China, Gaza e Rússia: a tensão que move a semana

… A semana começa com uma bateria de indicadores informados hoje pela China, incluindo o PIB/3Tri, que desacelerou o crescimento de 5,2% para 4,8%. Apesar do ritmo mais fraco da economia, o PBoC manteve os juros estáveis, em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos. Os mercados aguardam mais animados o encontro de Trump e Xi no final do mês, após Washington sinalizar um novo recuo. A nota de apreensão vem do Oriente Médio, após Israel e Hamas terem violado o cessar-fogo. A agenda de indicadores está concentrada na sexta-feira, com o IPCA-15 aqui e o CPI americano, como única exceção na divulgação de dados no shutdown, que completa 20 dias.

ALIVIOU – Trump surpreendeu o mercado, na sexta-feira, mudando a conversa sobre a China, quando disse que a tarifa de 100% anunciada por ele poucos dias atrás, em retaliação às novas restrições de Pequim na exportação de terras raras, não era “sustentável”.

… Os sinais de distensão foram reforçados pela confirmação do presidente de que pretende se encontrar com Xi Jinping nas “próximas semanas”, durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na Coreia do Sul, possivelmente, entre os dias 29 de 30.

… Trump disse também que a sua relação com a China tem sido “construtiva”, e que [por isso] não iria antecipar as novas tarifas aos produtos chineses, previstas para entrar em vigor a partir de 1º de novembro. Levou as bolsas em Nova York às máximas do dia.

… No sábado, a AFP noticiou que China e Estados Unidos concordaram em abrir uma nova rodada de negociações comerciais já nesta semana.

… No domingo, em entrevista exibida pela Fox Business, o presidente Trump disse que não quer “destruir” a China, que o presidente Xi Jinping é “inteligente” e parece querer negociar as tarifas. “É a coisa certa a fazer.”

… A bordo do Air Force One, na volta do fim de semana, Trump antecipou sua exigência para revogar as tarifas aos produtos chineses, dizendo que eles precisam “retomar a compra de soja, pelo menos nos volumes de antes”, e parar de mandar fentanil para os Estados Unidos.

CHINA HOJE – Sob pressão, Pequim confirmou as expectativas de desaceleração, como crescimento de 4,8% do PIB/3Tri na base anualizada, um pouquinho melhor que o esperado (4,7%), mas abaixo de sua meta de 5%.

… Também as vendas no varejo recuaram, de 3,4% em agosto para 3% em setembro, contra 2,9% das estimativas.

… Só a produção industrial em setembro surpreendeu com forte alta de 6,5%, bem acima do consenso (5%) e de agosto (5,2%).

… Ainda nesta segunda-feira, o PBoC chinês manteve as taxas de juros de referência (LPR) inalteradas pelo quinto mês consecutivo, apesar de desaquecimento econômico: a taxa de um ano permaneceu em 3,0% e a de cinco anos ficou em 3,5%.

… A semana em Pequim será marcada pela realização da Quarta Sessão Plenária do Partido Comunista chinês, que discutirá o Plano Quinquenal do período 2026-2030, com possível foco no desenvolvimento tecnológico de indústrias de ponta.

RÚSSIA X UCRÂNIA – Na mesma entrevista à Fox Business, no domingo, Trump também falou sobre a Rússia, afirmando que tem “boa relação” com Putin e acredita que um acordo com a Ucrânia acontecerá, mas que Moscou “levará alguma coisa” de territórios ucranianos.

… No Washington Post, Putin pediu a Trump que Kiev entregue o controle total de Donetsk, uma região estratégica no leste da Ucrânia, como condição para cessar a guerra entre os dois países. A exigência foi feita no telefonema entre eles, ocorrido na semana passada.

… Já o Financial Times revelou que Trump instou Zelensky a aceitar os termos da Rússia para encerrar a guerra, durante tensa reunião na Casa Branca, na sexta-feira, quando alertou o líder ucraniano que Putin havia ameaçado “destruir” a Ucrânia caso o país não concordasse.

… Trump planeja um novo encontro com Putin em breve e essa expectativa gera especulações sobre a chance de flexibilizar as sanções à Moscou.

ISRAEL X HAMAS – No evento de maior tensão geopolítica do fim de semana, o acordo celebrado por Trump no Oriente Médio foi ameaçado por uma série de ataques de Israel contra dezenas de alvos do Hamas em Gaza.

… Israel alegou que o Hamas teria violado o cessar-fogo, disparando contra suas tropas em Rafah; prometeu responder com firmeza e assim foi feito. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a guerra em Gaza não terminará até que o Hamas se desarme.

… Netanyahu orientou o exército a tomar “ações fortes” contra quaisquer violações do acordo, mas não ameaçou retornar à guerra. No fim de domingo, as Forças de Defesa de Israel anunciaram que retomariam o cessar-fogo, embora prontos para responder a qualquer nova violação.

… O Egito, envolvido nas negociações de cessar-fogo em Gaza, disse que contatos ininterruptos estão em andamento para desescalar a situação entre Israel e Hamas, enquanto Trump enviou o seu vice, JD Vance, para liderar uma delegação a Israel nesta semana.

… Questionado sobre a situação no Oriente Médio, Trump disse que o cessar-fogo em Gaza continua em vigor e minimizou os ataques do Hamas no fim de semana. “Alguns rebeldes podem estar por trás, talvez a liderança do Hamas não esteja envolvida.”

COLÔMBIA ENTRA NA MIRA – Em nova frente de confronto, Trump foi à sua redes Truth Social para acusar o presidente colombiano, Gustavo Petro, de traficante e “líder de drogas ilegais”, anunciando o fim dos subsídios americanos ao país.

… Petro respondeu no X, negou qualquer vinculação com o narcotráfico e disse que Trump foi “grosseiro e ignorante” com os colombianos.

NO KINGS – Milhares de manifestantes se reuniram neste sábado em Washington, Nova York e outras cidades dos Estados Unidos para protestar contra as políticas autoritárias do governo Trump, em clima de festa de rua, com bandas e muitas pessoas fantasiadas.

SHUTDOWN – Com a paralisação do governo entrando no vigésimo dia, democratas dizem que nenhum avanço é possível sem o envolvimento do presidente Trump, mas que ele não demonstra urgência em intermediar um compromisso que encerraria o impasse.

… O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, e o líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, disseram que os republicanos mostram “pouca seriedade nas negociações” e que o líder da maioria no Senado, John Thune, não apresentou nenhuma proposta até o momento.

… Os líderes republicanos se recusam a negociar até um projeto de lei de financiamento de curto prazo para reabrir o governo, enquanto os democratas insistem que não concordarão sem garantias sobre a extensão dos subsídios de seguro de saúde.

… Na Associated Press, Trump não parece ter pressa, enquanto se ocupa das questões externas.

BRASIL & EUA – O presidente Lula desembarca na Indonésia nesta quinta-feira, em escala para a Malásia, onde ficará até o dia 28, quando espera encontrar-se com Donald Trump na Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

… O Planalto está confiante na reaproximação entre os dois países após a conversa amistosa de Marco Rubio com Mauro Vieira, na Casa Branca.

… Segundo a mídia apurou, Lula planeja alertar Trump de que uma intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela poderia desestabilizar governos vizinhos e fortalecer o crime organizado na América Latina, produzindo o efeito contrário ao que se deseja.

