IPCA-15 de novembro – Análise PicPay

Por Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay

O IPCA-15 de novembro avançou 0,20%, exatamente em linha com a nossa projeção e levemente acima do resultado de outubro (0,18%). No acumulado em 12 meses, a taxa recuou de 4,94% para 4,50%, reforçando o processo de desinflação gradual observado ao longo do segundo semestre. A composição do dado confirmou nosso diagnóstico prévio: a desaceleração dos preços administrados, sobretudo energia elétrica e combustíveis, foi suficiente para compensar a maior pressão dos preços livres, especialmente em serviços.

Dos nove grupos analisados, sete registraram alta em novembro. Os maiores impactos vieram de Despesas pessoais (0,85%), impulsionado por hospedagem (4,18%) e pacotes turísticos (3,90%), e de Saúde e cuidados pessoais (0,29%), com destaque para planos de saúde (0,50%). Em Transportes (0,22%), as passagens aéreas avançaram 11,87% e representaram o maior impacto individual do mês (0,08 p.p.), enquanto os combustíveis recuaram 0,46%, contribuindo para moderar o grupo.

Por outro lado, a Alimentação no domicílio registrou nova deflação (-0,15%), mantendo a trajetória benigna do grupo, apesar da recomposição parcial de itens voláteis como batata (11,47%) e óleo de soja (4,29%). Em Habitação (0,09%), a energia elétrica recuou 0,38% mesmo com a bandeira vermelha, refletindo ajustes regionais que diminuíram a pressão. Itens como condomínio (0,38%) e aluguel (0,37%) apresentaram altas moderadas e já esperadas.

Do ponto de vista qualitativo, o índice segue exibindo sinais de perda de tração nos núcleos implícitos, ainda que em ritmo moderado. Os serviços subjacentes permanecem acima do nível compatível com a meta, mas sem aceleração relevante. Esse comportamento, somado à continuidade do alívio em bens industriais e à inflação de alimentos ainda benigna, reforça a leitura de que o processo desinflacionário está intacto, embora não totalmente concluído.

Com o dado de novembro, mantemos nossa projeção de 4,6% para o IPCA de 2025 e 0,26% para o índice cheio (Nov), avaliando que o cenário segue menos incerto e mais benigno na margem, também beneficiado pela estabilidade recente do câmbio e pela dissipação de choques em administrados. Ainda assim, monitoramos atentamente eventuais riscos altistas associados à dinâmica fiscal, à possível recomposição de preços de serviços e à volatilidade geopolítica, que podem afetar expectativas e pressionar o real.

Bitcoin estabiliza e altcoins sobem

Criptomoedas com melhor desempenho nas últimas 24h

Bitcoin (BTC) – variação 24h -1,02%

Ethereum (ETH) – variação 24h: -0,05%

Tether (USDT) – variação 24h -0,01%

BNB (BNB) – variação 24h: +0,98%

XRP (XRP) – variação 24h: -2,66%

SOLANA (Sol) – variação 24h: +0,51%

USDC (USDC) – variação 24h: 0,00%

Dogecoin (DOGE) – variação 24h: 0,00%

TRON (TRX) – variação 24h: +1,15%

Cardano (ADA) – variação 24h: +0,36%

Atualização de 26/11/25 às 10h14 – Fonte: [investing.com]

Principais notícias e indicadores

Resumo do mercado

O mercado cripto entra na última semana de novembro em um ponto de atenção: a combinação entre estabilidade do BTC, fluxo seletivo para altcoins e movimentos institucionais relevantes indica que o apetite por risco voltou — mas ainda depende diretamente da decisão do Fed em dezembro.

Enquanto isso, o avanço regulatório no Brasil, com a nova operação da PF, reforça que o setor vive simultaneamente expansão e maior escrutínio. Para os próximos dias, o cenário é de cautela estratégica: investidores monitoram se o BTC conseguirá transformar essa estabilidade em tendência e se a entrada de novos ETFs realmente marca o início de um novo ciclo de diversificação institucional.

Abertura: Dólar e juros sobem com exterior após IPCA-15 acima do previsto

O dólar se estabiliza a R$ 5,3779 (+0,02%), depois de fazer máxima a R$ 5,3898, enquanto a moeda é mista ante emergentes e pares. Mais cedo, o IPCA-15 (+0,20%) veio acima do esperado (+0,18%), com sete dos nove grupos de produtos e serviços ​​registrando ganhos. O fiscal doméstico segue no radar, após aprovação do projeto de aposentadoria especial aos agentes de saúde no Senado, com impacto bilionário aos cofres públicos. No exterior, a moeda tem uma leve recuperação das fortes perdas recentes.

Os investidores seguem posicionados para um corte de 25 pb no juro pelo Fed após dados americanos mistos e falas a favor da flexibilização por parte de membros do BC. O DXY ganha 0,09% (99,756), com a libra oscilando (há pouco +0,33%) à altura da divulgação do Orçamento do Reino Unido. Aqui, os juros futuros sobem levemente, em linha com a moeda.

Os rendimentos dos Treasuries estão mistos às vésperas do feriado de Ação de Graças nos EUA. O Ibovespa avança à máxima de 156.727,92 pontos (+0,52%). (Ana Katia)