Sinalização do BoJ é novidade do dia
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[07/08/24]
… É fraca a agenda hoje nos Estados Unidos e na zona do euro, mas a alta nas importações na China em julho, divulgada nesta madrugada, já contrata uma abertura positiva para as commodities. Ainda na Ásia, o vice-presidente do BC japonês descartou alta do juro enquanto os mercados estiverem instáveis, o que é ruim para o iene, mas pode ser muito bom para o real. Aqui, a alta do minério de ferro deve contribuir para pressionar o IGP-DI de julho (8h), que pode acelerar a 0,68% na mediana do Broadcast, com o acumulado em 12 meses subindo para 4,0%, em meio ao recado mais hawkish da ata do Copom, que deixou explícita a intenção de aumentar a Selic se o risco do câmbio não for neutralizado. Por enquanto, as coisas se acomodaram e os ativos domésticos operaram no modo recuperação junto com Nova York. Na B3, a temporada de resultados do 2Tri ganha ritmo, com 22 balanços previstos para esta 4ªF, incluindo Banco do Brasil e Eletrobras, após o fechamento.
… Ontem à noite, o ADR de Itaú reagiu em alta de 1,18% ao lucro líquido de R$ 10,072 bilhões, pouco acima da média das expectativas de oito casas (BTG Pactual, Citi, Safra, JPMorgan, XP, Goldman Sachs, Genial e Santander) consultadas pela Agência Estado.
… À espera do balanço, Itaú subiu mais de 2% no pregão desta 3ªF, enquanto Bradesco continuou a brilhar entre as maiores altas do Ibov, ainda repercutindo o seu resultado na 2ªF. Para o BB, as previsões são de lucro líquido de R$ 9,198 bi.
… Confira no Em Tempo… os outros balanços divulgados ontem à noite, como GPA, Iguatemi, Movida, Prio, Raia Drogasil e Vibra Energia.
… O calendário de hoje prevê bancos Inter e Pan, antes da abertura, e, após o fechamento, Aeris Energy, C&A, Braskem, C&A, Bahia, CBA, Cogna, Copel, CVC, Dexco, Energisa, Engie, Guararapes, Minerva, Qualicorp, Santos, Tenda, Totvs e Ultrapar, além de BB e Eletrobras.
ATA DO COPOM – Reforçando um cenário global de maior incerteza e a persistente depreciação cambial, a ata elevou o tom de cautela em relação ao comunicado e afirmou que o Banco Central “não hesitará em subir a Selic se julgar apropriado”.
… Assim, provocou um ajuste na curva dos juros futuros, embora esse ajuste também tenha sido motivado pelos tombos da véspera, que afundaram o DI junto com os yields dos Treasuries no dia de pânico e movimentos irracionais dos mercados.
… Não houve guidance na ata, mas um alerta que pode ser equiparado a um viés de alta se as coisas não se acomodarem.
… “O Comitê, unanimemente, avalia que o momento é ainda de maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação” para, então, se decidir “por manter a Selic elevada por tempo suficientemente longo ou subir a taxa de juros”.
… Novo levantamento do Broadcast com economistas do mercado, após a ata, não alterou a mediana das expectativas para a Selic no fim do ano, que continua em 10,5%. De 45 casas consultadas, 42 mantiveram essa projeção para a taxa básica.
… Mas parte dos entrevistados reconhece que há riscos para uma eventual elevação do juro ainda em 2024.
… Já para o Copom de setembro, é unânime a expectativa de estabilidade da taxa Selic.
MAIS AGENDA – O BC divulga a captação da poupança em julho (9h) e o fluxo cambial semanal (14h30). Os dados da Anfavea saem às 10h. Nos EUA, os estoques de petróleo do DoE (11h) têm previsão de queda de 500 mil barris.
JAPÃO HOJE – O vice-presidente do BoJ, Shinichi Uchida, disse em discurso para líderes empresariais na noite de ontem que, enquanto os mercados estiverem instáveis, a instituição não aumentará as taxas de juros.
… “Em contraste com o processo de aumentos nas taxas de juros na Europa e EUA, a economia do Japão não está em uma situação em que pode ficar para trás se não aumentar a taxa de juros em um determinado ritmo.”
… As declarações derrubavam o iene durante a madrugava e acionavam fortes ganhos na bolsa de Tóquio.
CHINA HOJE – As importações registraram alta anualizada de 7,2% em julho, mais do que o dobro da projeção de 3%. Já as exportações avançaram 7%, frustrando a estimativa dos analistas de crescimento de 9,9%.
… A balança comercial chinesa teve superávit de US$ 84,65 bilhões, abaixo da previsão de US$ 100 bilhões.
FIEL DA BALANÇA – A ata do Copom não fez mistério e, na mensagem mais hawk do que a do comunicado, deixou muito clara a possibilidade de o BC voltar a subir a Selic em algum momento se o dólar não se acomodar.
… A sinalização de que o ciclo de aperto pode, eventualmente, ser retomado reforçou a atratividade do carry trade e o real performou tão bem ontem, que exibiu o melhor desempenho entre as divisas globais relevantes.
… Também a reversão do caos em NY ajudou a diminuir as apostas contra a moeda brasileira. No alívio do cenário, o dólar à vista fechou abaixo de R$ 5,70. Exibiu queda firme de 1,46%, negociado a R$ 5,6574.
… Para o Copom conseguir bancar a Selic estável, vai ter que torcer, entre outras coisas, para o iene parar de subir. Ontem, um diretor do JPMorgan disse que o desmonte de posições de carry trade está só na metade.
… Segundo Arindam Sandilya, a moeda japonesa continua sendo uma das mais subvalorizadas. Também o Lombard Odier ressalta que o movimento de força do iene como ativo de segurança deve continuar no curto prazo.
