Semana do Copom

Bom dia,

◼️ A semana é carregada de PMIs globais, com leituras de Europa e EUA, onde o shutdown mantém o payroll suspenso. O relatório ADP está confirmado. No Brasil, o Copom é o foco. Produção industrial, balança, IGP-DI e muitos balanços na B3 completam a agenda dos mercados.

◼️ Consenso absoluto para quarta-feira é de manutenção da Selic em 15%, com atenção ao texto do comunicado. O BC deve reconhecer melhora da inflação recente, mas ainda sem liberar apostas para corte.

◼️ A bandeira vermelha da Aneel em novembro, divulgada na sexta à noite, elevou projeções de IPCA do mês, mas casas revisaram dezembro para baixo, aliviando expectativas à frente.

◼️ Na B3, a semana traz 43 balanços do 3Tri: Itaú e Klabin amanhã, Eletrobras na quarta, Suzano, Renner, Magalu e Petrobras na quinta. Hoje saem TIM e BB Seguridade pós-fechamento. Em NY, AMD e AIG amanhã.

◼️ Na agenda fiscal, a CAE vota o IR até R$ 5 mil amanhã e eleva alíquotas de CSLL para fintechs e bancos. Tributação de bets dobrará para 24%, com parte repassada a entes subnacionais para compensar perdas com o novo IR.

◼️ No fim de semana, a Opep+ manteve o aumento de produção em dezembro, mas congelou a oferta no 1Tri/26, e o Brent abriu a manhã em leve alta após tocar mínimas de 5 meses em outubro. Sanções adicionais à Rússia ampliam incerteza e ajudam a sustentar a recuperação recente das cotações.

◼️ Hoje, a China já divulgou seu PMI industrial em 50,6 em outubro, abaixo da máxima de seis meses, mas ainda em expansão. Nos EUA saem nesta segunda-feira o PMI industrial da S&P e o ISM.

◼️ Mercados: Ibovespa renovou o 5º recorde seguido e fechou a semana aos 149.540 (+0,51%), com Vale forte e fluxo estrangeiro. NY subiu com tech: Amazon +9,6%, Netflix firme. Dólar R$ 5,38, estável na sessão, -0,23% na semana; DI caiu com Pnad em 5,6%, reforçando corte em janeiro.

◼️ O fim do horário de verão no hemisfério Norte altera o pregão da B3, que vai até 17h55. NY opera 11h30–18h. Ajustes também na Nymex (petróleo), Comex (ouro) e CBOE.

◼️ Empresas: Petrobras elevou QAV em 1,4%. Azul fechou acordo global no Ch.11. Braskem negocia dívida. BB troca diretorias. Bradespar submete JCP de R$ 310 mi. Qualicorp vendeu Gama Saúde. Equatorial pagará R$ 1,819 bi em JCP. Neoenergia: Previ zerou posição.

O BDM Express é um resumo em 10 parágrafos do BDM Morning Call, elaborado com a ajuda de IA sob a supervisão de Rosa Riscala, e pode ser customizado com o logo de sua empresa para distribuição.
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Caros amigos, bom dia!Iniciamos as transmissões do BDM…

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Iniciamos as transmissões do BDM Online com o BDM Morning Call, que traz as expectativas da pré-abertura.

BDM Morning Call: Balanços ganham ritmo na B3 em semana do Copom

[03/11/25] A Opep+ voltou a aumentar a produção de petróleo em reunião neste domingo, mas congelou a oferta no 1Tri/2026, enquanto a indústria na China perde força em outubro, mas ainda está em expansão. Vários índices PMI medem a atividade global esta semana, inclusive nos Estados Unidos (hoje), onde o shutdown suspende a divulgação do payroll. O fim do horário de verão no hemisfério Norte muda o pregão na B3, que vai até 17h55. Na agenda do Brasil, destaque para o Copom, que deve manter a Selic na quarta, e mais balanços do 3Tri, incluindo Itaú e Petrobras. Também esta semana, o governo espera retomar as negociações sobre o tarifaço, enquanto a COP30, em Belém do Pará, movimenta o noticiário. (Rosa Riscala)

