Véspera de feriado tem agenda pesada

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*

[30/04/25]

… Revelando os primeiros danos da guerra comercial à China, o PMI industrial oficial sofreu em abril a pior contração da atividade desde dez/23. Hoje, nos EUA, a agenda pesada prevê mais um indicador do emprego, a pesquisa ADP, além da preliminar do PIB/1Tri, inflação do PCE e balanços de Microsoft e Meta. Apple e Amazon saem amanhã, quando os mercados aqui fecham no feriado de 1º de Maio, mas NY funciona normalmente. Também no Brasil, o calendário econômico é intenso, nesta 4ªF, com a taxa de desemprego do IBGE e números do Caged de março, que podem influenciar as expectativas para o Copom, e ainda o resultado fiscal de março. No noticiário corporativo, repercute o relatório de produção e vendas da Petrobras, divulgado ontem, após o fechamento. Entre os balanços, são destaques: Weg e Santander, antes da abertura, enquanto Galípolo abre evento do BC (9h15) e Trump volta a criticar Powell: “Ele não está fazendo um bom trabalho”.

… Em discurso para marcar os 100 dias de seu governo, no estado de Michigan, o presidente dos EUA teve o cuidado de dizer que quer ser “respeitoso” com Powell, mas que tem mais conhecimento do que ele, “sei mais sobre juros do que eles”.

… Trump citou uma série de produtos que tiveram queda de preços, como energia, ovos, taxas de hipotecas imobiliárias e medicamentos.

… Já o mercado considerou os números mais fracos do emprego do relatório Jolts, ontem, e a queda da confiança do consumidor em abril para apostar que o Fomc acabará deixando de lado a cautela para antecipar os cortes de juros para junho (leia abaixo).

… Os indicadores de hoje podem reforçar essa expectativa se também a pesquisa ADP trouxer a criação de menos vagas no setor privado, assim como o payroll de março, na 6ªF, se confirmar uma deterioração do mercado de trabalho americano.

… Nas últimas falas, Powell foi claro ao afirmar que o Fed pode reduzir os juros se o impacto das tarifas sobre o emprego for significativo.

… Outros dados que poderão influenciar hoje as expectativas em NY são o PIB/1Tri, com projeções de forte recuo, e a inflação do PCE, que também deve desacelerar. Surpresas nesses números, por outro lado, adiariam os cortes de juros para o segundo semestre.

… A pesquisa ADP de emprego no setor privado em abril está prevista para as 9h15 e a primeira prévia do PIB/1Tri, às 9h30, com consenso de leve expansão de 0,4%, após a economia dos EUA ter registrado crescimento de 2,4% no 4Tri/2024.

… A expectativa para o núcleo do PCE de março (11h), medida predileta de inflação do Fed, é de desaceleração para 0,1% em março, após alta de 0,4% em fevereiro. Na base anual, o consenso é de desaceleração para 2,2%, contra 2,5% até o mês anterior.

… Aqui, também os dados do emprego são importantes para as expectativas ao Copom e as apostas para a Selic.

… Às 9h, o IBGE divulgará a Pnad Contínua de março, cujo consenso aponta para uma alta da taxa de desemprego a 7%, contra 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro. Às 14h30, sai o Caged de março, que deve criar 201 mil vagas, após 432 mil em fevereiro.

… Na agenda fiscal, o resultado consolidado do setor público em março abre o dia (8h30). Em fevereiro, o déficit foi de R$ 18,973 bilhões.

MAIS AGENDA – Ainda às 8h30, o BC divulga as operações de crédito e os dados da dívida pública em março, que atingiu 76,2% do PIB em fevereiro. Às 14h30, o Banco Central informa os dados semanais do fluxo cambial.

… Na Zona do Euro, também é dia de PIB/1Tri e da preliminar da inflação de abril do CPI na Alemanha (9h).

… Nos EUA, às 10h45, o Fed de Chicago divulga o índice ISM de atividade do setor industrial em abril e, às 11h30, os estoques de petróleo do DoE nos Estados Unidos, que aumentaram em 244 mil barris na semana até 18/04.

BALANÇOS – Os resultados de Microsoft e Meta saem após o fechamento. Aqui, Santander e Weg vêm antes da abertura.

… Amanhã, com os mercados fechados no Brasil e em algumas praças da Europa e na China, serão divulgados em Wall Street os balanços de mais duas big techs: Apple e Amazon, enquanto o BoJ decide sobre juros. Na China, o feriado se estende até 6ªF.

ÁSIA HOJE – Na China, o PMI Industrial do NBS (oficial) caiu a 49,0 em abril, abaixo do consenso (49,5) e de março (50,5), interrompendo dois meses de expansão da atividade. E o PMI do Caixin caiu para 50,4, mais que o consenso (49,8) e após 50,8 em março.

… No Japão, a produção industrial registrou queda de 1,1% em março, pior que o consenso (-0,4%), recuando fortemente sobre o crescimento de 2,3% em fevereiro. Também as vendas no varejo recuaram 1,2%, contra +0,4% do mês anterior.

PETROBRAS – Fechou o primeiro trimestre com produção total de 2,771 milhões de barris diários de óleo equivalente, queda de 0,20% na comparação com o 1Tri/2024 e alta de 5,4% sobre o 4Tri/2024, segundo relatório de produção divulgado ontem à noite.

… Segundo a Petrobras, a alta no 1Tri se deve ao menor volume de perdas por paradas para manutenções, à melhor eficiência operacional na Bacia de Santos, entrada em produção do FPSO no campo de Búzios e do FPSO no campo de Mero.

… Esses fatores compensaram parcialmente o declínio natural de produção no trimestre, com 11 novos poços produtores em operação.

… A produção de óleo e gás foi de 2,416 milhões de boe/d no 1Tri (-0,5% na base anual), a produção de petróleo, de 2,214 milhões de bpd (-1%) e a produção de gás natural totalizou 526 mil boed (+3,7% na margem e na base anual).

