As bolsas fecharam perto da estabilidade aqui e no exterior, enquanto o dólar teve um dia de correção técnica nesta quarta-feira, após cinco sessões seguidas em baixa.

Depois da euforia dos últimos dias, investidores adotaram postura cautelosa e evitaram assumir novas posições de risco, especialmente diante do fato de o presidente do Fed, Jerome Powell, não ter falado sobre a política monetária no evento que participou hoje.

Apesar do silêncio de Powell e do alerta da diretora do Fed Lisa Cook, que afirmou que novas altas de juros podem ser necessárias diante de possíveis choques econômicos, o mercado continua acreditando que o banco central americano encerrou seu ciclo de aperto e pode começar os cortes em maio de 2024, após os dados mais fracos de emprego divulgados na semana passada.

No mercado brasileiro, os investidores monitoravam a votação da reforma tributária no Senado, que estava em andamento no momento de fechamento dos mercados.

O risco fiscal também continuou alvo de atenção, com a piora do resultado do setor público consolidado em setembro, que trouxe déficit de R$ 18,071 bilhões, o dobro do esperado (R$ 9,6 bilhões).

Diante de tais dificuldades nas contas públicas, a meta fiscal de 2024 caminha para ser alterada. Tanto que a Casa Civil já trabalha com um teto para o déficit de 0,5% do PIB, segundo informações que circulam na imprensa, em vez do déficit zero.

Em palestra proferida em NY, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou que uma mudança da meta fiscal aumentaria as incertezas e que o custo é maior que o benefício. “Se mercado não acreditar no fiscal, não vai acreditar na meta de inflação”, disse.

Após cinco sessões em queda, o dólar à vista passou por correção e fechou em alta de 0,66%, a R$ 4,9071.

Na B3, o Ibovespa fechou em leve baixa de 0,08%, aos 119.176,67 pontos, com volume financeiro de R$ 23,5 bilhões. Em NY, o índice Dow Jones caiu 0,12%, aos 34.112,27 pontos. O S&P500 subiu 0,10%, aos 4.382,78 pontos. O Nasdaq ganhou 0,08%, aos 13.650,41 pontos. (Téo Takar e Ana Conceição)