Pacote fiscal entra na terceira semana de debates sem consenso
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[11/11/24]
… O Dia do Veterano nos EUA fecha os Treasuries hoje, mas as bolsas em NY funcionam normalmente, à espera do CPI de outubro (4ªF) e da participação de Powell em evento (5ªF), após ele não ter descartado nova queda do juro em dezembro. Na China, frustrados com os estímulos fiscais, investidores repercutem os dados de inflação divulgados no fim de semana e aguardam pela produção industrial e vendas no varejo na noite de 5ªF. Aqui, a semana mais curta do feriado da República, que fecha a B3 na 6ªF, começa com o resultado do setor público consolidado em setembro (hoje, 8h30). Vêm ainda IBC-Br, volume de serviços e vendas no varejo, além da ata do Copom amanhã. O foco de interesse está em como o BC vê o exterior (agora com Trump) e o risco de dominância fiscal, se o pacote de Lula decepcionar.
… Cansado da demora no anúncio das medidas, o mercado pressiona o dólar e DI. Desta semana, a indefinição não pode passar, sob o risco de levar o estresse longe demais. Está faltando isso aqui para o dólar bater R$ 6 e ganhar as manchetes.
… As reuniões sobre as propostas de corte das despesas públicas continuaram no fim de semana, quando o presidente Lula teria recebido alguns técnicos e conselheiros do governo no Palácio da Alvorada, embora nenhuma informação tenha vazado.
… Haddad viajou para SP e teria sido representado nos encontros pelo número 2 da Fazenda, Dario Durigan. Volta hoje a Brasília.
… Completadas duas semanas desde o segundo turno das eleições municipais, data prometida para o anúncio, o pacote ainda tem de ser articulado junto a Lira e Pacheco para o governo medir a viabilidade política das medidas.
… Haddad já havia adiantado que o pacote será submetido ao Congresso por meio de PEC e projeto de lei complementar.
… O Valor apurou que a equipe econômica quer limitar o reajuste anual do salário mínimo ao teto do arcabouço (2,5% acima da inflação). Atualmente, a política de valorização prevê inflação + variação do PIB de dois anos antes.
… A fórmula atual garantiu um reajuste de 6,97% ao salário mínimo deste ano. A equipe econômica propõe manter a fórmula, mas com um reajuste limitado a uma alta de até 2,5% ao ano acima da inflação.
… A medida garantiria aumento real do piso em anos de economia aquecida, mas sem fugir do limite do arcabouço.
… Isso seria importante para ajudar a controlar o crescimento das despesas públicas, que são atreladas ao salário mínimo, como é o caso dos benefícios previdenciários, do BPC, do seguro-desemprego e abono salarial.
… A proposta é uma alternativa à ideia de colocar as despesas obrigatórias sob o limite do novo arcabouço fiscal.
… O BPC, o piso de educação e o seguro-desemprego seguem como maiores obstáculos para o ajuste fiscal. Os planos de sacrificar a área social do governo continuam enfrentando resistência dos ministérios, que fazem críticas públicas.
… Na 6ªF, Wellington Dias (Desenvolvimento Social) afirmou à CNN Brasil que o presidente Lula não quer que os mais pobres arquem com o ajuste. “Para essa proteção social não faltará dinheiro”, disse o ministro.
… Segundo ele, Lula não é refratário ao compromisso fiscal, mas não deseja que a conta recaia só nos mais vulneráveis.
… Por outro lado, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o presidente Lula levará em consideração o que ministro Haddad recomendar para tomar a decisão sobre as áreas em que o governo realizará os cortes de despesas.
… Em entrevista concedida por Lula a senadores, transmitida na noite deste domingo pela RedeTV!, ele disse que o crescimento tem que ser distribuído na mão de todos os brasileiros. “Sabemos fazer política social.”
… O presidente afirmou que assumiu o terceiro mandato com o objetivo de fazer o País voltar a crescer.
… Para o Itaú, R$ 35 bilhões é o mínimo para que o pacote de revisão de gastos tenha sucesso em obter alguma redução de percepção de risco fiscal para 2026, sem contar as medidas de pente-fino já anunciadas.
… No mercado financeiro, as especulações sobre o volume dos cortes variam de R$ 30 bilhões a R$ 60 bilhões.
PLUS A MAIS – As desconfianças de que o pacote poderá vir desidratado se ampliaram na 6ªF, combinadas ao real depreciado com Trump e a perspectiva de um governo protecionista, despertando uma onda de alta nas apostas para o IPCA e Selic.
… Na hipótese mais pessimista, o juro pode ter que ultrapassar 13% para enfrentar as pressões inflacionárias.
… Na última 6ªF, a leitura do IPCA de outubro acima das expectativas e superior ao teto da meta do BC no horizonte em 12 meses (abaixo) puxou as estimativas para a inflação, vista como disseminada por economistas no Estadão.
… Apesar da volta da bandeira tarifária verde em dezembro projetado pelo MME, o alívio pode ser ofuscado pela disparada das cotações dos alimentos, causa da estiagem de setembro, e a escalada do dólar (quase 20% no ano).
… A XP elevou a projeção para o IPCA deste ano (4,6% para 4,9%) e do ano que vem (4,1% para 4,7%), e, paralelamente, subiu também a previsão para a Selic no final do ciclo de aperto monetário, de 12% para 13,25%.
… Também o Barclays passou a esperar inflação maior em 2024 (4,6%, de 4,3% antes) e 2025 (4,0%, de 3,9%). O C6 Bank revisou a projeção do IPCA do ano que vem (4,8% para 5,0%) e a da Selic terminal, de 10% para 12,5%.
INDICADORES – Nesta semana, saem o IGP-10 de novembro (5ªF) e a primeira prévia de dezembro do IPC-Fipe (hoje, às 5h).
… Ainda nesta 2ªF, o saldo negativo do governo central, pressionado pelas despesas obrigatórias, deve sustentar as expectativas de déficit no setor público consolidado em setembro, de R$ 8,20 bilhões, na mediana do Broadcast.
… As vendas no varejo estão previstas para amanhã (3ªF), o volume de serviços, para 4ªF, e o IBC-Br, para 5ªF.