QUANTO PIOR, MELHOR – O espanto dos mercados com Trump é tanto, que sobra ao investidor se agarrar à esperança de que o Fed tome uma atitude para evitar que a economia norte-americana caia em uma recessão.

… Neste contexto, indicadores fracos divulgados ontem nos EUA acabaram sendo lidos pela ótica positiva, de que Powell pode acabar se dobrando às pressões para antecipar um corte do juro e evitar um choque recessivo.

… Às vésperas do payroll, o relatório Jolts de empregos mostrou queda nas vagas, de 7,6 milhões em fevereiro para 7,2 milhões em março. Ainda a confiança do Conference Board caiu de 93,9 em março para 86,0 em abril.

… Em NY, o mercado passou a precificar um corte acumulado de 1,25 ponto percentual pelo Fed nos próximos 12 meses, o que derrubou o rendimento da T-Note de 2 anos ontem para o seu menor nível em seis meses.

… O yield recuou a 3,664%, de 3,701% na sessão anterior. A taxa do bônus de 10 anos caiu para 4,173%, de 4,211%.

… A torcida para que o Fed relaxe a política monetária o quanto antes também ajustou as bolsas em NY, que refletiram os sinais de recuo de Trump em relação à guerra tarifária, enquanto a China continua jogando duro.

… O presidente americano assinou uma ordem executiva concedendo alívio parcial nas tarifas para as montadoras que fabricam veículos nos EUA, o que foi comemorado pelas ações da Ford (+1,35%) e da Stellantis (+2,51%).

… As montadoras receberão um reembolso de até 15% das tarifas pagas sobre peças importadas para veículos montados nos EUA, enquanto os carros com 85% de suas peças fabricadas no país não estarão sujeitos à sobretaxa.

… Foi positiva também a indicação de Trump nesta 3ªF de que o governo de Washington estaria fechando acordos comerciais com a Índia e que ainda as negociações estariam avançadas com o Japão e a Coreia do Sul.

… O Dow Jones subiu 0,74%, a 40.527,62 pontos, o S&P 500 avançou 0,58%, para 5.560,83 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,54%, a 17.461,31 pontos, no otimismo que teve como “plus a mais” a expectativa de corte de juros.

… A sinalização de progressos nas negociações comerciais de Trump permitiu leve alta ao índice DXY (+0,22%, aos 99,228 pontos), embora o papel dominante do dólar no comércio e nas finanças internacionais continue em xeque.

… O euro recuou 0,33%, para US$ 1,1383, e a libra esterlina perdeu 0,25%, negociada no fechamento a US$ 1,3406.

… Já o real conseguiu emplacar a sua oitava alta seguida, influenciado pelo fluxo gringo positivo tanto para a bolsa como para a renda fixa, especialmente após a sinalização de Galípolo de que o ciclo de aperto da Selic não acabou.

… O dólar à vista, que antes do feriado da Páscoa operava na faixa de R$ 5,80, vem caindo todo santo dia desde lá. Voltou ontem para R$ 5,6306 (-0,31%) e chega ao último pregão do mês com queda acumulada de 1,31% em abril.

… Hoje, o câmbio doméstico poderá sofrer a influência extra da disputa especulativa em torno da ptax.

MUITA CALMA NESTA HORA – Pelo segundo dia seguido, com Galípolo, os investidores corrigiram as apostas para o Copom da semana que vem e a chance de vir um aperto de 0,50pp, ao invés de 0,25pp, voltou a ser majoritária.

… O presidente do BC disse que a comunicação da reunião de política monetária de março (alta da Selic menor do que 1pp) segue valendo e repetiu que o nível do juro seguirá restritivo o tempo suficiente para levar inflação à meta.

… Atentos à mensagem, os juros curtos registraram viés de alta, o miolo da curva fechou estável e a ponta longa exibiu queda modesta, influenciada pelo recuo dos rendimentos dos Treasuries e pelo dólar mais barato aqui.

… No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 14,690% (de 14,675% no pregão anterior); Jan/27 estava em 13,945% (de 13,905%); Jan/29, 13,640% (de 13,640%); Jan/31, 13,910% (de 13,930%); e Jan/33, 14,000% (14,030%).

… O investidor estrangeiro começa a se arriscar novamente nos emergentes. Pelo último informe, entraram R$ 883 milhões em k externo na B3 na 5ªF passada. No acumulado do mês, porém, a fuga ainda é pesada: R$ 4,9 bilhões.

… O Ibovespa está a pouco mais de dois mil pontos de seu recorde de todos os tempos e completou ontem sete pregões consecutivos sem cair, embora já tenha dado sinais de fadiga, tendo fechado praticamente estável.

… Terminou em +0,06%, aos 135.093 pontos, com volume financeiro de R$ 22,9 bilhões.

… As blue chips financeiras se destacaram em alta: Bradesco ON registrou +1,34% (R$ 12,10); Bradesco PN, +1,12% (R$ 13,50); Itaú, +0,80% (R$ 35,27); Santander, +0,57% (R$ 28,40); e Banco do Brasil ON, +0,53% (R$ 28,50).

… Petrobras ON subiu 0,28%, a R$ 32,55, e Petrobras PN ganhou 0,53%, a R$ 30,56, apesar da queda do petróleo.

… O Brent/julho caiu 2,33%, para US$ 63,28 o barril, com preocupações renovadas sobre a demanda global, diante da tensão comercial, e a expectativa de que a Opep+ suba a produção em mais de 400 mil bpd semana que vem.

… A commodity vai terminando abril com um tombo próximo de 15%, o pior recuo mensal em quatro anos.

… Vale cedeu 0,37% (R$ 53,84) ontem, enquanto o minério de ferro subiu de leve (-0,28%). A liderança do ranking positivo ficou com o GPA (+8,00%), a R$ 4,59, em meio às expectativas de mudança no Conselho de Administração.