… Trump autorizou a CIA a operar secretamente para derrubar Nicolás Maduro e deslocar navios de guerra ao Caribe.

… Apesar do otimismo, o governo brasileiro admite que ainda não conseguiu resultados concretos em seus pleitos; seguem vigentes o tarifaço de 50%, a cassação de vistos e o cerco da Lei Magnitsky a autoridades do Judiciário e do Executivo.

… Entre os temas de interesse mútuo, os Estados Unidos querem avançar sobre as pautas do etanol e de minerais críticos – já que as reservas brasileiras de terras raras, entre outros recursos, podem ajudar a reduzir a dependência americana de fontes da China.

… O Brasil quer o processamento nacional, com investimentos norte-americanos, o que pode ser um complicador.

… Integrantes do governo Lula veem a expansão chinesa como a grande disputa de fundo de Trump na América Latina, mas dizem que o País não vai abrir mão da relação comercial e econômica privilegiada com Pequim.

… Na Folha, se Trump pedir um afastamento da China, deve ouvir um sonoro “no way”, resumiu uma autoridade do Planalto.

… Uma das possíveis concessões seria no acesso do etanol americano – a diferença de tarifas pré-sobretaxas (18% no Brasil a 2,5% nos Estados Unidos) é uma queixa recorrente, mas o Brasil deve pedir também uma contrapartida no açúcar, que entra no país por meio de cotas.

… Está no radar também que Trump possa anunciar uma exceção ao café a todos os países, por causa da inflação interna recorde registrada após o tarifaço. A medida beneficiaria o Brasil, responsável por abastecer 30% do mercado doméstico nos Estados Unidos.

VAI ROLAR NA SEMANA – Os investidores aguardam a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) de setembro nos Estados Unidos, prometido pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS) para esta sexta-feira, 24, apesar do shutdown.

… O indicador, que interromperá o apagão de dados, sairá antes da reunião do Fomc da semana seguinte, no dia 29, que já impõe período de silêncio aos dirigentes do Fed. A expectativa para o CPI é de estabilidade sobre agosto, mas em patamares elevados.

… Além disso, serão divulgados na sexta o PMI de outubro da S&P e a leitura final do sentimento do consumidor de Michigan.

… No Brasil, a semana será esvaziada de indicadores, com destaque para o IPCA-15 de outubro e os dados do setor externo de setembro, ambos também na sexta-feira. Hoje, sai o Boletim Focus (8h25) e, nos Estados Unidos, as vendas de casas existentes (11h).

BALANÇOS – Netflix, Tesla e Intel estão entre as empresas que divulgarão balanços nesta semana em Nova York.

… Netflix sai amanhã (terça), junto com 3M, Coca-Cola e Western Alliance. Na quarta, tem AT&T, Alcoa, IBM e Tesla. Na quinta, American Airlines, Intel e Ford. E encerrando a semana, na sexta-feira, Procter & Gamble. Para hoje, não há resultados previstos.

… Na B3, a temporada de resultados financeiros do 3Tri tem início com Weg e Romi, na quarta-feira, e Usiminas na sexta.

… Já a Vale divulgará amanhã, terça-feira, o seu relatório de produção e vendas do terceiro trimestre deste ano, após o fechamento do mercado. O balanço do 3Tri da mineradora será reportado na próxima semana, no dia 30.

AGENDA ELEITORAL – O presidente Lula lança hoje o programa “Reforma Casa Brasil”, em solenidade no Palácio do Planalto, às 15h30, uma aposta para atrair o eleitor de renda mais baixa em 2026, após o novo modelo de financiamento de imóveis à classe média.

… A nova política pública vai oferecer crédito facilitado e apoio técnico para reformas e melhorias em moradias em todo o País, com uma linha de R$ 30 bilhões às famílias com renda até R$ 9.600 e de R$ 40 bilhões para rendas superiores a esse limite.

… No sábado, o presidente Lula anunciou para 2026 investimento de R$ 108 milhões em apoio para até 500 cursinhos populares, que preparam estudantes de baixa renda para a universidade, defendendo a universalização do programa Pé-de-Meia.

… “Nós precisamos aprovar a universalização do Pé-de-Meia para que todas as pessoas possam ter o direito de estudar. É difícil. A Faria Lima vai brigar com a gente. Os banqueiros vão reclamar. Nossa, esse governo está gastando R$ 13 bilhões com o Pé-de-Meia.”

… O presidente insistiu, no entanto, que colocar dinheiro na educação não é gasto e sim investimento.

TCU – A área técnica do Tribunal de Contas da União emitiu parecer na última sexta-feira recomendando que os ministros da Corte mantenham a decisão de obrigar o governo a cumprir o centro da meta fiscal, na hora de decidir pelos congelamentos do Orçamento.

… O documento rejeita os argumentos apresentados pela AGU, que recorreu da decisão do plenário da Corte e obteve liminar suspensiva até o julgamento do mérito. Os técnicos do TCU citam o risco de aumento da dívida bruta em “centenas de bilhões de reais”.

… “A dívida bruta se estabilizaria em 87,1% do PIB em 2035 sob a política fiscal orientada pelo centro da meta, ao passo que, sob o limite inferior, permaneceria alcançaria 89,7% do PIB em 2035, uma diferença de 2,6 pp que equivale a R$ 322 bilhões em valores de agosto.”

STF – Lula deve indicar o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal até esta terça-feira, antes da sua viagem à Indonésia e à Malásia, segundo aliados do presidente revelaram à Folha.

… Também é esperada para os próximos dias a nomeação do deputado Guilherme Boulos (PSOL) para chefiar a Secretaria Geral da Presidência.

EMENDAS PIX – O ministro Flávio Dino convocou para a quinta-feira sessão com o Congresso sobre a transparência de emendas parlamentares. Ele é o relator de diversas ações na Corte que questionam os repasses realizados sem a indicação dos nomes de deputados e senadores.

… No Estadão/domingo, em meio ao endurecimento das regras do STF, deputados e senadores aproveitaram o atraso na aprovação do Orçamento para achar brechas e turbinar suas emendas Pix, ampliando em R$ 73 milhões os repasses diretos a Estados e prefeituras.

… Embora a prática não seja ilegal, especialistas ouvidos pelo jornal avaliam que a manobra expõe uma corrida dos parlamentares por dividendos políticos, com a antecipação das transferências de olho nas eleições de 2026.

SEXTOU – Em clima de descontar riscos, os mercados globais foram invadidos por um sentimento de risk-off na sexta-feira, quando resolveram relativizaram a guerra comercial e surfar em uma onda de otimismo.

… Prevaleceu a impressão de que Trump blefou na ameaça de 100% das tarifas à China e agora opta pelos caminhos diplomáticos, em meio às reviravoltas que têm sido a marca registrada de suas táticas de negociação no tarifaço.

… Além ‘disso, o investidor se recobrou no pregão antes do final de semana do susto com as perdas dos bancos regionais norte-americanos com fraudes em empréstimo, preferindo avaliar os episódios como isolados.

… Baixada a poeira com as tensões comerciais e de crédito bancário, o índice Vix do medo devolveu quase todo o salto de mais de 20% das véspera, as bolsas em NY retomaram o ânimo e o Ibovespa recuperou os 143 mil pontos.