AGENDA DO BC – Campos Neto e Galípolo participam hoje de reuniões bimestrais do BIS na Basileia (Suíça).
… Na coluna de Lauro Jardim/O Globo, o número 2 de Tebet, o secretário executivo do Ministério do Planejamento, Gustavo Guimarães, tem articulado para ocupar uma das três vagas para a diretoria do BC a partir de janeiro.
… Segundo o jornalista, o profissional tem apostado em aumentar a sua participação na agenda de revisão de gastos do governo federal para se cacifar ao cargo, além de interagir ativamente com o mercado financeiro em suas agendas.
BALANÇOS – O BB fecha a safra do setor financeiro nesta 4ªF, quando saem outros resultados importantes: B3, JBS, BRF, Marfrig, Gol, Americanas, Bradespar, Casas Bahia, Cemig, Cyrela, Light, Marisa, MRV, Nubank e Rede D´Or.
… Hoje, após o fechamento do mercado, é dia de Sabesp, Itaúsa, 3Tentos, Even, Localiza, Vamos e São Martinho.
… Amanhã (3ªF), saem os números trimestrais da CSN, CSN Mineração, CVC, Banrisul, BTG Pactual, Eneva, Hapvida, IRB Re, Jalles Machado, JHSF, Porto Seguro, Raízen e SLC Agrícola. Na 5ªF, é a vez da Azul e do Banco Inter.
EMENDAS – O projeto de lei sobre a nova regulamentação das emendas parlamentares, já aprovado pela Câmara, será votado amanhã (3ªF) pelo Senado. Na apreciação pela Casa, o governo tentará retomar o bloqueio de emendas.
… A medida foi retirada de última hora na votação pelos deputados, que aprovaram versão prevendo apenas o contingenciamento de emendas. O projeto não cumpre os requisitos de transparência exigidos pelo STF.
… Segundo Idiana Tomazelli, na Folha, da forma como foi aprovada pela Câmara, a proposta obrigará o Executivo a cortar R$ 11,5 bilhões de suas despesas programadas para 2025 e entregar o espaço à indicação dos congressistas.
… Este valor corresponde às emendas de comissão, asseguradas pelo projeto, mas não previstas no PLOA do ano que vem, enviado em agosto ao Legislativo. O texto vai, assim, na contramão do debate sobre a revisão de gastos.
… É um sinal contraditório do Congresso, enquanto a equipe econômica tenta convencer os integrantes do próprio governo a apoiar um cardápio de medidas impopulares tidas como necessárias para conter a dinâmica das despesas no futuro.
LÁ FORA – Nos primeiros dados de inflação após o Fed, o CPI de outubro nos EUA sai na 4ªF e o PPI, no dia seguinte. Vindo comportados, os números devem reforçar as apostas de novo corte de 25pb do juro americano na última reunião do ano.
… Powell, que assim como a grande maioria do mercado, não descarta uma queda em dezembro, fala em evento na 5ªF. Ontem à noite, Neel Kashkari (Fed/Minneapolis), que este ano não vota, previu outro corte.
… Ainda nos EUA, indicadores de atividade (produção industrial e vendas no varejo em outubro) saem na 6ªF.
… A varejista americana Home Depot divulga o seu balanço amanhã (3ªF) e Walt Disney, na 5ªF.
… Lagarde discursa na 5ªF, quando o BCE divulga a ata da última decisão. No mesmo dia, o México decide juro.
PETRÓLEO – Opep (amanhã) e AIE (5ªF) divulgam os seus relatórios mensais sobre a commodity.
CHINA – Reforçando as dificuldades da economia, o CPI desacelerou o ritmo de alta na base anual para 0,3% em outubro, em comparação com o ganho de 0,4% observado em setembro. O PPI continuou caindo: -2,9%, de -2,8%.
… Na última 6ªF, o mercado continuou exibindo insatisfação com medidas fiscais. Pequim elevou o teto das dívidas de governos locais em US$ 840 bilhões, medida vista como insuficiente para impulsionar o PIB.
PRESSÃO DE TODO LADO – O IPCA salgado, a espera tensa pelo pacote fiscal, medidas frustrantes anunciadas pela China e o convite de Trump a um notório protecionista para o governo (Robert Lighthizer) pesaram na 6ªF.
… Sob esse mix de pressões, o mercado doméstico trabalhou na defensiva na 6ªF, correndo para o dólar, que disparou mais de 1%, e saindo da bolsa, que baixou quase 1,5%.
… Para a Capital Economics, a medida anunciada pelo governo chinês, de elevar o teto das dívidas dos governos locais em 6 trilhões de yuans (US$ 840 bilhões), “não fará diferença significativa para a demanda agregada”.
… O dia já não vinha bem desde a manhã com o mal-estar provocado pela China e o IPCA de outubro (+0,56%) acima do esperado (+0,54%), com uma abertura ruim e estourando o teto da meta em 12 meses (4,76%).
… Piorou com a informação do Financial Times, via fontes, de que Trump teria convidado Robert Lighthizer para representante do Comércio dos EUA.
… Lighthizer já ocupou o cargo na 1ª presidência de Trump, onde ficou conhecido por sua postura protecionista e posição dura contra produtos da China.
… Segundo o FT, Trump “deve agir rápida e implacavelmente” nas ameaças aos parceiros e com tarifas altas sobre importações, assim que assumir.
… A notícia disparou o dólar ante pares e emergentes. Aqui, a moeda americana ainda continuou embutindo as preocupações fiscais e subiu 1,07%, a R$ 5,7359, depois de bater na máxima de R$ 5,7908.
… Na semana, a moeda caiu 2,27% por causa da alta base de comparação da 6ªF anterior, quando o dólar atingiu o segundo maior nível histórico nominal de fechamento (R$ 5,8694).
… O IPCA reforçou a mensagem do Copom e o DI para janeiro de 2026 subiu a 13,060% (de 13,005%); o Jan/27 foi a 13,090% (13,025%); Jan/29, a 12,925% (12,850%); Jan/31, a 12,760% (12,730%); e Jan/33, a 12,620% (12,610%).