Leia o BDM Morning Call na íntegra acessando o link

www.bomdiamercado.com.br

Balanços ganham ritmo na B3 em semana do Copom

… A Opep+ voltou a aumentar a produção de petróleo em reunião neste domingo, mas congelou a oferta no 1Tri/2026, enquanto a indústria na China perde força em outubro, mas ainda está em expansão. Vários índices PMI medem a atividade global esta semana, inclusive nos Estados Unidos (hoje), onde o shutdown suspende a divulgação do payroll. O fim do horário de verão no hemisfério Norte muda o pregão na B3, que vai até 17h55. Na agenda do Brasil, destaque para o Copom, que deve manter a Selic na quarta, e mais balanços do 3Tri, incluindo Itaú e Petrobras. Também esta semana, o governo espera retomar as negociações sobre o tarifaço, enquanto a COP30, em Belém do Pará, movimenta o noticiário.

PETRÓLEO… – O barril do Brent subia 0,73% (US$ 65,24) na abertura dos negócios eletrônicos, após a Opep+ anunciar neste domingo sua decisão de manter o aumento da produção em dezembro, em 137 mil bpd, mas congelar a oferta no primeiro trimestre de 2026.

… O cartel anunciou em comunicado que não aumentará a produção em janeiro, fevereiro e março do próximo ano.

… Novas sanções ocidentais contra a Rússia trazem mais desafios, uma vez que Moscou deve ter dificuldades para aumentar a produção desde que os Estados Unidos e o Reino Unido impuseram sanções sobre a Rosneft e a Lukoil.

… Os preços de petróleo caíram ao menor patamar em cinco meses em 20 de outubro, para US$ 60 o barril, mas desde então se recuperaram diante das sanções à Rússia e o otimismo com as conversas entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais.

… Para Jorge Leon, economista da empresa de pesquisa Rystad Energy, as “sanções sobre os produtores russos injetaram uma nova dose de incerteza sobre as previsões de oferta, e o grupo sabe que uma superprodução agora pode ter efeitos colaterais no futuro”.

… E CHINA – Ainda no domingo à noite, Pequim anunciou queda do PMI industrial para 50,6 em outubro, abaixo da máxima de seis meses de 51,2 registrada em setembro e da estimativa de consenso do mercado de 50,9. Mas ainda em território de expansão.

… A desaceleração ocorreu em meio ao crescimento mais fraco tanto nos novos pedidos quanto na produção.

… Ainda assim, os novos pedidos, impulsionados por uma demanda interna mais forte e promoções de vendas, registraram o quinto aumento mensal consecutivo. Enquanto isso, as vendas externas caíram no ritmo mais acelerado desde maio, refletindo a incerteza comercial.

… Vários índices PMI industrial e de serviços serão divulgados durante a semana, na Europa e nos Estados Unidos, onde são esperados para hoje as leituras finais do PMI da S&P (11h45) e do ISM (12h), que deve melhorar sobre setembro (49,1), mas ainda abaixo de 50 (49,6).

… Vários índices PMI industrial e de serviços serão divulgados durante a semana, na Europa e nos Estados Unidos, onde são esperados para hoje as leituras finais do PMI da S&P (11h45) e do ISM (12h), que deve melhorar sobre setembro (49,1), mas ainda abaixo de 50 (49,6).

… Mais cedo, saem os índices industriais da S&P Global/HCOB da Alemanha (5h55), Zona do Euro (6h) e do Reino Unido (6h30). O PMI industrial global será divulgado às 13h. À noite, saem os dados do Japão, que manteve os mercados fechados hoje no feriado do Dia da Cultura.

