Ouro fecha com alta; ganho em meio à guerra é limitado pelos Treasuries

As cotações do ouro fecharam com alta, em meio aos riscos do conflito Israel-Hamas, que leva investidores para ativos considerados seguros. Mas o avanço dos preços é limitado pela alta dos juros dos Treasuries, ativo que concorre com o metal. A CMC Markets considera que as cotações podem testar os US$ 2.000, caso o conflito se agrave. Opinião compartilhada por Edward Moya, da Oanda. Na Comex, o contrato dezembro subiu 0,62%, a US$ 1.980,50 por onça-troy. (BDM Online + agências)

Juros futuros fecham em alta, seguindo o exterior

As taxas dos DIs tiveram mais um dia de alta, acompanhando o cenário externo negativo e o avanço dos rendimentos dos Treasuries, cujas posições de longo prazo fizeram novas máximas hoje. Nos EUA, a pressão vem da atividade mais forte que o esperado, como mostrado nos dados de varejo ontem, e de questões fiscais. O Congresso continua paralisado, sem conseguir avançar num acordo definitivo sobre o Orçamento que evite um shutdown do governo em novembro.

Os juros domésticos chegaram a cair depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negar ter indicado, na semana passada no Marrocos, uma maior probabilidade de desaceleração do ritmo de redução da Selic. Em evento do Credit Suisse, ele afirmou que “nem remotamente” falou que seria mais provável frear o ritmo de cortes da taxa básica de juros para 0,25pp percentual do que aumentar o ritmo para 0,75 pp, e reiterou que considera o ritmo de 0,50pp adequado. Depois disso, as taxas dos DIs voltaram a subir.

No fechamento, o contrato DI para jan/24 caiu a 12,166% (de 12,171%, ontem); o jan/25 subiu a 11,120% (de 11,038%); o jan/26, a 11,030% (de 10,893%). O jan/27, a 11,180% (de 11,079%); jan/29, a 11,550% (de 11,508%). Na contramão dos demais vencimentos longos, o jan/31 caiu a 11,760% (de 11,767%). (Ana Conceição)

Petróleo fecha em forte alta após Irã pedir embargo contra Israel

As cotações do petróleo fecharam com alta expressiva, influenciadas pelo pedido do Irã por um embargo de países muçulmanos contra Israel. As tensões aumentaram na região depois de uma explosão num hospital em Gaza ter matado centenas de palestinos ontem.

Embora as importações de petróleo de Israel sejam pequenas e poucas delas venham do Oriente Médio, os comentários marcaram uma escalada verbal na guerra entre Israel e o Hamas.

Outro fator de pressão no mercado foi a queda maior que a esperada nos estoques dos EUA na semana passada. Os de óleo bruto caíram 4,5 milhões de barris, de uma expectativa de +400 mil. Em Cushing, maior centro de distribuição dos EUA, os estoques caíram a 21 milhões barris, nível mais baixo desde 2014 e próximo do mínimo operacional.

No fechamento, o contrato Brent para dezembro subiu 1,77%, a US$ 91,50 por barril, na ICE. O WTI de mesmo vencimento avançou 2,14%, a US$ 87,27 por barril, na Nymex. (BDM Online + agências)