LADEIRA ABAIXO – Na bolsa, o bom balanço elevou as ações da Petrobras em quase 2%, mas o tombo de mais de 4% da Vale e o recuo das blue chips financeiras empurraram o Ibovespa para abaixo de 128 mil pontos.
… Com apenas 13 ações em alta, o Ibov teve baixa de 1,43% aos 127.829,80 pontos. Na semana, caiu 0,23%. O volume financeiro de R$ 29,9 bilhões ficou acima da média recente, um mau sinal, de pressão vendedora.
… Em queda de 4,61% (R$ 60,63), bem mais que o minério de ferro em Dalian (-1,65%), Vale perdeu R$ 17 bilhões em valor de mercado.
… Na outra ponta, Petrobras ON subiu 1,82% (R$ 39,08) e PN avançou 1,89% (R$ 36,18).
… Apoiada no balanço e na perspectiva de pagamento de dividendos extraordinários, a companhia passou ilesa pela queda de 2,32% do Brent/jan (US$ 73,87), pressionado pela decepção com a China.
… Fernando Melgarejo, diretor financeiro da Petrobras, sinalizou na 6ªF que o eventual pagamento de dividendo extra vai depender do Plano Estratégico 2025-2029, previsto para 21 de novembro.
… O anúncio pode vir em paralelo ao plano ou, ao menos, até o fim do ano.
… Ainda no Ibov, Embraer (+7,47%), a R$ 53,79, preço recorde, esteve entre as poucas altas do dia após divulgar o balanço do 3Tri.
… Bancos ficaram no vermelho: Itaú caiu 1,57% (R$ 35,08), Santander recuou 1,22% (R$ 26,68), Banco do Brasil cedeu 0,76% (R$ 25,99), Bradesco PN perdeu 1,10% (R$ 13,51) e ON recuou 1,07% (R$ 12,04).
À ESPERA DE 2025 – A expectativa de que o futuro governo Trump adote políticas favoráveis às corporações continuou a dar as cartas em NY na 6ªF.
… Em meio ao otimismo, o S&P 500 chegou a superar a marca de 6 mil pontos, para fechar perto disso, em um novo recorde, o 50º do ano, em 5.995,54 (+0,38%).
… Os 6 mil pontos são uma marca psicológica significativa, que pode atrair mais investimento às ações, já que há muito dinheiro alocado em fundos mútuos e títulos de dívida, comentou Clark Geranen (CalBay Investments) à BBG.
… O Dow Jones avançou 0,59% (43.988,99 pontos), puxado por Salesforce (3,6%), depois da notícia de que a empresa vai contratar mil funcionários para promover sua ferramenta de IA, Agentforce.
… O Nasdaq fechou estável (+0,09%, a 19.286,78 pontos). Na semana, S&P 500 (+4,66%) e Dow Jones (+4,61%) tiveram o maior ganho do ano. O Nasdaq avançou 5,74%. Tesla saltou 8,2% e ultrapassou US$ 1 tri em capitalização.
… Acima da expectativa (71), o índice de sentimento do consumidor dos EUA, elaborado pela Universidade de Michigan, contribuiu para manter o bom humor do mercado.
… O indicador subiu de 70,5 em outubro para 73,0 em novembro, maior nível em sete meses, na leitura preliminar.
… A pesquisa também mostrou que as expectativas de inflação em 12 meses recuaram de 2,7% em outubro para 2,6% em novembro, menor nível em quatro anos. Para o horizonte de cinco anos, subiram de 3,0% para 3,1%.
… De olho nos próximos passos do futuro governo, os Treasuries tiveram movimento sem direção única. A note de 2 anos subiu a 4,2550% (de 4,190% na sessão anterior), ainda reagindo ao resultado da eleição.
… Segundo a Fitch Ratings, os juros dos títulos americanos tendem a permanecer em nível mais elevado, diante da expectativa de aumento nas tarifas de importação, ainda mais depois de Trump chamar Robert Lighthizer.
… Os retornos dos Treasuries de longo prazo devolveram um pouco da forte alta registrada no pós-eleição. O da note de 10 anos caiu a 4,2980% (de 4,3379%) e o do T-bond de 30 anos recuou a 4,4592% (de 4,5345%).
… Antecipando as políticas inflacionárias de Trump, o dólar seguiu em alta. O índice DXY subiu 0,46%. O euro caiu 0,69%, a US$ 1,0721, a libra cedeu 0,43%, a US$ 1,2922. Na contramão, o iene avançou 0,18%, a 152,640/US$.
EM TEMPO… M DIAS BRANCO teve lucro líquido de R$ 124,7 milhões no 3TRI24, queda de 51,9% na comparação anual; Ebitda caiu 48,1%, para R$ 228,9 milhões; receita líquida recuou 12,1%, para R$ 2,404 bi.
SANTANDER concluiu resgate do instrumento de dívida emitido em 2018, que integrava o Capital de Nível I do patrimônio de referência (PR)…
… Na ocasião, banco emitiu US$ 2,5 bi em bônus externos, comprados integralmente pela matriz espanhola…
… Uma das notas, que totalizava US$ 1,250 bilhão, era perpétua e compunha o capital Nível I, foi resgatada agora; a outra tranche, também de US$ 1,250 bilhão, compõe o capital de Nível II e vence em 2028.
JBS. Seara investiu R$ 13,5 mi para expandir frota de caminhões 100% elétricos, que agora conta com 221 veículos.
EMBRAER. Brasil e Suécia assinaram carta de intenções para promover um negócio casado, no qual a FAB comprará mais caças Saab Gripen, enquanto o país nórdico vai adquirir aviões de transporte tático Embraer KC-390…
… O acordo, segundo a Folha, foi fechado na visita do ministro de Defesa sueco, Pal Jonson, a Natal (RN).
OI assinou venda de uma unidade produtiva isolada (UPI), composta por 100% das ações de emissão da SPE Imóveis e Torres Selecionados, para a SBA Torres Brasil, um Credor Take or Pay sem Garantia – Opção I, por R$ 40 milhões.
