Powell azeda os mercados e restringe ganhos no Ibovespa
[31/01/24] Da Redação do Bom Dia Mercado
Jerome Powell causou um momento de alvoroço inicial, mas o humor virou rapidamente após o presidente do Fed dizer que espera mais evidências para confirmar a trajetória “sustentável” de queda da inflação. Além disso, Powell comentou ser improvável que o nível de confiança seja suficiente para cortar as taxas em março.
Mais cedo, o relatório de emprego ADP e o custo trimestral no trabalho no país abaixo do esperado tinham colocado as probabilidades de corte na próxima reunião do Fed em março como maioria. Porém, as declarações da autoridade monetária viraram as apostas, com a manutenção voltando a ser majoritária (62,5%).
Os rendimentos dos Treasuries, que já estavam em queda por causa dos dados, cederam um pouco mais, enquanto o dólar teve leve baixa.
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Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,83%, aos 38.149,90 pontos. O S&P 500 recuou 1,61%, aos 4.845,53 pontos. E o Nasdaq caiu 2,23%, aos 15.164,01 pontos. No mês, os índices subiram 1,25%, 1,63% e 1,03%, respectivamente.
Por aqui, as falas de Powell restringiram os ganhos do Ibovespa e levaram a um leve ganho do índice. Destaque para as ações da Arezzo (ARZZ3: +12,09%), e do Grupo Soma (SOMA3: +16,81%), depois que as companhias confirmaram conversas sobre uma potencial fusão.
No Brasil, a taxa de desemprego caiu a 7,4% no último trimestre de 2023, a mais baixa para o período desde 2014. Há pouco, o Copom confirmou as projeções e fez mais um corte na Selic de 0,50 pp, para 11,25%.
No comunicado, os membros do Comitê anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões, sinalizando que o BC deve manter o ritmo pelo menos até maio.
O Ibovespa fechou em alta de 0,28%, aos 127.752,28 pontos, com volume de R$ 27 bilhões. O dólar à vista teve queda de 0,16%, a R$ 4,9374. Em janeiro, o índice acumulou baixa de 4,79%, enquanto a moeda subiu 1,73%. (Eduardo Saraiva)
Copom reduz Selic outra vez em 0,50 pp, para 11,25%
[31/01/24] Da Redação do Bom Dia Mercado
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta 4ªF que cortou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual, para 11,25%.
No comunicado, os membros do Comitê anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões, sinalizando que o Banco Central deve manter o ritmo pelo menos até maio. O Copom afirmou que essas reduções são apropriadas para manter política contracionista necessária para desinflação.
A autarquia disse que a magnitude total do ciclo depende, em especial, de itens mais sensíveis à Selic e atividade. O Comitê destacou que também depende de expectativas, em particular, as de maior prazo.
A decisão do BC era amplamente esperada pelo mercado, que já tinha sinalizado no comunicado anterior que promoveria reduções de mesma magnitude (0,50 pp) para as próximas reuniões.
Segundo o comunicado, balanço de riscos permanece com fatores em ambas as direções. Entre riscos de alta estão: maior persistência de pressões inflacionárias globais; e resiliência na inflação de serviços por hiato mais apertado.
Entre riscos de baixa estão desaceleração da atividade global de forma mais acentuada; e impactos do aperto global sincronizado mais fortes que o esperado.
O Copom disse ainda que a conjuntura segue incerta, em particular devido ao cenário internacional e exige cautela na condução da política monetária.
Juros fecham com queda com dados fracos nos EUA e Fed
As taxas dos DIs fecharam com queda, após dados mais fracos do que o esperado nos EUA (ADP e custos salariais) e declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, de que o BC americano deve cortar o juro em algum momento neste ano.
Os rendimentos dos Treasuries, que já estavam em queda por causa dos dados, cederam um pouco mais, embora depois tenham saído das mínimas com Powell dizendo que março é muito cedo para iniciar a flexibilização monetária.
O Fed manteve os juros entre 5,25% e 5,50% hoje. O mesmo movimento foi visto aqui, com as taxas fechando com uma queda menos intensa.
No Brasil, a taxa de desemprego caiu a 7,4% no último trimestre de 2023, a mais baixa para o período desde 2014, mostrando que o mercado de trabalho segue apertado, uma questão para o Copom, que divulga decisão e comunicado logo mais.
No fechamento, o DI para Jan25 ficou estável em 9,985%. O DI Jan26 caiu a 9,660% (de 9,695%). O Jan27, a 9,790% (de 9,865%); o Jan29, a 10,235% (10,320%); Jan31, a 10,470% (10,600%). (Ana Conceição)