Mercado local vai para feriado na expectativa de Fed e falas de Powell
O investidor brasileiro terá de fazer uma pausa nos negócios nesta 4ªF devido ao feriado nacional do Dia do Trabalho, que deixará a B3 fechada bem no dia da decisão de política monetária do Fed.
Ninguém espera mudança na taxa de juros na reunião de amanhã, mas a fala de Jerome Powell pode fazer a diferença nas apostas de corte, que estão divididas entre setembro e dezembro, embora uma parte do mercado já acredite que o Fed não fará nada neste ano.
Hoje, o forte dado de custo de trabalho do primeiro trimestre colocou ainda mais incerteza no ar, levando o mercado a fazer um forte ajuste nos ativos de risco, nos juros e no dólar, antes mesmo da fala de Powell.
Por aqui, o emprego aquecido também mostrou a cara, com Caged e Pnad surpreendendo os economistas e jogando ainda mais pressão sobre o Copom.
O Boletim Focus de hoje ainda mostrou que as apostas para a Selic terminal estão na casa dos 9,5%, mas algumas casas já estão revisando suas previsões para um fim do ciclo acima dos 10%, especialmente após as últimas mensagens “hawkish” de Campos Neto.
Bom feriado! (Téo Takar)
Haddad sinaliza que agência Moody’s deve elevar nota do Brasil ainda nesta semana
[30/04/24] Da Redação do Bom Dia Mercado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou entrevista coletiva na noite desta 3ªF sem divulgar previamente qual seria a pauta aos jornalistas.
Durante sua fala, disse que as agências Moody’s e Fitch soltarão relatórios sobre o rating soberano em breve, a Moody’s provavelmente nesta semana. E que só poderá comentá-los quando os relatórios forem divulgados.
O Brasil possui rating “Ba2” pela Moody’s, a única das três grandes que não mexe na nota brasileira desde 2016. Fitch e S&P já fizeram upgrades no ano passado, em julho e dezembro, respectivamente.
Atualmente, as três agências colocam o Brasil dois degraus abaixo do nível de investimento (“Investment grade”). “A gente provavelmente não vai ver uma mudança no rating este ano”, disse Marianna Waltz, responsável por ratings e pesquisas na América Latina da Moody’s, em uma entrevista em agosto de 2023.
“O que a gente quer olhar daqui para frente? É implementação e execução do arcabouço fiscal, das reformas, ter mais visibilidade do perfil de investimento do Brasil.”
Agora, é aguardar a confirmação da mudança da nota para “Ba1” pela Moody’s e ficar de olho em qual será a perspectiva, “estável” ou “positiva”, que abriria caminho ao tão sonhado grau de investimento.
(Téo Takar)
Mercados têm queda após indicadores reforçarem cautela do Fed
Os indicadores ditaram o ritmo negativo do mercado nesta 3ªF, com os custos do emprego nos EUA subindo 4,2% na base anual e favorecendo temores de uma inflação alta persistente.
Com isso, as apostas de corte de juros foram adiadas de setembro para novembro ou dezembro, na véspera de mais uma decisão do Fed. O dado derrubou as bolsas, promoveu alta dos Treasuries e fortalecimento do dólar.
Dow Jones caiu 1,49%, aos 37.815,52 pontos; S&P 500 recuou 1,57%, aos 5.035,64 pontos; e Nasdaq perdeu 2,04%, aos 15.657,82 pontos. Em abril, as bolsas americanas caíram entre 3% e 4%.
Por aqui, além do exterior, os fortes números do mercado de trabalho local também influenciaram nos juros futuros, que dispararam 0,20 pp no curto prazo, reforçando um BC conservador nas próximas reuniões.
O Ibovespa caiu 0,33%, aos 124.740,69 pontos, com volume de R$ 20 bilhões. O dólar à vista teve alta de 1,51%, a R$ 5,1923. No mês, o índice perdeu 1,65%, enquanto a moeda ganhou 3,53%.
(Eduardo Saraiva)