EM TEMPO… JBS aprovou a distribuição de R$ 4,4 bilhões em dividendos adicionais, o equivalente a R$ 2 por ação, com pagamento em 14/5; ex a partir de hoje.

SABESP aprovou a distribuição de R$ 2,55 bilhões em proventos, sendo R$ 718,6 milhões em dividendos e R$ 1,83 bilhão em JCP; empresa não informou o valor correspondente por ação…

… Pagamento será efetuado em até 45 dias após AGOE realizada ontem.

EMBRAER aprovou a distribuição de R$ 51,4 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,0700 por ação, e de R$ 142,7 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,1946 por ação; pagamento será realizado em 23/5; ex em 14/5.

CARREFOUR aprovou a distribuição de R$ 1,67 milhão em dividendos complementares, o equivalente a R$ 0,0007 por ação, com pagamento a ser realizado durante o exercício social de 2025; ex em 1º/7…

… Acionistas aprovaram a incorporação da subsidiária integral Cotabest Informação e Tecnologia.

IGUATEMI registrou lucro líquido ajustado de R$ 113,9 milhões no 1TRI, alta anual de 5,1%; Ebitda ajustado somou R$ 244,3 milhões, crescimento de 8,5% em relação ao mesmo período de 2024.

CPFL. Acionistas da CPFL Energia e da controlada CPFL Geração aprovaram cisão parcial da CPFL Geração, com a incorporação do acervo cindido pela CPFL Energia.

EDP. Diretoria colegiada da Aneel decidiu por unanimidade pela recomendação ao Ministério de Minas e Energia da prorrogação da concessão da EDP Espírito Santo por mais 30 anos.

NEOENERGIA registrou lucro líquido consolidado de R$ 1 bilhão no 1TRI, queda de 11% na comparação anual; Ebitda somou R$ 3,72 bilhões, alta de 6% em relação ao mesmo período de 2024.

ISA ENERGIA registrou lucro líquido regulatório de R$ 337,4 milhões no 1TRI, queda de 17,6% na comparação anual; Ebitda somou R$ 923,3 milhões, alta de 2,9% em relação ao mesmo período de 2024.

TAESA aprovou a distribuição de R$ 301,5 milhões em dividendos, com pagamento em duas parcelas; ex em 30/4…

… Primeira parcela, com valor de R$ 190,6 milhões, o equivalente a R$ 0,1844 por ação ON e R$ 0,5533 por unit, será paga em 28/5…

… Segunda parcela, com valor de R$ 110,8 milhões, o equivalente a R$ 0,1073 por ação ON e R$ 0,3219 por unit, será paga em 27/11.

MARCOPOLO registrou lucro líquido de R$ 241,8 milhões no 1TRI, queda de 21,9% na comparação anual; Ebitda somou R$ 262 milhões, recuo de 16,9% em relação ao mesmo período de 2024.

LOG CP registrou lucro líquido de R$ 86,4 milhões, avanço de 56,2% na comparação anual; Ebitda somou R$ 120,8 milhões, crescimento de 63,2% em relação ao mesmo período de 2024.

KEPLER WEBER registrou lucro líquido de R$ 25,6 milhões no 1TRI, queda anual de 51%; Ebitda somou R$ 52,9 milhões, recuo de 41,55 em relação ao mesmo período de 2024.

WEG aprovou aumento de capital em R$ 5 bilhões por meio da incorporação de parte do saldo da conta de reserva de lucros, sem aumento do número de ações…

… Com isso, capital social da empresa passou dos atuais R$ 7,5 bilhões para R$ 12,5 bilhões.

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

*com a colaboração da equipe do BDM Online

AVISO – Bom Dia Mercado, produzido pela Mídia Briefing, não pode ser copiado e/ou redistribuído.

IGP-M, Galípolo, Petrobras e Jolts são destaques

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*

[29/04/25]

… Será divulgado hoje nos EUA o primeiro de uma série de indicadores do emprego desta semana, que termina com o payroll. O relatório Jolts (11h) deve mostrar a criação de 7,5 milhões de vagas em março, mantendo o ritmo de fevereiro, que trouxe uma significativa redução. Os dados são importantes para calibrar as expectativas de queda dos juros. Quanto mais fracos, mais aumentam as chances de o Fed agir. Em NY, investidores voltaram a fugir do risco, em meio ao impasse tarifário, derrubando o dólar, os juros dos Treasuries e sem ânimo para as ações, antes dos balanços das big techs. Aqui, Petrobras divulga o relatório de produção e vendas, após o fechamento. São destaques, ainda, o IGP-M de abril e a coletiva de Galípolo (11h) para comentar o Relatório de Estabilidade do BC (8h).

… Nesta 2ªF, Galípolo puxou os juros de curto prazo com declarações surpreendentemente mais hawkish do que sinalizou Diogo Guillen, notório falcão remanescente da equipe de Campos Neto, ao dizer que o ciclo de aperto da Selic ainda não terminou (abaixo).

… O enfraquecimento do dólar, que colocou o câmbio abaixo de R$ 5,65, limitou as altas das taxas futuras, refletindo um momento difícil para os ativos americanos, que enfrentam “greve de compradores estrangeiros”, segundo o Deutsche Bank.

… O chefe de estratégia de câmbio do banco, George Saravelos, analisou os fluxos para uma variedade de fundos que pegam dinheiro do exterior e o canalizam para ações e títulos dos EUA e concluiu que eles mostram uma “parada brusca” nos últimos dois meses.

… “Na melhor das hipóteses, os dados mostram desaceleração muito rápida nos fluxos de capital e, na pior, desinvestimento contínuo em ativos americanos.” O relatório afirma que não houve recuperação nem mesmo nos melhores dias da semana passada.