… O dólar caiu para a faixa de R$ 5,40 e só quem ficou de fora da onda positiva foram os juros futuros, que voltaram a encarnar os riscos fiscais. A notícia da Folha de que o Congresso quer driblar o arcabouço acendeu o alerta.

… Os parlamentares querem aprovar uma medida que do arcabouço parte das despesas com educação e saúde financiadas com dinheiro do Fundo Social do Pré-Sal e gastos bancados com recursos de empréstimos internacionais.

… A iniciativa foi incluída em um projeto de lei já aprovado pela Câmara e agira tramita no Senado.

… A manobra articulada em Brasília se soma ao desconforto com o populismo do governo, de olho no ano eleitoral.

… Especialmente a ponta longa da curva do DI incorporou prêmio de risco fiscal, descolada do alívio do câmbio.

… Com leve viés de alta, o contrato de juro para Jan/29 terminou a 13,330% (contra 13,320% na sessão anterior); Jan/31 subiu a 13,605% (de 13,582%); e Jan/33, a 13,745% (de 13,726%).

… O vencimento para Jan/26 (14,897%) ficou perto do ajuste de 14,895%; e o Jan/27 caiu a 14,010% (de 14,023% no pregão da véspera), mais relaxados com Trump.

… A suavização do seu discurso, admitindo ser inviável uma tarifa extra de 100% sobre a China e dizendo acreditar que “tudo ficará bem”, desarmou pressão no dólar à vista, que engatou queda de 0,69%, cotado a R$ 5,4055.

… Na semana, caiu quase 1,8%. A moeda americana opera na banda de baixo do intervalo de R$ 5,40 a R$ 5,50, com a reconciliação de Washington com Pequim e, mais do que tudo, diante do carry trade atraente do momento.

… O BC realiza hoje dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), para rolagem do vencimento de novembro. Os leilões, de até US$ 1 bi no total, ocorrerão de forma simultânea, das 10h30 às 10h35.

SR. SIMPATIA – Apesar da convicção (só para não dizer certeza absoluta) de que o Fed vai promover cortes acumulados dos juros, uma queda do DXY na sexta-feira foi neutralizada pelo tom amistoso de Trump com a China.

… No pano de fundo, também entrou na conta o menor estresse com o sistema financeiro americano. Antes do período de silêncio, o Fed boy Alberto Musalem disse que as condições de crédito estão “muito boas” agora.

… Sobre os juros, disse que pode apoiar reduções adicionais, caso os riscos para o mandato de emprego se materializem, os riscos para a inflação se mantenham contidos e as expectativas continuem ancoradas.

… Praticamente estável, o DXY fechou em leve alta de 0,09%, a 98,433 pontos. Com Trump mais manso, o iene caiu para 150,50/US$ e o euro recuou 0,31%, a US$ 1,1669. A libra esterlina pouco oscilou (-0,06%), a US$ 1,3432.

… Com o encontro entre Trump e Xi Jinping de pé e a reprecificação dos riscos bancários, o investidor desfez o apelo de proteção nos Treasuries e o yield da Note-10 anos voltou a 4,000%, um dia após ter furado esta marca (3,978%).

WISHIFUL THINKING – O investidor vendeu segurança e comprou risco: o Dow Jones subiu 0,52%, aos 46.190,61 pontos; o S&P 500 teve alta de 0,53%, aos 6.664,01 pontos; e o Nasdaq avançou 0,52%, aos 22.679,97 pontos.

… No embalo de Nova York, o Ibovespa fechou em alta firme de 0,84%, reconquistou os 143 mil pontos (143.398,63) e registrou volume financeiro melhor, de R$ 26,5 bilhões, impulsionado pelo exercício de opções sobre ações.

… No contexto de maior apetite por risco, os bancos exibiram fôlego e agora acionam a contagem regressiva para a temporada dos balanços, na semana que vem. O lucro das maiores instituições deve crescer, em média, 3% (UBS BB).

… Bradesco ON subiu 1,10%, a R$ 15,05; Bradesco PN, +0,68%, a R$ 17,68; Itaú, +0,35%, a R$ 37,49; Santander unit, +0,68%, a R$ 28,20; e o papel do BB saltou 2,60%, negociado no fechamento na máxima intraday de R$ 20,90.

… A sensação de que o Ibama está prestes a anunciar o sinal verde à exploração da Margem Equatorial contagiou as ações da Petrobras (PN +0,95%, a R$ 29,73; e ON +0,48%, a R$ 31,64), que faturaram ainda a alta do petróleo.

… O Brent para dezembro avançou 0,38%, a US$ 61,29, com os sinais de entendimento de Trump com a China.

… Ainda entre as commodities, o minério de ferro caiu de leve (-0,19%) e levou a Vale junto (-0,28%), mas a ação resistiu acima de R$ 60, cotada a R$ 60,13, no melhor patamar em quase dois anos. Na semana, avançou 2%.

COMPANHIAS ABERTAS – O aval do Ibama para a licença ambiental de exploração da Margem Equatorial pela PETROBRAS, na bacia da Foz do Amazonas, é esperado para a qualquer momento. O processo está próximo de ser analisado de forma conclusiva, apurou o Broadcast.

AMBIPAR. O prazo para a empresa entregar um pedido de recuperação judicial começa a ser contado nesta segunda-feira, após a cautelar que deu proteção contra credores ter vencido neste fim de semana. O pedido pode ser entregue qualquer dia, inclusive hoje.

BRASKEM informou que Camex decidiu manter por mais um ano, até outubro de 2026, a alíquota do imposto de importação de 20% para as resinas polietileno (PE), polipropileno (PP) e PVC.

SUZANO anunciou a precificação de uma emissão e oferta de panda bonds em duas tranches, voltadas para o mercado chinês. O valor total é de US$ 196 milhões, com vencimento até 2030.

REDE D´OR abriu negociações com Aliança e Dasa, após discordar de preço pedido por Fleury. (Lauro Jardim/Globo)

ASSAÍ. O Citi manteve a recomendação de compra, mas reduziu o preço-alvo do papel R$ 13,60 para R$ 11,80.

IGUATEMI. Radar reduziu participação na companhia de 10,2% para 9,91% do total de ações preferenciais, passando a deter 43.159.600 de papéis do tipo.

EZTEC lançou dois empreendimentos no terceiro trimestre, somando um valor geral de vendas (VGV) de R$ 475 milhões, considerando apenas a participação da companhia nos projetos…

… Esse valor representa queda de 31,6% na comparação anual e de 3,1% na base trimestral.

IRANI PAPEL E CELULOSE. O conselho de administração aprovou a realização da sexta emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor de R$ 120 milhões.

ENERGISA e a controlada direta Energisa Transmissão de Energia (ETE) informaram que energizaram o reforço da subestação Oriximiná, no Pará, para aumento da potência instalada.

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Alerta no crédito nos EUA assusta bolsas

… A confirmação da viagem de Trump à Coreia do Sul, onde pode se encontrar com Xi no final do mês, e os progressos relatados na conversa do presidente dos Estados Unidos com Putin para tentar pôr fim à guerra com a Ucrânia trazem alívio aos focos de tensão geopolítica. Hoje, Zelensky será recebido na Casa Branca. Mas o que pegou ontem foram supostas fraudes denunciadas por dois bancos norte-americanos, que assustaram o setor financeiro em Wall Street, com o índice VIX – termômetro do medo – disparando 20%. Aqui, a conversa positiva da diplomacia brasileira em Washington é a boa notícia, mas a indefinição sobre o Orçamento de 2026 amplia os receios com o risco fiscal.

