Estatísticas Fiscais/ Outubro – Análise PicPay

O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 32,4 bilhões em outubro, um número sólido, mas ligeiramente abaixo das expectativas de mercado e inferior ao observado no mesmo período de 2024. No acumulado doze meses, o déficit primário avançou para R$ 37,7 bilhões (0,30% do PIB), confirmando deterioração gradual do quadro fiscal ao longo de 2025.

O comportamento dos juros nominais segue como o principal vetor de pressão. As despesas alcançaram R$ 113,9 bilhões no mês e somaram R$ 987,2 bilhões (7,88% do PIB) em doze meses, acima do patamar de 7,48% observado um ano antes. Esse encarecimento do serviço da dívida tem amplificado a rigidez do resultado nominal, que voltou a registrar deterioração no período: o déficit nominal acumulado chegou a R$ 1,025 trilhão (8,18% do PIB), mantendo-se em patamar elevado e praticamente estável desde o início do segundo semestre.

A dinâmica da dívida confirma esse quadro. A Dívida Líquida do Setor Público avançou para 65% do PIB, influenciada pelos juros apropriados e pela desaceleração do PIB nominal. Já a Dívida Bruta do Governo Geral subiu para 78,6% do PIB, refletindo principalmente o carregamento dos juros e a menor expansão da base nominal. As elasticidades publicadas pelo Banco Central reforçam a sensibilidade elevada da dívida às condições financeiras: uma alta de 1 p.p. na Selic por 12 meses adiciona 0,49 p.p. do PIB à DLSP e 0,44 p.p. à DBGG, enquanto a desvalorização de 1% do câmbio tem impacto de –0,07 p.p. na DLSP e +0,08 p.p. na DBGG, ampliando a vulnerabilidade do quadro fiscal em cenários de maior volatilidade.

Embora o resultado de outubro tenha sido positivo, o carregamento dos juros, a desaceleração da atividade e a rigidez das despesas obrigatórias continuam impondo pressão sobre o ajuste fiscal. Para os próximos meses, nossa avaliação indica uma trajetória de alta das relações dívida/PIB, consolidando a DLSP em 66,1% do PIB e a DBGG em 79,3% do PIB final de 2025. Esses níveis refletem um cenário de estabilização fiscal mais lenta e dependente, sobretudo, da redução sustentada das taxas de juros e da melhora no crescimento nominal.

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