… Seja como for, se o BoJ cumprir a promessa de não subir o juro enquanto os mercados globais estiverem atravessando a volatilidade atual, as forças no câmbio podem mudar, contra o iene e a favor do nosso real.
… A curva do DI operou ontem descolada da queda do dólar e disparou junto com os juros dos Treasuries e o recado mais agressivo da ata do Copom. Traders voltaram a jogar as fichas em uma alta de 0,25pp da Selic em setembro.
… Esta é a aposta unânime agora na curva a termo, embora entre os economistas, como se viu, a maioria absoluta continue projetando juro estável no final do ano, em 10,50%. O Copom está condicionado às flutuações do câmbio.
… O Itaú reconhece que, se o real não reagir sustentadamente, uma alta da Selic em setembro será inevitável.
… No fechamento, o DI para Jan/25 subiu para 10,695% (contra 10,587% no pregão anterior); Jan/26, a 11,550% (de 11,220%); Jan/27, a 11,69% (de 11,440%); Jan/29, a 11,840% (de 11,710%); e Jan/31, a 11,880% (de 11,740%).
DIA DO CAÇADOR – Passada a tempestade no exterior, o Ibov conseguiu emplacar a sua primeira alta do mês e driblar o alerta da ata do Copom, de que uma alta da Selic não está fora do radar se o câmbio melar tudo.
… Outro fator importante de impulso para a bolsa veio das blue chips (bancos, Vale e Petrobras), garantindo alta de 0,80% para o índice à vista, que recobrou a marca dos 126 mil pontos (126.266,70), com giro de R$ 22,4 bi.
… Herói da resistência, Bradesco subiu mais 3,42% (ON, a R$ 12,69) e 3,31% (PN, a R$ 14,06), mesmo depois de ter saltado em torno de 8% na véspera, na repercussão muito positiva ao balanço, com queda da inadimplência.
… Itaú (PN, +2,22%; R$ 33,68) também exibiu fôlego, horas antes do anúncio de seu resultado trimestral, ontem à noite. BB esperou em alta de 1,72% (R$ 26,65) pelo balanço de hoje. Santander teve alta de 0,21% (R$ 28,39).
… Além do otimismo em bloco do setor financeiro, as ações ligadas às commodities colocaram o Ibov no azul.
… Os papéis da Vale operaram de virada. Abriram no campo negativo, seguindo o minério de ferro (-1,42%), mas depois passaram a surfar na onda do entusiasmo dos mercados globais e fecharam em +0,51% (R$ 57,31).
… Bem melhores do que o petróleo Brent para outubro, que subiu só 0,24%, a US$ 76,48 por barril, as ações da Petrobras engataram altas firmes de 2,09% (ON, a R$ 39,12) e 1,74% (PN, a R$ 36,32), de carona no risk-on do dia.
… Lá fora, a alta moderada do petróleo foi atribuída às possíveis ameaças à oferta, como as preocupações sobre a escalada das tensões no Oriente Médio e as dúvidas quanto ao crescimento da China e EUA nos próximos meses.
… No topo do ranking positivo do Ibovespa, o papel da Natura disparou valorizou 3,53%, cotado a R$ 15,26. O papel ganha tração na expectativa pelo balanço da semana que vem (3ªF, dia 13) e a possível cisão com a Avon.
OLÉ! – Como em toda crise, a vivenciada neste momento pelo investidor nos EUA acabou abrindo oportunidade de compra ontem, após os dias de liquidação pesada nas bolsas em NY, nas taxas dos Treasuries e no dólar.
… Corrigindo os excessos recentes, a chance de o Fed abrir o ciclo com corte de juro de 50pb na reunião de setembro diminuiu para 69,5% na ferramenta de apostas do CME, depois de ter superado 90% na véspera.
… Baixada a poeira, o mercado também passou a precificar um ajuste total menor de queda do juro no ano, de 100pb, ao invés de 125pb. Para o BMO Capital, trata-se de um cenário mais realista, passado o auge do estresse.
… Na devolução dos movimentos exagerados e irracionais, a curva dos Treasuries retomou o senso de normalidade e o retorno da Note de 2 anos voltou a encostar nos 4%. Avançou de 3,883% para 3,982%.
… O retorno do título de 10 anos subiu de 3,774% para 3,894% e o do T-Bond-30 anos, de 4,061% para 4,192%.
… No day after do pesadelo, o índice VIX, conhecido como “termômetro do medo”, caiu 27,92%, para 27,80 pontos, devolvendo parcialmente a escalada de quase 65% no pregão anterior, quando tocou 38,57 pontos.
… Aproveitando para comprar barato nas bolsas em NY, o investidor interrompeu a febre vendedora e sustentou o Nasdaq (+1,03%, a 16.366,85 pontos), S&P 500 (+1,04%; 5.240,03 pontos) e o Dow Jones (+0,76%; 38.997,66).
… O Goldman Sachs mantém o preço-alvo do S&P 500 em 5.600 pontos para o final deste ano, um prêmio de cerca de 8% em relação ao nível atual, diante da leitura de que os EUA não vão cair em um quadro recessivo.
… No câmbio, a normalização do humor nos negócios permitiu ao dólar parar de cair com o Fed, levando o iene (-0,3%, 144,72/US$) a dar um tempo no rali. Em ajuste técnico, também o euro (US$ 1,0930) e a libra recuaram.
… A moeda do Reino Unido aprofundou as perdas para US$ 1,2692, em meio aos protestos violentos da extrema-direita no fim de semana e ao efeito residual do corte recente da taxa de juro pelo BC inglês (BoE).