O SUSTO DO DIA – Dois bancos regionais dos Estados Unidos, o Western Alliance e o Zions, abalaram a confiança dos investidores em Nova York ao divulgarem problemas com empréstimos envolvendo alegações de fraude, aumentando as preocupações sobre o mercado de crédito.

… O Zions informou uma baixa contábil de US$ 50 milhões referente a um empréstimo subscrito por sua subsidiária integral, o California Bank & Trust, e o Western Alliance, que está lidando com um mutuário que não “forneceu empréstimos colaterais em primeira posição”.

… Na Bloomberg, a Western Alliance também está exposta ao colapso da fornecedora de autopeças First Brands Group, uma das implosões recentes que deixaram os investidores se perguntando se a beira do precipício está próxima.

… Mesmo que os eventos de crédito sejam isolados, os bancos que assumem prejuízos com empréstimos inadimplentes têm sido manchetes com mais frequência nos últimos dois meses, algo que foi turbinado esta semana pelo alerta de bug do CEO do JPMorgan, Jamie Dimon.

… Após as falências da First Brands e da Tricolor Holdings, no mês passado, o JPMorgan deu baixa contábil de US$ 170 milhões e o Fifth Third Bancorp, de até US$ 200 milhões. Esta foi a tônica dos mercados ontem em Wall Street (leia abaixo).

RÚSSIA E UCRÂNIA – O presidente Trump recebe hoje no Salão Oval da Casa Branca o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quando deve relatar a conversa telefônica que manteve nesta quinta-feira com Vladimir Putin, considerada por ele “muito produtiva”.

… Em sua rede social, Trump escreveu que ele e presidente russo concordaram com uma reunião de assessores de alto nível dos dois países na próxima semana e, depois, “Putin e eu nos encontraremos em Budapeste para ver se conseguimos pôs fim a essa guerra inglória”.

… Pouco depois, Trump informou aos jornalistas que ele deve se reunir com o presidente Putin, “dentro das próximas duas semanas”, dizendo que o conflito entre Rússia e Ucrânia “poderia culminar em uma Terceira Guerra Mundial”, mas que “isso não vai acontecer”.

… Na entrevista coletiva no Salão Oval, o presidente Trump ainda comentou sobre a crise no Oriente Médio, dizendo que o Hamas “deve honrar seus compromissos, ou alguém agirá contra eles se necessário, sob os auspícios dos Estados Unidos”.

CHINA – Conselheiro de Segurança Nacional do Gabinete Presidencial da Coreia do Sul, Wi Sung-lac, confirmou ontem que Trump visitará o país nos dias 29 e 30 de outubro. “Se um encontro EUA-China ocorrer, acontecerá durante sua estadia [na Coreia do Sul].”

INÍCIO AUSPICIOSO – Em breve pronunciamento sobre o encontro com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, o chanceler Mauro Vieira informou que a reunião em Washington foi um começo “auspicioso” da reaproximação entre os dois países.

… Segundo ele, a reunião durou cerca de uma hora e foi “ótima, muito produtiva, num clima de excelente descontração, iniciando um processo de negociação, no qual trabalharemos para normalizar e abrir novos caminhos para as relações bilaterais”.

… Vieira confirmou que os presidentes Lula e Trump devem se encontrar em breve, embora a data e o local não estejam ainda definidos.

… Questionado sobre a possibilidade de os líderes se encontrarem na Cúpula da Asean, bloco econômico do Sudeste Asiático, que acontece em Kuala Lumpur, na Malásia, entre 26 e 28 de outubro, o chanceler não descartou. “Pode ser, vai depender se coincidir as datas.”

… Vieira disse que reiterou a posição que Lula transmitiu a Trump, em telefonema na semana passada, sobre a necessidade de reversão da tarifa de 50% adotada pelo governo norte-americano em julho. “Isso demandará uma negociação a ser iniciada nos próximos dias.”

… Também o Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, que participou do encontro, comentou que a conversa com o ministro Mauro Vieira foi “muito positiva em relação ao comércio e nas questões bilaterais em andamento”.

… Em nota, afirmou que Brasil e Estados Unidos irão “colaborar e conduzir discussões em múltiplas frentes no futuro imediato e estabelecer um caminho de trabalho adiante”, e que trabalharão juntos para agendar uma reunião Trump e Lula “o mais cedo possível”.

… No Valor, o Palácio do Planalto já admite, nos bastidores, que as conversas entre Brasil e Estados Unidos terão que culminar num resultado óbvio para a diplomacia americana: a “vitória política” do presidente Donald Trump.

… Assessores do presidente Lula avaliam que, diante da força geopolítica dos Estados Unidos, não há como construir um acordo entre os dois países se o resultado for somente o recuo americano em relação às sanções impostas contra o Brasil.

TERRAS RARAS – Tema de grande interesse dos Estados Unidos e do presidente Trump, o Brasil criou o Conselho Nacional de Política Mineral, que teve sua primeira reunião realizada, nesta quinta-feira, com a presença do presidente Lula.

… O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que será instalado em até 30 dias um “conselho especial” para tratar dos minerais críticos e estratégicos, tidos como essenciais para a transição energética e produção de bens industriais de alto valor agregado.

… Silveira admitiu que “há uma grande oportunidade para o Brasil” na negociação com os Estados Unidos, confirmando que se encontrará com o secretário de Energia americano, Chris Wright, na reunião dos ministros do setor energético do G7, no Canadá, no final do mês.

… “Vamos discutir minerais críticos, convergências entre o que temos de minerais, e o capital americano para explorar os minerais”.

O DESAFIO FISCAL – O governo ainda não apresentou propostas de arrecadação após a derrota da Medida Provisória do IOF.

… A equipe econômica faz segredo sobre os estudos e o ministro Haddad negou que tenha sido chamado por Lula na quarta-feira para apresentar alternativas que possam compensar a perda de receita com a queda da MP 1.303, dizendo que “a pauta era outra”.

… Uma sinalização foi dada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmando que se poderá optar por um projeto de lei com trechos “incontroversos” da medida que foi derrubada pela Câmara, deixando um déficit de R$ 20 bilhões para o ano que vem.

… Otimista, ele disse que, “se o texto é incontroverso, pode ter um acordo nas duas Casas, botar uma urgência e votar com certa rapidez”.

… Ao participar de evento em São Paulo, o presidente nacional do MDB e deputado federal Baleia Rossi disse, no entanto, que não há “nenhum clima” na Câmara para votar qualquer projeto que implique em elevação da carga tributária.

… Os R$ 15 bilhões de bloqueios e contingenciamentos, que também perderam validade, devem ser reeditados.

… Ao Broadcast, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, avaliou que as perspectivas de curto prazo para as contas públicas estão ficando cada vez mais insustentáveis, o que justifica a dinâmica de cautela nos negócios.

… “Não se sabe de onde o governo vai tirar recursos e, mesmo assistindo à derrota avassaladora da MP do IOF, eles estão tentando reapresentá-la com soluções retóricas.” Para ele, isso demonstra que o Executivo não tem opções na mesa.

