Trump continua surpreendendo o mundo

Mais uma semana termina com Donald Trump surpreendendo o mundo. Depois de deixar claro que não vai voltar atrás, e nem dar mais prazo para negociações, o presidente americano confirmou a aplicação de tarifas de 25% sobre México e Canadá, e ainda dobrou a aposta contra a China, com taxa de 20%, botando a culpa nos chineses por não combaterem o tráfico de fentanil.

O dia “D” será 4 de março, quando o mercado brasileiro estará fechado para as festividades de Carnaval, o que explica boa parte do movimento de busca por ativos de proteção nesta sexta-feira.

Mas, o que ninguém poderia imaginar é que o tão aguardado encontro entre Trump e Volodymyr Zelensky nesta sexta-feira pudesse ter um desfecho tão trágico, com o ucraniano e sua comitiva sendo praticamente expulsos da Casa Branca.

O show televisivo, ao vivo e em rede mundial, montado por Trump e seu vice, JD Vance, teve ares de “reality show”. Só faltou Trump gritar para Zelensky: “You are fired!” (Você está demitido!), relembrando seus tempos de chefe mandão em “O Aprendiz”.

Deixando a piada de lado, a essa altura é difícil imaginar que rumo tomará a guerra real entre Rússia e Ucrânia, e como a Europa e a China se posicionarão, diante da guerra comercial.

Por aqui, o governo Lula continuou dando motivos para o mercado ficar de pé atrás em relação ao risco fiscal, ao anunciar Gleisi Hoffmann para o lugar de Alexandre Padilha na coordenação política do governo.

“Trocou seis por meia dúzia”, comentou um líder partidário do Congresso, lembrando ainda que Gleisi não tolera a política econômica de Haddad, o que joga ainda mais incertezas no ar.

Bom Carnaval! (Téo Takar)

Ibovespa recua antes do Carnaval e com indicação de Gleisi; NY retoma força após discussão entre Trump e Zelensky

[28/2/2025] Da Redação do Bom Dia Mercado

O Ibovespa fechou em forte queda antes do feriado prolongado do Carnaval, com a aversão ao risco agravada pela indicação da deputada petista Gleisi Hoffmann para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e em meio à discussão entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky, na Casa Branca.

O índice baixou 1,60%, aos 122.799,09 pontos. Na semana, a queda acumulada foi de 3,40% e no mês, o recuo foi de 2,64%. Inflado pelos ajustes nas carteiras de fundos que seguem o MSCI Brazil, o volume somou R$ 36,1 bilhões.

Com a conclusão do acordo entre Eletrobras e União, as ações da companhia se destacaram entre os maiores ganhos do pregão. Eletrobras ON registrou + 2,60% (R$ 38,22) e Eletrobras PNB, +1,70% (R$ 41,97).

Por outro lado, em linha com suas respectivas commodities, Petrobras ON caiu 0,48%, a R$ 39,05, Petrobras PN cedeu 1,86%, a R$ 35,93, e Vale recuou 2,04%, a R$ 55,15, na mínima.

O dólar à vista disparou diante dos acontecimentos externos e locais, fechando em alta de 1,50%, a R$ 5,9163. A moeda americana subiu 3,24% na semana e ganhou 1,37% em fevereiro. Os juros futuros também avançaram (DI Jan26 a 14,980%).

Em NY, a tensa conversa entre os líderes americano e ucraniano chegou a afetar os índices durante a tarde, mas, as bolsas retomaram a força e firmaram alta consistente.

Ajudou no resultado a expectativa reforçada de corte de juros pelo Fed após dados de inflação em linha com o esperado e queda dos gastos com consumidor nos EUA.

Dow Jones subiu 1,39% (43.840,91). S&P500 ganhou 1,59% (5.954,50). Nasdaq avançou 1,63% (18.847,28). Na semana, os índices ficaram mistos, com Dow Jones acumulando ganhos de 0,95%, S&P500 caindo 0,98% e Nasdaq recuando 3,47%. Já no mês, as perdas foram de, respectivamente, 1,58%, 1,43% e 3,97%. Por sua vez, os retornos dos Treasuries cederam.

(Igor Giannasi)

Juros futuros voltam aos 15% em meio às tensões no exterior e risco fiscal com Gleisi na articulação política

Os juros futuros tiveram mais uma sessão de forte acúmulo de prêmios, em meio à deterioração do cenário externo, após a tensa reunião entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, além da piora da percepção de risco fiscal doméstico, com a escolha de Gleisi Hoffmann para comandar a articulação política do governo junto ao Congresso.

Tudo isso em uma sessão que já pedia cautela do investidor por conta do feriado prolongado de Carnaval, enquanto os mercados americanos seguirão funcionando normalmente na segunda e terça-feira, com a promessa de Trump de aplicar tarifas sobre importações do México, Canadá e dobrar as taxas sobre produtos chineses a partir da terça-feira.

No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 14,980% (de 14,810% no fechamento anterior); Jan/27 a 15,055% (14,825%); Jan/29 a 15,045% (14,810%); Jan/31 a 15,130% (14,920%); Jan/33 a 15,090% (14,910%).

(Téo Takar)