Entrevista de Lula levanta a lebre sobre pacote fiscal
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[07/11/24]
… BoE (9h) e Fed (16h) devem cortar suas taxas de juro hoje em 25pbs, como está amplamente precificado pelo mercado. No pós-Trump, as expectativas convergem para a entrevista de Powell (16h30), mas dificilmente ele admitirá qualquer coisa que possa ser associada à mudança na Casa Branca e às políticas expansionista e protecionista, que já levam investidores a projetarem mais inflação, juros mais altos, dólar fortalecido. Aqui, a reação a Trump foi revertida pela convicção de que o novo cenário externo obrigará o governo a decidir um pacote fiscal robusto para enfrentar os desafios. A “apresentação e execução” dessas medidas foi cobrada pelo BC no texto mais duro do comunicado do Copom. Mas, logo depois, uma entrevista de Lula à Rede TV! levantou a lebre de que o pacote pode não ser tudo isso.
… Na entrevista, divulgada após o fechamento dos mercados e do Copom, Lula adotou uma retórica política que surpreendeu aqueles que esperam o apoio irrestrito do presidente às propostas elaboradas pela equipe econômica, sob a liderança de Haddad.
… Com novas críticas ao mercado, disse que os ajustes fiscais não podem ser feitos só sobre a população mais necessitada.
… “Se eu fizer um corte de gastos para diminuir a capacidade de investimento do Orçamento, o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que vou fazer? Porque não é só tirar do orçamento do governo.”
… O presidente prosseguiu questionando se os empresários, que vivem de subsídio do governo, vão aceitar abrir mão de um pouco desse benefício para equilibrar a economia brasileira. “Vão aceitar? Eu não sei se vão aceitar.”
… Lula não quis dar detalhes sobre o pacote fiscal em vias de ser anunciado, dizendo que o conjunto das medidas ainda não está fechado. “Estamos discutindo seriamente porque eu conheço bem o discurso do mercado, a gana especulativa do mercado.”
… “Acho que o mercado age com certa hipocrisia, com a contribuição muito grande da imprensa, para tentar criar confusão. Acontece que nós não podemos mais, toda vez que precisar cortar alguma coisa, fazer em cima do ombro das pessoas mais necessitadas.”
… Sentindo o perigo, Haddad voltou a falar com os jornalistas no início da noite, dizendo que as medidas devem ser fechadas em reunião com o presidente Lula esta manhã (9h30). Segundo ele, faltam apenas dois detalhes, “coisas realmente muito singelas”.
… O ministro não confirmou o anúncio para hoje, afirmando que Lula ainda decidirá como as medidas serão apresentadas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Ele reiterou que serão apresentados uma PEC e um projeto de lei.
… Haddad disse que está bem encaminhada com o Congresso a discussão sobre colocar as emendas parlamentares dentro do arcabouço, vinculando o crescimento dos recursos ao teto de 2,5% acima da inflação, como fixado na regra fiscal.
… Ele reforçou que o presidente quer a participação de todo mundo no pacote, do Congresso e, inclusive, do Judiciário. “Há um consenso de que as regras têm que valer para todos os Poderes, dentro dos parâmetros do arcabouço, como a Lei de Responsabilidade Fiscal.”
… O ministro disse que as propostas apresentadas a Lula são consistentes com a tese de reforçar o arcabouço.
… Perguntado se as medidas estarão em linha com o que o mercado espera, Haddad enfatizou que coincidem com as contas do Tesouro. “Vai estar em linha com o que nós entendemos que é necessário para que a trajetória das finanças públicas continue sendo ajustada.”
… O ministro afirmou que as medidas do pacote foram avaliadas não apenas com base no impacto fiscal, mas considerando também uma análise de custo-benefício político. “Não adianta nada você anunciar uma coisa que não tem aderência.”
O RECADO DO COPOM – O comunicado foi quase um copy e cola do anterior, embora o BC tenha confirmado as expectativas do mercado com aumento do ritmo de alta para 50pbs, com a Selic elevada a 11,25%. O “quase” fica por conta de um duro recado.
… Entre vírgulas, o texto apontou como maior preocupação a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, que tem afetado, “de forma relevante”, os preços de ativos e as expectativas, “especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”.
… Na sequência, o Copom joga para o governo a responsabilidade pelos juros elevados.
… Nesse trecho, o comunicado afirma que a “a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal” contribuirão para a ancoragem das expectativas de inflação e a redução dos prêmios de risco, consequentemente impactando a política monetária.
… Afirmando ainda que o ritmo de ajustes e a magnitude total do ciclo serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta, o Copom desencadeou uma série de revisões em alta para a Selic, incluindo apostas mais agressivas se o pacote frustrar.
PROJEÇÕES PARA A SELIC – Diante das incertezas, correm no mercado desde previsões de que o ciclo de aperto monetário termine com taxa abaixo de 12%, até precificações de 13,5%, nível considerado justo pela economista Solange Srour (UBS).
… Segunda ela, seria um erro o BC amarrar o ritmo desde já, diante da incerteza “enorme” e o risco de ter que acelerar o passo à frente se o câmbio se depreciar ainda mais e as dúvidas fiscais persistirem no radar.
… A depender da dinâmica das contas públicas, Luis Leal (G5) acredita que o cenário de Selic acima de 13% ganhe força. Na mesma linha, a XP elevou a previsão de 12% para 13,25%, projetando quatro doses de 0,5pp.
… Andréa Damico (Buysidebrazil) leu o comunicado como hawkish e aumentou a sua estimativa de 12,5% para 13,0%. A economista espera agora que o ciclo termine mais tarde, só em maio, ao invés de na reunião de março.
… O Barclays puxou a projeção da Selic terminal de 12% para 12,75% e especula sobre o risco de o Copom acelerar o ritmo de aperto para 0,75pp na última decisão do ano (dezembro) se o fiscal deixar a desejar.
… Também Nicolas Borsoi (Nova Futura) não duvida de um choque maior no juro e prevê que o juro termine o ciclo em 12,50%, mesmo patamar esperado pela Warren Investimentos, pelo BTG, BV e Banco Pine.