… “O grau de incerteza é muito grande, e não apenas de curto prazo, mas também conjuntural, já que a estrutura do arcabouço fiscal é degradada a cada instante.” Na opinião de Sanchez, a menos que as medidas sejam críveis, os ativos podem estressar.

… A decisão do TCU de acatar recurso do governo e suspender a obrigatoriedade de calcular os gastos para atingir o centro da meta fiscal, e não o piso, como está sendo feito, representa um alívio apenas temporário para as contas públicas.

STF – Uma esperança para resolver o buraco de 2026 está no julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a ação que questiona a desoneração da folha de pagamentos, que começa hoje no plenário virtual com previsão de ser encerrado na próxima sexta-feira, 24.

ISENÇÃO DO IR – Técnicos do Senado calculam que a ampliação da faixa na tabela de isenção do Imposto de Renda representará uma renúncia fiscal de R$ 8,3 bilhões em 2026, R$ 3 bilhões em 2027 e R$ 4,8 bilhões em 2028 – totalizando pouco mais de R$ 16 bilhões até 2028.

O FAVORITO – Cogitado como o nome preferido de Lula para a vaga de Luiz Roberto Barroso no STF, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, participou de encontro com bispos da Igreja Evangélica, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto.

… Lula compartilhou as imagens do X com Messias e Gleisi Hoffmann, com a legenda: “Um encontro especial, de emoção e fé”.

… O AGU é evangélico e dialoga bem com as principais lideranças neopentecostais, neste momento em que o PT tenta quebrar as resistências dessa parcela do eleitorado, que sempre foi leal ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

AGENDA – O dia começa com a prévia do IPC-Fipe, às 5h, e depois vem o IGP-10 de outubro (8h), que deve desacelerar a 0,20%, após alta de 0,21% em setembro. As projeções no Broadcast vão de queda de 0,08% a alta de 0,39%.

… Nos Estados Unidos, o Fed boy Alberto Musalem (vota) participa de painel às 13h15. Entre os indicadores, saem a inflação ao consumidor (CPI) de setembro na zona do euro, às 6h, e os dados de petróleo da Baker Hughes, às 14h.

… Antes da abertura dos mercados americanos, a American Express divulga seu balanço trimestral.

ESQUELETO NO ARMÁRIO – As potenciais fraudes de devedores relatadas por bancos regionais dos Estados Unidos levantaram a lebre sobre o crédito, puseram Nova York em estado de alerta, mas respigaram pouco por aqui.

… No início da semana, como lembrou reportagem da Dow Jones, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, advertiu para o que chamou de “baratas” no sistema financeiro, em referência a participantes do mercado que cometem desvios.

… “Quando você vê uma barata, provavelmente há outras”, disse, levantando suspeitas de ponta do iceberg.

… Não demorou para que o episódio remetesse a memória do investidor à crise bancária de dois anos atrás, com as falências de bancos como o Silicon Valley Bank (SVB) e o First Republic Bank, e preocupações com a inadimplência. 

… Traumatizado pelo estresse, o investidor promoveu nesta quinta-feira uma corrida para a segurança.

… Além de o VIX do medo ter escalado, o mercado elevou o apelo pela proteção dos Treasuries e do ouro (+2,45%), que renovou o pico histórico, a US$ 4.304,60 por onça-troy. Só o dólar não subiu, porque o Fed dovish não deixa.

… O Fed boy de Trump, Stephen Miran, chegou a falar em uma flexibilização monetária mais agressiva, de 50 pontos.

… Já Christopher Waller, cotado para presidir o Fed, disse que cortar as taxas novamente [em 25 pontos] é “a coisa certa a fazer” e que os dados de todas as fontes contam a história de um mercado de trabalho enfraquecido.  

… O colega Thomas Barkin concorda que houve uma “mudança notável” (para pior) no mercado de trabalho. À noite, Neel Kashkari, afirmou que a situação do emprego tem maior risco de “surpresa negativa” do que a inflação.

… Ao Broadcast, o economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho, apontou que aumenta a probabilidade de três quedas seguidas de 25 pontos do juro americano (outubro, dezembro e janeiro).

ESTÁ DADO – Com as apostas em quase 100% de corte acumulado de 50 pontos no juro este ano, os ensaios de reação do dólar têm ficado na vontade. Ontem, o índice DXY fechou em queda de 0,46%, aos 98,336 pontos.

… O euro conquistou terreno (+0,40%) e fechou negociado a US$ 1,1693, não só por causa do Fed, mas também porque alguns integrantes do BCE têm defendido manutenção do juro (ao invés de corte) na zona do euro.

… Além disso, foi importante o premiê francês Sébastien Lecornu ter sobrevivido a dois votos de desconfiança.

… Por aqui, as preocupações levantadas nos Estados Unidos sobre a situação do crédito desaceleraram a apreciação do real, mas o alívio de que novos cortes de juros pelo Fed estão contratados falou mais alto para câmbio.

… O dólar à vista fechou abaixo de R$ 5,45, em queda de 0,35%, cotado a R$ 5,4431. Após o fechamento, o BC informou que, na próxima segunda-feira, às 10h30, realiza dois leilões de linha de até US$ 1 bilhão no total.

… No Broadcast, analistas dizem o real poderia estar exibindo maior fôlego, não fossem as dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas, que ontem constrangeram a curva do DI e pressionaram os juros de médio e longo prazo.

… Repercutiu mal a decisão do TCU que autoriza o governo a mirar o piso da meta fiscal, e não o centro, enquanto a equipe econômica ainda busca alternativas para compensar a perda de arrecadação com a derrota da MP do IOF.

… Na ponta curta do DI, nem mesmo o IBC-Br, que subiu 0,4% em agosto, abaixo das projeções de 0,70%, conseguiu tirar as taxas de perto dos ajustes. O mercado segue precificando Selic em 15% até o início de 2026.

… Esta aposta foi endossada novamente pelo diretor do BC Nilton David. Ele confirmou que o BC manterá o termo “período bastante prolongado” até estar convencido de que todos os dados convergem para onde deveriam estar.

… “Não podemos e não vamos correr o risco de reagir a ruído”, disse, em evento do UBS, em Washington, acrescentando que o Copom tem que esperar mais tempo para garantir a convergência das expectativas de inflação.

… No fechamento, o contrato de DI para Jan/26 ficou estável em 14,895%; Jan/27 subiu a 14,030% (de 14,028% na véspera); Jan/29, a 13,330% (de 13,301%); Jan/31, 13,580% (de 13,536%); e Jan/33, 13,740% (de 13,660%).

… De olho na fragilidade fiscal doméstica, o movimento na renda fixa contrariou a queda nas taxas dos Treasuries.

SÓ NO TRUQUE – A revelação dos bancos regionais americanos sobre os calotes sofridos jogou os yields pra baixo.

… O rendimento da Note-2 anos voltou à mínima em mais de dois anos: 3,423%, de 3,500% na véspera. O retorno do títulos do Tesouro de 10 anos furou os 4%, negociado no nível mais baixo desde abril, a 3,978%, de 4,037%.

… Parte da queda tem a ver com os cortes do Fed. Mas o estresse bancário foi o protagonista do movimento.   

… O Western Alliance caiu mais de 10% após anunciar que está processando um cliente por fraude, enquanto os papéis do Zions despencaram 13% ao registrar perda contábil relacionada a empréstimos sob investigação.

