Lula pode devolver tarifa se negociação fracassar
… A reação moderada do governo brasileiro à tarifa punitiva de Trump, que não deverá ter uma resposta concreta até 1º de agosto, gerou alívio aos mercados, que se acomodaram durante o pregão, após a abertura mais tensa. Por ora, o fato está sendo apenas explorado politicamente, de parte a parte, como era esperado. Mas não houve precipitação do Planalto para devolver uma tarifa recíproca, que seria o pior dos mundos, embora Lula tenha confirmado em entrevista ao Jornal Nacional que usará a Lei de Reciprocidade se as negociações fracassarem. Mas também cresce a percepção de que Trump poderá recuar, como já fez tantas outras vezes. Então, há um espaço de duas semanas para baixar a poeira. À noite, o Canadá recebeu sua carta com 35% e Trump avisou que hoje será a vez da União Europeia.
… Lula chegou a cogitar a convocação de rede nacional para um pronunciamento, mas escolheu falar à TV Globo. Na entrevista, gravada à tarde no Palácio do Planalto, confirmou que o Brasil quer negociar, “o que não aceitamos é intromissão”…. Disse que o governo brasileiro fará as coisas com “calma”, que não toma decisão “com 39 de febre”, que conversará com outros países atingidos por Trump para uma ação conjunta na OMC, e só agirá se a tarifa de for, de fato, implementada em 1º de agosto.
… Se as negociações se esgotarem, Lula então admitiu que aplicará a mesma alíquota de 50% para os produtos importados dos Estados Unidos. “E se ele [Trump] quiser ficar brincando de taxação [como fez com a China], nós vamos chegar a um milhão”.
… O presidente disse também que reunirá os exportadores atingidos para conversar, mas espera que eles “fiquem do lado do governo” e não pressionem para que o Brasil se submeta a Trump. “O País é soberano e a ingerência dele é inaceitável.”
… Lula achou um “desaforo”, e repetiu isso mais de uma vez, Trump ter colocado “no seu site” a decisão de taxar o Brasil em 50%. “Nem carta ele mandou. E a carta mente, porque o Estados Unidos são superavitários na balança comercial com o Brasil há 15 anos.”
… Destacou ainda a intenção de Trump de intervir na Justiça brasileira e a acusação de “caça às bruxas” contra Bolsonaro, “que tentou um golpe de Estado e tentou me matar, matar meu vice [Geraldo Alckmin] e o ministro do STF (Alexandre de Moraes]”.
… Sobre os Brics ter sido uma motivação de Trump para a tarifa, como dizem apoiados de Bolsonaro, Lula disse que “os Brics não são motivo para Trump ficar nervoso” e voltou a defender uma moeda alternativa ao dólar para as transações comerciais do grupo.
… Antes da entrevista, o JN abriu a edição com a repercussão negativa da mídia internacional sobre o tratamento que Trump deu ao Brasil, uma entrevista com Paul Krugman e o depoimento de representantes de vários setores prejudicados pela tarifa de 50%.
… Mais cedo, Lula tinha falado à TV Record, antecipando que o Itamaraty e o MDIC já estavam em conversações com os Estados Unidos, que buscaria entrar na OMC com outros países taxados por Trump e, se nada desse resultado, devolveria a tarifa de 50%.
… Essa guerra tarifária é tudo o que os empresários não querem.
… Bastidores apurados pelo Estadão revelam que o agronegócio, um dos setores mais afetados pela tarifa de Trump, está pedindo cautela ao governo brasileiro e recomendando atuação diplomática. Entre eles, estão exportadores de café, carnes e suco de laranja.
… A grande preocupação é porque não se está lidando “com alguém tradicional que respeita as instituições”.
… Já a nota da Fiesp divulgada ontem foi mais assertiva, afirmando que, apesar do impacto que a tarifa de 50% terá sobre as exportações brasileiras, a “soberania do Brasil é inegociável”. Defende, no entanto, negociações equilibradas e conduzidas pela diplomacia.
HADDAD – Pela manhã, em entrevista ao Canal do Barão/YouTube, disse não acreditar que a tarifa de 50% se mantenha, por ser decisão “eminentemente política, sem nenhuma racionalidade econômica”.
… Ao contrário do presidente Lula, o ministro defendeu outras medidas não tarifárias no caso de uma eventual retaliação.
… Durante o dia, especulava-se sobre a quebra de patentes para medicamentos e imposto maior para filmes e livros.
NO CONGRESSO – A contaminação político-partidária do tema atrasou uma reação dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, que só ontem à tarde divulgaram uma nota conjunta sugerindo o uso da Lei de Reciprocidade Econômica.
… “A lei aprovada pelo Parlamento dá condições ao nosso País, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania. Estamos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros.”
… De seu lado, apoiadores de Bolsonaro, incluindo o governador Tarcísio de Freitas, fecharam o discurso apontando a culpa de Lula para a decisão de Trump contra o Brasil – com alguma dificuldade, porque não é fácil defender uma tarifa de 50%.
… Tanto é que aliados já apelam a Bolsonaro para acionar Trump e pedir a revogação do tarifaço, como informou Bela Megale/Globo.
… Não é o que se espera dele, que nem deve ter todo esse prestígio para fazer Trump mudar de ideia. Mas seria uma boa desculpa para o próprio Trump voltar atrás, atribuindo o milagre a Bolsonaro. Se acontecer, pode virar o jogo, até aqui favorável a Lula.
IOF – Ainda na entrevista à Record, Lula disse que vai manter o aumento do IOF. “O deputado sabe, se eu tiver que cortar R$ 10 bilhões, vou cortar das emendas deles também. Como eles sabem e eu sei, é importante a gente chegar num ponto de acordo.”
… Em tom conciliador, disse que é grato ao Congresso. “Meu partido só elegeu 70 deputados em 513. E só elegeu nove senadores em 81. Isso me indica que eu tenho um caminho a fazer: é negociar. Teve um problema no IOF, vai ser resolvido, você vai ver.”
… A menos de uma semana para a audiência de conciliação no STF, no 15, Haddad reuniu-se ontem com o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação da AGU na Corte para manter o aumento do IOF e anular o PDL que derrubou o decreto do governo.
… No Estadão, líderes partidários indicaram ao presidente da Câmara, Hugo Motta, que aceitam negociar com o governo Lula o aumento do IOF em patamar inferior ao pretendido pelo Ministério da Fazenda, dentro de uma lógica apenas regulatória.
… A saída desenhada é reduzir a arrecadação para menos de R$ 5 bilhões, compondo a necessidade de caixa com o corte dos benefícios tributários em 10%, como prevê projeto de Mauro Benevides, que teve a urgência aprovada na Câmara, nesta semana.
… Os líderes também sinalizaram a Motta que é possível discutir a MP com iniciativas adicionais de arrecadação, como a taxação de bets e de aplicações financeiras como as LCIs e LCAs, em troca da liberação de emendas de comissão, cuja execução não é obrigatória.