… Já antes mesmo da divulgação do comunicado do Copom, a ASA Investments elevou a previsão da Selic de 10% para 12,50%, diante da maior volatilidade dos ativos no mercado internacional com vitória de Trump.
… Enquanto aguarda por mais clareza no fiscal, o Itaú mantém a projeção de que o BC subirá a Selic de meio em meio ponto de cada vez, até 12,25%. Também para o Santander e o BofA, esta é a preferência do Copom.
… Mas nada está fechado, com o BC amarrado na execução das medidas fiscais. O Deutsche Bank, que aposta em 12,25%, concorda que a porta está aberta para aumentar a velocidade de aperto se preciso.
… Bradesco coloca viés de alta na projeção de 12,25%. Citi, Fator e Capital Economics apostam em 12%. Mais otimista, a Galápagos prevê Selic abaixo de 12%, a 11,75%, e espera corte em 2025 se o governo reduzir gastos.
AUMENTO DE SALÁRIOS – O governo vai propor reajustes entre 9% e 30% para cargos em comissão e funções gratificadas, que serão pagos em duas parcelas, em 2025 e 2026, apuraram O Globo e Broadcast.
… Os aumentos devem ser encaminhados ao Congresso em projeto de lei que reúne todos os acordos já formalizados com diversas categorias do funcionalismo federal.
… As gratificações de militares em cargos de confiança devem subir 18% em 2025 e 9% em 2026.
HOJE TEM PETROBRAS – Depois do fechamento, a companhia deve anunciar lucro trimestral de US$ 5,27 bilhões, 3,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Broadcast.
… Apesar de menor, as principais casas de análise do País consideram que o resultado virá sólido. Mais do que o balanço em si, a questão dos dividendos promete despertar atenção entre os profissionais de mercado.
… Em entrevista no início desta semana à CNN Money, Magda Chambriard esfriou as apostas de pagamento de dividendos extraordinários, já que declarou não ver nenhum mérito no fato de a empresa “empilhar dinheiro”.
… Ela rechaçou que haja qualquer pressão da equipe econômica sobre pagar dividendos para melhorar o caixa do Tesouro. “O ministro Fernando Haddad, verdade seja dita, nunca me ligou pra isso não”, afirmou.
… Já sobre os dividendos ordinários, parecem garantidos. “Está no nosso estatuto que temos de distribuir 45%. Isso não pode ter dúvida”, disse. A maioria do mercado projeta média de US$ 2,42 bi em dividendos regulares.
… Além de Petrobras, hoje à noite também divulgam seus balanços a Petroreconcavo, Magazine Luiza, Lojas Renner, Alpargatas, Assaí, Caixa Seguridade, Cogna, CPFL Energia, Energisa, Fleury, LWSA, Rumo e Yduqs.
MAIS AGENDA – O Tesouro divulga às 14h as contas do Governo Central, que devem reduzir o déficit para R$ 5,2 bilhões em setembro (Broadcast), bem menor que em agosto (-R$ 22,404 bi), no bom momento da arrecadação.
… O intervalo das projeções varia de déficit de R$ 15,10 bilhões a superávit de R$ 4,30 bilhões.
… Às 9h, o BC informa a captação da poupança em outubro. Em setembro, as retiradas superaram os depósitos em R$ 7,14 bilhões. Campos Neto viaja hoje para a Basileia (Suíça) para participar de reunião bimestral do BIS.
LÁ FORA – Antes do Fed, saem nos EUA o auxílio-desemprego (10h30), com previsão de alta de 5 mil pedidos, para 221 mil, e os estoques no atacado em setembro (12h). À noite (20h), o BC do Peru decide juro.
CHINA HOJE – O superávit comercial em outubro ficou em US$ 78,53 bilhões, acima da previsão dos analistas, de US$ 76,8 bilhões, apesar de a alta de 5,1% das exportações ter frustrado a estimativa de 5,9%.
… As importações subiram 1,7% e contrariaram a projeção do mercado, de queda de 1,5%.
O CANTO DA SEREIA – Seduzido pela expectativa de que o governo Lula mandaria bem no pacote fiscal para enfrentar as pressões inflacionárias das políticas de Trump e aliviar a carga do Copom, o real se fortaleceu.
… Foi uma demonstração de força e tanto, em pleno dia de rali do dólar no exterior com a vitória republicana.
… O fôlego exibido pela moeda brasileira, no entanto, corre o risco de durar pouco e já se esgotar hoje, se depender de Lula, que não parece tão disposto a mergulhar fundo no compromisso de controle fiscal.
… Ontem, na pressão contratada pelo efeito Trump, o dólar chegou a subir quase 2% na primeira metade do pregão, acima de R$ 5,85. Mas uma reversão imprevisível da alta começou a partir da hora do almoço.
… O movimentou coincidiu com as especulações de que Lula autorizaria contenção de gasto robusta, levando a uma virada da moeda americana para baixo de R$ 5,70 no fechamento, em queda de 1,26%, a R$ 5,6759.
… Quem diria que, justamente ontem, o real lideraria a lista das divisas com melhor performance.
… O otimismo com as medidas fiscais também chegou à curva do DI, ainda que em menor medida do que no câmbio, e as taxas dos vencimentos médios e longos registraram ganhos moderados, à espera do pacote.
… Já os contratos mais curtos dos juros futuros subiram até 16 pb, antecipando que a aceleração do ritmo de aperto da Selic para meio ponto pode vir para ficar, diante dos riscos renovados impostos pela volta de Trump.
… Na reação imediata à derrota dos democratas nos EUA, o JPMorgan zerou sua posição vendida no DI para Jan/26, que avançou a 12,975% (de 12,815% na véspera). Jan/27 voltou a superar 13%, a 13,045% (de 12,945%).
… Jan/29 foi a 12,990% (contra 12,930%); Jan/31, a 12,890% (de 12,860%); e Jan/33 a 12,770% (de 12,760%).
… Hoje, se tanto, a ponta curta deve ter algum ajuste em queda para fazer ao Copom, já que existiam apostas (muito) isoladas de alta de 0,75pp da Selic nesta 4ªF. Mas nada roubará a cena do suspense pelo pacote fiscal.