… O movimento contaminou os gigantes do setor (JPMorgan, -2,34%; Citi, -3,53%; Goldman Sachs, -1,28%; e Morgan Stanley, -1,62%) e levou as bolsas norte-americanas a acusarem a tensão com os empréstimos inadimplentes.

… O Dow Jones caiu 0,65%, aos 45.952,24 pontos; S&P 500, -0,63% (6.629,07 pontos), e Nasdaq, -0,47% (22.562,54).

… No Brasil, o Ibovespa não conseguiu sustentar a alta da manhã e também virou para o negativo, refletindo um pregão de cautela antes da temporada de balanços do terceiro trimestre e com pressão das commodities.

… O índice à vista da bolsa doméstica fechou em baixa de 0,28%, aos 142.200 pontos, com giro de R$ 20,9 bilhões.

… Em véspera de exercício de opções, Petrobras recuou com o petróleo e Vale também operou no vermelho, mas se manteve acima de R$ 60. Fechou cotada a R$ 60,30, em queda de 0,92%, colada ao minério de ferro (-0,90%).

… Petrobras ampliou as perdas: PN devolveu 1,01%, a R$ 29,45, e ON caiu 0,79%, a R$ 31,49, enquanto o petróleo emplacava a terceira queda consecutiva, no contexto de percepção de muita oferta para pouca demanda global.

… Além do aumento inesperado nos estoques americanos da commodity, entrou ontem na conta da fraqueza do barril a conversa “produtiva” de Trump com Putin, sinalizando avanços para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.

… Ignorando a liquidação entre os bancos americanos, por aqui, só Itaú caiu e bem pouco: -0,24; R$ 37,36. Bradesco PN subiu 1,15% (R$ 17,56); Bradesco ON, +0,74%, a R$ 14,90; Santander, +0,29% (R$ 28,01); e BB, +0,25% (R$ 20,37).

COMPANHIAS ABERTAS – CEMIG concluiu a venda de quatro usinas (Machado Mineiro, Sinceridade, Martins e Marmelos) para a Âmbar Energia por R$ 52,4 milhões.

CPFL ENERGIA pagará a quinta parcela dos dividendos aprovados em assembleia realizada em 29 de abril; proventos, no valor total de R$ 200 milhões, o equivalente a R$ 0,1735 por ação, serão distribuídos em 27 de outubro…

… Companhia recebeu a carta de renúncia de Daobiao Chen ao cargo de membro e presidente do Conselho de Administração, para o qual havia sido eleito na assembleia geral ordinária realizada no dia 29 de abril…

… Em reunião, colegiado elegeu Sun Peng como substituto.

TELEFÔNICA e a Terra Networks Brasil fecharam contrato de prestação de serviços de computação em nuvem no valor de R$ 702,5 milhões com a controlada Telefônica Cloud, com vigência até 31 de dezembro de 2030.

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Guerra comercial esquenta, mas quem manda é o Fed

… A aposta de que o Fomc cortará o juro mais duas vezes neste ano prevalece sobre a tensão crescente entre Estados Unidos e China, embalando os negócios em Nova York e no Brasil. O diferencial das taxas amplia a atratividade do carry trade, com a sinalização firme do Copom de que não reduzirá a Selic tão cedo. Trump aperta a pressão contra Pequim antes do seu encontro com Xi Jinping, enquanto a diplomacia brasileira começa a negociar hoje o tarifaço em Washinton. Na agenda do dia, tem falas de mais Fed boys, de Lagarde, o IBC-Br de agosto e as preocupações fiscais, que continuam no radar, com grande expectativa pelas medidas de ajuste que Haddad levou a Lula.

O NOVO PACOTE – O ministro Fernando Haddad foi chamado ao Alvorada pelo presidente Lula no final da tarde para discutir as medidas em estudo pela equipe econômica para compensar a derrota da MP que trazia alternativas à alta do IOF.

… Sem a Medida Provisória, o governo ficou sem R$ 20 bilhões em receitas previstas para o ano que vem e R$ 15 bilhões em redução de gastos, representando um déficit de R$ 35 milhões para o Orçamento de 2026.

… Como mostrou o Estadão, medidas que já estavam na MP derrubada pela Câmara devem ser apresentadas em forma de projeto de lei, como o PL protocolado pela bancada do PT que aumenta a alíquota dos ganhos das bets de 12% para 24%.

… Atos de competência exclusiva do Executivo, como um novo aumento do IOF, estariam entre as propostas da Fazenda, assim como medidas de compensação tributária, a taxação das fintechs e as medidas de cortes de gastos públicos que constavam da MP 1.303.

… O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou, no entanto, que as discussões sobre alternativas à queda da Medida Provisória ainda estão num “plano bem preliminar” e que “tudo que tem saído na imprensa é pura especulação”.

… Durigan, porém, descartou medidas que envolveriam aumento de imposto de importação ou de exportação e a taxação das LCIs e LCAs.

… Segundo apurou o Valor, a equipe econômica não quer alterar a meta fiscal de 2026 e vê movimento político por trás de boato. Haddad deve insistir na estratégia de tentar recompor a receita perdida recuperando pontos mais consensuais.

… Pela manhã, o ministro discutiu as compensações à perda arrecadatória decorrente da derrubada da MP com o presidente do Senado, David Alcolumbre, que classificou a conversa como “muito boa”. No encontro, foi acertada a votação da LDO na próxima semana.

TCU ALIVIA – O ministro Benjamin Zymler acatou um recurso do governo Lula e suspendeu a decisão que determinou ao governo mirar o centro da meta fiscal, e não o limite inferior, na hora de contingenciar recursos do Orçamento.

… Segundo despacho assinado no início da noite, a decisão fica suspensa até a análise do recurso pelo plenário do TCU, ainda sem data marcada.

… Zymler esclareceu que uma eventual negativa no julgamento do mérito “não levará à responsabilização dos agentes públicos envolvidos, tendo em vista a complexidade da matéria e opiniões divergentes dentro do próprio Tribunal”.

… Essa era uma preocupação do Executivo, que via o risco de colocar Lula em situação semelhante à que levou ao impeachment de Dilma.

… Para o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, a decisão do ministro Benjamin Zymler dá “segurança jurídica” para o governo fazer o próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, que sai até dia 22 de novembro.

… No fim de setembro, o TCU havia definido, em acórdão, que “a adoção do limite inferior do intervalo de tolerância, em substituição ao centro da meta de resultado primário, revela-se incompatível com o regime jurídico-fiscal vigente”.

OPOSIÇÃO APERTA – Antes de o recurso do governo ser acatado pelo TCU, a oposição no Senado articulava um destaque no Projeto de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para obrigar o governo a perseguir o centro da meta fiscal, apurou o Broadcast Político.

… A intenção é que a emenda sirva como um “remédio” caso o governo tente alterar o PLDO por causa das receitas frustradas da MP 1.303.

… O problema é que esse feitiço pode se virar contra os feiticeiros, já que cálculos do Planejamento apontaram que um contingenciamento de R$ 30 bilhões para perseguir o centro da meta resultaria em um corte de R$ 6,801 bilhões em emendas parlamentares.

EUA & BRASIL – O chanceler Mauro Vieira se reunirá hoje em Washington com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para negociar o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Trump aos produtos brasileiros.