IMPOSTO DE RENDA – O relator do projeto de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais, Arthur Lira, apresentou seu parecer, mantendo a alíquota de 10% de imposto mínimo para os mais ricos, com renda acima de R$ 600 mil ao ano.
… O texto também aumentou de R$ 7 mil para R$ 7.350 a faixa de isenção parcial.
… Lira incluiu no parecer um artigo prevendo o ressarcimento pela União a Estados e municípios em caso de perda de arrecadação com Imposto de Renda. A compensação será feita via repasses dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM).
… Segundo ele, há um superávit de R$ 12,27 bilhões com a reforma do IR, que poderá ser usado para compensar os entes subnacionais.
… A Fazenda era contra a obrigatoriedade de compensação, alegando que os Estados e municípios perderiam receita por um lado, com o aumento da isenção de IRPF, mas ganhariam na repartição do imposto mínimo efetivo sobre as altas rendas.
… Na apresentação do relatório, Lira sugeriu compensar o projeto do IR com a tributação de lucros e dividendos, dizendo que, “mais dia, menos dia, o País vai ter que discutir esse tema, que corrigiria em parte a desigualdade horizontal da tributação”.
… O deputado eliminou os mecanismos de redutor e do crédito do projeto, alegando que a Receita não informou o impacto financeiro do crédito para o residente no exterior e do redutor para o residente no Brasil.
… Como o projeto não tratou da CSLL, não é necessário seguir a regra da noventena, o que aumenta o tempo para a tramitação do texto, que pode ser apreciado até o final do ano. Na próxima terça-feira, deve ser votado na Comissão Especial.
MAIS AGENDA – A pesquisa mensal de Serviços do IBGE (9h) é o único destaque, com a mediana das estimativas do mercado indicando alta de 0,2% em maio (Broadcast), após igual variação em abril. As estimativas variam de recuo de 0,2% a expansão de 0,9%.
… Esta deve ser a quarta alta consecutiva, na margem, na esteira da dinâmica positiva do mercado de trabalho.
… No mesmo horário, serão divulgados os dados regionais da pesquisa industrial de maio.
… Veículos sustentáveis de entrada terão o IPI zerado a partir desta sexta-feira, após o presidente Lula assinar o decreto que estabelece o IPI Verde. Serão beneficiadas: Volks (Polo), GM (Onix), Renault (Kwid), Hyundai (HB20) e Stellantis (Mobi e Argo).
… Além de mais essa isenção, a Câmara aprovou MP que aumenta os salários dos militares em 9%. O texto seguiu para o Senado.
LÁ FORA – Agenda esvaziada prevê produção industrial no Reino Unido e o Relatório Mensal da AIE sobre o petróleo. Nos Estados Unidos, a Baker Hughes informará às 14h os poços e plataformas de petróleo em operação.
… No final da noite (meia-noite), a China divulga os dados de sua balança comercial de junho.
A OUTRA CARTA – Pela segunda vez este ano, Galípolo teve que escrever uma correspondência ao Ministério da Fazenda para explicar os motivos do estouro do teto da meta de inflação de 4,50% no intervalo de 12 meses.
… Essa regra foi definida na mudança para a meta contínua. O IPCA descumpriu em junho, pelo sexto mês seguido, o intervalo superior do target. Na base anual, totalizou 5,35% no mês passado, 0,85pp acima do limite da banda.
… O indicador oficial de inflação desacelerou de 0,26% em maio para 0,24% em junho. Embora tenha superado o consenso de 0,20%, analistas ouvidos pelo Valor apontam que as aberturas qualitativas continuaram a melhorar.
… Houve redução do índice de difusão (de 60% para 54%) e também uma melhora nos núcleos da inflação.
… Segundo os analistas, junho pode ter marcado o pico da inflação no ano. Mas alertam que, se Trump se mantiver inflexível no tarifaço, pode reverter o impacto baixista que o câmbio vem causando na dinâmica de preços.
… Na carta, o BC espera que o IPCA em 12 meses volte aos limites de tolerância a partir do final do primeiro trimestre do ano que vem, mas não informou quando o indicador deve retornar ao alvo central da meta, de 3%.
… Segundo o BC, a atividade econômica aquecida, expectativas de inflação desancoradas, inércia inflacionária e depreciação cambial foram os principais drivers que levaram o IPCA a estourar o teto nos últimos seis meses.
… A carta reiterou ser preciso esperar pelos efeitos defasados do aperto monetário, a fim de conferir se o ciclo será suficiente para garantir a convergência da inflação no horizonte relevante, que é o quarto trimestre de 2026.
… No documento, o BC reforçou a postura da política monetária em patamar “significativamente contracionista por período bastante prolongado”, indicando Selic a 15% por muito tempo, ainda mais se Trump continuar engrossando.
… Em análise sobre o IPCA de junho, o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, disse que o resultado confirma o momento positivo da inflação no curto prazo, mas advertiu que os desafios de médio prazo persistem.
… “Temos expectativas desancoradas e mercado de trabalho forte, que tendem a manter a inflação de serviços pressionada. Adicionalmente, o cenário externo se mostra mais adverso, com a taxação de 50% sobre o Brasil.”
… Na sua avaliação, um câmbio mais depreciado poderia tornar a desinflação mais lenta que o previsto e impactar a dinâmica de bens comercializáveis, justamente aqueles que vêm apresentando comportamento benigno atualmente.
BAIXOU A FEBRE – Na mudança de patamar com Trump, o dólar, que vinha operando recentemente perto de R$ 5,45, registrou uma rápida disparada na abertura dos negócios para a máxima de R$ 5,6220. Mas depois esfriou.
… Dá tempo de os ativos domésticos esperarem para ver como a crise do tarifaço será conduzida até agosto.
… O alívio de que governo Lula não pretende retaliar imediatamente criou ontem o ambiente para o mercado devolver os excessos. O dólar à vista fechou bem longe do pico intraday, ainda que tenha subido 0,78%, a R$ 5,5452.
… No final da tarde, o contrato futuro da moeda norte-americana para agosto caiu 0,80%, a R$ 5,5665, confirmando a acomodação do nervosismo, ainda que as consequências das ofensivas de Trump sejam sempre imprevisíveis.
… O Bradesco e a XP estimam que a imposição da tarifa de 50% pelos EUA reduziria o PIB do Brasil do ano em 0,3pp.
… Único mercado doméstico que ainda estava aberto na 4ªF no momento em que Trump jogou a bomba tarifária sobre o Brasil, o DI já havia embutido parte da reação, mas estressou mais ontem, antes de baixar a poeira.
… No auge da tensão, a ponta longa, que serve de melhor termômetro sobre a percepção dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, registrou alta superior a 0,4pp, para depois ir devolvendo parte da pressão.
… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,935% (de 14,918% no ajuste anterior); Jan/27, 14,305% (contra 14,159% na véspera); Jan/29, 13,450% (de 13,301%); Jan/31, 13,610% (de 13,446%); e Jan/33, 13,640% (13,519%).
