A semana termina com parte das preocupações do mercado sobre a política monetária do Fed se dissipando nesta 6ªF, após o PCE de março vir em linha com as expectativas na comparação com fevereiro, trazendo um quadro menos ruim do que o sugerido pela aceleração do PCE trimestral, divulgado ontem.

O índice preferido do Fed ainda mostra uma inflação persistente e não deve aliviar a postura hawkish do BC americano. Mesmo assim, a leitura de março foi suficiente para aliviar a pressão sobre os rendimentos dos Treasuries, que ontem tinham renovado máximas de seis meses, com o mercado voltando a acreditar na possibilidade de pelo menos dois cortes de juros nos EUA neste ano.

As atenções agora se voltam para o comunicado e as declarações de Jerome Powell na reunião da próxima 4ªF, quando o mercado brasileiro estará fechado devido ao feriado do Dia do Trabalho.

No cenário doméstico, a semana trouxe um IPCA-15 mais baixo que do que as expectativas, a entrega da primeira parte da regulamentação da reforma tributária e ainda a inesperada ação do governo no STF para suspender a desoneração da folha.

A medida, já acolhida pelo ministro Zanin, tem grandes chances de ser aceita pelo restante da Corte, o que traria uma economia da ordem de R$ 15,8 bilhões para as contas fiscais neste ano, tornando a meta de déficit zero mais crível.

Por outro lado, o clima com o Congresso tende a azedar ainda mais com o Executivo insistindo em rejeitar a medida aprovada pelos parlamentares, justo no momento que o governo quer avançar com a reforma tributária e ainda aguarda uma definição sobre os vetos ao Orçamento.

Bom fim de semana!

(Téo Takar)