O modo mais fácil de entender o que é o risco fiscal de um País é usar o nosso orçamento doméstico como referência. E o orçamento nada mais é do que a relação entre as nossas despesas e as nossas receitas.

Em uma planilha, você coloca de um lado os seus gastos correntes, aqueles que são obrigatórios todos os meses, como aluguel, conta de luz, de água, condomínio, plano de saúde, mensalidade escolar, supermercado. E de outro lado, coloca os seus ganhos, como o salário e outros rendimentos fixos. O orçamento estará equilibrado quando as receitas dão conta de cobrir todas as despesas.

Atenção porque nessa conta um ganho extra, como a venda de um bem ou mesmo o 13º salário, não pode ser adicionado às receitas para cobrir os gastos correntes. Ou seja, você pode usar esse dinheiro extra para viajar, trocar o Notebook, comprar um celular novo, desde que esse gasto esteja dentro da receita extraordinária.

A sensação de que entrou um dinheiro inesperado não pode levar você a contrair uma dívida para pagar em 10 ou 12 vezes porque esses recursos só vão entrar uma única vez, e no segundo mês as contas já não vão bater.

• Do mesmo modo, se você percebe que está gastando mais do que ganha, é hora de ajustar o orçamento: ou você arruma novas fontes de receita, como um segundo emprego, ou você corta os gastos.

É mais ou menos assim com um País. Se as contas públicas não fecham é porque o governo está gastando mais do que pode e precisa fazer o ajuste fiscal, para manter a situação equilibrada ou sob controle.

Um governo que só aumenta gastos, sem contar com novas fontes de receita permanentes, acaba sendo visto com desconfiança pelo mercado, que é o grande financiador dos seus déficits.

Se o governo vive “esbanjando”, o credor considera o risco que está correndo de não receber e coloca esse risco na conta, aumentando os juros que cobrará para emprestar.

Esse é o risco fiscal, que é muito olhado pelo investidor e considerado como um dos principais fatores para definir a conjuntura econômica do País.