Bolsas em NY alternam altas e baixas após Powell; Ibovespa mantém tom positivo
As bolsas de NY entraram numa gangorra agora à tarde, ao longo e depois do discurso cauteloso do presidente do Fed no Clube Econômico de Nova York. De um lado, ele declarou que o Fomc seguirá cuidadoso e apegado aos dados, sinalizando que vai manter o juro em novembro. De outro, disse que mais números de atividade como os de setembro (varejo, em especial) farão com que novas altas de juro sejam necessárias.
Powell chegou a dizer que há provas de que a política monetária não está “muito apertada neste momento”, mas, fiel a seu estilo morde e assopra, admitiu que a alta dos retornos dos Treasuries longos pode significar menor necessidade de elevação do juro básico, como outros dirigentes têm apontado. Seja como for, o monitoramento da CME mostra que aumentaram as apostas na manutenção do juro até o fim do ano.
Depois de oscilar entre altas e baixas nas últimas duas horas, neste momento o Dow cai 0,05%, o S&P 500 cede 0,15%, o Nasdaq recua 0,24%. Os retornos dos Treasuries se mantiveram em alta (com exceção da T-note de 2 anos) e os mais longos renovaram máximas durante a fala de Powell.
O dólar também não se alterou e cai ante pares (DXY -0,38%, a 106,160) e emergentes como o real: -0,49%, a R$ 5,0299. Por aqui, ainda há relato de fluxo gringo, o que apoia a moeda doméstica. Da mesma forma, o Ibovespa manteve-se em alta. Em alguns momentos, chegou a superar os 115 mil pontos. Há pouco, subia 0,52%, a 114.653. Os juros futuros arrefeceram a alta, mas logo voltaram a fazer máximas sucessivas, na esteira das taxas americanas. (Ana Conceição)
Ouro fecha com alta; ganho em meio à guerra é limitado pelos Treasuries
As cotações do ouro fecharam com alta, em meio aos riscos do conflito Israel-Hamas, que leva investidores para ativos considerados seguros. Mas o avanço dos preços é limitado pela alta dos juros dos Treasuries, ativo que concorre com o metal. A CMC Markets considera que as cotações podem testar os US$ 2.000, caso o conflito se agrave. Opinião compartilhada por Edward Moya, da Oanda. Na Comex, o contrato dezembro subiu 0,62%, a US$ 1.980,50 por onça-troy. (BDM Online + agências)
Juros futuros fecham em alta, seguindo o exterior
As taxas dos DIs tiveram mais um dia de alta, acompanhando o cenário externo negativo e o avanço dos rendimentos dos Treasuries, cujas posições de longo prazo fizeram novas máximas hoje. Nos EUA, a pressão vem da atividade mais forte que o esperado, como mostrado nos dados de varejo ontem, e de questões fiscais. O Congresso continua paralisado, sem conseguir avançar num acordo definitivo sobre o Orçamento que evite um shutdown do governo em novembro.
Os juros domésticos chegaram a cair depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negar ter indicado, na semana passada no Marrocos, uma maior probabilidade de desaceleração do ritmo de redução da Selic. Em evento do Credit Suisse, ele afirmou que “nem remotamente” falou que seria mais provável frear o ritmo de cortes da taxa básica de juros para 0,25pp percentual do que aumentar o ritmo para 0,75 pp, e reiterou que considera o ritmo de 0,50pp adequado. Depois disso, as taxas dos DIs voltaram a subir.
No fechamento, o contrato DI para jan/24 caiu a 12,166% (de 12,171%, ontem); o jan/25 subiu a 11,120% (de 11,038%); o jan/26, a 11,030% (de 10,893%). O jan/27, a 11,180% (de 11,079%); jan/29, a 11,550% (de 11,508%). Na contramão dos demais vencimentos longos, o jan/31 caiu a 11,760% (de 11,767%). (Ana Conceição)