… Saravelos revisou para baixo sua previsão para o dólar neste mês e prevê queda para US$ 1,30 em relação ao euro e 115 em relação ao iene até 2027, ante cerca de US$ 1,14 e 142 ienes atualmente. A crise não dá sinais de solução no curto prazo.

… Trump continua esperando que a China dê o primeiro passo, enquanto cresce o apoio dos chineses para Xi Jinping resistir.

… Reportagem da Bloomberg afirma que “os ataques de Trump à China estão desencadeando uma onda de apoio nacionalista a Xi”.

… “As pessoas estão realmente dispostas a não se curvar e lutar até o fim”, disse James Zhang, um exportador de móveis de Ningbo, que obtém 60% de sua receita das vendas aos EUA. Segundo ele, “ceder não abre caminho, apenas abre um beco sem saída.”

… Os chineses temem que qualquer concessão aos EUA apenas permitirá a Trump aumentar suas exigências.

… Enquanto Trump enfrenta crescente pressão para recuar, as suas ações contra a China ajudam a reforçar a posição de Xi. O líder chinês tem o apoio até de seus críticos, que querem que o governo se mantenha firme contra um ataque econômico sem precedentes.

… Gigantes da internet chinesa, como Alibaba, JD.com e PDD Holdings, apressaram-se a implementar políticas de apoio aos exportadores, reduzindo as taxas e os custos da plataforma para promoção de produtos e campanhas agressivas de marketing.

… Ainda não está claro quanto tempo durará o momento de patriotismo da China. O verdadeiro teste deve vir com o passar das semanas e dos meses, quando os trabalhadores chineses perderão seus empregos e enfrentarão dificuldades econômicas.

… A Bloomberg Economics calcula que as tarifas nos níveis atuais poderiam eliminar mais de 80% das exportações da China para os EUA, reduzindo dois pontos percentuais do PIB se as fábricas não encontrarem novos mercados para seus produtos.

A BOA NOTÍCIA É QUE… – O governo americano tomará medidas hoje para reduzir o impacto das tarifas sobre a indústria automobilística, confirmou o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em comunicado.

… Washington deve flexibilizar os impostos sobre carros fabricados no exterior e autopeças importadas.

… Segundo o WSJ, as empresas americanas que pagam tarifas de 25% sobre automóveis importados não precisarão pagar tarifas adicionais, como as aplicadas ao aço e ao alumínio.

… A medida será retroativa e as montadoras serão reembolsadas pelos impostos extras já pagos.

… Essa mudança de postura ocorre neste momento em que Trump se prepara para viajar a Michigan, o coração da indústria automobilística norte-americana, para marcar os 100 dias de seu segundo mandato.

CANADÁ – O Partido Liberal, do atual primeiro-ministro Mark Carney, venceu a eleição. A vitória consagrou uma  reviravolta na campanha, em meio à ameaça de anexação do país pelos EUA e à guerra comercial de Trump.

… Na noite de ontem, com os votos ainda sendo contados, a imprensa internacional ponderava que ainda não era possível projetar se os liberais conseguirão formar um governo majoritário no Parlamento canadense.

MAIS AGENDA – O IGP-M de abril (8h) deve se manter em terreno negativo, com o consenso apontando para deflação de 0,09%, após a queda de 0,34% em março e alta de 1,06% em fevereiro. Às 8h30, o BC divulga os dados de crédito referentes a março.

… O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, participa da entrevista sobre o Relatório de Estabilidade do BC ao lado de Galípolo (11h).

LUPI – Ministro da Previdência comparecerá hoje à Comissão da Câmara para falar sobre a operação da PF e CGU que investiga fraudes no INSS. O Planalto estaria incomodado com postura de Lupi e percepção é que ele deveria pedir demissão (Gerson Camarotti).

… Já fontes do Valor apuraram que Lupi não deve ser demitido por Lula, por enquanto. Avaliação de interlocutores do presidente é de que inquérito da PF não traz qualquer menção ao ministro da Previdência no esquema de corrupção.

LÁ FORA – O dia começa com o índice GfK de maio na Alemanha e a confiança do consumidor de abril na Zona do Euro (7h).

… Nos EUA, sai a balança comercial de março e os estoques no varejo e no atacado (9h30), além de preços dos imóveis em fevereiro (10h) e da Confiança do Consumidor da Conference Board em abril (11h). No mesmo horário sai o relatório Jolts.

… À noite, o Japão divulga a produção industrial e as vendas no varejo (20h50), enquanto na China saem os índices PMI de abril (22h30).

BALANÇOS – Neoenergia, Isa Energia, Marcopolo, Iguatemi, Log ON e Kepler Weber divulgam resultados hoje, na B3. Em Wall Street, são destaques Pfizer, Starbucks e General Motors. No Em tempo os balanços de Gerdau e Metalúrgica Gerdau de ontem à noite.

SÓ ACABA QUANDO TERMINA – Sinalizando que não quer queimar etapas, Galípolo disse que o BC tem certeza razoável de que a Selic está em nível contracionista, mas ainda tenta entender se está restritiva o bastante.

… O presidente do BC está incomodado com as expectativas de inflação “bastante desancoradas” e tenta entender se a estratégia adotada até aqui é suficiente para os preços convergirem ao centro da meta (3%).

… Os comentários, feitos em evento do J. Safra, parecem sugerir que o ciclo de aperto monetário ainda não chegou ao fim, que a barra está alta para um início do afrouxamento, que um corte pode demorar para vir.

… Galípolo soou diferente das falas recentes de Guillen, Nilton Davi e Pichetti, lidas como dovish, mas parte do mercado acha que ele não bateu de frente, embora possa corrigir excessos nas apostas para a taxa básica.

… Apesar da pegada mais hawkish assumida pelo presidente do BC, o Citi reduziu ontem a projeção de alta da Selic na reunião do Copom da semana que vem de 0,75pp para 0,50pp, citando as incertezas externas.