EM TEMPO… PETROBRAS negou, em comunicado ao mercado, a decisão de recomprar refinaria de Mataripe…
… A companhia esclareceu que a due diligence da refinaria, vendida ao fundo Abu Dhabi Mubadala por US$ 1,65 bilhão em 2021, foi iniciada em março de 2024 e que “está em fase de conclusão”…
… No entanto, a empresa ressaltou que “ainda não fez qualquer oferta” e que também “não foi celebrado qualquer documento vinculante” sobre eventual parceria…
… Portanto, “não há qualquer decisão das instâncias competentes sobre eventual aquisição de participação na refinaria”. No dia 26 de julho, a FUP informou que a Petrobras estava perto de retomar o controle de Mataripe.
PRIO teve lucro líquido de US$ 272 milhões no 2TRI24, alta de 48% ante 2TRI23; Ebitda ajustado cresceu 64%, para US$ 546 milhões.
GRUPO PÃO DE AÇÚCAR registrou prejuízo líquido de R$ 332 milhões no 2TRI24, melhora de 21,9% sobre o 2TRI23; Ebitda ajustado somou R$ 396 milhões, alta de 57,2% na comparação anual.
VALE e Apollo estabeleceram joint-venture na Vale Oman; mineradora brasileira pagará US$ 600 milhões por 50% na JV, que é esperada para ser concluída no segundo semestre de 2024…
… Companhia disse que continuará a deter 100% da Vale Oman Pelletizing Company.
VIBRA ENERGIA teve lucro líquido de R$ 867 milhões no 2TRI24, mais de cinco vezes o lucro do 2TRI23; Ebitda ajustado somou R$ 1,55 bilhão no 2TRI24, alta de 70,3%.
RD SAÚDE teve lucro líquido ajustado de R$ 356,6 milhões no 2TRI24, alta anual de 2,11%; Ebitda ajustado somou R$ 824,4 milhões, alta de 7,4% em relação ao mesmo período de 2023.
ODONTOPREV registrou lucro líquido de R$ 130,1 milhões no 2TRI, alta de 5,9% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 162 milhões, avanço de 9,9% em relação ao mesmo período de 2023.
IGUATEMI registrou lucro líquido de R$ 76,3 milhões no 2TRI, recuo de 1,4% na comparação anual; Ebitda somou R$ 210,8 milhões, alta de 7,8% em relação ao mesmo período de 2023.
VULCABRAS registrou lucro de R$ 139,7 milhões no 2TRI, alta de 0,5% na comparação anual; Ebitda recorrente somou R$ 175,4 milhões, crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2023.
CURY registrou lucro líquido de R$ 172,2 milhões, alta de 41,8% na comparação anual; Ebitda somou R$ 208,9 milhões, avanço de 35,5% em relação ao mesmo período de 2023.
MOVIDA registrou lucro líquido de R$ 42,5 milhões no 2TRI24 e reverteu prejuízo do 2TRI23; Ebitda somou R$ 1,1 bilhão, alta de 29,2% na comparação anual.
FRAS-LE registrou lucro de R$ 39,9 milhões no 2TRI, queda de 58,7% na comparação anual; Ebitda somou R$ 112,3 milhões, recuo de 39,9% em relação ao mesmo período de 2023.
EMBRAER fechou contrato de crédito de US$ 1 bilhão com um grupo de bancos, com duração de cinco anos, estendendo o acordo assinado em outubro de 2022 no valor de US$ 650 milhões…
… Contrato visa o acesso de uma linha de crédito rotativo que pode ser utilizada pelas subsidiárias da empresa nos EUA e na Holanda.
OI. Justiça formalizou fim da primeira rodada de leilão da Oi Fibra; companhia disse que tomará as medidas necessárias para realizar a segunda rodada de alienação da Oi Fibra.
AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!
*com a colaboração da equipe do BDM Online
AVISO – Bom Dia Mercado, produzido pela Mídia Briefing, não pode ser copiado e/ou redistribuído.
Mercado quer saber o que diz a ata sobre a taxa de câmbio
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[06/08/24]
… A balança comercial de junho é o único indicador nos EUA, que teve um dia de cão com as suspeitas de que o Fed errou a mão e jogou a economia na recessão. O movimento irracional disparou a busca por ativos de segurança, afundou as bolsas, os yields dos Treasuries e escalou o dólar sobre as moedas dos emergentes, enquanto o iene, franco suíço e euro avançavam. No fechamento, muita gente já falava em exagero. E a julgar pela abertura de Tóquio, com salto de 9%, e festa nos futuros das bolsas de NY nesta 3ªF, as coisas podem se acomodar. Aqui, o balanço do Bradesco salvou o Ibov de queda maior e preparou o terreno para os resultados de Itaú, hoje à noite. O câmbio abandonou as máximas, a tempo de receber a ata do Copom (8h), que deve tratar dessa variável com mais detalhes do que veio no comunicado.
… Mesmo mantendo no balanço de riscos “fatores em ambas as direções”, a “persistente depreciação da taxa de câmbio” foi incluída no texto como um novo vetor altista, junto com a desancoragem das expectativas “por um tempo mais prolongado”.
… Essa dinâmica levou parte do mercado a avaliar que o balanço de riscos do Copom para a inflação tem um viés para cima, ainda que essa assimetria não tenha sido explicitada. E é sobre isso que o mercado vai se debruçar hoje, quando receber a ata.
… Ao Broadcast, o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio de Souza Leal, disse que a adição dos novos riscos já são bem latentes no momento atual. “Resta entender se esses riscos indicam algum viés para cima ou se teve alguma divergência nessa discussão.”
… O mercado também espera mais detalhes sobre o cenário para o horizonte relevante da política monetária, agora referente ao 1Tri/26. As projeções de inflação para o período situam-se em 3,4% no cenário de referência e em 3,2% em cenário alternativo.