… Além do payroll (sexta), o apagão dos dados do shutdown nos Estados Unidos, que já se estende por mais de um mês, suspende a divulgação do relatório Jolts (amanhã), mas mantém a pesquisa ADP, com empregos no setor privado em outubro (na quarta-feira).

… Vários Fed boys têm falas previstas para esta semana, já hoje com Mary Daly (14h) e Lisa Cook (16h), importantes depois que Powell endureceu a mensagem no último Fomc e ressaltou que o Comitê está dividido sobre os próximos passos da política monetária.

… BC da Austrália (amanhã), BoE do Reino Unido e Banxico do México (quinta-feira) também decidem sobre taxas de juros.

… Na sexta-feira, encerrando a semana, o dia começa com os números da balança comercial da China em outubro e, nos Estados Unidos, sai a preliminar de novembro do sentimento do consumidor de Michigan, com as expectativas inflacionárias.

HORÁRIO DE VERÃO – Estados Unidos e Canadá atrasaram os relógios em uma hora neste domingo, com cidades como Nova York, Washington, Boston, Filadélfia e Miami ficando duas horas atrás do horário de Brasília.

… A Bolsa de Nova York passa a operar das 11h30 às 18h (de Brasília).

… No viva-voz da Nymex, os contratos futuros de petróleo passam a ser negociados entre 11h e 16h30 (de Brasília) e, na Comex, os contratos futuros de cobre passam a ser negociados das 10h10 às 15h e os de ouro das 10h20 às 15h30 (de Brasília).

… Na CBOE, o período regular de negociação dos contratos do índice de volatilidade VIX passa a ser das 11h30 às 18h15 (de Brasília).

… A B3 vai ampliar o horário de funcionamento para acompanhar o fim do horário de verão em Nova York, com o mercado à vista e fracionário iniciando às 10h e encerrando às 17h55. No mercado a termo, as negociações ocorrerão das 10h às 18h25.

… O mercado de opções funcionará das 10h05 às 17h55, e no mercado futuro de câmbio, o pregão funcionará das 9h às 18h30.

BALANÇOS DA SEMANA – Ritmo intenso de resultados corporativos na B3, com a divulgação de 43 balanços nesta semana.

… Destaque para Itaú e Klabin, amanhã (terça-feira), Eletrobras (quarta), Suzano, Lojas Renner e Magazine Luiza na quinta, além de Petrobras.

… Hoje, saem TIM e BB Seguridade (após o fechamento). Em Nova York, tem AMD e AIG amanhã.

COPOM – A reunião do Comitê de Política Monetária na quarta-feira é o principal destaque da agenda, com a unanimidade das expectativas apontando para a manutenção da taxa Selic em 15%. A atenção estará voltada para algum sinal de flexibilização.

… A recente melhora nas expectativas de inflação e os primeiros sinais de desaceleração da atividade, no entanto, não devem ser suficientes para que o Banco Central altere sua mensagem conservadora e autorize apostas na antecipação do ciclo de cortes do juro.

… Na hipótese mais otimista, as projeções do mercado apontam para o começo do afrouxamento monetário em janeiro, sendo que os mais conservadores só esperam uma ação do Copom em março. Por isso, o tom do comunicado será importante.

… De acordo com pesquisa do Valor com 120 instituições financeiras, as casas que esperavam o primeiro corte em março cresceram de 26% no levantamento de setembro para 40% nesta sondagem, após a comunicação mais hawkish do BC.

… Para os economistas do Itaú, o Copom até deve mencionar em seu comunicado alguma melhora na inflação corrente, mas sem dar sinal sobre o patamar da Selic, de modo a garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante de política monetária.

… O Itaú estima que o Copom “não mudará a sua sinalização de manutenção de juros no nível de 15% ao ano por período bastante prolongado, diante da desancoragem das expectativas, da resiliência do mercado de trabalho e das projeções de inflação acima da meta”.