… Na reação inicial a Galípolo, os juros futuros ajustaram a rota nesta 2ªF e chegaram a subir até 18pb no miolo da curva, antes de perderem fôlego e fecharem perto da estabilidade, no dia sem novidades da guerra tarifária.

… No jogo de empurra, para ver quem se dobra antes, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse que a bola da negociações está com a China, que, de seu lado, recomendou aos EUA “pararem de chantagear”.

… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,675% (contra 14,630% no pregão anterior); Jan/27, 13,905% (de 13,885%); Jan/29, 13,640% (de 13,590%); Jan/31, 13,930% (de 13,900%); e Jan/33, 14,030% (de 14,020%).

… Positiva para o carry trade, a chance de a Selic levar mais tempo para começar a cair pode ter ajudado a dólar a emplacar a sua sétima queda consecutiva e furar o piso psicológico de R$ 5,65, cotado a R$ 5,6480 (-0,70%).

… Mas, em primeiro plano, foi a fraqueza da moeda americana em escala global que ampliou os ganhos do real. No espaço dos últimos sete pregões, a divisa brasileira registra apreciação de 4%. No acumulado do ano, sobe 8%.

… Quem poderia imaginar que os ativos americanos, historicamente resistentes a tantas crises, teriam que enfrentar o fogo amigo de Trump, que tem se provado um verdadeiro terremoto à segurança dos mercados dos EUA.

… Com a novela protecionista que não se resolve, o índice DXY, termômetro do dólar contra outras seis rivais fortes, recuou 0,54%, aos 98,929 pontos. O euro subiu 0,51%, a US$ 1,1423, e a libra ganhou 0,93%, valendo US$ 1,3439.

… Houve nova rodada de apelo defensivo pelos Treasuries, derrubando o rendimento da Note de 2 anos para 3,693%, contra 3,744% no pregão anterior, e o juro da Note de 10 anos para 4,240%, de 4,211% na última 6ªF.

… Além do incômodo com o cabo de guerra entre os EUA e a China, que está demorando demais para acabar, também o suspense com a agenda forte da semana em NY justificou a falta de apetite por risco ontem nos negócios.

… O investidor já aciona a contagem regressiva para o payroll e para os balanços de quatro das “Sete Magníficas” do setor de tecnologia esta semana: Apple (+0,41%), Meta (+0,44%), Amazon (-0,70%) e Microsoft (-0,18%).

… Em clima de esperar para ver, as bolsas em NY preferiram não se arriscar ontem: o Dow Jones subiu 0,28%, a 40.227,59 pontos; S&P 500 ficou estável (+0,06%), aos 5.528,73 pontos; e o Nasdaq caiu 0,10% (17.366,13 pontos).

… Também o Ibov não foi longe (+0,21%), embora tenha bancado (por pouco) os 135 mil pontos (135.015,89), com giro de R$ 20,5 bi. Junto com NY, o “efeito Galípolo” pode ter ajudado a inibir a bolsa, que não gosta de juros altos.

… Depois do tombo de quase 3% no pregão anterior, Vale testou alguma reação (+0,35%, a R$ 54,04), desafiando a queda de 0,49% do minério. Petrobras ON (-0,64%, a R$ 32,46) e PN (-0,39%, a R$ 30,40) caíram com o petróleo.

… O barril do Brent recuou 1,51%, a US$ 65,86, de olho em um potencial aumento da oferta pela Opep+, que se reúne no dia 5 de maio, e na disputa de forças entre a China e os EUA, que eleva a incerteza sobre a demanda global.  

… Entre os papéis dos bancos no Ibov, ficaram no lado positivo Santander (+1,29%; R$ 28,24), BB (+1,21%; R$ 28,35) e Itaú (+1,07%; R$ 34,99). No campo oposto, Bradesco caiu: 0,25% (ON, a R$ 11,94) e 0,22% (PN, a R$ 13,35).

EM TEMPO… GERDAU registrou lucro líquido ajustado de R$ 758 milhões no 1TRI, queda de 39% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 2,40 bilhões, recuo de 14,6% ante mesmo período de 2024…

… Companhia aprovou a distribuição de R$ 243,5 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,12 por ação, com pagamento em 19/5…

… Conselho de Administração aprovou a incorporação da subsidiária integral Gerdau Summit Aços Fundidos e Forjados; operação será submetida à deliberação pela assembleia geral extraordinária da companhia, em 30/5…

… Colegiado também aprovou o cancelamento de 517.600 ações ON e de 24 milhões de ações PN; assim, capital social da companhia passou a ser dividido em 718.346.219 de ações ON e 1.309.848.730 de ações PN…

… Empresa concluiu a aquisição das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) de Garganta da Jararaca e Paranatinga II, localizadas no Mato Grosso, por R$ 441,7 milhões.

METALÚRGICA GERDAU registrou lucro líquido ajustado de R$ 756 milhões no 1TRI, alta de 13,4% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 2,4 bilhões, ganho de 0,4% em relação ao mesmo período de 2024…

… Companhia aprovou a distribuição de R$ 79 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,08 por ação, com pagamento em 20/5…

… Conselho de Administração aprovou o cancelamento de 6 milhões de ações; assim, capital social da companhia passou a ser dividido em 365.111.201 de ações ON e 628.594.603 de ações PN.

YDUQS aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 150 milhões, o equivalente a R$ 0,5706 por ação, com pagamento em 8/5; ex em 29/4.

COGNA aprovou a distribuição de R$ 120,8 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,0667 por ação, com pagamento até 30/5; ex hoje.

VIBRA ENERGIA concluiu saída da sociedade ZEG Biogás e Energia, conforme havia divulgado em março.

LATAM fechou o 1Tri com lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de US$ 355 milhões, alta de 37,6% na comparação com igual período do ano passado. A receita total no trimestre foi de US$ 3,4 bilhões (+2,7%)…

… O Ebitdar ajustado fechou o trimestre em US$ 962 milhões, alta de 20,9% e considerado recorde trimestral.

