os EUA consideram autorizações limitadas para que parceiros da estatal PDVSA operem na Venezuela, começando pela Chevron.

O dia teve ainda a divulgação do número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA (Baker Hughes), que mostrou queda de 7 na semana, para 415.

O Brent para setembro caiu 1,06%, a US$ 68,44 por barril na ICE, enquanto o WTI para o mesmo mês recuou 1,32%, a US$ 65,16 por barril na Nymex.

Na semana, os contratos registram perdas de 1,21% e 1,35%, respectivamente.

Ouro fecha semana em baixa, com apetite maior ao risco diante de acordos comerciais dos EUA

O ouro fechou em queda novamente, com os investidores mais uma vez preferindo ativos mais arriscados em meio às negociações comerciais dos EUA.

Depois do acordo com o Japão, Trump irá se reunir domingo com Von der Leyen, da UE, para discutir tarifas.

O dia tem ainda o dólar em alta (DXY +0,35%).

O contrato do metal precioso para agosto caiu 1,12% na Comex, para US$ 3.335,60 por onça-troy. No acumulado da semana, o desempenho é negativo em 0,68%.