… Para o economista-chefe do banco, Mario Mesquita, a melhora de expectativas, mesmo que expressiva, ainda deixa as projeções de mercado consistentemente acima da meta, além de o desemprego ter estabilizado nas mínimas históricas.

… Também o economista Marco Caruso, diretor de política monetária do Santander, espera um comunicado praticamente inalterado, com o BC mantendo o trecho no qual indica o “período bastante prolongado” para a manutenção da Selic nos atuais 15%.

… Em relatório, ele diz que “embora as condições macroeconômicas tenham melhorado ligeiramente, as expectativas de inflação continuam altas, e uma postura rígida continua a sustentar a credibilidade do BC em um ambiente ainda livre de pressão por cortes”.

BANDEIRA DA ANEEL – O anúncio da bandeira vermelha patamar 1 para novembro, mesma classificação de outubro, levou a uma onda de revisões em alta no mercado para o IPCA deste mês, mas não abalou as estimativas para o ano.

… A perspectiva de que a Aneel acione a bandeira amarela em dezembro alivia as projeções de inflação mais à frente.

… O BMG não descarta alteração até para bandeira verde em dezembro e, por enquanto, mantém a estimativa para o último mês do ano em 0,55%, apesar de ter elevado de novembro de 0,15% para 0,25% e mantido em 4,6% no ano.

… A Quantitas elevou a previsão para o IPCA de novembro de 0,28% para 0,32%, mas reduziu a aposta para dezembro de 0,49% para 0,45% e manteve a projeção para o índice oficial fechado de 2025 em 4,58%.

… A projeção da Warren subiu de 0,06% a 0,21% em novembro, mas caiu de 0,47% a 0,31% em dezembro. No ano, segue em 4,3%. A Terra ajustou de 0,27% para 0,42% (novembro), de 0,72% para 0,57% (dezembro) e manteve em 4,8% (ano).

MAIS AGENDA – Hoje, o IPC-S (8h) deve registrar uma boa desaceleração, de 0,65% em setembro para 0,13% em outubro, com o alívio da tarifa de energia elétrica. A alta em 12 meses deve desacelerar de 3,78% em setembro para 3,62% em outubro.

… Às 8h25, mais uma edição da pesquisa Focus monitora as estimativas para o IPCA, que, na semana anterior, caíram de 4,97% para 4,92% em 2025 e de 3,96% para 3,89% em 2026. Para 2027, a estimativa subiu de 3,84% para 3,85% e, para 2028, avançou de 3,60% para 3,70%.

… Ainda nesta segunda-feira, o BC fará entrevista coletiva (10h) sobre novas regras de movimentação de contas de clientes e de capital mínimo de instituições reguladas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pela diretoria da autoridade monetária.

… Outros destaques da agenda dos indicadores são a produção industrial de setembro, amanhã, que deve recuar de 0,80% em agosto para 0,40%, a balança comercial de outubro (quinta-feira) e o IGP-DI de outubro (sexta-feira).

AGENDA FISCAL – A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado marcou para amanhã (terça-feira) a votação do projeto que aumenta a faixa de isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil/mensais.

… Também consta da pauta o PL que eleva a tributação das bets e as alíquotas da CSLL para fintechs e bancos.

… O relator do projeto do IR, Renan Calheiros (MDB), pretende manter em seu relatório a essência do texto aprovado na Câmara, com pequenas mudanças de redação que não obrigarão a matéria a voltar para nova apreciação dos deputados.

… Para aumentar a arrecadação, Renan apresentou o PL que eleva para 15% a CSLL para seguradoras, instituições de pagamento (como fintechs), corretoras de mobiliários e outras entidades financeiras específicas. Os bancos passarão a ter tributação de 20%.

… A tributação das bets aumenta de 12% para 24%, sendo que parte dos 12% adicionais será repassada para Estados e municípios, entre 2026 e 2028, de modo a compensar perdas que terão com as mudanças do imposto de renda.