… Foi por muito pouco que o Ibovespa não furou os 136 mil pontos na mínima, quando bateu 136.014 com o susto da cobrança de Trump. Mas, assim como os demais ativos, a bolsa terminou o dia muito melhor do que começou.
… Desacelerou a queda no fechamento para 0,54%, aos 136.743 pontos, com volume financeiro de R$ 26,2 bilhões.
… Aliada de peso, a força das ações da Vale (ON +2,29%), que operaram alinhadas ao rali de 3,67% do minério de ferro, ajudou a blindar o Ibovespa de um impacto pior da chantagem política de Trump contra o Brasil via tarifas.
… Petrobras ON (+0,17%, a R$ 35,33) e PN (-0,25%, a R$ 32,24) operaram sem fôlego, mas tiveram desempenho bem superior ao petróleo, que parou de subir depois de três altas seguidas e caiu forte (-2,21%), para US$ 68,64 o barril.
… A commodity, finalmente, repercute as preocupações com um novo aumento na produção pela Opep+ e também monitora o avanço da guerra comercial de Trump, que pode desaquecer o consumo global de petróleo.
… Entre os bancos, Itaú PN (-3,08%) liderou as perdas do setor. O papel foi rebaixado para neutro pelo UBS BB, que considera “limitado” o potencial de alta em relação ao preço-alvo de R$ 40. A ação fechou a R$ 35,25.
… Bradesco PN (-1,34%, a R$ 16,14), BB ON (-1,12%, a R$ 21,21) e Santander (-2,24%, a R$ 27,96) também fecharam no vermelho. Considerada uma das empresas mais prejudicadas pelo tarifaço, Embraer caiu 3,70%, a R$ 75,32.
… Na ponta positiva, CSN ON (+5,04%; R$ 8,33) e CSN Mineração ON (+2,99%; R$ 5,16) pegaram carona no minério, apesar de a Justiça ter imposto derrota à siderúrgica, que terá de se desfazer de sua fatia na Usiminas (PNA +1,89%).
A DUPLA DOVISH – No day after da ata do Fed, que revelou a simpatia de dois integrantes do comitê de Powell pelo início do ciclo de flexibilização já este mês, deu para identificar pelo menos um deles pelos comentários públicos.
… Christopher Waller disse que as tarifas devem elevar os preços só de forma pontual e reforçou que sua avaliação sobre um corte de juros em julho não tem viés político, mas reflete uma política monetária ainda bastante restritiva.
… Mary Daly, que também falou ontem, projetou até dois desapertos no ano, mas com o primeiro possivelmente só em setembro, se mantidos os fundamentos econômicos. Também ela não espera inflação persistente das tarifas.
… Já Alberto Musalem acha que é muito cedo para dizer se o impacto do protecionismo será marginal ou duradouro.
… As taxas dos Treasuries reduziram parte do impulso com a defesa de Waller por um corte do juro já, mas ainda fecharam em alta, de olho nos pedidos de auxílio-desemprego, que demonstraram força do mercado de trabalho.
… Menos gente (-5 mil) solicitou o benefício na semana passada e o número total caiu para 227 mil, informou o Departamento do Trabalho, resultado abaixo do previsto por analistas, de 238 mil pedidos de auxílio-desemprego.
… O juro da Note-2 anos subiu a 3,870%, contra 3,856%, e o rendimento de 10 anos avançou a 4,347%, de 4,338%.
… Também o dólar se ajustou em alta com o dado mais forte do mercado de trabalho: DXY (+0,10%), a 97,652 pontos. O euro caiu 0,21%, a US$ 1,1700, a libra ficou estável (-0,07%, a US$ 1,3585) e o iene subiu a 146,18/US$.
… Entre as bolsas em NY, o S&P 500 (+0,27%, aos 6.280,46 pontos) e o Nasdaq (+0,09%, aos 20.630,66 pontos) renovaram marcas inéditas de fechamento, enquanto o índice Dow Jones subiu 0,43%, aos 44.650,64 pontos.
… Um pregão depois de ter tocado nos US$ 4 trilhões em valor de mercado durante o intraday, a fabricante líder de chips de IA Nvidia (+0,75%) conseguiu encerrar o dia nesta marca, negociada na cotação recorde de US$ 164,10.
EM TEMPO… TELEFÔNICA celebrou acordo com o Grupo La Caisse, que regula os termos para a aquisição de participação de 50% do capital social da FiBrasil; transação está avaliada em R$ 850 milhões.
FRAS-LE levantou R$ 400 milhões em follow-on com lote extra e ação precificada a R$ 24. (fontes do Broadcast)
DIRECIONAL anunciou recorde histórico em lançamentos no segundo trimestre: R$ 1,9 bilhão em valor geral de vendas (VGV) entre abril e junho, crescimento de 111,3% contra o primeiro trimestre e de 40% na comparação anual.
ECORODOVIAS. Citi elevou preço-alvo para a ação de R$ 8,60 para R$ 8,80, reiterando recomendação de compra.
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Lula manda devolver carta de Trump
… A decisão de Trump de taxar a importação de todos os produtos brasileiros em 50% causou grande preocupação nos exportadores e também acirrou a polarização política, com seguidores de Bolsonaro festejando a punição ao governo Lula e ao STF, que, segundo o presidente americano, comete “vergonhosa perseguição contra o grande ex-presidente”. Nos mercados, que já fecharam negativos com a expectativa de uma tarifa para o Brasil, a reação deve se estender na abertura, sobretudo nos setores mais atingidos. O ADR de Embraer chegou a cair quase 8% no after hours de NY. Na agenda, o IPCA de junho tem estimativa de desaceleração, mas perde força para orientar as apostas sobre o futuro dos juros, que escalaram junto com o dólar, em meio ao embate inesperado com os Estados Unidos.
… No final da noite, veio a resposta do governo brasileiro: o Itamaraty chamou o embaixador dos Estados Unidos e “devolveu” a carta de Trump, dizendo que era “ofensiva”, que tem “afirmações inverídicas” e “erros factuais” sobre a relação comercial dos dois países.
… Um pouco mais cedo, o presidente Lula fez uma postagem no X rebatendo a afirmação de que os Estados Unidos eram deficitários na balança comercial com o Brasil. Escreveu, ainda, que o “Brasil é um país soberano e não aceitará ser tutelado por ninguém”.
… A nota de Lula acusa a “ameaça e a ingerência” no processo judicial contra a tentativa de golpe [no qual Bolsonaro é réu no STF] e informa que, “qualquer elevação de tarifas pelos Estados Unidos será respondida pela Lei de Reciprocidade”.
… A reação de Brasília veio na contramão de inúmeros pedidos da indústria para reabrir o diálogo com os Estados Unidos.
… Vários protestos de associações apressaram-se em pedir ao governo para negociar diplomaticamente, em uma tentativa de reverter a tarifa de 50% aos produtos brasileiros imposta pelo presidente Trump para vigorar a partir de 1º de agosto.