… Já em relação à desancoragem das expectativas, mais uma pesquisa Focus nesta 2ªF ajustou em alta as projeções do IPCA, com a 2024 subindo de 4,10% para 4,12% e a de 2025, de 3,96% para 3,98%, se aproximando de 4%.
… Refletindo os sinais de risk-off da sessão asiática no domingo à noite, o dólar abriu com gap de alta de 2,74%, atingindo R$ 5,8656, para fechar bem abaixo dessa marca, mas ainda assim em um nível bastante elevado, acima de R$ 5,74 (leia abaixo).
… A reviravolta do cenário em NY subverteu a perspectiva inicial de valorização da taxa de câmbio com a possibilidade de corte dos juros nos EUA em setembro. O otimismo foi subitamente esvaziado pelo risco de uma recessão.
… Para o economista da XP Francisco Nobre, no entanto, o movimento é excessivo e pode ser revertido pelos próximos indicadores.
… Já nesta 2ªF, em meio ao caos, o PMI de serviços, que subiu de 48,8 em junho para 51,4 em julho, para território expansionista, trouxe alívio para o pico maior do estresse, embora tenha sido insuficiente para reverter o tamanho das perdas e a aversão ao risco.
… No CME, as chances de que o Fed reduza o juro em 50 pontos-base na reunião de setembro permanecem em 85,5%. No pior momento, houve rumores até de uma improvável reunião extraordinária do Fomc para cortar os juros.
… No meio da tarde, o presidente do Fed/Chicago, Austan Goolsbee, disse que a função do Fomc não é reagir a dados trabalhistas mais fracos de um mês. À CNBC, acrescentou que os mercados são muito mais voláteis do que as ações do Fed.
… Ele concorda que há “alguns indicadores cautelosos”, como o aumento da inadimplência do consumidor, mas disse que o crescimento continua em “nível razoavelmente estável” e que o emprego mais fraco ainda não parece uma recessão.
… Também Mary Daly, Fed/San Francisco, falou sobre o mercado de trabalho no final do dia, dizendo que “nenhum dos indicadores está indicando alerta vermelho, que o emprego desacelera, mas que é importante que isso não se torne uma crise”.
… Segundo ela, é cedo para dizer se o payroll representa uma desaceleração gradual ou de fraqueza real. Lembrou que o relatório teve efeitos do furacão Beryl e demissões temporárias e que não estão ocorrendo demissões generalizadas nos EUA.
… O fato é que NY continuará mandando nos mercados e quem tem sangue frio e mais experiência diz que a hora é de não fazer nada.
MAIS AGENDA – Além de Itaú, os balanços do GPA, Prio, Iguatemi e Raia Drogasil saem depois do fechamento. Às 15h, tem a balança comercial, com previsão de superávit de US$ 7,792 bilhões em julho (pesquisa Broadcast).
… Nos EUA, é esperado déficit de US$ 73 bi em junho (9h30). Na zona do euro, saem as vendas no varejo (6h).
NÃO SAIU BARATO – É verdade que, se comparado à máxima do dia, quando rompeu R$ 5,86, o dólar freou bastante a pressão até o fechamento, em R$ 5,7414 (+0,56%). Mas ninguém se ilude que esteja fora de perigo.
… O investidor tem batido forte no real, sabotado no momento especialmente pelo pesado desmonte nas operações de carry trade, agora que o iene está na moda, diante da normalização da política monetária pelo BC japonês (BoJ).
… A divisa brasileira ainda acumula a pior performance no ano (-18,30%) na lista das moedas mais relevantes.
… Ao Broadcast, o economista André Galhardo (da Remessa Online) não descarta que o dólar teste a barreira de R$ 6,00, caso as incertezas externas se acentuem, com o medo de recessão nos EUA disparando corrida por segurança.
… A persistente depreciação do câmbio, que atua como uma força nem um pouco desprezível de contágio inflacionário, limita qualquer ímpeto maior de queda dos juros futuros, como aconteceu no pregão de ontem.
… Assim, embora a curva do DI tenha conseguido baixar a adrenalina provocada pelo pânico de pouso forçado da economia americana, só conseguiu devolver prêmio de risco de forma moderada neste início de semana.
… Jan/26 caiu a 11,200% (contra 11,280% na 6ªF do payroll); Jan/27, a 11,390% (de 11,490%); Jan/29, a 11,650% (de 11,750%); e Jan/31, a 11,740% (de 11,770%). Já o Jan/25 teve leve alta isolada, para 10,575% (de 10,550%).
ESTRELA DO DIA – Protagonizando um salto de 8%, Bradesco amorteceu boa parte do impacto do pessimismo de NY sobre o Ibovespa, que registrou queda branda de 0,46%, a 125.269,54 pontos, com giro de R$ 25,3 bi.
… O investidor reagiu com euforia ao lucro líquido recorrente de R$ 4,716 bi do banco no 2Tri, alta de 4,4% na base anual. O bom desempenho foi atribuído à queda da inadimplência em 12 meses, de 5,7% para 4,3%.
… Bradesco ON disparou 8,30% (R$ 12,27) e Bradesco PN deslanchou 7,59% (R$ 13,61).
… À espera do balanço de hoje, Itaú ficou estável, a R$ 32,95, enquanto os papéis do BB, que divulga seu resultado amanhã, registraram alta discreta de 0,15%, a R$ 26,20, assim como Santander (+0,28%, a R$ 28,33).
… A explosão de otimismo do Bradesco conseguiu equilibrar parte do efeito negativo das blue chips das commodities. Ignorando a alta firme de quase 2% do minério, Vale caiu 1,06% e fechou cotada a R$ 57,02.
… As preocupações com a possibilidade de recessão nos EUA também estimularam vendas em Usiminas (PNA, -2,19%), Metalúrgica Gerdau (PN, -1,67%), Gerdau (PN, -0,63%) e, em menor grau, CSN Mineração (ON, -0,21%).
