Bolsas europeias devolvem ganhos após baterem máximas com acordo EUA-UE
Lideradas por ganhos de farmacêuticas e de semicondutores, as bolsas europeias chegaram a bater máximas de quatro meses mais cedo, com o acordo comercial entre EUA e UE, anunciado no fim de semana.
O acordo é positivo para os mercados porque elimina grande parte da incerteza, mas o entusiasmo esfriou.
Mesmo que a tarifa atinja a faixa prevista de 15% a 20%, ainda será pelo menos seis vezes maior do que era há apenas alguns meses.
A sessão teve agenda fraca, mas a semana é cheia de eventos importantes, com decisões políticas do Fed e do BoJ e os lucros de várias empresas.
Fechamento: Frankfurt -1,15%; Londres -0,46%; Paris -0,43%; Madri -0,14%; Stoxx 600 -0,24% (548.66).
Giro das 12: Investidor foge do risco por impasse sobre a taxação do Brasil
Na falta de progresso sobre um acordo tarifário entre EUA e Brasil, o investidor corre do risco e derruba o Ibovespa aos 132.563,30 (-0,72%).
Trump disse que não irá adiar o prazo, que se encerra na 6ªF, para impor tarifas de 50% sobre as importações brasileiras.
Ele citou o processo contra Bolsonaro e supostas práticas comerciais desleais, mesmo com os EUA tendo um superávit comercial com o País.
A disputa entre Executivo e Legislativo sobre o aumento do imposto sobre transações financeiras permanece em foco, assim como decisões de política monetária e dados de inflação, trabalho e PIB dos EUA, previstos para essa semana.
Antes de o Fed manter os juros na 4ªF, as bolsas de NY sobem, especialmente o S&P 500 (+0,08%) e o Nasdaq (+0,32%), na expectativa por balanços de várias big techs.
Já Dow Jones perde 0,02%, reduzido o entusiasmo com taxação da UE de 15% (30% antes) e a esperada extensão da trégua com a China.
O dólar sobe a R$ 5,5846 (+0,41%), limitando perdas nos juros futuros, em meio à redução nas projeções de inflação do Focus pré-Copom.
A Selic deve ser mantida em 15% e a comunicação de juros altos por mais tempo deve ser reforçada.
A alta da moeda é global, com o DXY aos 98,324 pontos (+0,70%).
Dólar sobe e juros caem com tarifas indefinidas e projeção menor de inflação
Ainda sem definição sobre a taxação do Brasil pelos EUA, o dólar oscilou entre R$ 5,5936 e R$ 5,5686, subindo há pouco 0,25%, a R$ 5,5756.
A moeda se fortalece ante pares e emergentes após EUA e UE chegarem a um acordo comercial.
O DXY ganha 0,58%, a 98,214 pontos, com Trump e von der Leyen fechando tarifa de importação de 15%, metade da taxa que foi ameaçada, em um pacto semelhante ao firmado com Tóquio.
Os rendimentos dos Treasuries também sobem, mas as taxas recuam aqui em toda a curva após o Focus apontar leve queda nas projeções de inflação em 2025 e 2026, além do câmbio do ano, o que não deve mudar a perspectiva de manutenção da Selic no atual patamar de 15% pelo Copom na 4ªF.
Os dados americanos da semana incluem mercado de trabalho, provável recuperação do PIB na 4ªF e inflação mais estável na 5ªF, deixando o Fed confortável sobre os juros.