… A Frente Parlamentar da Agropecuária defendeu “cautela e diplomacia firme”, avaliando que a nova alíquota produzirá reflexos diretos ao agronegócio, com impactos no câmbio, no custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras.
… CNI expressou “preocupação e surpresa”, afirmando que os impactos das tarifas podem ser graves para a nossa indústria. “Uma quebra nessa relação traria muitos prejuízos à nossa economia.” Defendeu negociações e diálogo para reverter a decisão.
… Para a CNI, as exportações brasileiras aos Estados Unidos têm grande importância para a nossa economia. Em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado para lá foram criados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção.
… A Câmara do Comércio também citou “profunda preocupação”, conclamando à retomada urgente do diálogo, com o alerta de que a medida tem potencial para causar impactos severos sobre empregos, produção, investimentos e cadeias produtivas integradas.
… Todas as manifestações contestam afirmação na carta de Trump de que os Estados Unidos são deficitários na balança com o Brasil.
… Há mais de 15 anos, os Estados Unidos mantêm superávit na conta comercial com o Brasil. Só na última década, o saldo positivo para os americanos foi de US$ 91,6 bilhões no comércio de bens. Incluindo serviços, o superávit americano atinge US$ 256,9 bilhões.
O SEGUNDO PARCEIRO – Estados Unidos são o segundo maior mercado para as exportações do Brasil, com vendas de US$ 40,368 bilhões em 2024, menos que a metade dos US$ 94,372 bilhões em exportações feitas à China, segundo dados do MDIC.
… O principal produto da pauta de exportação brasileira aos Estados Unidos é o petróleo, com vendas de US$ 7,6 bilhões em 2024. Mas o governo já antevê impactos imediatos para exportações de café, carne bovina e suco de laranja, entre os principais itens.
… Economistas avaliam que a alíquota de 50% terá efeitos inflacionários na economia americana, que importa carne para a produção de hambúrgueres e depende do café externo. O confronto eclodiu por razões políticas e de interesses comerciais de Trump.
MOTIVAÇÃO POLÍTICA – A diplomacia brasileira já vinha negociando para que as tarifas ao País continuassem em níveis mais baixos, com alegação de que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil. Mas, no final das contas, não era essa a questão.
… A carta de Trump é explícita em relacionar a tarifa punitiva ao papel de Alexandre de Moraes no STF contra Bolsonaro e redes sociais, e isso torna mais difícil uma negociação. Ninguém aposta que o ministro Alexandre de Moraes possa ceder às ameaças.
… Integrantes do governo já esperavam uma retaliação, desde que Trump dirigiu ataques aos países do Brics, mas não nessa proporção. Trata-se da mais alta alíquota divulgada a partir de cartas enviadas pelo presidente dos Estados Unidos nesta semana.
… O gesto levou o Nobel de Economia Paul Krugman a comentar que Trump merecia o impeachment pelo que fez ao Brasil.
… Na Cúpula do Brics, no fim de semana, no Rio, Lula defendeu uma moeda alternativa para as operações internacionais com outros países, sem passar pelo dólar, o que deixou Trump furioso: “quem desafiar o dólar, vai pagar o preço”.
… Segundo apurou o Valor, a avaliação do Planalto é que a ofensiva de Trump contra as instituições brasileiras pode ser um “tiro pela culatra”, porque evidencia uma tentativa de intervir na soberania brasileira e desestabilizar os Poderes.
TEM MAIS POR TRÁS – No Estadão, a decisão de Trump de impor uma tarifa de 50% ao Brasil reflete mais uma preocupação comercial do que política, envolvendo uma sequência de embates com o ministro Alexandre de Moraes sobre as plataformas sociais.
… “O que está em jogo aí é muito mais o embate entre o grupo Trump com Moraes por causa de decisões em relação a redes sociais”, na opinião de Rodolfo Teixeira, doutor em sociologia política pela Universidade de Brasília.
… As empresas Trump Media & Technology Group, ligadas ao presidente dos Estados Unidos, processam Moraes na Justiça da Florida por supostamente censurar conteúdos publicados nessas plataformas no Brasil. Na terça-feira, Moraes foi citado novamente no processo.
… Na carta, Trump reclamou de decisões do STF contra empresas norte-americanas de tecnologia.
… “O Supremo Tribunal Federal do Brasil emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos Estados Unidos, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro.”
… Segundo avaliações semelhantes, Bolsonaro só teria entrado como coadjuvante para esfumaçar o verdadeiro motivo. A prova é que o tarifaço impacta setores da direita fortemente ligados ao bolsonarismo, a exemplo do agronegócio.
50% PARA O COBRE – Antes que o dia acabasse, o presidente Trump confirmou a tarifa de 50% sobre o cobre, a partir de 1º de agosto.
… “O cobre é necessário para semicondutores, aeronaves, navios, munição, data centers, baterias de íon-lítio, sistemas de radar, sistemas de defesa antimísseis e até mesmo armas hipersônicas, das quais estamos construindo muitas”, escreveu em sua Truth Social.
… Segundo ele, a nova alíquota tarifária reverterá a “estupidez” do governo Biden e “os Estados Unidos voltarão a construir um setor de cobre DOMINANTE. AFINAL DE CONTAS, ESTA É A NOSSA ERA DE OURO!”.
SEM CONSENSO – No Estadão, Haddad e Gleisi Hoffmann indicaram a Motta e Alcolumbre, na noite de terça-feira, que o governo não abrirá mão do decreto que aumentou as alíquotas do IOF e pretende insistir na legitimidade junto ao STF.
… Fontes do Valor também apuraram que, apesar da reaproximação em jantar, o governo disse que insistirá no decreto do IOF.
… Já Motta baixou o tom, dizendo que a conversa com o governo foi “colaborativa”, afirmando que o Congresso vai buscar uma solução para os recursos do IOF sem aumento de alíquota. “Tenho conversado com os líderes para a solução das contas.”
… O presidente da Câmara disse que não há interesse do Legislativo em usurpar o poder do Executivo, e cobrou propostas alternativas do ministro da Fazenda, informando que “isso deve ser conversado ao longo da semana com a equipe econômica”.
… Na Folha, Haddad pediu para que o Congresso não misture o tema do IOF com as compensações para a isenção do Imposto de Renda.
… A possibilidade foi aventada pelo relator do projeto, deputado Arthur Lira, mas o governo teme que, na prática, esse movimento possa desidratar a medida provisória enviada com alternativas à derrubada do IOF.
IPCA – Às 9h, o IBGE divulga a inflação oficial de junho, que deve desacelerar para 0,20%, de 0,26% em maio (mediana do Broadcast), com a deflação dos preços dos alimentos, mas a mediana para o final de 2025 deve superar o teto da meta de 4,50%.
… Se isso se confirmar, o BC deve publicar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões do descumprimento da meta até 18h de quinta-feira. A meta é de 3% e o intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
… A metodologia da meta contínua, que passou a vigorar neste ano, prevê que a meta será considerada descumprida se o IPCA acumulado em 12 meses ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o que está acontecendo desde janeiro.
