Dólar e juros acompanham exterior, mas fiscal segue no radar em sessão de agenda fraca

[06/11/23] Da Redação do Bom Dia Mercado

Em sessão de agenda fraca, dólar e juros acompanham exterior. Após abertura, a moeda oscilou entre R$ 4,90 e R$ 4,88 e há pouco subia a R$ 4,8996 (+0,07%), enquanto mostra fraqueza ante boa parte dos pares, com o DXY em -0,12% (104,899). Os juros futuros avançam no tom dos rendimentos dos Treasuries a partir de Jan/25. Apesar do dólar fraco, o retorno da Note de 10 anos renova máxima a 4,60%, de 4,51%, após cair com a postura menos agressiva do Fed.

O dólar tem estado em declínio desde a definição de política do BC americano. O tom foi posteriormente apoiado pelo payroll de outubro, que reforçou a aposta em fim do ciclo de aperto e antecipação do começo dos cortes. Nove oradores do Fed devem falar esta semana, incluindo Powell.

Aqui, o Focus veio praticamente inalterado, à exceção do IPCA de 2024, cuja projeção subiu de 3,90% para 3,91%, na esteira da discussão sobre uma mudança na meta. Assim, a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento do BTG, é acompanhada com atenção nesta manhã. Mais cedo, o déficit em conta corrente de setembro veio pouco acima do previsto. (Ana Katia)

Petróleo salta em cenário de oferta restrita

Os preços do petróleo sobem hoje, recuperando parte das perdas da semana passada, com os comerciantes encorajados pela perspectiva de uma oferta mais restrita. Há pouco o Brent para janeiro subia a US$ 86,24 (+1,59%) e o WTI para dezembro a US$ 81,91 (+1,74%).

Os principais fornecedores de óleo, Arábia Saudita e Rússia, confirmaram no fim de semana que manterão as reduções de oferta até ao final do ano, o que anuncia mercados petrolíferos mais restritivos. A posição de US$ 80 do WTI pode ser testada.

A guerra do Oriente Médio segue no radar e as questões sobre a demanda chinesa tornam o petróleo vulnerável. (Ana Katia + agências)

Juros futuros têm queda forte, seguindo os Treasuries

Os juros futuros fecharam com queda expressiva na B3, acompanhando o mesmo movimento nos Treasuries, que caíram ontem, feriado no Brasil, e hoje. O cenário externo se sobrepôs à piora do risco fiscal e, assim, as taxas devolveram mais de 0,20pp do miolo da curva para frente. Na semana, os juros caíram entre 0,14pp e 0,23pp do vencimento 2025 para frente.

Nos EUA, o payroll mais fraco que o esperado e a desaceleração no setor de serviços, medida pelo PMI do ISM, reforçou a percepção de que o ciclo de aperto monetário do Fed terminou.

Por aqui, o Copom citou as incertezas fiscais, mas continuou a contratar novos cortes de 0,50pp na Selic no comunicado de 4ªF à noite. A curva dos DIs indicava 100% de possibilidade de queda de 0,50pp na reunião de dezembro, mas com Selic terminal ainda em 2 dígitos, pouco acima de 10%, ainda um pouco longe da mediana do Focus, de 9,25%.

No fechamento, o contrato DI para jan/24 recuou a 12,016% (de 12,018%, na 4ªF); o jan/25 cedeu a 10,835% (de 11,957%); o jan/26, a 10,600% (de 11,842%). O jan/27, a 10,775% (de 11,024%); o jan/29, a 11,160% (de 11,392%). O jan/31 caiu a 11,350% (de 11,585%). (Ana Conceição)