… Beneficiada por uma melhora gradual do petróleo ao longo do pregão, Petrobras reduziu as perdas. PN conseguiu praticamente zerar a queda (-0,08%), a R$ 35,70, enquanto PN perdeu 0,83%, negociada a R$ 35,70.
… Lá fora, o barril chegou a cair mais de 2% nos piores momentos do dia, mas atenuou o sentimento de aversão a risco quando o indicador de atividade do setor de serviços dos EUA surpreendeu com uma melhora em julho.
… O Brent/outubro abandonou as mínimas e limitou a queda no fechamento a 0,66%, a US$ 76,30. Na noite de ontem, no entanto, os contratos futuros do petróleo subiam acima de 1%, de olho no conflito no Oriente Médio
… Na liderança do ranking positivo do Ibovespa veio o Grupo Pão de Açúcar, com rali de 14,98%, a R$ 3,07.
… Além da expectativa positiva com a divulgação dos resultados trimestrais hoje, os investidores também capitalizaram a perspectiva de que o Casino venda a sua participação no GPA no mercado aos poucos.
DEUS ME FREE! – Intensificando as oscilações violentas da 6ªF do payroll, os mercados em NY colapsaram pela manhã, antes que o dado de atividade de serviços nos EUA em território de expansão aliviasse um pouco a barra.
… No auge da tensão, o Nasdaq acionou tombo superior a 6%, para dar a dimensão da crise que tomou os negócios. À tarde, porém, o índice da bolsa eletrônica conseguiu reduzir as perdas à metade: 3,43% (16.200,08 pontos).
… Ainda assim, a queda exibida no fechamento foi de assustar. Entre ações individuais, Nvidia perdeu 6,36%, em meio a relatos de que a empresa pretende adiar o lançamento de seu chip voltado para inteligência artificial.
… Tem mais essa ainda, o risco de estouro da bolha das techs, para lançar o mercado em preocupações em dobro. Nas piores perdas diárias desde set/22, o Dow Jones caiu 2,60%, a 38.703,27 pontos, e o S&P 500, -3,00% (5.186,33).
… Com todo mundo correndo para vender risco (bolsas) e buscando ativos de proteção, o índice VIX (“termômetro do medo”) registrou uma arrancada de quase 65%, as taxas dos Treasuries afundaram e o iene disparou.
… Momentaneamente, a curva dos títulos do Tesouro americano chegou a “desinverter”, com o papel mais curto (Note de 2 anos) rendendo menos que o mais longo (10 anos), ao antecipar cortes agressivos do juro pelo Fed.
… Mas o alívio com o indicador de serviços mais forte do que se esperava nos EUA devolveu à tarde o retorno da Note-2 anos para o positivo. Subiu a 3,889% (de 3,883% na 6ªF), enquanto o de 10 anos caiu a 3,774% (de 3,801%).
… Moeda de status defensivo, o iene saltou a 143,68/US$ e vem numa fase de ouro, sob o efeito combinado da desmontagem das operações de carry trade e agora do flight to quality com o risco de hard landing nos EUA.
… Também o euro (+0,39%, a US$ 1,0958) subiu. A libra (US$ 1,2770) foi a única moeda da cesta do índice DXY (-0,50%, a 102,689 pontos) que caiu contra o dólar, com protestos violentos da extrema-direita no fim de semana.
EM TEMPO… Citi tem recomendação neutra para a ação da PETROBRAS, sem mencionar preço-alvo; para o banco, política de preço e dividendos da estatal no curto e médio prazo não deve passar por mudanças significativas.
PRIO. Produção de petróleo atingiu 67.666 barris de óleo equivalente por dia (boepd) em julho, recuo de 24,7% em relação a junho, segundo dados preliminares.
BRADESCO. Itaú BBA elevou recomendação da ação do banco para outperform (equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 15,60…
… Revisão veio após o balanço do 2TRI do Bradesco, que, para o Itaú BBA, mostrou sinais de recuperação.
LOJAS MARISA. Acionistas controladores se tornaram titulares de 92,93% do total das ações, por meio do exercício dos direitos de subscrição e integralização de novas ações da companhia no âmbito do aumento de capital.
GAFISA. Conselho aprovou aumento de capital mediante emissão de até 90 milhões de ações ON, a R$ 3,20.
TEGMA registrou lucro de R$ 63,2 milhões no 2TRI, alta de 59,2% na comparação anual; Ebitda somou R$ 85,2 milhões, avanço de 46,8% em relação ao mesmo período de 2023.
IOCHPE-MAXION registrou lucro de R$ 36,9 milhões no 2TRI, queda de 37,8% na comparação anual; Ebitda somou R$ 388,9 milhões, alta de 7% em relação ao mesmo período de 2023.
PAGUE MENOS registrou lucro de R$ 32,5 milhões no 2TRI, revertendo prejuízo de R$ 37,3 milhões apresentado um ano antes; Ebitda ajustado somou R$ 176,9 milhões, alta de 15,7% na comparação anual…
… Companhia atualizou projeção de captura de sinergias com Extrafarma até fim de dezembro, passando à faixa de R$ 195 mi a R$ 260 mi em Ebitda incremental, em bases anuais, ante a faixa anterior de R$ 180 mi a R$ 275 mi…
… Empresa também revisou projeção de índice de endividamento líquido, medido pela razão entre dívida líquida e Ebitda ajustado acumulado em 12 meses, saindo de “até 1,7 vez” para “até 2,0 vezes” ao final do ano.
OI vai retomar hoje a audiência do processo competitivo para a venda da Oi Fibra, que será meramente protocolar, com o objetivo de pontuar o fim da primeira rodada do processo.