… Fontes da área econômica, no entanto, transferiram a preocupação para o impacto da tarifa de 50% dos Estados Unidos para produtos do Brasil, afirmando que a medida “joga um balde de água fria” no processo de desinflação, apurou o Broadcast.
HADDAD – Vai conceder entrevista ao Canal do Barão, no YouTube, nesta quinta-feira, entre 10h e 11h, com a participação dos seguintes veículos: Brasil 247, CartaCapital, Diário do Centro do Mundo, Fórum e TVT News.
INSS – Dias Toffoli (STF) confirmou, nesta terça-feira, que os pagamentos para ressarcir aposentados e pensionistas vítimas de descontos indevidos podem ser feitos tanto fora do limite de despesas do arcabouço quanto da meta fiscal.
LÁ FORA – Nos Estados Unidos, auxílio-desemprego (9h30) na semana até 5/7 tem previsão de +238 mil pedidos iniciais.
… Três dirigentes do Fed falam hoje: Alberto Musalem/St. Louis (11h), Christopher Waller (14h15) e Mary Daly/São Francisco (15h30).
… Na Europa, sai a inflação ao consumidor da Alemanha, em junho (na madrugada brasileira).
… No Peru, o Banco Central anuncia decisão de política monetária às 20h.
HOMEM-BOMBA – Prenunciando o ataque dos EUA, os mercados domésticos registraram piora significativa já no meio da tarde de ontem, deterioram ainda mais no pregão estendido e hoje vai ser bem difícil exibir sangue-frio.
… O anúncio da pancada das tarifas de 50% que Trump promete aplicar sobre nós pegou o câmbio e o Ibovespa fechados, mas a reação veio no mercado futuro, enquanto os juros estressaram na reta final dos negócios.
… A promessa da vingança do presidente americano já tinha puxado o dólar à vista no pregão regular de volta à marca de R$ 5,50, em alta firme de 1,04%, a R$ 5,5024, e a pressão foi ampliada com força na sessão estendida.
… O contrato futuro do dólar para agosto saltou 2,30%, a R$ 5,6115, conforme investidores e economistas avaliavam o impacto sobre as exportações brasileiras e potenciais efeitos inflacionários, se a escalada sobre o real persistir.
… A investida de Trump para inflamar os ânimos e a decisão do Itamaraty de peitar a carta representam neste momento um revés para a onda de otimismo que projetava alívio do dólar com o carry trade favorável ao Brasil.
… Segundo o Valor, foi também posto à prova o argumento de que o País era menos exposto ao risco de tarifas americanas, que vinha sendo utilizado para justificar o bom desempenho dos ativos locais no primeiro semestre.
… Por essa, ninguém esperava ou, pelo menos, não se imaginava que Trump fosse incendiar a crise a este ponto (50%), extrapolando a guerra protecionista para o contexto que tem por trás seus interesses particulares.
… No DI, a curva acelerou os prêmios de risco na última hora de operação, especialmente no miolo e na ponta longa, enquanto os contratos curtos continuaram engessados pela perspectiva de Selic a 15% por bastante tempo.
… Mas caso Trump se prove inflexível e a tarifa de 50% vingue, o que não parece razoável, o conservadorismo assumido pelo Copom ainda será pouco para responder às pressões inflacionárias, que fugiriam ao controle.
… O susto estraga a percepção positiva com os ajustes em baixa que o mercado vinha fazendo nas expectativas de inflação e ofusca qualquer reação mais entusiasmada a uma eventual surpresa baixista com o IPCA de junho hoje.
… No fechamento, o DI para Jan/26 marcou 14,930% (contra 14,923% no pregão anterior); Jan/27 subiu a 14,270% (de 14,175%); Jan/29, a 13,485% (de 13,304%); Jan/31 disparou a 13,640% (13,423%); e Jan/33, 13,710% (13,485%).
TOCANDO O TERROR – Em choque com a fúria de Trump, o Ibovespa futuro afundou 2,44%, aos 137.800 pontos. Em paralelo, os ADRs das empresas domésticas também precificaram a forte tensão no after hours em Nova York.
… O pior tombo foi da Embraer (-5,63%). A exposição da fabricante ao mercado americano preocupa investidores.
… No mais recente formulário 20-F, a companhia mencionou que uma tarifa ampla sobre as importações brasileiras para os EUA provavelmente causaria “disrupções em nossa cadeia de suprimentos e nas operações no País”.
… Pelos cálculos do UBS BB, a taxação teria impacto aproximado de US$ 70 milhões nos custos da fabricante de aeronaves e geraria redução de até 13% no lucro líquido projetado para 2026 a cada 10pp de alta nas tarifas.
… Com o petróleo como principal produto da pauta de exportação brasileira para os EUA, o ADR da Petrobras equivalente à ação ON caiu 1,16%, enquanto o PN perdeu 1,02%. Vale caiu 0,61%; Bradesco, -1,15%; e Itaú, -2,26%.
… Durante o pregão regular, o Ibovespa perdeu os 138 mil pontos, após o aviso em dois de Trump sobre as tarifas.
… O índice à vista da bolsa doméstica fechou em baixa de 1,31%, a 137.480,79 pontos, com bom volume de negócios, de R$ 22,5 bi, o que é mau sinal, indicando que muita gente entrou vendendo, apesar do feriado em SP.
… Dos 84 papéis da carteira teórica do Ibovespa, apenas oito encerraram o dia no campo positivo. Vale ON (-0,99%, a R$ 54,04) e Petrobras ON (-1,45%, a R$ 35,27) e PN (-0,64%, a R$ 32,32) foram atingidas pela fuga do risco.
… O mau humor com o Brasil na mira de Trump também não poupou os papéis dos grandes bancos: Itaú PN (-2,07%, a R$ 36,37); Bradesco PN (-1,15%, a R$ 16,36); BB ON (-2,50%, a R$ 21,45) e Santander Unit (-1,55%, a R$ 28,60).
… Entre os poucos destaques de alta, Braskem PNA disparou 6,02%, com a decisão da Câmara de aprovar a urgência para um projeto de lei que institui, a partir de 2027, o Programa de Incentivos à Indústria Química Brasileira (Presiq).
… Se aprovada, a iniciativa deve acrescentar cerca de US$ 450 milhões por ano ao Ebitda da companhia (Broadcast).
TUDO NUMA NICE – Enquanto isso, em Nova York, as bolsas ignoraram a guerra tarifária e operaram com foco na ata do Fed, que não comprometeu as apostas dos investidores em cortes de juros pelo Fed nos próximos meses.
… O documento revelou que a maioria dos dirigentes do BC americano considera apropriado afrouxar a política monetária neste ano e dois deles, de perfil mais dovish, recomendaram o início do ciclo de flexibilização já este mês.
