Indústria em agosto

Por Igor Cadilhac Praticamente em linha com as nossas projeções, que indicavam alta de 0,9%, a produção industrial nacional cresceu 0,8% entre julho e agosto, recuperando parte das perdas acumuladas nos quatro meses anteriores. Apesar do resultado positivo na margem, na comparação interanual o setor registrou queda de 0,7%. De forma geral, seguimos observando sinais […]

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Por Igor Cadilhac

Praticamente em linha com as nossas projeções, que indicavam alta de 0,9%, a produção industrial nacional cresceu 0,8% entre julho e agosto, recuperando parte das perdas acumuladas nos quatro meses anteriores. Apesar do resultado positivo na margem, na comparação interanual o setor registrou queda de 0,7%. De forma geral, seguimos observando sinais de desaceleração gradual da atividade econômica, com segmentos menos sensíveis ao ciclo, como a indústria extrativa, compensando ao longo do ano os desafios estruturais enfrentados pela indústria de transformação. Já em agosto, a dinâmica foi distinta: enquanto a indústria de transformação avançou 0,6%, a extrativa recuou 0,3%.

Das 25 atividades industriais pesquisadas, 16 registraram expansão em relação ao mês anterior. Entre os destaques positivos, sobressaíram farmoquímicos e farmacêuticos (13,4%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (1,8%) e produtos alimentícios (1,3%). Em contrapartida, os principais impactos negativos vieram de produtos químicos (-1,6%), máquinas e equipamentos (-2,2%), produtos de madeira (-8,6%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-3,6%) e indústrias extrativas (-0,3%).

Entre as grandes categorias econômicas, três das quatro registraram avanço no mês: bens intermediários (1,0%), bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) e bens de consumo duráveis (0,6%). Já as quedas em bens de capital (-1,4%) e insumos típicos da construção civil (-1,1%) sugerem deterioração na proxy do PIB de investimentos em agosto.

Para 2025, projetamos crescimento de 1,9% na produção industrial brasileira. Apesar dos desafios impostos pela desaceleração da economia global e pelo prolongado período de juros elevados, acreditamos que a retração será moderada. Fatores como uma balança comercial sólida e políticas governamentais de estímulo à atividade devem contribuir para mitigar os impactos negativos sobre o setor.

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