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Semana tem agenda forte em NY

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*

[28/04/25]

… Vários indicadores do mercado de trabalho nos EUA podem ajustar as expectativas para o Fed, após Jay Powell ter citado o impacto das tarifas sobre o emprego como a principal variável para decidir uma queda dos juros. O payroll de abril (6ªF) é a maior expectativa, mas antes são importantes o relatório Jolts e a pesquisa ADP. A agenda forte em NY inclui, também, a preliminar do PIB/1Tri e o PCE de março, a medida preferida de inflação do Fomc. No calendário de balanços, destaque para Microsoft, Meta, Apple, Amazon. O feriado de 1º de maio (5ªF) fecha os mercados no Brasil e em alguns países da Europa, mas não em Wall Street. A temporada de resultados ganha ritmo na B3 e, entre os indicadores, atenção para os dados de emprego do IBGE e do Caged, que podem influenciar as apostas ao Copom.

… Na guerra comercial, o fim de semana não trouxe novidades, depois de Trump dizer que será “razoável” com as tarifas, garantindo um fechamento positivo dos mercados na 6ªF, com investidores preferindo ignorar as notícias negativas da China (abaixo).

… Trump continua afirmando que está conversando com Pequim e Pequim continua dizendo que Trump está divulgando “fake news”.

… Mas o fato de o presidente Trump adotar tom conciliador, verdadeiro ou não, é visto como um sinal de que não pretende surpreender com novas medidas contra os chineses, o que já é alguma coisa, em meio às tensões que o mundo viveu nas últimas semanas.

… Relatos de que a China isentou as tarifas para alguns semicondutores fabricados nos Estados Unidos contribuíram para o alívio, embora isso seja mais uma tentativa de proteger suas empresas de tecnologia do que um recuo no confronto com Trump.

… Dois importadores confirmaram ao Washington Post que certos semicondutores estão isentos de tarifas, enquanto o site chinês Caijing publicou que tarifas sobre “pelo menos oito microchips fabricados nos EUA foram reduzidos a zero”.

… A China depende de chips avançados projetados por empresas americanas, como a Nvidia, a Qualcomm e a AMD.

… Questionado sobre as isenções, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que não estava ciente do assunto.

… Ao mesmo tempo, a China, que absorve 60% da soja exportada pelos EUA, reduziu suas compras, o que pode impactar nos preços.

… No fim de semana, a secretária de Agricultura americana, Brooke Rollins, disse em entrevista à CNN que já procura novos mercados para as commodities agrícolas e citou a Argentina e o Brasil, como opções para as dificuldades no comércio com a China.

… Rollins confirmou que os Estados Unidos estavam tendo conversas diárias com a China a respeito desse assunto.

… Em outra entrevista, à TV ABC, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou no domingo que interagiu com o representante da China durante encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, mas que eles não discutiram as tarifas.

… Questionado sobre as declarações de Trump, saiu pela tangente: “Eu não sei se o presidente Trump conversou com Xi (Jinping).”

FMI –Em comunicado divulgado após a 51ª Reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional, o Fundo Monetário Internacional avaliou que a economia global atravessa um “momento pivotal”, marcado pela intensificação das tensões comerciais.

… “Esse momento tem gerado incerteza elevada, volatilidade nos mercados e riscos ao crescimento e à estabilidade financeira”, alerta o texto, que projeta uma desaceleração do crescimento mundial no curto prazo, com riscos negativos em ascensão.

… Como resposta aos riscos, o grupo defendeu reformas fiscais e estruturais que estimulem o crescimento liderado pelo setor privado.

… Na 6ªF, o diretor do Hemisfério Ocidental do Fundo, Rodrigo Valdés, afirmou que o Brasil tem um “desafio fiscal muito forte” e que um ponto central é se o governo do presidente Lula apresentará novas medidas para conter o crescimento da dívida pública.

… O FMI estima que o peso da dívida pública no PIB brasileiro deve aumentar de 87,3%, em 2024, para 92% neste ano. Ao fim do governo Lula, o organismo estima piora de mais de 12 pontos porcentuais, para 96% em 2026, nível mais elevado desde 2020.

BRICS – Ministros de Relações Exteriores dos 11 países que integram o grupo reúnem-se hoje e amanhã, no Rio de Janeiro, para debater temas mudança do clima, paz e segurança e comércio exterior, em meio à guerra tarifária imposta por Trump.

… A expectativa é de uma declaração conjunta crítica às “medidas unilaterais” adotadas pelos EUA e a favor da OMC, já no primeiro dia.

… O texto do comunicado foi elaborado pelos sherpas, como são chamados os negociadores dos países membros, e vai ser apresentado aos chanceleres para que seja discutido. Se houver consenso, como esperado, será publicado ainda hoje.

EM BAIXA – Nova pesquisa NYT/Siena apontou que 54% dos eleitores americanos acreditam que o presidente Trump está exagerando em seus esforços agressivos para expandir o Poder Executivo e têm profundas dúvidas sobre os pontos principais de sua agenda.

… Os primeiros meses do governo Trump são vistos como “caóticos” e “assustadores” pela maioria.

… O índice de aprovação de Trump é de 42% e a busca do presidente por tarifas generalizadas foi contestada por 55% dos eleitores.

… Os eleitores disseram que ele havia “ido longe demais” em uma questão após a outra — suas tarifas, sua fiscalização da imigração, seus cortes na força de trabalho federal. Entre eleitores independentes, sua aprovação caiu para apenas 29%.

… Nesse domingo, Trump voltou a prometer corte de impostos, à medida que perde o apoio público, escrevendo em sua rede social que “quando as tarifas forem reduzidas, o IR de muitas pessoas será substancialmente reduzido, talvez até mesmo eliminado”.