… O PL da arrecadação prevê ainda um programa para que pessoas que ganham até R$ 7.350 possam renegociar dívidas com a Receita Federal.

SEGURANÇA NA PAUTA – Após a megaoperação do governo do Rio nos complexos do Alemão e da Penha, na semana passada, a Câmara dos Deputados intensifica a pauta dedicada a projetos sobre segurança pública. O governo também reage.

… Na semana passada, o presidente Lula enviou o PL Antifacção, que endurece as penas e amplia os instrumentos de combate às organizações criminosas. A proposta soma-se à PEC da Segurança Pública, que foi enviada ao Congresso em abril, mas enfrenta resistências.

… A aprovação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, teve um aumento expressivo de 10 pontos percentuais após a megaoperação policial realizada na última terça-feira, considerada a mais letal da história do País ao deixar 121 mortos.

… O episódio está sendo usado politicamente pela direita como uma oportunidade de recuperar o discurso diante da recente escalada de Lula nas pesquisas eleitorais. Na Quaest, porém, a aprovação do presidente não sofreu alteração.

… No Senado, deve ser instalada a CPI do crime organizado e a Comissão de Segurança votará a convocação do ministro Ricardo Lewandowski.

COP30 – A Cúpula de Líderes reúne-se em Belém do Pará na quinta-feira (6) e sexta-feira (7), com a presença do presidente Lula, ministros de Estado, além de vários representantes mundiais, entre os quais, o presidente da França, Emmanuel Macron.

… Desde a quarta-feira, Lula deve ter reuniões bilaterais com autoridades de outros países que vão participar da COP30.

O TARIFAÇO – O mercado monitora ainda as movimentações para o próximo encontro do Brasil com os Estados Unidos para discutir tarifas.

… No Estadão, uma das reuniões de negociação poderá ocorrer nesta semana, em Washington, quando o governo Lula poderá propor um acordo comercial mais abrangente e horizontal ou a discussão por setores econômicos, com concessões pontuais e reduções de tarifa.

… Uma das propostas é sugerir o objetivo de elevar o comércio bilateral para US$ 200 bilhões até 2030 e sinalizar compras na área de Defesa.

… O presidente Lula e sua equipe pediram, sem sucesso, que Trump aceitasse uma trégua e suspendesse a taxação inicialmente para que os dois governos negociassem. O americano não cedeu ao que foi chamado de um pedido de “boa vontade”.

… Após o encontro com Trump na Malásia, Lula disse que enviaria aos Estados Unidos as três autoridades políticas mais envolvidas: o vice-presidente Geraldo Alckmin (ministro do MDIC) e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Itamaraty).

… No Valor, o governo Lula considera que a bola está com os Estados Unidos e prevê nova reunião sobre tarifaço em 15 dias.

… A avaliação dos negociadores brasileiros é que Trump deve tentar barganhar em torno do tarifaço e ampliar seu discurso de vitória, o que não é um problema para o Brasil, desde que o discurso não implique em qualquer sinal de rendição.

… Nesta semana, a Suprema Corte dos Estados Unidos ouvirá o recurso de Trump contra decisões de tribunais de instâncias inferiores de que o uso de tarifas sob o pretexto de “emergência internacional” pelo presidente americano usurpa a autoridade do Congresso.

JANEIRO NO PÁREO – Último canal a reagir à potência da política monetária, o mercado de trabalho doméstico segue aquecido, como confirmou a Pnad na sexta-feira. Nem por isso inviabiliza um corte da Selic no início de 2026.

… A taxa de desemprego medida pela pesquisa do IBGE ficou em 5,6% no trimestre móvel terminado em setembro, resultado idêntico ao período dos três meses terminados em agosto e ainda na mínima histórica do levantamento.

… O indicador, porém, veio marginalmente acima da mediana do mercado, de 5,5%, indicando que, embora o mercado de trabalho continue exibindo bastante resistência, pode estar dando os primeiros sinais de desaceleração.

