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Divergência no Copom projeta BC mais leniente com a inflação, diz Leonardo Costa, da ASA

Atualizado 09/05/2024 às 18:38:57

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A divisão entre os diretores do Banco Central dentro do Copom na reunião da última quarta-feira (8) provocou um aumento das incertezas em relação ao futuro da autarquia. Na avaliação de Leonardo Costa, da ASA Investments, essa divergência pode levar a um BC mais leniente com a inflação nos próximos anos.

“Trouxe mais incerteza para o futuro da política monetária, especialmente quando a gente tiver a troca do presidente Roberto Campos [Neto]”, afirmou Costa, no BDM Entrevista. “Acho que o mercado está relembrando, depois dessa divergência, é do Banco Central que a gente viu lá na Dilma [Rousseff], que cortou juros mesmo perante um cenário inflacionário mais preocupante.”

Na última quarta, o Copom optou por cortar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,50%, em decisão que contou com um placar apertado. Cinco diretores votaram por reduzir o ritmo de reduções, enquanto quatro membros escolheram diminuir a taxa básica de juros em 0,50 pp.

A principal questão levantada foi política, pois os dirigentes que optaram por maior corte foram indicados pelo atual governo. O atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, sairá do comando da autarquia neste ano e outro indicado do governo Lula indicará um novo presidente, que poderá ter uma visão mais dovish do mercado.

O economista afirmou que a projeção da Selic para este ano da ASA Investments é de 9,75%. “A incerteza está bastante elevada. Então, precisa saber ainda qual vai ser o presidente do Banco Central no ano que vem e qual que vai ser a postura desse presidente”, disse, que observou que a inflação ainda está longe da meta de 3%.

Costa também comentou sobre a questão externa, envolvendo um Federal Reserve segurando juros altos por mais tempo, questão fiscal no Brasil e dólar.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo:

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