… Trump prometeu aos americanos um “boom sem precedentes”, mas o desempenho do mercado de ações durante seus primeiros 100 dias no governo foi um “boom” que os investidores não esperavam, enquanto a economia tem projeções negativas.

… Apesar da alta da semana passada, o S&P 500 caiu cerca de 8% desde sua posse e caminha para sua pior sequência nos primeiros 100 dias de um presidente desde Gerald Ford em 1974, após a renúncia de Richard Nixon.

… As quedas, combinadas com a pressão agressiva para deportar trabalhadores ilegais e as demissões em massa de funcionários federais, deixaram os investidores nervosos e fizeram o S&P 500 cair em sua sétima correção mais rápida desde 1929.

… Na Bloomberg, Mark Malek (Siebert) resumiu: “A volatilidade foi diferente de tudo que já vivemos no passado e se espalhou por todos os setores e classes de ativos como um incêndio, alimentada por informações aleatórias e mudanças nas políticas”.

UCRÂNIA – Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse no domingo que a Ucrânia não deveria concordar com a última proposta feita pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de ceder partes de seu território em troca de um cessar-fogo com a Rússia.

… “A Ucrânia poderia ter chegado a um acordo como esse proposto por Trump há um ano, ele é equivalente a uma capitulação.”

… Neste domingo, em entrevista à NBC, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que o acordo de paz precisa acontecer “em breve” e que Washington avalia se “vale a pena” continuar atuando como mediador entre Rússia e Ucrânia.

… Já Trump foi à sua rede Truth Social para dizer que “Putin, talvez, não queira a paz e precise ser tratado de forma diferente”. O recado acontece após a conversa do presidente dos Estados Unidos com Zelensky nos funerais do Papa Francisco, em Roma.

GAZA – Ainda no domingo, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse que um acordo entre Israel e Hamas para encerrar a guerra na Faixa de Gaza continua sendo “ilusório”, apesar de alguns poucos progressos.

AGENDA FORTE – Nos EUA, o payroll de abril (6ªF) é a maior expectativa, mas antes são importantes o relatório Jolts (amanhã, 3ªF) e a pesquisa ADP (4ªF). Vários índices da atividade americana também estão previstos para esta semana.

… A primeira prévia do PIB/1Tri sai na 4ªF, junto com a inflação mensal do PCE, a medida preferida do Fomc para monitorar os preços ao consumidor. No mesmo dia, saem os balanços de Microsoft e Meta. Apple e Amazon vêm na 5ªF (feriado no Brasil).

… Ainda lá fora, também serão divulgados o PIB e a inflação preliminar de abril da Zona do Euro, enquanto o BoJ decide sobre juros (5ªF).

… Na 5ªF, 1º de maio, também ficam fechados os mercados na Alemanha, França e Argentina. Na China, o feriado se estende até 6ªF.

BRASIL – Aqui, a semana começa com o Boletim Focus (8h25) e dados das Transações Correntes e Investimento Estrangeiro Direto de março (8h30). Às 15h, o MDIC divulga os dados semanais da balança comercial (na semana até 25 de abril).

… Amanhã (3ªF), saem o IGP-M de abril e o Relatório de Estabilidade do BC, com coletiva de Gabriel Galípolo e Diogo Guillen.

… Na 4ªF, estão previstos dados da Dívida Pública e a taxa de desemprego do IBGE em março, além das contas do Governo Central e dos números do emprego do Caged, que, em fevereiro, apontou a criação de 432 mil vagas.

BALANÇOS – Na B3, a expectativa é pelos resultados de Gerdau e Metalúrgica Gerdau (hoje, 2ªF); de Neoenergia, Isa Energia, Marcopolo, Iguatemi, Log ON e Kepler Weber (amanhã, 3ªF); Weg, Santander e Irani (4ªF); M. Dias Branco (6ªF).

… A Petrobras divulga amanhã o seu relatório de produção e vendas do 1Tri, após o fechamento do mercado.

TRUMP SAID, XI SAID E WE SAD – A guerra de narrativas entre Trump – que jura que recebeu um telefonema de Xi Jinping – e a China, garantindo ser tudo “fake news”, continua deixando os mercados perdidos em combate.

… A 6ªF começou com a Bloomberg informando que Pequim considera isentar alguns produtos dos EUA das tarifas de 125%, o que foi logo desmentido pelos chineses, que mandaram Washington “parar de enganar o público”.

… À tarde, Trump afirmou que “não vamos tirar as tarifas da China, a não ser que eles nos deem alguma coisa”, para em seguida dizer que será “razoável” em relação às tarifas. Operar no meio de tanto ruído tem sido um desafio.

… Apesar da confusão armada, o Dow Jones zerou as perdas no fim do dia (+0,05% a 40.113,19 pontos), enquanto o setor de tecnologia assegurou altas mais firmes ao S&P 500 (+0,74%; 5.525,25 pontos) e Nasdaq (+1,26%; 17.382,94).

… Tesla, que vai ter Musk mais dedicado à empresa, continuou em rali (+9,8%). A ação da Alphabet subiu 1,7% depois que a controladora do Google divulgou um salto no lucro do 1Tri, acima das expectativas dos analistas.

… No pano de fundo, as bolsas em NY alimentam a esperança de que Powell possa se dobrar a uma queda antecipada do juro, se a rodada de indicadores de emprego desta semana vier abalada pela guerra tarifária.

… De olho em um potencial relaxamento do Fed em maio, entre os Treasuries, o rendimento da Note de 2 anos recuou para 3,768%, contra 3,805% na sessão anterior, e o yield do título de 10 anos caiu a 4,260%, de 4,325%.

… Para dar a medida dos impactos da política kamikaze de Trump, nos primeiros 100 dias de seu governo, o dólar registrou o pior desempenho desde a era Nixon (1973), com o índice DXY despencando quase 9% no período.