… A perda de fôlego gradual do emprego já havia sido apontada por economistas semana passada também para o Caged nos cálculos com ajuste sazonal, na média trimestral dos postos criados e ainda no acumulado em 12 meses.

… Embora acomodado no high, o mercado da mão de obra pode estar batendo agora em seu limite das forças e não parece abalar a visão no mercado financeiro de desaquecimento da atividade econômica neste segundo semestre.

… Se for isso mesmo e o emprego não pregar, daqui para frente, mais surpresas de alta, pode entrar como argumento contra a necessidade de o Copom estender o seu discurso de conservadorismo para o ano que vem.

… Em paralelo, a melhora das expectativas de inflação para os horizontes mais longos e relevantes para a política monetária (2027 e 2028), além do alívio na inflação corrente e na atividade, testam o coração de pedra do BC.

… Alvo de grande suspense, o comunicado do Copom da quarta vem para calibrar as chances de o ciclo de relaxamento monetário da taxa Selic ser antecipado de março para janeiro, depois de juro a 15% por tanto tempo.

… Não é muito fácil de imaginar que o BC amoleça tanto a sua comunicação a ponto de entregar todo o jogo agora. Mas o DI devolveu prêmio na sexta, movida pela esperança de que o Copom libere as apostas de corte em janeiro.

… Só o Jan/26 (14,894%) ficou perto do ajuste de 14,895%. Já o Jan/27 caiu a 13,845% (de 13,926% na véspera); Jan/29 recuou a 13,075% (de 13,205%); Jan/31 cedeu a 13,360% (de 13,480%); e Jan/33, a 13,525% (de 13,631%).

… Os contratos futuros de juros também se aproveitaram do câmbio comportado para desarmar pressão de risco.

… Em dia de briga entre comprados e vendidos pela formação da ptax de outubro e em meio a relatos de fluxo de recursos externos à bolsa brasileira, o dólar terminou a sessão praticamente estável (-0,02%), cotado a R$ 5,3803.

… A moeda americana chegou ao último pregão de outubro com alta acumulada de 1,08% no mês, revertendo parcialmente o recuo de 1,83% em setembro. Mas no ano ainda registra perdas de 12,94% em relação ao real.

… Outubro foi um mês mais complicado, marcado por um pico no sentimento de aversão ao risco, devido ao aumento das tensões entre China e EUA, o que levou os estrangeiros a elevarem as apostas contra o real.

… Segundo reportagem do Valor, apesar de o diferencial de juros entre o Brasil e Estados Unidos manter a nossa moeda atrativa, a posição líquida dos gringos a favor do dólar cresceu em torno de US$ 13 bilhões no mês passado.

… Estável na sexta-feira, o dólar resistiu à alta da moeda em escala global, desencadeada pela cautela do Fed.

O COLETIVO DO FED – Powell não está sozinho quando avisa que uma nova redução do juro em dezembro é incerta.

… Quatro dirigentes do Fed foram nesta mesma linha durante participação em eventos públicos na sexta-feira.

… “Não fiquem à frente de nós”, recomendou Raphael Bostic às apostas mais dovish no mercado. Ele ainda disse que ficou satisfeito com o comentário do presidente do Fed de que um corte do juro em dezembro não está garantido.

… O colega Jeffrey Schmid, que já foi dissidente na última reunião, quando votou por estabilidade, alertou que a economia mostra um impulso contínuo, que a inflação continua muito alta e que um corte pode trazer perigo.

… “Não acho que uma redução de 25 pontos nos juros fará muito para resolver as tensões no mercado de trabalho. No entanto, um corte pode ter efeitos mais duradouros na inflação se o compromisso com a meta for questionado.”

… Seguindo o mesmo raciocínio, Lorie Logan, que é suplente nas reuniões deste ano, ressaltou que teria preferido manter os juros inalterados na reunião de outubro e ponderou que acha difícil realizar outra redução em dezembro.

