Juros fecham em queda, apesar dos Treasuries; na semana, sobem 0,20pp

As taxas dos DIs fecharam com ligeira queda, após terem subido mais de 0,30pp no miolo da curva, com o mercado reduzindo o nervosismo após o susto com o payroll de setembro. A criação de empregos nos EUA muito acima do esperado ativou uma fuga dos ativos de maior risco pela manhã, mas ao longo do dia pesou mais o dado do aumento dos salários, que desacelerou. As bolsas de ações se recuperaram e o dólar caiu.

Os juros dos Treasuries se mantiveram em alta, mas distante das máximas. Houve um movimento de cautela nesse mercado, que estará fechado na 2ªF, feriado do Dia de Colombo nos EUA. Depois do payroll, a aposta de manutenção dos juros pelo Fed no resto do ano diminuiu, mas ainda é majoritária.

Mary Daly, do Fed San Francisco, afirmou que as condições financeiras ficaram mais apertadas nos EUA nos últimos 90 dias e que, se seguirem assim, as chances de mais aumento de juros diminuem. Na semana, as taxas dos DIs subiram mais de 0,20pp na B3 (a partir do DIJan26), pressionadas pela forte alta do retorno dos Treasuries.

O contrato DI para jan/24 ficou estável em 12,238% (de 12,237%, ontem); o jan/25 caiu a 10,955% (de 10,976%); o jan/26, a 10,830% (de 10,860%). O jan/27, a 11,070% (de 11,121%); jan/29, a 11,560% (de 11,623%); e o jan/31, a 11,850% (de 11,907%). (Ana Conceição)

Petróleo fecha em alta hoje, mas recua 8% na semana

As cotações do petróleo fecharam com alta moderada nesta 6ªF, após uma sessão volátil. De início, os preços caíram após a divulgação do payroll, que provocou uma fuga generalizada dos ativos de risco ao vir bem acima do esperado. Depois, conforme os mercados reavaliavam os detalhes do relatório de emprego dos EUA, o bom humor voltou, com queda do dólar, alta das ações e das commodities.

Na semana, contudo, as cotações caíram mais de 8%, pressionadas pela perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos EUA e outras economias, que pode ter impacto na demanda. A alta dos preços esteve por trás da forte queda no consumo de gasolina nos EUA, conforme mostrado pelo DoE, segundo alguns analistas. Este cenário se sobrepôs à restrição de oferta que elevou os preços em mais de 30% desde junho. Sobrecomprado, o mercado de petróleo também estava sujeito a uma correção técnica, o que intensificou a queda dos preços.

No fechamento, o contrato Brent para dezembro subiu 0,61%, a US$ 84,58 por barril, na ICE. O WTI para novembro teve alta de 0,58%, a US$ 82,79 por barril, na Nymex. Na semana, o Brent caiu 8,26%, o WTI recuou 8,81%. (BDM Online + agências)

Mercado vê copo meio cheio no payroll e bolsas ampliam alta

As bolsas em NY aceleram as altas nesta tarde (Dow +0,93%, S&P 500 +1,17%, Nasdaq +1,47%), levando o Ibovespa pelo mesmo caminho (+0,81%, a 114.195,54), revertendo a reação negativa inicial ao payroll de setembro, com criação de empregos muito acima do esperado nos EUA.

Segundo analistas, o mercado se apega à desaceleração dos salários, numa visão copo meio cheio dos dados do mercado de trabalho americano. Além disso, depois das fortes quedas recentes os índices estão sobrevendidos e sujeitos a uma correção.

“Com os dados divergentes [de emprego e salários], as implicações do payroll para a política monetária são provavelmente modestas”, disse Dante DeAntonio, economista da Moody’s Analytics, à CNBC. “Há boas notícias suficientes no crescimento dos salários e na taxa de desemprego para impedir que o Fed volte a aumentar os juros”, acrescentou. Em nota, o Jefferies diz que a criação de vagas foi impressionante, mas os detalhes “não são tão robustos”. E acrescenta que é preciso esperar o CPI de setembro, na próxima semana.

Outros ativos também inverteram a mão no início da tarde. O índice dólar (DXY) cai 0,20%, a 106,116 e por aqui o dólar à vista recua 0,27%, a R$ 5,1552, depois de ter chegado a R$ 5,22. Os juros, contudo, sobem lá e aqui, embora menos. O retorno da T-note avança a 4,78%, de 4,70% ontem. O DI Jan27 sobe a 11,160%, de 11,121%. (Ana Conceição)