… O que parecia impossível, ver a supremacia da moeda americana colocada à prova, aconteceu neste início de ano.

… A chance, porém, de que Trump dê o braço a torcer vem garantindo nos últimos dias alguma recuperação parcial do tombo ao dólar. Na 6ªF, o DXY não chegou a exibir fôlego, mas só de não ter caído já foi considerado uma vitória.

… Fechou estável (+0,09%, a 99,471 pontos). As três principais divisas concorrentes do dólar operaram enfraquecidas: iene (143,57/US$), euro (-0,23%, a US$ 1,1373) e a libra esterlina (-0,13%, a US$ 1,3328).

… Aqui, o dólar completou o seu sexto pregão consecutivo de queda contra o real, mas o fato de ter fechado perto da estabilidade indica que a moeda aparentemente encontrou na 6ªF um piso pouco acima da marca dos R$ 5,65.

… Nos próximos dias, os dados de emprego nos EUA podem ser decisivos para orientar a tendência do câmbio. A semana ainda contará com a volatidade extra da disputa especulativa em torno da ptax, que se decide na 4ªF.

… No DI, faltando pouco mais de uma semana para a reunião do Copom, não existe aposta de graça. O mercado está rachado sobre a intensidade do aperto (0,25pp x 0,50pp) e a duração do ciclo (se acaba em maio ou junho).

… Divulgado na 6ªF, o IPCA-15 desacelerou de 0,64% em março para 0,43% em abril, colado à mediana das estimativas (0,42%). No acumulado em 12 meses (5,49%), continua bem acima do teto de tolerância do BC (4,5%).

… Mas o viés dovish assumido recentemente por parte dos diretores do BC não descarta Selic abaixo de 15% no ano.

… Os juros futuros fecharam na 6ªF com leve alta na ponta curta da curva e próximos da estabilidade no miolo e na ponta longa da curva, com investidores corrigindo parte da forte queda dos prêmios de risco nos últimos dias.

… No fechamento, o DI para Janeiro de 2026 estava em 14,630% (de 14,600% no pregão anterior); Jan/27, 13,885% (de 13,860%); Jan/29, 13,590% (de 13,600%); Jan/31, 13,900% (de 13,930%); e Jan/33, 14,020% (de 14,050%).

… O Ibov (+0,12%) brigou para manter os 134 mil pontos (134.739,28) e conseguiu, apesar de a Vale (ON, -2,64%, a R$ 53,85) ter ostentado uma das piores quedas do dia, no day after de seu balanço do 1Tri, considerado fraco.

… A queda de quase 2% do minério de ferro também não colaborou. Já o petróleo Brent para junho subiu 0,48%, a US$ 66,87 por barril, e contribuiu para Petrobras fechar no azul: ON (+0,49%; R$ 32,67) e PN (+0,30%; R$ 30,52).

… Os bancos fecharam mistos. No lado negativo, Itaú cedeu 0,37% (R$ 34,62) e Santander caiu 0,68% (R$ 27,88). Já Banco do Brasil registrou +1,12%, a R$ 28,01; Bradesco ON, +0,50%, a R$ 11,97; e Bradesco PN, +0,15%, a R$ 13,38.

… É uma boa notícia que, depois de duas semanas de fuga de capital estrangeiro da B3, o capital externo tenha retornado no último informe, do dia 23, 4ªF passada, quando entrou bastante fluxo gringo: R$ 1,7 bilhão.

… No acumulado deste mês de abril, no entanto, o resultado ainda está negativo em quase R$ 6 bilhões, como reflexo direto do tarifaço de Trump, que deixou o mundo inteiro confuso sobre as rotas de investimentos.

EM TEMPO… Acionistas da Natura Cosméticos e da NATURA&CO aprovaram, em suas respectivas assembleias, a simplificação da estrutura da empresa, nos termos e condições previstos no protocolo e justificação…

… Segundo comunicado, as duas bases acionárias aprovaram a incorporação da Natura&Co pela subsidiária Natura

Cosméticos, que voltará a ser holding operacional do grupo…

… Além disso, os acionistas aprovaram o aumento de capital social de R$ 4 bilhões, para totalizar R$ 6 bilhões.

MAGAZINE LUIZA aprovou a distribuição de R$ 225 milhões em dividendos intermediários, o equivalente a R$ 0,3053 por ação; ex em 28/4.

ELETROBRAS. Às vésperas da assembleia de acionistas que vai reformar o conselho, marcada para amanhã, a companhia aplicou uma terceira advertência formal ao conselheiro Marcelo Gasparino da Silva por “falta grave”…

… Segundo a empresa, ele teria violado princípios de confidencialidade e governança corporativa ao divulgar, em seu perfil pessoal no LinkedIn e a terceiros, documentos internos classificados como sigilosos…

… Gasparino tenta se reeleger para o conselho de administração, mas está fora da lista de nomes recomendada pela Eletrobras para sete das dez cadeiras que devem ficar com os acionistas privados…

… A Eletrobras ainda informou neste domingo ter recebido um ofício do MME que confirma a desistência do ex-ministro Guido Mantega para assumir a vaga de membro efetivo do conselho fiscal da companhia.

ENGIE BRASIL aprovou a distribuição de R$ 715,14 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,8764 por ação, com data de pagamento a ser definida; ex em 7/5.

ANEEL anunciou a bandeira tarifária amarela para o mês de maio nas contas de energia elétrica, com custo adicional de R$ 1,885 na tarifa de energia a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.

BRADESPAR aprovou a distribuição de R$ 350 milhões em dividendos complementares, o equivalente a R$ 0,8361 por ação ON e R$ 0,9197 por ação PN, com pagamento em 15/5; ex em 28/4.

TOTVS informou ter retomado discussões para aquisição da Linx, após a desistência das negociações em fevereiro; empresa celebrou com a Stone termo para negociação da potencial transação durante um período de exclusividade.

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