O BARATO SAI CARO? – Dando um jeito de liquidar logo o ajuste negativo à vitória de Trump, o Ibov abandonou as mínimas abaixo de 130 mil pontos (128.822,16) e quis acompanhar o câmbio na esperança do pacote fiscal.
… Só não se sabe se foi a melhor aposta, diante das altas chances de Lula frustrar no tamanho das medidas.
… Ontem, o Ibovespa freou o ritmo de queda a 0,24% no fechamento (130.340,92 pontos), com giro de R$ 24,2 bi. Estrelas do dia, Gerdau (+9,61%; R$ 19,96) e Metalúrgica Gerdau (+9,15%; R$ 11,33) reagiram aos balanços.
… Na véspera de soltar o seu resultado trimestral, Petrobras não quis arriscar grandes passos: ON caiu só 0,10% (R$ 38,11) e PN teve leve alta de 0,03% (R$ 35,40), enquanto o petróleo recuou lá fora com a disparada do dólar.
… O Brent/jan fechou em queda de 0,80%, a US$ 74,92 por barril, na ICE, também pressionado pelo aumento acima do esperado nos estoques dos EUA (2,1 milhões de barris) na semana passada.
… Vale caiu 1,13% (R$ 61,42), seguindo o minério em Dalian (-0,76%). Trump jogou uma sombra sobre a China ao dizer, repetidas vezes, que vai aumentar as tarifas de importação sobre produtos do país.
… As blue chips financeiras fecharam sem direção única. Santander ganhou 0,86% (R$ 27,10) e BB subiu 0,19% (R$ 26,30). Bradesco ON caiu 1,37%, a R$ 12,28, PN cedeu 0,86%, a R$ 13,81, e Itaú teve queda de 0,47%, a R$ 36,17.
… Carrefour liderou as perdas (-3,63%, R$ 7,44) no Ibov. A ação acumula recuo de 11% em 30 dias. Engie recuou 2,92% (R$ 40,56) no day after do balanço, e Magazine Luiza, que divulga resultados hoje, caiu 2,51% (R$ 9,73).
… Petz avançou 7,73% (R$ 5,85), horas antes da divulgação de seus números, que saíram após o fechamento.
SECA DE IPOS – A vitória de Donald Trump nos EUA não é boa notícia para a perspectiva de IPOs no Brasil.
… Se antes a alta da Selic já ameaçava estender a maior seca de IPOs em 25 anos na bolsa, agora o cenário piorou. Já se completaram três anos sem nenhuma oferta local.
… Agentes do mercado consultados pelo Broadcast avaliam que o ambiente para redução das taxas de juro no Brasil fica ainda mais limitado diante da agenda por Trump, considerada inflacionária.
… Para André Diniz (Kinea), uma política comercial mais agressiva e protecionista dos EUA deve afetar países emergentes e principalmente os fluxos de capitais.
O CÉU É O LIMITE – O mercado de ações comemorou a vitória de Trump, na expectativa de que a segunda presidência do republicano favoreça o mundo corporativo.
… Com investidores no modo risk on, os principais índices dispararam e fecharam em novos níveis recordes em NY. Nos juros e no dólar, o “Trump trade” voltou com tudo.
… Corte de impostos e menos regulamentação é que o espera o mercado. Esse cenário, mais a perspectiva de juros altos, fez com que, dentro do S&P 500, o subíndice de bancos saltasse quase 11%, o melhor desempenho do dia.
… Wells Fargo subiu 13,11%; Goldman Sachs, +13,10%; e JPMorgan, +11,54%, puxando a alta de 2,53% no S&P 500, aos 5.929,04 pontos. O Dow Jones ganhou 3,57% (43.729,93 pontos) e o Nasdaq avançou 2,95% (18.983,47 pontos).
… Tesla disparou 14,75%, não só pela expectativa de um ambiente mais favorável aos lucros corporativos, mas também diante da perspectiva de Elon Musk integrar o governo Trump.
… Outras grandes techs tiveram ganhos expressivos: Nvidia (+4,07%), Alphabet (+4,04%), Amazon (+3,80%) e Microsoft (+2,12%).
… A animação não se restringiu às mega caps. O Russel 2000, índice que reúne as empresas de pequena capitalização dos EUA, disparou 5,8%.
… “Por enquanto, o sentimento dos investidores é pró-crescimento, pró-desregulamentação e pró-mercados”, disse David Bahnsen, diretor de investimentos do The Bahnsen Group, à Bloomberg.
… “Há também a suposição de que a atividade de fusões e aquisições vai crescer, o que, junto com um corte de impostos, cria um cenário forte para as ações”, avaliou.
… Nem tudo são flores, porém. Dólar e Treasuries saltaram com as promessas do republicano de elevar tarifas de importação e restringir a imigração, medidas que podem alimentar a inflação e elevar os juros.
… Também podem alimentar o déficit do orçamento e estimular uma maior oferta de títulos do Tesouro americano. Com essa perspectiva à frente, os retornos dos Treasuries, em especial os de longo prazo, dispararam.
… O do T-bond de 30 anos saltou quase 18 pb, a 4,6120% (de 4,4340% na sessão anterior), enquanto o da note de 10 anos avançou 15 pb, a 4,4384% (de 4,2823%). O da note de 2 anos subiu para 4,2763% (de 4,1868%).
… No dólar, a mesma história. A expectativa de juro alto por mais tempo sob Trump alimentou a perspectiva de uma moeda mais forte e o índice DXY saltou 1,60%, a 105,088 pontos, maior nível desde 3 de julho.
… Com o BoE também decidindo juro hoje, quando deve optar por corte, a libra teve ainda mais motivo para desvalorizar. Caiu 1,02%, a US$ 1,2892.
… O euro desabou 1,7%, a US$ 1,0739, e o Deutsche Bank vê a cotação da moeda comum europeia em US$ 1,05 até o fim do ano. O iene derreteu 1,97%, a 154,535/US$.