… O encontro foi confirmado por Lula, nesta quarta, em evento no Rio pelo Dia do Professor. O presidente brincou sobre a nova fase da relação com Trump, dizendo que “não pintou uma química entre eles”, que “pintou uma indústria petroquímica”.

… Além da revisão das tarifas, o Brasil também pedirá a revogação das punições a autoridades, como a cassação de vistos e a Lei Magnitsky.

… O jornalista Valdo Cruz (G1) apurou que um dos pontos que deve ser tratado no encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio é o pedido de Trump para que o governo brasileiro abandone a ideia da “moeda dos Brics” para substituir o dólar.

… Nesta quarta, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo se anteciparam à reunião de Mauro Vieira e visitaram Marco Rubio no Departamento de Estado dos Estados Unidos, segundo informação fornecida pela dupla a Caio Junqueira (CNN Brasil).

… Mas segundo Malu Gaspar (Globo), tanto aliados de Lula como de Bolsonaro avaliam que o diálogo aberto entre os presidentes Trump e Lula minou a influência de Eduardo sobre a Casa Branca, e que é bastante possível que as sanções comerciais sejam derrubadas.

… Rubio é um dos arquitetos das tarifas e das políticas contra o Brasil, é crítico do ministro Alexandre de Moraes, mas no comando da diplomacia dos Estados Unidos tem sido um auxiliar leal a Trump e, dificilmente, iria contra a orientação do chefe.

… No Valor, o governo quer usar o café como moeda de troca, após Trump ter se queixado do aumento dos preços ao consumidor americano.

TERRAS RARAS – No mesmo dia em que ocorre o primeiro encontro das diplomacias americana e brasileira, o presidente Lula vai participar da reunião inicial do Conselho Nacional de Política Mineral, que será instalado nesta quinta-feira (15h), no MME.

… O encontro de hoje começa a discutir as negociações envolvendo as terras raras e os minerais críticos com os Estados Unidos.

… A reunião será fechada, mas no final está prevista uma entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL – Sessão conjunta do Congresso para votar os vetos de Lula ao marco legal do Licenciamento Ambiental, prevista para hoje, deve ser adiada a pedido do governo, que pretende construir antes um acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária.

… O Planalto quer evitar que os parlamentares derrubem os vetos presidenciais, o que poderia manchar a imagem do Brasil na COP30.

… Apelidado de “PL da Devastação” por ambientalistas, o texto foi aprovado em julho e um dos principais itens vetados pelo Executivo se refere a uma espécie de licença autodeclaratória, que não depende de aprovação de órgão ambiental para a execução de uma obra ou projeto.

É GUERRA – Depois de dizer mais cedo, nesta quarta-feira, que os Estados Unidos estão “em uma guerra comercial com a China”, Trump voltou ao tema em jantar na Casa Branca afirmando que usa as tarifas “como uma maneira de parar as guerras”.

… Na entrevista dada no Salão Oval, Trump havia defendido as tarifas como um instrumento essencial de política nacional. “As tarifas são uma ferramenta muito importante para nossa defesa, para a nossa segurança nacional”.

… As declarações surgem em meio à pressão exercida pelo seu governo sobre a China, que levou uma tarifa adicional de 100% a 150% sobre equipamentos marítimos e de logística chineses, publicadas no Federal Register, o Diário Oficial dos Estados Unidos.

… As novas sobretaxas estão previstas para entrar em vigor no dia 9 de novembro.

… O presidente Trump também anunciou que pretende “ir à Suprema Corte para acompanhar o caso das tarifas”, referindo-se ao processo que questiona judicialmente a legalidade das alíquotas impostas pelo seu governo.

… Além do presidente, seus assessores também mantêm a pressão sobre Pequim antes do encontro entre Trump e Xi, no fim do mês. Ontem, em discurso na reunião do FMI, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, pediu que o Banco Mundial pare de apoiar a China.

… Depois, em entrevista ao lado do representante comercial, Jamieson Greer, embora tenha dito que ainda espera pela reunião na Coreia do Sul, voltou a ameaçar: “Não queremos tensões, mas temos muitas medidas para usar contra Pequim, se for necessário.”

… O secretário do Tesouro ainda se queixou que “eles [os chineses] não são confiáveis e talvez tenhamos que separar nossas economias”. Greer seguiu o mesmo tom: “Esperamos que Pequim recue nas restrições sobre bens de terras raras e que as tarifas não sejam necessárias.”

SHUTDOWN – Uma juíza da Califórnia determinou a suspensão de demissões em massa durante a paralisação do governo americano, acatando o pedido de dois sindicatos para bloquear as dispensas em mais de 30 agências governamentais.

… Segundo ela, o governo Trump estaria se aproveitando da paralisação para executar sua agenda de enxugamento da máquina pública, o que torna as demissões ilegais. A magistrada também vê motivações “claramente políticas” por trás do corte de pessoal.

… Antes, a Casa Branca informou que Trump pode cortar mais de 10 mil empregos federais. “Queremos ser muito agressivos onde for possível, reduzindo a burocracia, não apenas o financiamento, agora temos essa oportunidade”, disse o diretor de orçamento, Russell Vought.

AGENDA LÁ FORA – Sem indicadores no shutdown, apesar da fila de Fed boys que falam nesta quinta, é de zero a chance de qualquer declaração abalar a expectativa amplamente majoritária no mercado de o juro americano cair este mês e também em dezembro.

… Em eventos diferentes, Christopher Waller, Michael Barr e Stephen Miran discursam às 10h. Já Michelle Bowman fala às 11h e Neel Kashkari (não vota) participa de discussão no início da noite, às 19h, já com Nova York fechada.

… Entre os dados privados, o índice NAHB de confiança das construtoras em outubro sai às 11h e os estoques de petróleo do DoE, às 13h.

… Na zona do euro, a balança comercial de agosto abre o dia, às 6h, e Christine Lagarde (BCE) discursa em painel às 13h.

AGENDA NO BRASIL – Mesmo com a Selic rodando alta, a atividade econômica segue aquecida. Às 9h, o IBC-Br deve reverter a queda de 0,53% em julho e registrar alta de 0,70% em agosto, segundo a mediana do Projeções Broadcast.

… O crescimento observado na indústria, varejo e serviços deve impulsionar o crescimento do “PIB do BC” na margem. As estimativas variam de recuo de 0,30% a alta de 1,10%. Na base anualizada, o dado deve crescer 0,65%.

… Pouco antes, às 8h, sai a prévia do IPC-S.

… Em Washington, o diretor de política monetária do BC, Nilton David, participa de evento do UBS BB às 9h15, um dia depois de confirmar a comunicação conservadora do Copom (abaixo).

VAMOS FALAR DE COISA BOA? – Enquanto Trump continua trocando chumbo com a China, os mercados globais elegem o Fed como prioridade e operam mais relaxados, já com o sinal verde recente de Powell para corte de juro.

… Não que os investidores estivessem dependendo da “bênção” dele para apostar forte em mais duas quedas da taxa este ano. Muito pelo contrário: já faz semanas que a precificação dovish caminha para a unanimidade.

… Mas a ênfase dada esta semana por Powell ao enfraquecimento do mercado de trabalho dá certeza praticamente absoluta de que o Fed não vai se arriscar a ser negligente com o emprego, enquanto monitora a dinâmica da inflação.