LIGHT. Assembleia de credores abrangidos pelo procedimento de scheme of arrangement será em 4/9, de forma virtual; convocação foi autorizada pela Justiça do Reino Unido.
EQUATORIAL. Volume de energia distribuída aumentou 8% no 2TRI ante mesmo período de 2023, para 14.120 GWh; montante injetado na rede cresceu 7,9% na mesma base de comparação, para 17.116 GWh
NEOENERGIA aprovou a 14ª emissão de debêntures simples, no valor de R$ 500 milhões.
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*com a colaboração da equipe do BDM Online
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Semana promete risk-off ampliado
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[05/08/24]
… O terremoto que sacudiu os mercados globais na última 6ªF ameaça se estender. No final da noite deste domingo, os futuros das bolsas em NY ampliavam o pânico de recessão e Tóquio operava em queda livre. Um número melhor de atividade divulgado na China, onde a semana ainda tem a inflação de julho, deve ser insuficiente para enfrentar a onda de estresse com um hard landing nos EUA. Aqui, Petrobras e os bancos soltam balanços (hoje, tem Bradesco antes da abertura dos negócios). Amanhã, sai a ata do Copom, que pode favorecer no mercado a leitura de Selic estável, especialmente agora que o risco de um pouso forçado voltou à cena na economia americana. Embora a agenda em NY seja fraca nos próximos dias, o investidor ficará de olho em todo e qualquer sinal de recessão nos EUA, diante dos receios de que o Fed demorou demais para cortar os juros.
… A consultoria Pantheon foi categórica ao afirmar, em nota na última 6ªF, que o BC dos EUA “errou” e agora está “terrivelmente atrás da curva” [de inflação] com a última decisão de política monetária, de manter os juros.
… O fantasma da recessão, que havia começado a abalar os mercados na 5ªF com indicadores de atividade econômica mais fracos que o previsto, se intensificou na 6ªF depois do payroll de julho bem abaixo do esperado.
… A economia dos EUA criou 114 mil vagas de emprego em julho, contra as 135 mil postos que o mercado imaginava. A taxa de desemprego subiu a 4,3%, nível mais alto em quase três anos, e superou a projeção (4,1%).
… Cinco dias atrás, antes do payroll, Powell havia dito na coletiva de imprensa do Fed que olhava com atenção o risco de enfraquecimento do mercado de trabalho. Mas praticamente descartou queda de 50pb do juro.
… “Não quero ser realmente específico sobre o que faremos, mas não é algo em que estamos pensando agora”, disse ele na última 4ªF, embora tenha consolidado a expectativa de corte em setembro, só que menor (25pb).
… Desafiando o recado, no entanto, a fraqueza inesperada do payroll apressou o mercado a recalcular a rota.
… Em rápida e imediata reavaliação das expectativas, a ferramenta das apostas do CME passou a precificar de forma majoritária um corte de 50pb em setembro (essa expectativa saltou de 22,0% para 73,5% em 24h).
… Também é consenso agora que o ajuste total de queda do juro no ano será de 1,25pb, ao invés de 75pb.
… Horas depois do payroll, ainda na 6ªF, dois Fed boys (Austan Goolsbee e Thomas Barkin) tentaram baixar a adrenalina, indicando que o movimento de cortar o juro em 50pb logo de saída não está nos planos do Fomc.
… Mas as declarações não conseguiram amenizar o estresse agudo dos mercados globais (abaixo).
… Thomas Barkin, presidente do Fed de Richmond, disse que o payroll não mudou nada em seu cenário-base e observou não estar pronto para apoiar a possibilidade de um corte de meio ponto nos juros do Fed em setembro.
… “Reduções mais significativas estariam normalmente associadas a uma economia em rápida deterioração. E 114 mil empregos, embora não seja tão bom quanto os resultados que temos tido, no longo prazo, é razoável”, disse.
… Segundo ele, apesar da surpresa negativa, o Fed ainda tem muitos indicadores até setembro. “Duas rodadas completas de relatórios de emprego, duas rodadas completas de leituras de inflação e muitas métricas de atividade.”
… De seu lado, Austan Goolsbee (Fed/Chicago) alertou contra reações exageradas a apenas um dado (payroll) e evitou responder se o próximo corte de juros deve ser de 50pb, condicionando a decisão aos indicadores.
… As especulações de uma flexibilização monetária mais agressiva foram tão longe, que a Capital Economics chegou a cogitar até mesmo uma reunião extraordinária do Fed antes de setembro para enfrentar o risco de esfriamento.
… Parte do mercado continua achando prematuro apostar em um corte mais pesado já de largada, mas alguns players importantes, como o Citi e o JPMorgan, já estão projetando -50pb nas duas próximas reuniões.
… Se payroll de agosto também vier fraco, o Goldman Sachs não descarta que o indicador dê o combustível para um início bem dovish (corte de 50pb) do ciclo do Fed. Esta semana, a agenda econômica nos EUA é mais fraca.
… Mas do jeito que NY anda sensível, todo cuidado é pouco. Hoje, saem a leitura final de julho do PMI/S&P Global composto (10h45) e o PMI/ISM de serviços (11h). Às 18h, Mary Daly (Fed/São Francisco) participa de evento público.
MAIS AGENDA – O PMI composto também será divulgado nesta 2ªF na Alemanha (4h55), no Reino Unido (5h30) e na zona do euro (5h), onde tem ainda para conferir o índice de inflação ao produtor (PPI) de junho, às 6h.
… Quatro BCs decidem juro ao longo da semana: Austrália (amanhã), além de Índia, México e Peru, na 5ªF.
CHINA HOJE – O PMI de serviços avançou de 51,2 em junho para 52,1 em julho, segundo pesquisa do setor privado (S&P Global com a Caixin). O resultado ficou acima da expectativa de analistas, de leve alta para 51,3.