… Para a maioria dos integrantes do Fed, a pressão ascendente sobre a inflação por meio das tarifas pode ser “temporária ou modesta”, o que aumentou de leve a chance de o juro cair em setembro (68,3%), segundo o CME.
… Foi mantida a aposta principal de uma redução acumulada de 50pb até o fim do ano, apesar da pressão de Trump por mais. No WSJ, Kevin Hassett lidera as chances de sucessão de Jerome Powell no comando do Fed.
… O atual diretor do conselho econômico nacional dos EUA se reuniu com Trump ao menos duas vezes em junho.
… Até o momento, as cartas enviadas nesta semana aumentam a tarifa média efetiva dos EUA para 20%, ainda abaixo da faixa de risco para uma recessão americana, de 25% a 28%, segundo cálculos da Oxford Economics.
… O Dow Jones subiu 0,49%, aos 44.458,30 pontos; o S&P 500 ganhou 0,61%, aos 6.263,27 pontos; e o Nasdaq avançou 0,94%, estabelecendo seu mais novo recorde, aos 20.611,34 pontos, turbinado pela Nvidia (+1,80%).
… A empresa se tornou a primeira na história a superar o valor de mercado de US$ 4 trilhões, diante do boom na demanda pelos chips de inteligência artificial, com a tecnologia se tornando prioridade para as gigantes high techs.
… A perspectiva reforçada pela ata de que um desaperto monetário pelo Fed não vai demorar tanto ajudou a interromper quatro altas seguidas dos juros dos Treasuries, que também reagiram a um fator técnico.
… Foi identificada forte demanda por investidores domésticos no leilão de Notes de 10 anos e a taxa desse título recuou a 4,338%, de 4,411% na véspera. Já o bônus de 2 anos pagou 3,856%, menos que no dia anterior (3,902%).
… Dia morno no câmbio, com estabilidade no índice DXY (-0,04%, a 97,555 pontos), no euro (-0,05%, a US$ 1,1717) e na libra esterlina (+0,04%, a US$ 1,3592), enquanto o iene foi negociado em alta contra o dólar, a 146,30/US$.
… Também o petróleo operou de lado ontem, dividido entre uma alta inesperada dos estoques americanos da commodity na semana passada (7,070 milhões de barris) e o aumento dos ataques a navios no Mar Vermelho.
… O contrato do Brent com vencimento em setembro teve alta marginal de 0,06%, a US$ 70,19 por barril.
EM TEMPO… AZUL decidiu reconsiderar seu plano de devolução de aeronaves anteriormente divulgado à corte de NY, na medida em que avança com negociações junto aos arrendadores (fontes do Valor)…
… Antes, o pedido era para devolver 20 aeronaves, número reduzido para 12; planos foram divulgados ontem, durante a chamada audiência de “Segundo Dia” do Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA) da empresa.
BANCO DO BRASIL. Conselho reelegeu 29 membros da diretoria executiva para o mandato 2025/2027…
… Eduardo Cesar Pasa e Lucinéia Possar não tiveram os seus mandatos renovados, em virtude do limite de reconduções consecutivas…
… Nos seus lugares, foram indicados Alexandre Bocchetti Nunes para o cargo de diretor jurídico e Pedro Henrique Duarte Oliveira para o cargo de diretor de contadoria.
POSITIVO anunciou Raymundo Peixoto para ocupar o cargo de presidente do conselho de administração. Junto dele, Rogério Rizzi chega para assumir a função de coordenador do comitê de estratégia e novos negócios…
… A presidência estava, até então, com Alexandre Dias, que passa a ser conselheiro independente.
KELLOGG. A italiana Ferrero, fabricante do bombom Ferrero Rocher e do creme de avelã Nutella, está perto de um acordo de aproximadamente US$ 3 bilhões para comprar a dona do Sucrilhos, Corn Flakes e Müsli, informa o WSJ.
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Trump promete mais tarifas para hoje
… Mercados em São Paulo funcionam normalmente no feriado municipal de 9 de Julho e fecham na Argentina, Dia da Independência. Nos Estados Unidos, Trump continua apavorando com ameaças de tarifas punitivas a setores estratégicos, como o farmacêutico, que podem chegar a 200%. Para o cobre, fala em 50% e para “certos parceiros”, 70%. O Brics voltou ao alvo: “quem desafiar o dólar pagará o preço”. À noite, em sua rede social, o presidente anunciou que divulgará hoje mais tarifas, “sete pela manhã e mais algumas à tarde”. Na China, foi confirmada nova deflação em junho. Na agenda, destaques para a Ata do Fed, para Galípolo em audiência na Câmara e negociações entre governo e Congresso, na tentativa de um consenso sobre o impasse do IOF antes da conciliação no STF, no dia 15.
… Um primeiro encontro entre o ministro Fernando Haddad, Hugo Motta e David Alcolumbre, mediado pela ministra Gleisi Hoffmann, já aconteceu ontem à noite na residência oficial da presidência da Câmara, com a presença de líderes do governo.
… Saíram sem falar com os jornalistas de plantão na porta. Informações de bastidores devem vazar durante o dia.
… Já pela manhã, em entrevista ao portal Metrópoles, nesta segunda, Haddad sinalizava boa disposição para conversar com Motta. “Não tenho o direito de ter uma relação estremecida com o presidente da Câmara dos Deputados, que é um poder institucional.”
… O ministro garantiu que não haverá briga. “Quando um não quer, dois não brigam, e aqui nenhum dos dois quer.” Haddad disse ainda que ele e Motta têm muitos amigos em comum e, mais, que nunca saiu de uma mesa de negociação: “Só saio com acordo”.
… Haddad afirmou que não está nos planos a revisão da meta fiscal fixada para 2026, de um superávit de 0,25% do PIB – que está sendo colocada em dúvida pela maioria dos economistas do mercado. Mas, segundo ele, o PLOA dependerá do IOF.
… “O que o STF está decidindo é o alcance do decreto legislativo que derrubou o aumento do IOF e a natureza da medida do governo.”
… O ministro defendeu o decreto do governo afirmando que não existe nenhum indício de inconstitucionalidade – “zero”, afirmando que, na decisão do ministro Alexandre de Moraes, está dito que o PDL não pode fazer o que fez. “O Congresso exorbitou a lei.”
… Em audiência na Comissão Mista de Orçamento, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que alternativas ao aumento do IOF precisam ser apresentadas, porque o governo não quer e não vai mudar a meta de 2026. “A segurança jurídica é prioridade.”
… Tebet defendeu a revisão dos gastos tributários para aumentar a arrecadação, dizendo que um corte em torno de 5% poderia resultar em R$ 20 bilhões. Mas admitiu que há muitas dificuldades para aprovar essas medidas, diante dos lobbies dos setores beneficiados.
… A ministra disse que todas as propostas levantadas por diferentes atores são bem-vindas neste momento de debate e sugeriu que questões que foram discutidas e rejeitadas pelo Congresso no passado poderiam ser retomadas agora.
