Juros disparam com novo rali nos Treasuries longos
As taxas dos DIs fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva, novamente pressionadas pelos Treasuries, cujos vencimentos longos mais uma vez alcançaram máximas de 16 anos. No miolo da curva, os juros domésticos dispararam mais de 0,30pp.
O T-bond de 30 anos se firmou acima de 5% e a note de 10 anos chegou muito próxima desse nível. A queda dos pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA já vinha pressionando as taxas dos títulos americanos, mas o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que não descartou nova alta de juros, acelerou o avanço dos rendimentos.
A alta do petróleo, com o Brent acima de US$ 90/barril, alimentada pelo conflito Israel-Hamas, contribuiu para a escalada lá e aqui. Segundo analistas, com a forte alta recente, a curva dos DIs precifica o fim do ciclo de cortes da Selic um pouco abaixo de 11%, acima do que espera a mediana do mercado no Focus (9%).
No fechamento, o contrato DI para jan/24 ficou de lado a 12,160% (de 12,159%, ontem); o jan/25 subiu a 11,245% (de 11,073%); o jan/26, a 11,270% (de 10,961%). O jan/27, a 11,450% (de 11,123%); jan/29, a 11,790% (de 11,510%). O jan/31 subiu a 11,980% (de 11,723%). (Ana Conceição)
Petróleo fecha em alta de olho no conflito Israel-Hamas
As cotações do petróleo fecharam com alta, sustentadas pelas incertezas em torno do conflito Israel-Hamas. Uma extensão da guerra para outras regiões do Oriente Médio pode afetar a oferta da commodity.
Numa demonstração de que a crise pode escalar, em reunião com as tropas de infantaria hoje, o ministro da Defesa de Israel sugeriu que uma invasão por terra a Gaza pode ocorrer. “Quem vê Gaza de longe agora, verá de dentro”, afirmou.
Mais cedo, os preços do petróleo chegaram a cair mais de 1%, com a oficialização do acordo entre EUA e Venezuela, que levantou as restrições ao petróleo do país latino-americano. Analistas apontam que o alívio das sanções deve permitir que a produção do país aumente em 200 mil barris por dia, um salto de 25%.
No fechamento, o contrato do Brent para dezembro subiu 0,96%, a US$ 92,38 por barril, na ICE. O WTI de mesmo vencimento avançou 1,26%, a US$ 88,37 por barril, na Nymex. (BDM Online + agências)
Bolsas em NY alternam altas e baixas após Powell; Ibovespa mantém tom positivo
As bolsas de NY entraram numa gangorra agora à tarde, ao longo e depois do discurso cauteloso do presidente do Fed no Clube Econômico de Nova York. De um lado, ele declarou que o Fomc seguirá cuidadoso e apegado aos dados, sinalizando que vai manter o juro em novembro. De outro, disse que mais números de atividade como os de setembro (varejo, em especial) farão com que novas altas de juro sejam necessárias.
Powell chegou a dizer que há provas de que a política monetária não está “muito apertada neste momento”, mas, fiel a seu estilo morde e assopra, admitiu que a alta dos retornos dos Treasuries longos pode significar menor necessidade de elevação do juro básico, como outros dirigentes têm apontado. Seja como for, o monitoramento da CME mostra que aumentaram as apostas na manutenção do juro até o fim do ano.
Depois de oscilar entre altas e baixas nas últimas duas horas, neste momento o Dow cai 0,05%, o S&P 500 cede 0,15%, o Nasdaq recua 0,24%. Os retornos dos Treasuries se mantiveram em alta (com exceção da T-note de 2 anos) e os mais longos renovaram máximas durante a fala de Powell.
O dólar também não se alterou e cai ante pares (DXY -0,38%, a 106,160) e emergentes como o real: -0,49%, a R$ 5,0299. Por aqui, ainda há relato de fluxo gringo, o que apoia a moeda doméstica. Da mesma forma, o Ibovespa manteve-se em alta. Em alguns momentos, chegou a superar os 115 mil pontos. Há pouco, subia 0,52%, a 114.653. Os juros futuros arrefeceram a alta, mas logo voltaram a fazer máximas sucessivas, na esteira das taxas americanas. (Ana Conceição)