Economia

IPCA de junho tem deflação de 0,08%, menor que a projeção, após subir 0,23% em maio

Atualizado 11/07/2023 às 10:01:15

A inflação oficial do país confirmou a expectativa e registrou em maio a primeira queda do ano, com deflação de 0,08% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE), após a alta de 0,23% em maio.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16% — o mais baixo desde setembro de 2020. O centro da meta do Banco Central para o ano é 3,25%, com tolerância até 4,75%.

A deflação foi um pouco menos intensa que a mediana (-0,10%) e dentro do intervalo de projeções (entre -0,16% e -0,01%), mas foi o menor resultado desde setembro de 2022.

A reação inicial do mercado, que aguardava o número para calibrar o tamanho do corte esperado na Selic em agosto, foi ajustar a curva de juros e o dólar para cima — reflexo de menor chance de corte de 0,50 ponto percentual do Copom de agosto. O Ibovespa futuro caía 0,20% às 10h40.

A aceleração nos serviços (-0,06% para 0,62%) e nos serviços subjacentes (de 0,38% para 0,67%), um dos focos de preocupação do Banco Central, ajuda a explicar esse movimento movimento inicial.

A média dos cinco núcleos acompanhados pelo BC desacelerou a 0,20% em junho, após avançar 0,37%, segundo cálculos do Banco BV para o Broadcast. A mediana estava em 0,17%, no intervalo entre 0,09% e 0,41%.

Segundo o IBGE, a difusão do IPCA caiu de 56% em maio para 50% em junho. A queda foi mais fortes nos itens alimentícios (para 46%, de 53% em maio); em intens não-alimentícios, recuou de 58% para 52%.

Os grupos que mais contribuíram com a deflação de junho foram Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%). No lado das altas, o maior impacto (0,10 p.p.) e a maior variação (0,69%) no vieram de Habitação. Na metodologia do IBGE, Alimentação e bebidas e Transportes são os grupos mais pesados dentro da cesta de consumo das famílias e representam 42% do IPCA.

A queda em Alimentação e bebidas foi influenciada, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%), com quedas em óleo de soja (-8,96%), frutas (-3,38%), leite longa vida (-2,68%) e carnes (-2,10%).

O maior peso em Transportes (-0,41%) veio de automóveis novos (-2,76%) e usados (-0,93%) e combustíveis (-1,85%), com as quedas em óleo diesel (-6,68%), etanol (-5,11%), gás veicular (-2,77%) e gasolina (-1,14%). Já passagens aéreas subiram 10,96%, após queda de 17,73% em maio.

Para a alta do grupo Habitação (0,69%), a maior contribuição veio de energia elétrica residencial (1,43%) e taxa de água e esgoto (1,69%). Em ambos os casos, houve reajustes aplicados em algumas áreas de abrangência da pesquisa.

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