… Praticamente o mercado inteiro (97,8%), segundo a ferramenta do CME, aposta em nova flexibilização monetária na próxima reunião do Fed, e são também super amplas (94,9%) as chances de outro corte vir em dezembro.

… Dentro deste contexto, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, caiu 0,25%, a 98,793 pontos, sustentando o euro (+0,32%; US$ 1,1641), a libra (+0,59%; US$ 1,3387) e iene (+0,39%; 151,28/US$).

… Colado ao movimento externo do câmbio, o real também subiu, ainda que pouco, levando o dólar à vista a cair de leve (-0,14%), cotado a R$ 5,4624. Carry trade atraente é o que não falta, com Fed dovish + Copom hawkish.

… O diretor do BC Nilton David defendeu, em evento em Washington, a Selic em patamar restritivo por mais tempo, diante do cenário de maior incerteza no ciclo da política monetária e desancoragem das expectativas inflacionárias.

… Também em Washington, o colega Paulo Picchetti disse que o BC não está contando com apreciação do real para diminuir a pressão da inflação. “Não é ruim ter alguma sorte no processo, mas isso não depende de nós.”

… Ele reforçou que a autoridade monetária não tem meta para taxa de câmbio e disse que vê a atividade econômica desacelerando conforme o esperando, diante da eficácia da Selic. “Estamos vendo a política monetária funcionar.”

… Muito afinados, os diretores do BC, junto com Galípolo, têm falado todos a mesma língua. A comunicação conservadora mantém a ponta curta do DI perto dos ajustes, sem esperança de um corte antecipado da Selic.

… Ontem, ainda a alta de 0,9% nas vendas do varejo em agosto, acima da mediana de 0,7%, impediu que os juros futuros de curto prazo acompanhassem o alívio dos mais longos, que olharam para o Fed e esqueceram da China.

… A recuperação do varejo, após quatro quedas consecutivas, reforça a tese de Selic estável por mais tempo.

… O DI para Jan/29 caiu a 13,305% (de 13,353% na véspera); o Jan/31 recuou a 13,540% (de 13,629%); e Jan/33, 13,660% (de 13,785%). Já o Jan/26 encerrou a 14,895% (de 14,892%) e o Jan/27 subiu a 14,030% (de 13,990%).  

EM CÓRNER – O fator desinflacionário de um potencial reajuste dos combustíveis ainda não fez preço no DI, mas o rumor continua correndo no mercado, com a trajetória de queda do petróleo fechando o cerco para a Petrobras.

… Cálculos da Abicom indicam defasagem de 9% entre os preços internos contra os praticados no exterior. O Itaú BBA aponta que a diferença é ainda maior, com os valores aqui 13% acima da paridade de importação (PPI).

… Os contratos futuros de petróleo tiveram ontem mais uma sessão negativa, precificando o excesso de oferta, ao passo que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China impõem ameaça extra para a demanda.

… O Brent para dezembro caiu 0,77%, a US$ 61,91, e não falta tanto para furar o patamar dos US$ 60. Até aqui, a Petrobras reafirma que mantém a estratégia de não trazer volatilidade do petróleo ao mercado interno.

… Só não se sabe até quando poderá resistir, se o petróleo continuar em rota de queda. De olho nas especulações de que a gasolina pode ficar mais barata, as ações da Petrobras caíram: ON, -1,40%, a R$ 31,74; e PN -0,90%, a R$ 29,75.

… A queda dos papéis não comprometeu o Ibovespa, que reconquistou o patamar de 142 mil pontos, em alta de 0,65%, aos 142.603,66 pontos, com giro forte, de R$ 28,6 bi, turbinado pelo vencimento de opções sobre o índice.

… Além de a bolsa ter ignorado os altos e baixos na relação entre os Estados Unidos e a China, também foi sustentada pelas blue chips do setor financeiro e pela Vale, que contrariou a queda de 1,46% do minério de ferro.

… A ação subiu 1,86% e, após tentativas recentes, finalmente superou a marca dos R$ 60, retomando os melhores níveis desde janeiro do ano passado. Fechou cotada a R$ 60,86, diante da perspectiva de dividendos extraordinários.

… Semana passada, analistas expressaram ao Broadcast as chances cada vez mais distantes de a Vale pagar dividendos extras, por conta da recompra recentemente anunciada das debêntures pela companhia.

… Ontem, no entanto, a esperança de pagamento foi resgatada pelo BTG Pactual, na esteira do otimismo com o relatório de produção e vendas no terceiro trimestre, que será divulgado pela Vale na próxima terça-feira.

… Bradesco PN subiu 1,17%, a R$ 17,36; Bradesco ON ganhou 1,30%, a R$ 14,79; Itaú PN fechou a sessão estável, a R$ 37,45; e Santander avançou 1,75% (R$ 27,93). Já BB ON (-1,84%; R$ 20,32) sentiu o ruído do socorro aos Correios.

COADJUVANTE – Parte do fôlego das bolsas em Wall Street foi roubado à tarde, quando Bessent pediu para o Banco Mundial para não ajudar mais a China. Mas a nova provocação acabou sendo deixada em segundo plano.

… Cansado desta crise cheia de idas e vindas, o investidor preferiu desviar o foco para fatores mais positivos.

… De acordo com a UBS Wealth Management, a postura bullish em Nova York foi  impulsionada pelos investimentos em inteligência artificial, o crescimento sustentável nos lucros corporativos e os próximos cortes nos juros pelo Fed.

… Entre os bancos que reportaram balanços ontem, Bank of America registrou um rali de 4,37% e Morgan Stanley também emplacou alta expressiva, de 4,71%, depois de os resultados trimestrais terem superado o consenso.

… O S&P 500 ganhou 0,40%, aos 6.671,06 pontos, e o Nasdaq registrou valorização de 0,66%, encerrando o pregão aos 22.670,08 pontos. O índice Dow Jones ficou praticamente estável (-0,04%), aos 46.253,31 pontos.

… Nem mesmo os Treasuries, que servem de hedge, acusaram a retórica agressiva entre os governos de Washington e Pequim. O juro da Note de 2 anos subiu a 3,500%, de 3,476% na véspera, e o de 10 anos foi a 4,037%, de 4,023%.

COMPANHIAS ABERTAS – Tribunal de Justiça do Rio rejeitou recurso do MP fluminense que visava a suspender os efeitos da medida cautelar que protege os ativos da AMBIPAR e de seu controlador, Tércio Borlenghi Junior. (Valor)

KLABIN fechou contrato de financiamento de US$ 150 milhões na modalidade “Term Loan” (empréstimo a prazo institucional); financiamento tem amortizações no quinto, sexto e sétimo anos.

TIM informou que antecipará para 21 de outubro o pagamento da terceira parcela dos dividendos complementares, no valor de R$ 684 milhões, o equivalente a R$ 0,2826 por ação…

… Pagamento estava inicialmente previsto para ser realizado até dia 23 de outubro; as duas primeiras parcelas já foram pagas em 22 de abril e 23 de julho.

ENEVA. Geração de energia bruta da companhia somou 4.053 gigawatt-hora (GWh) no terceiro trimestre, estável na comparação anual.

MARFRIG. JPMorgan elevou a participação na empresa de 4,76% para 5,03%.

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