… O PMI composto chinês, que engloba serviços e indústria, caiu de 52,8 para 51,2 no mesmo período. As leituras acima do nível de 50 indicam que a atividade econômica da China segue em território de expansão.
… Na virada de 4ªF para 5ªF, sai a balança comercial de julho e, na noite de 5ªF, a inflação do CPI e PPI do período.
JAPÃO HOJE – O PMI/S&P Global de serviços avançou de 49,4 em junho para 53,7 em julho.
AQUI – A onda de risk-off no exterior tende a esvaziar ainda mais o risco de retomada da alta da Selic, que já havia perdido força depois de o comunicado do Copom ter pegado bem mais leve do que se supunha nos alertas hawkish.
… Além da ata (amanhã), a agenda da semana reserva o IPCA (6ªF) e IGP-DI (4ªF) de julho, além das prévias de agosto do IPC-S (5ªF) e IPC-Fipe (6ªF). Hoje, a Focus (8h25) se ajusta às novidades do comunicado do Copom.
… A nova projeção do BC para o câmbio é de R$ 5,55 (contra R$ 5,30 em junho). A estimativa para a inflação do ano foi revisada em alta, de 4,0% para 4,2%, e a de 2025, de 3,4% para 3,6% no cenário de referência e no alternativo.
… Na 6ªF, o BC informou que as reuniões periódicas com economistas, que antes eram trimestrais e depois viraram mensais, agora serão semanais, em um “esforço de transparência”. Além disso, foram estabelecidas novas regras.
… Reuniões privadas serão realizadas pessoalmente, não poderão ser gravadas e terão limite de 15 participantes. Quando o número for superior, a audiência deverá ser obrigatoriamente aberta à imprensa por meio de transmissão.
… Parece ser uma tentativa do BC de contornar a insatisfação do mercado com ruídos provocados por RCN em dois encontros fechados (abril/24 em Washington e out/23 no Marrocos), com mudança de sinalização do juro.
… Ainda na agenda da semana, a balança comercial de julho sai amanhã, com previsão de superávit de US$ 7,792 bi.
BALANÇOS – Ganha ritmo a temporada de resultados trimestrais por aqui, com especial destaque para os números da Petrobras e B3, na 5ªF, além dos bancos: Bradesco hoje, antes da abertura; Itaú amanhã; e BB na 4ªF.
… Ainda nesta 2ªF, saem BB Seguridade, pela manhã, e Taesa e Vamos, depois do fechamento dos mercados.
… Outros highlights da semana: GPA, Prio, Iguatemi, Movida, Raia Drogasil e Vibra, amanhã. Na 4ªF: Eletrobras, Inter, Braskem, Casas Bahia, Cogna, CVC, Dexco, Energisa, Engie, Minerva, Oi, Qualicorp, Tenda, Totvs e Ultrapar.
… Na 5ªF, é a vez de Alpargatas, Assaí, CPFL Energia, Cyrela, Fleury, Hapvida, JHSF, Lojas Renner, Magazine Luiza, Petroreconcavo, Sabesp, Suzano e Yduqs. Fechando a semana, na 6ªF, Embraer e M.Dias Branco soltam balanços.
… Nos EUA, o único resultado corporativo mais relevante é o da Walt Disney, na 4ªF.
VALE – No Estadão, nomes ligados a Silveira e Haddad entram no páreo para chefiar a mineradora.
… Segundo apurou a reportagem, circulam dois potenciais candidatos vinculados ao governo na corrida paralela: Dario Durigan, nº 2 de Haddad, e o executivo da Vale Marcelo Spinelli, que teria Silveira como padrinho político.
… Procurados, os dois apontados não se manifestaram. Também a Previ estaria avaliando o currículo de um nome.
LULA – A Secretaria de Comunicação informou que o presidente deve realizar reunião ministerial na 5ªF.
… Pesquisa Datafolha divulgada no sábado revelou um cenário de estabilidade para a popularidade do presidente da República na comparação com a sondagem imediatamente anterior, realizada cerca de dois meses atrás.
… Lula é aprovado por 35% dos brasileiros, reprovado por 33% e considerado regular por 30%.
… Com a crise da Venezuela no radar, Lula está no Chile, onde cumpre agenda extensa de compromissos até amanhã. Hoje, tem reunião privada com o presidente chileno, Gabriel Boric. Às 12h30, faz declaração à imprensa.
SOANDO OS ALARMES – A desconfiança de que o Fed demorou demais para baixar o juro e pôs a economia americana à beira do precipício desencadeou forte turbulência na 6ªF, afundando os mercados no mundo inteiro.
… Por aqui, na primeira reação de nervosismo ao payroll, o investidor correu para a segurança do dólar e disparou a moeda para quase R$ 5,80 no auge do estresse (R$ 5,7936, +1,02%), ao nível mais caro em mais de dois anos e meio.
… Ao passar das horas, no entanto, a divisa americana colou no exterior, zerou toda a pressão, virou e passou a cair, para fechar em queda de 0,45%, a R$ 5,7092. A magnitude da baixa foi, porém, menor do que a do DXY (-1,15%).
… Segundo analistas, a forte alta do iene, de quase 2%, continua a provocar movimento de desmonte de operações de carry trade com moedas como o real e os pesos mexicano (que caiu 1,5% na 6ªF) e chileno (que recuou 0,17%).
… No rastro da queda do dólar e das taxas dos Treasuries, diante do possível pouso forçado na economia americana, a curva do DI queimou prêmio de risco e tornou majoritária a aposta de Selic estável no Copom em setembro.