… “A inflação continua muito alta e parece provável que exceda a meta de 2% por muito mais tempo”, disse a dirigente de Dallas, citando que a perspectiva econômica atual não justifica flexibilizações na política monetária.

… Beth Hammack concorda que a economia está perdendo mais do lado da inflação do que do emprego, endossa o discurso de Powell de que a política monetária não está em curso predeterminado e que tem tempo até dezembro.

… Na outra ponta, Christopher Waller, que está louco para ser escolhido por Trump como sucessor no comando do Fed, defende mais um corte em dezembro e diz que a “névoa de dados [com o shutdown] não nos diz para parar”.

… Stephen Miran também não nega sua fama dovish e disse, em uma entrevista ao New York Times publicada no sábado, que o Fed corre o risco de induzir a economia a uma recessão se não reduzir rapidamente as taxas de juros.

… Pegando carona, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, reiterou seu apelo para o Fed acelerar os cortes nas taxas e acusou o BC comandado por Powell de já ter mergulhado alguns setores da economia em um processo recessivo.

SEM TRAVESSURAS – Avaliando que o melhor era absorver o recado de que pode vir uma pausa no juro americano em dezembro, ao invés de sair medindo forças com o Fed, o índice DXY rondou a linha dos 100 pontos na sexta-feira.

… Subiu 0,27%, a 99,804 pontos, atingindo o nível mais elevado em três meses. No mês, acumulou ganhos de 2,07%. O euro caiu a US$ 1,1530, a libra esterlina registrou queda para US$ 1,3142 e só o iene subiu, a 154,12 por dólar.

… Com parte do Fed colocando à prova a flexibilização de sua política, a taxa da Note-2 anos teve oscilação marginal, a 3,594% (de 3,608%). Mas estrategistas do Barclays recomendam posição comprada nos bônus deste vencimento.

… A instituição financeira avalia que, embora o BC americano queira preservar a sua flexibilidade, os indicadores recentes de inflação e emprego ainda sugerem espaço para nova queda dos rendimentos no curto prazo.

… O yield da Note de 10 anos se manteve acima de 4%, a 4,092%, contra 4,086% no pregão anterior.

… As bolsas de NY terminaram a sessão no campo positivo, embora os discursos cautelosos dos quatro Fed boys possa ter limitado o apetite. O Dow Jones fechou praticamente estável, em leve alta de 0,09%, aos 47.562,87 pontos.

… O S&P 500 ganhou 0,26%, aos 6.840,20 pontos, e o Nasdaq só avançou mais firmemente (+0,61%, aos 23.724,96 pontos), porque a Amazon saltou 9,58%, na repercussão animada ao balanço trimestral acima do esperado.

DOCES – O Ibovespa ganhou para a sua coleção mais um recorde duplo e está agora a um pulo dos 150 mil pontos.

… Já são oito pregões subindo direto e cinco consecutivos batendo marcas históricas, tendo como gatilho a diplomacia de Trump com a China, que leva o investidor a voltar a olhar o Brasil com mais carinho e interesse.

… Outubro terminou para a bolsa com chave de ouro, no patamar inédito dos 149.540,43 pontos, em alta de 0,51%, depois de ter acelerado durante o pregão até os 149.635,90 pontos no pico intraday de todos os tempos.

… O índice à vista acumulou ganho de 2,26% no mês e agora registra valorização de 24,32% no ano.

… Entre as blue chips, a Vale roubou a cena (+2,27%; R$ 65,26) após o balanço, tendo ainda no radar um possível pagamento de dividendos extraordinários, admitido pelo vice-presidente executivo de Finanças e RI, Marcelo Bacci.

… Segundo anotou o Broadcast, a mineradora está prestes a romper, nos próximos pregões, os R$ 300 bilhões em valor de mercado, cifra que não atinge desde março do ano passado. Até sexta-feira, valia R$ 296,2 bilhões.

