Haddad não convence e juros futuros fecham com alta

Os juros futuros fecharam com alta expressiva depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não defender com a contundência esperada a meta de déficit primário zero em 2024, descartada na 6ªF pelo presidente Lula.

Questionado várias vezes por jornalistas, durante entrevista coletiva, se a meta zero será perseguida, ele deu duas declarações a respeito: “Meu papel é buscar o equilíbrio fiscal, farei isso enquanto estiver no cargo” e “A minha meta está estabelecida, vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias”. As falas não convenceram e tampouco desfizeram a percepção de isolamento do ministro. Ato contínuo, o miolo da curva subiu 0,40pp. Depois cedeu, mas ainda ganhou mais de 0,25pp.

Antes da coletiva, as taxas dos DIs subiam, com menor intensidade, acompanhando os rendimentos dos Treasuries. Ainda pela manhã, o boletim Focus mostrou piora na expectativa para o IPCA 2024 e aumento na aposta para a Selic ao fim do próximo ano, de 9% para 9,25%.

No fechamento, o contrato DI para jan/24 ficou em 12,074% (de 12,077%, ontem); o jan/25 subiu a 11,155% (de 10,977%); o jan/26, a 11,050% (de 10,793%). O jan/27, a 11,225% (de 10,942%); o jan/29, a 11,600% (de 11,357%). O jan/31 subiu a 11,810% (de 11,579%). (Ana Conceição)

Petróleo fecha em forte queda com fraqueza de demanda e gatilhos técnicos

As cotações do petróleo fecharam com queda forte hoje, pressionados por sinais de fraqueza na demanda – como a queda nas margens de refino – e o acionamento de gatilhos técnicos que levaram os preços ainda mais para baixo. Na Nymex, esses gatilhos foram acionados depois que o WTI para dezembro ficou abaixo do suporte de US$ 82 o barril, onde havia uma série de ordens de venda.

No lado da demanda, a Arábia Saudita pode deixar de aumentar o preço do petróleo para seus clientes asiáticos pela primeira vez em seis meses, segundo a Bloomberg, depois de dados terem sinalizado que o consumo chinês continua fraco. O mercado segue monitorando o conflito Israel-Hamas e ameaça de se espalhar na região.

No fim de semana, tanto Irã quanto EUA alertaram que a guerra ainda pode se alastrar. O Irã disse que as medidas de Israel podem “forçar todos a agir”. Hoje, o Banco Mundial alertou que mesmo uma pequena interrupção no fornecimento de petróleo devido à escalada do conflito poderia retirar entre 500 mil e 2 milhões de barris por dia dos mercados globais. Se isso acontecer, os preços poderão subir para entre US$ 93 e US$ 102 o barril.

No fechamento, o contrato Brent para janeiro cai 3,19%, a US$ 86,35 por barril, na ICE. O WTI para dezembro recua 3,77%, a US$ 82,31 por barril, na Nymex. (BDM Online + agências)

Ativos domésticos descolam do bom humor em NY e caem sob o peso do fiscal

[30/10/23] Da Redação do Bom Dia Mercado

Os ativos domésticos seguem em deterioração nesta tarde, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter evitado cravar que a meta fiscal zero de 2024 está de pé, em coletiva no fim da manhã. Depois de o presidente Lula ter descartado a meta na 6ªF, hoje o ministro afirmou que seu papel “é buscar o equilíbrio fiscal”. “Farei isso enquanto estiver no cargo”, disse.

A afirmação, contudo, não foi suficiente para tranquilizar os agentes. Nos juros, o miolo da curva chegou a subir perto de 0,40pp. Há pouco, o DI Jan27 avançava 0,30pp, a 11,25%. O dólar à vista sobe 0,70%, a R$ 5,0480 e o Ibovespa perdeu aos 113 mil pontos. Há pouco, recuava 0,46%, a 112.776,26. Abalados pela disparada dos juros futuros, papéis de empresas do varejo e consumo lideram as baixas. Petroleiras acompanham o forte recuo (-3%) do Brent. Na outra ponta, a alta do minério de ferro na Ásia coloca as metálicas na liderança dos ganhos do dia.

Em NY, as bolsas têm um dia muito positivo à espera de dados e eventos importantes na semana, como a decisão do Fed, na 4ªF, e o balanço da Apple, na 5ªF. O mercado se recupera de parte das perdas recentes que levaram tanto o Nasdaq quanto o S&P 500 ao território de correção, enquanto monitora o conflito Israel-Hamas e o perigo da entrada de países como o Irã na guerra. Há pouco, o Dow Jones +1,58%, o S&P 500 +1,18%, o Nasdaq +1,21%. O índice dólar cai 0,37%, a 106,161 e os juros dos Treasuries têm alta moderada nos principais vencimentos. (Ana Conceição)