… No fechamento, o DI para Jan/25 caiu a 10,550% (contra 10,691% no dia anterior); Jan/26, a 11,225% (de 11,575%); Jan/27, 11,430% (de 11,831%); Jan/29, a 11,690% (de 12,048%); e o Jan/31, a 11,770% (de 12,074%).
EFEITO DOMINÓ – Com o payroll tocando o terror nos EUA de uma recessão, o Ibovespa também não parou em pé. Fechou em queda firme de 1,21% e entregou os 126 mil pontos (125.854,09). O volume financeiro foi de R$ 23,8 bi.
… O medo de que uma desaceleração econômica nos EUA e também na China se traduza em menor consumo de commodities derrubou o petróleo e, como uma bola de neve, envolveu as ações da Petrobras em ordens de vendas.
… Petrobras ON afundou 3,04% (R$ 38,64) e Petrobras PN mergulhou 3,01%, para a mínima do dia, a R$ 35,73. A empresa perdeu 24 bilhões em valor de mercado, para R$ 487,7 bi, com o petróleo na pior cotação em seis meses.
… Apesar do dólar fraco e dos riscos geopolíticos de uma guerra mais ampla no Oriente Médio, o Brent para outubro caiu 3,41%, a US$ 76,81, na ICE londrina. A consultoria Capital Economics prevê o barril a US$ 70 até o fim do ano.
… Vale (ON, -1,39%, a R$ 59,41) e as siderúrgicas também acabaram atropeladas pela fuga global de ativos de risco. Gerdau registrou um tombo de 4,62%, Usiminas PNA exibiu queda pesada de 3,10% e CSN ON perdeu 0,79%.
… Tampouco as blue chips financeiras foram poupadas: Itaú, -1,26% (R$ 32,95); BB, -0,80% (R$ 26,16); e Santander, -3,12% (R$ 28,25). Só Bradesco escapou (PN, +0,64%, a R$ 12,65; e ON, -0,09%, a R$ 11,33), à espera do balanço hoje.
… A maior desvalorização da sessão foi de Embraer (-6,59%, R$ 39,25), em movimento de realização. No campo oposto, Magalu liderou o ranking positivo, avançando 7,13%, a R$ 11,57, beneficiada pelo alívio dos juros futuros.
O URSO RUGE – Com o payroll voltando a abrir pânico no mercado na 6ªF, o índice Nasdaq (-2,43%, a 16.776,16 pontos) entrou em território de correção, acumulando uma queda de mais de 10% desde o pico mais recente.
… Para piorar o que já estava ruim, as encomendas à indústria americana despencaram 3,3% em junho, frustrando a previsão de +0,5%. Além disso, o mercado ainda tem tido que lidar com o risco de estouro da bolha de tecnologia.
… As ações da Intel derreteram 26,06%, depois de a empresa informar prejuízo no 2Tri. Os papéis da Amazon desabaram 8,78%, com preocupações quanto ao crescimento dos gastos para bancar a inteligência artificial.
… O Dow Jones caiu 1,51%, aos 39.737,26 pontos, e o S&P 500 recuou 1,84%, para 5.346,56 pontos. O índice VIX, apelidado de “termômetro do medo” em Wall Street, disparou 25,82% perto do fechamento das bolsas em NY.
… Se até pouco tempo atrás indicadores mais fracos eram interpretados como positivos, por sinalizarem que a inflação cairia e o caminho para cortes do Fed estava aberto, agora o mercado só está vendo o copo meio vazio.
… A turbulência nos negócios afundou os juros dos Treasuries, antecipando que o Fed vai ter que correr atrás do prejuízo e cortar o juro com maior força e mais cedo. A taxa da Note-2 anos afundou a 3,883%, de 4,166% na 5ªF.
… Também numa espiral de vendas, a de 10 anos saiu de 3,987% para 3,801%, nível mais baixo desde dezembro.
… No ataque vendedor contra o dólar, o índice DXY registrou desvalorização de 1,16%, a 103,208 pontos. O iene (+2%, a 146,58/US$) e o euro (US$ 1,0912) foram as moedas que melhor absorveram a fuga da divisa americana.
… Em menor medida, a libra esterlina (US$ 1,2805) também capitalizou o cenário, mas o movimento de alta foi limitado pelo recente corte das taxas de juros do Reino Unido pelo BoE, na última 5ªF, e chance de novas reduções.
EM TEMPO… PETROBRAS confirmou que Conselho de Administração aprovou a alteração pontual ao regimento interno do Comitê de Auditoria Estatutário (CAE) para prever que maioria dos membros seja independente…
… Comunicado respondeu a questionamentos da CVM sobre notícia de destituição do conselheiro independente Francisco Petros da presidência do CAE, cujo mandato terminaria em abril, e nomeação de Jerônimo Antunes…
… Ainda no noticiário da Petrobras, a companhia incluirá ao menos um parceiro em sua tentativa de adquirir participação em bloco da Galp Energia na Namíbia, disseram fontes…
… A diretora de exploração e produção Sylvia dos Anjos disse à Reuters que a estatal fez oferta não vinculante por fatia que a tornaria operadora do bloco Mopane, mas não detalhou quanto dos 40% a Petrobras estava buscando…
… Ainda de acordo com fontes, a licitação não deve afetar o pagamento de dividendos pela empresa.
PETRORECÔNCAVO. Atmos Capital aumentou participação acionária na companhia para 5,06%, passando a deter 14.836.400 de papéis ON.
IGUATEMI. Oceana Investimentos passou a deter 44.793.262 de ações PN emitidas pela companhia, o que representa 10,11% do total dos papéis do tipo…
… Gestora, atualmente, detém 2,89% das ações ON do grupo, ou 22.396.631 de ativos.
TENDA informou que realizou o pré-pagamento de R$ 141.816.965,01, referente ao total do principal e dos juros relativos ao resgate antecipado da 7ª emissão de debêntures simples.
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