EÓLICAS – No encontro de Haddad com Motta e Alcolumbre, ontem à noite, o governo apresentou também a MP para compensar o impacto dos “jabutis” vetados por Lula na lei das eólicas offshore e derrubados pelo Congresso, apurou o Broadcast Político.
… Os “jabutis”, que incluem desde a contratação de Pequenas Centrais Hidrelétricas à prorrogação de contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica e benefícios a termelétricas, representarão um aumento de 3,5% na conta de luz.
… O governo pretende editar a Medida Provisória ainda nesta semana.
PROJETO DO IR – Relator da matéria, o deputado Arthur Lira estuda a possibilidade de incluir no texto do Imposto de Renda algumas saídas para o IOF. “Vou conversar com Motta e, se tudo for da maneira mais simples, apresento o relatório essa semana.”
… Ele também pensa em tirar do projeto de isenção do IR as medidas referentes à CSLL, que tem prazo mais apertado para ser aprovada, até dia 30 de setembro, por conta do período da noventena, para poder vigorar em 2026.
… Se a CSLL ficar de fora, o projeto do IR ganha um prazo maior, até o fim do ano, para ser aprovado nas duas Casas do Congresso.
… Lira também sinalizou que o relatório pode baixar a alíquota da taxação da alta renda dos 10% propostos pelo governo para 9% ou 8%. Segundo ele, as contas da alíquota mínima de 10% dão uma compensação “muito maior” do que a renúncia prevista no projeto.
… “A renúncia é de R$ 25 milhões, com uma arrecadação de R$ 34 milhões só para 2026. Estamos buscando a neutralidade da isenção a quem ganha até R$ 5 mil para uma compensação a Estados e municípios. Se vai ser possível, ou não, a gente vai ver nas discussões.”
PRECATÓRIOS – Outra ajuda veio do deputado Baleia Rossi (MDB), relator da PEC sobre as dívidas dos municípios, que incluiu em seu parecer um trecho que propõe a divisão dos precatórios entre despesas primárias e despesas financeiras para fins das metas fiscais.
… Essas despesas são obrigações que devem ser previstas e pagas integralmente no Orçamento. O texto do relatório de Baleia estabelece que o valor principal deve ser contabilizado como despesa primária, e juros e correção monetária, como despesa financeira.
… Até aqui, todas as despesas com precatórios são contabilizadas como gasto primário, ou seja, afetam o resultado primário da União.
… Baleia propôs ainda o IPCA, no lugar da Selic, como base para os juros sobre os débitos de contribuições previdenciárias dos municípios.
BENEFÍCIOS FISCAIS – A Câmara aprovou ontem à noite o regime de urgência para a tramitação do projeto de lei de autoria do deputado Mauro Benevides (PDT) que propõe um corte linear de, no mínimo, 10% em benefícios fiscais no período de 2025 e 2026.
… O projeto prevê redução gradual das isenções, com, no mínimo, 5% neste ano e, no mínimo, 5% em 2026. Os porcentuais poderão ser diferenciados por setor econômico. Além disso, proíbe a concessão de novos benefícios e a prorrogação dos existentes.
… A aprovação ocorre na semana seguinte à votação do regime de urgência para um projeto do senador Esperidião Amin (PP) que prevê regras para isenções fiscais e já foi aprovado no Senado. Benevides conseguiu assinaturas para a urgência.
EM CONTRAPARTIDA – A Câmara acelerou a votação de outra proposta que institui, a partir de janeiro/2027, um programa de incentivos para a indústria química brasileira, com impacto de, no mínimo, R$ 5 bilhões por ano para os cofres públicos.
FORA DA META – O INSS calculou em R$ 3,3 bilhões o dinheiro necessário para ressarcir os aposentados que tiveram valores descontados indevidamente de seus benefícios, conforme apurou o Estadão. O valor ainda terá de ser confirmado pela equipe econômica.
… A ministra Simone Tebet afirmou nesta terça-feira que ainda não há uma decisão do STF se o valor poderá ficar fora da meta fiscal.
MAIS AGENDA – A inflação ao consumidor (CPI) divulgada pela China registrou alta de 0,10% em junho, mas os preços ao produtor (PPI) tiveram queda de 3,6%, em mais um sinal de dificuldades da economia do país.
… Nos Estados Unidos, saem estoques e vendas no atacado em maio (11h), estoques de petróleo do DoE (11h30) e a ata da última reunião do Fomc (15h), que poderá indicar a disposição dos membros mais dovish de iniciarem os cortes de juro mais cedo.
… Ainda na agenda lá fora, o economista-chefe do BCE, Philip Lane, discursa na Casa do Euro (7h45), na Bélgica, e o vice-presidente, Luis de Guindos, faz discurso de encerramento para curso de economia na Espanha (8h).
… No final da noite (22h), o Banco Central da Coreia do Sul anuncia decisão de política monetária.
… Aqui, a primeira prévia do IGP-M de julho abre o dia (8h), seguida apenas pelos dados semanais do fluxo cambial (14h30).
… A audiência pública do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara começa às 10h.
… Nesta segunda, em palestra durante evento da Frente Parlamentar de Empreendedorismo, Galípolo reiterou o compromisso de fazer a inflação convergir para a meta de 3%, negando a possibilidade de mirar o intervalo superior do alvo, de 4,5%.
… Sobre os juros elevados, disse que tem “plena consciência de que, ao colocar a taxa Selic em 15%, dificilmente eu e meus colegas do Copom vamos ganhar o torneio de Miss Simpatia no ano de 2025. Mas eu durmo muito tranquilo”.
MUITA ESPUMA – Tanto aqui como lá fora, os negócios já operaram sob menor estresse. Apesar de Trump bancar a retórica protecionista agressiva, a incerteza é tanta, que carrega a chance de o latido ser pior que a mordida.
… É verdade que o ensaio de acomodação nos mercados globais continuará sendo colocado à toda prova, mas ontem foi dia de a maior parte dos ativos absorver parte das tensões, enquanto a crise tarifária ainda se endereça.
… O real corrigiu as perdas recentes e o Ibovespa caiu pouco, enquanto as bolsas em Nova York reduziam a cautela.
… No caso do câmbio doméstico, os relatos na imprensa sobre os sinais de reconciliação entre o governo e o Congresso para tentar contornar o ruído do IOF também teriam contribuído para o alívio do dólar nesta terça-feira.
… No mercado à vista, a moeda americana fechou em baixa de 0,58%, a R$ 5,4458, apesar de o DXY ter terminado o dia estável (+0,03%), aos 97,516 pontos. No acumulado do ano, o tarifaço já derrubou o índice em mais de 10%.
… Segundo anotou o Broadcast, foi o pior tombo para um primeiro semestre desde a década de 70 (1973), marcando uma reviravolta no cenário visto no mesmo período de 2024, quando o DXY (+7,06%) teve o maior salto desde 2015.