EM TEMPO… PETROBRAS encerrou o projeto de desinvestimento da sua subsidiária integral Petrobras Biocombustível (PBio), que será mantida no portfólio da estatal…
… A decisão considerou as estratégias de atuação em negócios de baixo carbono da petroleira. Além disso, a empresa está avaliando alternativas e modelos de negócio para a PBio…
… Em outra notícia sobre a estatal, o TCU deu 120 dias para a Petrobras detalhar a execução de diretrizes da política de preços anunciada ao mercado em maio de 2023…
… A chamada Estratégia Comercial de Diesel e Gasolina (ECDG) é fiscalizada pela Corte de Contas.
ELETROBRAS teve lucro líquido societário ajustado de R$ 7,563 bilhões no 3Tri24, salto de 588,3% sobre o 3Tri23. Sem ajustes, o lucro da empresa foi de R$ 7,195 bilhões (+387,3%). Ebitda ajustado somou R$ 11,964 bi (+164,1%).
TAESA teve lucro líquido IFRS de R$ 991 milhões no 3Tri24, alta anual de 43,8%. Lucro líquido regulatório somou R$ 307,3 milhões, queda de 5,9%. Ebitda regulatório foi de R$ 487,6 milhões, queda de 1,2%.
ENERGISA. A controlada Energisa Distribuição de Gás (EDG) concluiu a aquisição de 100% das ações da Infra Gás e Energia, negócio anunciado em maio deste ano…
… Também foi concluída a aquisição pela Infra Gás de 51% do capital social da Norgás.
ITAÚ vai exercer a opção de recompra da totalidade das Letras Financeiras Subordinadas Nível 2, emitidas no período de 5 a 12 de novembro de 2019, e com vencimentos em 11/2028 e 11/2029, no valor de R$ 3,6 bilhões.
… A recompra será realizada entre os dias 8 e 19 de novembro.
MINERVA FOODS registrou lucro líquido de R$ 94,1 milhões no 3Tri24, queda anual de 33,3%. O Ebitda atingiu R$ 813 milhões, alta de 13,9%.
PETZ encerrou o 3Tri24 com lucro líquido de R$ 14,9 milhões, alta anual de 120%. O indicador ajustado foi de R$ 25,9 milhões, alta de 76,5%. O Ebitda somou R$ 74,575 milhões, avanço de 14%.
C&A apresentou lucro líquido de R$ 42,8 milhões no 3Tri24, revertendo prejuízo. No indicador ajustado, o lucro foi de R$ 52 milhões contra prejuízo de R$ 55 milhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 316 milhões, alta de 55,2%.
GUARARAPES apurou lucro líquido de R$ 45,1 milhões no 3Tri24, revertendo prejuízo líquido de R$ 70,7 milhões no mesmo período de 2023. O Ebitda consolidado ajustado foi de R$ 350,2 milhões, alta anual de 90,5%.
OI teve lucro líquido de R$ 243 milhões no 3Tri24, revertendo o prejuízo de R$ 2,830 bilhões no mesmo intervalo de 2023. O Ebitda foi negativo em R$ 335 milhões, revertendo dado positivo de R$ 382 milhões de um ano antes.
QUALICORP informou lucro líquido ajustado de R$ 17,6 milhões no 3Tri24, alta anual de 18,6%. O Ebitda ajustado foi de R$ 172 milhões no período, alta de 80,6%.
TENDA apurou lucro líquido consolidado de R$ 76,2 milhões no 3Tri24, revertendo prejuízo de R$ 23,8 milhões no mesmo período de 2023. O Ebitda consolidado e ajustado somou R$ 150,8 milhões, alta de 167%.
CBA registrou lucro líquido de R$ 87 milhões no 3Tri24, revertendo prejuízo de R$ 263 milhões no 3Tri23. O Ebitda disparou 210% em um ano, para R$ 307 milhões no trimestre.
SANTOS BRASIL reportou lucro líquido de R$ 216,2 milhões no 3Tri24, alta anual de 55,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda cresceu 57,6%, para R$ 406,3 milhões.
TOTVS encerrou o 3Tri24 com lucro líquido consolidado de R$ 295,8 milhões, queda anual de 32%. O Ebitda somou R$ 337,7 milhões, alta anual de 21,5%…
… A empresa adquiriu a totalidade do capital da Varejonline por R$ 49 milhões e o conselho de administração aprovou programa de recompra de até 18 milhões de ações da companhia.
BRASILAGRO teve lucro líquido de R$ 97,457 milhões no 1º trimestre do ano agrícola 2024/2025, encerrado em 30 de setembro, alta de 225% ante igual período do ano anterior…
… O Ebitda ajustado da companhia cresceu 623% na comparação anual, alcançando R$ 169,4 milhões.
DEXCO registrou lucro líquido de R$ 92,6 milhões no 3Tri, queda de 69,5% na base anualizada.
COPEL teve lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no 3Tri24, crescimento anual de 175,9%. O Ebitda totalizou R$ 1,239 bilhão, redução de 10,9% no período.
GRUPO LATAM registrou lucro líquido de US$ 301 milhões no 3Tri24, alta anual de 30%. O Ebitdar ajustado da companhia somou US$ 828 milhões, alta de 14% na mesma base comparativa.
AERIS teve prejuízo líquido de R$ 56,7 milhões no 3Tri24, ante prejuízo de R$ 49,1 milhões no 3Tri23. O Ebitda do período foi de R$ 27,4 milhões, queda de 49,1%.
IOCHPE-MAXION reverteu prejuízo e teve lucro líquido de R$ 109,2 milhões no 3Tri24. O Ebitda subiu 40,5%, para R$ 440,2 milhões ante o mesmo período em 2023.
QUALCOMM anunciou lucro líquido de US$ 2,92 bilhões no 4Tri fiscal, alta de 96% ante o mesmo período de 2023…
… O lucro diluído por ação foi de US$ 2,59, acima do resultado de US$ 1,32 do mesmo período do ano anterior e superando as expectativas de analistas, de US$ 2,56.