… Próximo da fila dos balanços (amanhã), Itaú PN avançou 0,38%, para R$ 39,44. Bradesco PN registrou valorização de 0,33% (R$ 18,16); Bradesco ON subiu 0,26%, a R$ 15,47; Santander, +1,73% (R$ 31,14); e BB, +1,25% (R$ 21,90).

… Petrobras, também às vésperas do balanço (quinta), contrariou o petróleo e caiu 0,47% tanto no papel PN, a R$ 29,75, quanto no ON, a R$ 31,51. Pesou o anúncio da queda de 1,7% no preço do gás natural, em vigor desde sábado.

… Com a reunião da Opep+ no radar e a perspectiva de que o aumento na produção viria moderado (como veio mesmo), o contrato do Brent para dezembro fechou praticamente estável (+0,10%), a US$ 65,07 por barril na ICE.

COMPANHIAS ABERTAS – PETROBRAS anunciou o aumento do preço do querosene de aviação (QAV) em R$ 0,05 por litro, ou 1,4%, em vigor desde sábado.

BRASKEM. Um grupo de bancos formado por Crédit Agricole, ING Groep, Sumitomo Mitsui Banking Corporation e BNP Paribas contratou a FTI Consulting como assessora financeira para negociar a dívida com a empresa.

BANCO DO BRASIL comunicou a renúncia de João Fruet, diretor de corporate e banco de investimento; ele será substituído por Julio César Vezzaro, que era diretor de corporate bank…

… No lugar de Vezzaro, foi indicado José Salvador Constantino Zarcos Filho.

BB SEGURIDADE informou que João Vagner de Moura Silva, diretor de finanças do BB, foi nomeado vice-presidente do Conselho de Administração, para completar o mandato 2025-2027, em posição que estava vaga até então.

BRADESPAR. Diretoria decidiu submeter ao Conselho de Administração a proposta para pagamento de JCP no montante de R$ 310 milhões, o equivalente a R$ 0,7405 por ação ordinária e R$ 0,8146 por ação preferencial…

… Proposta será deliberada em reunião do colegiado no próximo dia 12; se aprovado, provento será pago em 24/11.

AZUL fechou acordo global com comitê de credores para plano de reorganização no Chapter 11.

QUALICORP anunciou, por meio de fato relevante, o fechamento da transação para a venda de 100% do capital social da Gama Saúde para o empresário Fernando Vieira, controlador da holding ESB Corp, por R$ 163,912 milhões…

… O negócio, anunciado em agosto e aprovado pela ANS em outubro, conclui o processo de alienação da subsidiária.

PORTO SEGURO informou que controlada Porto Serviço aprovou a incorporação das empresas CDF Assistência e Suporte Digital e Porto Assistência Participações. Com isso, o capital social passa a ser de R$ 1,02 bilhão.

EQUATORIAL distribuirá R$ 1,819 bi em JCP, a R$ 1,45 por ação; ex na próxima quinta-feira…

… A empresa concluiu a venda de sua operação de transmissão para a Verene Energia, empresa controlada pela Caisse de Dépôt et Placement du Québec. O valor pago pelo ativo foi atualizado para R$ 5,389 bi, de R$ 5,188 bi.

RAÍZEN ENERGIA aprovou, em Assembleia Geral Extraordinária realizada no sábado, uma ampla reorganização societária que integra o processo de simplificação e consolidação das suas operações no setor de bioenergia.

NEOENERGIA comunicou que recebeu correspondência da Previ informando que vendeu a totalidade das ações ordinárias que detinha na companhia por meio do Plano de Benefícios 1 para a Iberdrola Energia.

ENERGISA. Consumo consolidado de energia elétrica nas áreas de concessão da empresa alcançou 10.515,7 gigawatts-hora (GWh) no 3TRI, alta anual de 2%, segundo prévia operacional.

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