… Apesar de Trump ter sinalizado que a cartinha com as tarifas para a UE está perto de chegar, o euro subiu 0,16%, a US$ 1,1726. A libra pouco oscilou (-0,09%), para US$ 1,3589, e o iene continuou caindo, negociado a 146,66/US$.
… A moeda japonesa ainda sente as ameaças de Trump de impor tarifas de 25% ao país e dobrar a aposta, se houver retaliação. Ficou, assim, em segundo plano o comentário de viés hawkish feito pelo vice-governador do BoJ.
… Hiroshi Nakaso disse ser preciso estar atento ao risco de inflação e há espaço para elevar ainda mais o juro. Para ele, o forte crescimento salarial, repasse de preços pelas empresas e expectativa de inflação podem surpreender.
… O peso chileno (941,78/US$) foi favorecido ontem pelo rali do cobre com o anúncio de Trump de que vai taxar o metal em 50%. Na Comex, o contrato da commodity disparou 13%. Mas à noite já corrigia o estouro (-3%).
… De olho no impacto sobre a inflação das estratégias de negociação tarifária, os juros dos Treasuries completaram a quarta alta seguida, mas moderaram o impulso à tarde, porque o blefe pode ser parte da tática para os acordos.
… A taxa da Note de 2 anos subiu a 3,902%, contra 3,896% na véspera, e a de 10 anos foi a 4,411%, de 4,386%.
… Trump continua vendendo seu peixe, assegura que as tarifas não têm impacto algum sobre os preços, acusa Powell de “choramingar como bebê” sobre uma inflação “inexistente”, cobra sua renúncia e corte imediato do juro.
NOVELA PROTECIONISTA – À espera dos próximos capítulos, as bolsas em NY testaram uma pausa no nervosismo.
… O Dow Jones ainda fechou em baixa moderada de 0,37%, aos 44.240,76 pontos, enquanto o S&P 500 (-0,07%, aos 6.225,52 pontos) e o Nasdaq (+0,03%, aos 20.418,46 pontos) ficaram no zero a zero, após o risk-off da véspera.
… Também o Ibovespa operou em compasso de espera e terminou a sessão em leve baixa de 0,13%, aos 139.302,85 pontos, com giro de R$ 18,5 bilhões. A força exibida pelas ações da Petrobras ajudou a amortecer as perdas da bolsa.
… O papel ON engatou alta de 2,52%, a R$ 35,79, e o PN subiu 1,43%, a R$ 32,52, enquanto o petróleo continuou ignorando a iniciativa da Opep+ de elevar a produção em agosto. O Brent para setembro subiu 0,82%, a US$ 70,15.
… Vale ganhou 0,35%, a R$ 54,58, em linha com o minério (+0,14%). No Broadcast, bancos e casas de análise elevam as projeções para o metal, antecipando cortes na produção das siderúrgicas chinesas, orientados pelo governo.
… As blue chips financeiras operaram mistas: Itaú PN perdeu 0,24%, a R$ 37,14; Bradesco ON caiu 0,21%, a R$ 14,21; Bradesco PN avançou 0,24%, a R$ 16,55; Santander subiu 0,41%, para R$ 29,05; e BB ON perdeu 0,27%, a R$ 22.
… Uma boa notícia é que o Itaú BBA elevou a projeção para o Ibov no fim do ano de 145 mil pontos para 155 mil. Para o banco, ambiente positivo deve se manter à medida que o mercado começa a precificar ciclo de queda do juro.
… Galípolo repetiu ontem, durante evento de empreendedorismo em Brasília, que há indícios de “entupimento” nos canais de transmissão da Selic para a economia, o que exige juros mais altos do que em países semelhantes.
… Ele destacou que alguns subsídios cruzados parecem ter impacto na transmissão da política monetária.
… Citando como exemplo o uso do crédito rotativo pelas famílias brasileiras, o presidente do BC explicou que, como os juros dessa modalidade superam em muito a Selic, eles são pouco sensíveis à taxa básica.
… Às vésperas do IPCA, a fraqueza das vendas no varejo em maio indicou que a política monetária está refreando a atividade. Só não se sabe se a economia menos aquecida vai sensibilizar o Copom a cortar o juro ainda este ano.
… As vendas do comércio varejista restrito, que não incluem automóveis e materiais de construção, caíram 0,2% em maio ante abril, no piso do esperado. As vendas no varejo ampliado subiram 0,3%, perto da aposta mais baixa (0,2%).
… Sem fôlego, os dados derrubaram a ponta curta do DI. Já o trecho longo subiu junto com a taxa dos Treasuries.
… No fechamento, o contrato para Jan/26 marcava 14,920% (de 14,923% na véspera); e Jan/27 caía a 14,185% (de 14,200%). Já o Jan/29 subia a 13,325% (13,307%); Jan/31, 13,450% (13,394%); e Jan/33, 13,510% (13,453%).
EM TEMPO… VALE anunciou a repactuação dos contratos vigentes com a VLI para o transporte de cargas na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), com valor estimado de R$ 25,3 bilhões…
… Deste volume, R$ 25,2 bilhões correspondem a créditos a favor da Vale e aproximadamente R$ 80 milhões a obrigações da companhia.
PRIO aprovou a distribuição de R$ 808,99 mi em JCP, o equivalente a R$ 0,1275/ação, com pagamento até 31/12.
PETRORECÔNCAVO teve produção média de 26,9 mil boed em junho, queda de 1,8% em relação a maio, segundo dados operacionais.
ELETROBRAS convocou AGE para 8/8 para eleição do membro titular do conselho fiscal indicado e a ser eleito exclusivamente pela União…
… Eleição estava prevista no termo de conciliação, celebrado em 25/3, entre União e Eletrobras e aprovado pelos acionistas na assembleia realizada em 29/4.
CEMIG informou que a BME, operadora do mercado de valores espanhol, aprovou a deslistagem das ações da empresa da bolsa Latibex, em Madri, com efeito a partir de amanhã.
CYRELA. Lançamentos no 2TRI registraram crescimento anual de 176% no valor geral de venda (VGV), somando R$ 2,86 bilhões, segundo prévia operacional; no semestre, lançamentos cresceram 180%, para R$ 6,25 bilhões.
GUARARAPES, dona da marca Riachuelo, informou que a sua acionista controladora, Lisiane Gurgel Rocha, doou 40 milhões de ações ordinárias da companhia para familiares e reduziu a sua participação acionária para 19,88%.
SANTOS BRASIL recebeu da CMA Terminals Atlantic nova versão do laudo de avaliação da empresa, elaborado pela consultoria PwC Strategy& do Brasil, que fixa valor justo das ações em R$ 10,69.
SEQUOIA LOGÍSTICA anunciou a venda da sua participação societária de 51% na GHSX Tecnologia e Intermediação (GHSX ou Drops) à sócia Gigahub Serviços pelo valor simbólico de R$ 1…
… A transação inclui a quitação mútua de direitos e obrigações entre as partes e marca a saída da Sequoia do segmento de pontos físicos para retirada e devolução de produtos (modelo Pick-Up & Drop-Off).
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