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Eleito com folga, Trump estressa dólar e juros
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[06/11/24]
… Desde o início da apuração dos votos, Trump assumiu a liderança nas projeções da AP para levar a Casa Branca e a diferença entre ele e Kamala Harris se manteve em larga margem nas horas seguintes. O favoritismo do republicano começou a ser desenhado com a vitória dele na Carolina do Norte, que disparou o dólar e os juros dos Treasuries. Contrariando a previsão de que a disputa acirrada mostrada nas pesquisas não permitiria prever o vencedor dessa eleição antes de alguns dias, Trump despontou como presidente eleito dos Estados Unidos já no começo da madrugada. No meio da noite, fez o discurso da vitória, festejando ainda a conquista do Senado e da Câmara pelo seu partido, o que dará a ele amplos poderes para fazer história. Respire fundo e tome fôlego. A volatilidade está contratada.
… Para os emergentes e o Brasil, o ajuste será difícil, com a perspectiva de juros americanos mais elevados diante dos riscos inflacionários do expansionismo fiscal e protecionismo de Trump, além do fortalecimento do dólar, com depreciação do câmbio desses países.
… No CME FedWatch, as chances de o Fed moderar o ritmo dos cortes, com manutenção em dezembro, cresceram para mais de 30% ante 20% na véspera da eleição. Para a reunião do Fomc de amanhã, 5ªF, está mantida a aposta em queda de 25pbs do juro.
… A grande dúvida é como o Copom deverá reagir hoje, não em relação a uma alta de 50pbs da taxa Selic, esperada pela unanimidade do mercado, mas na mensagem do comunicado. A eleição de Trump certamente torna o cenário externo mais adverso.
… Na sessão asiática, o dólar subia forte ante seus pares, com o índice DXY atingindo 105,188 pontos (+1,78%), enquanto o euro desabava a US$ 1,0726 e a libra, a US$ 1,2858, e o peso mexicano, a 20,79120/US$.
… Trump promete decidir “no primeiro dia” tarifa de 25% para a importação dos produtos mexicanos.
… O bitcoin atingiu a máxima histórica, a 76 mil, porque Trump prometeu liberar as criptomoedas.
… Nos Treasuries, os yields renovavam máximas, com a Note-10 anos projetando taxa de 4,45% e o T-Bond 30 anos, 4,62%, enquanto os futuros de NY operavam em alta, repercutindo o expansionismo fiscal e a política protecionista esperada de Trump.
… Já as commodities amargavam fortes perdas com a escalada do dólar e a promessa do republicano de agir contra a China, em um duplo golpe para os emergentes, que contam com o crescimento chinês para sustentar suas exportações.
… Para a Capital Economics, eleito, Trump introduzirá sua proposta para conter a imigração e tarifas para importados via ordem executiva no 2Tri/25. A consultoria pode reduzir a previsão do PIB dos EUA em 1% e aumentar a projeção de inflação na mesma magnitude.
… Também disse que deve elevar a projeção para a taxa dos Fed Funds em 50pbs, para a faixa entre 3,50% e 3,75% no próximo ano.
… Donald Trump fez seu discurso da vitória no momento em que as projeções confirmavam sua vitória na Pensilvânia, quando ele registrava 267 delegados contra 214 de Kamala Harris. Os dados ainda não são oficiais, mas projetam o número mínimo de delegados (270) para eleger o presidente dos Estados Unidos.
O PACOTE É URGENTE – Só medidas fiscais muito consistentes e que convençam o mercado de que as contas públicas estão sob controle poderão ajudar a reduzir o nível de estresse dos ativos domésticos com uma eventual confirmação da vitória de Trump.
… Não houve anúncio à imprensa no fim da tarde, após a reunião da JEO.
… Repercutiu positivamente nos negócios ontem (abaixo) a notícia sobre a presença de ministros de fora da ala econômica na reunião antecipada em duas horas da Junta de Execução Orçamentária no Palácio do Planalto.
… O encontro ampliado reforçou que os cortes devem atingir várias áreas, inclusive as mais sensíveis a Lula.
… Participaram (em duas reuniões separadas com Haddad, Tebet, Esther Dweck e Rui Costa) as pastas da Educação, Saúde, Trabalho, Desenvolvimento Social e Previdência, além de representantes do INSS, Dataprev e Serpro.
… Conforme apurou o Broadcast, o plano das medidas de contenção de despesas do governo federal poderá atingir cinco dos seis ministérios com maior orçamento na Esplanada. Só a Defesa ficaria de fora do corte de gastos.
… Uma das medidas em pauta é a eventual desindexação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) em relação ao salário-mínimo. Especialistas calculam que a mudança traria economia bilionária: acima de R$ 200 bilhões em dez anos.
… Benefícios como seguro-desemprego e abono salarial também podem ser redesenhados. O governo avalia apertar as regras de concessão de BPC e realizar novo pente-fino no Bolsa Família, informa O Globo.
… Uma das ideias discutidas é conceder o auxílio só para doenças graves e pessoas incapacitadas para o trabalho.
… Outra medida debatida é estender a obrigatoriedade da biometria na solicitação dos benefícios assistenciais e previdenciários, de modo a aumentar a fiscalização. O ministro Carlos Lupi confirmou que o tema está em debate.
… Responsável pela Previdência Social, ele disse que “não tem o que cortar” da sua pasta e que pessoalmente é contra desindexar benefícios do salário-mínimo. “E tenho certeza de que o presidente Lula também [é contra].”
… O Santander estima que o pacote de redução de gastos em estudo deve girar entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, englobando 2025 e 2026. Semana passada, a Arko circulou a informação de cortes de até R$ 60 bilhões.
… Nota técnica da Receita obtida pelo Broadcast indica que o maior prazo para que as instituições financeiras deduzam perdas da base de cálculo do IRPJ e CSLL pode gerar arrecadação de R$ 33,6 bilhões em três anos.
… Em 2025, o efeito arrecadatório seria de R$ 16,8 bilhões, caindo para R$ 8,2 bilhões e R$ 8,5 bilhões em 2026 e 2027, respectivamente. O novo prazo para dedução, que pode chegar até 120 meses, foi definido em MP.
… Mas, passado um mês da edição da medida provisória, ainda não foi sequer instalada a comissão mista para o Congresso avaliar o texto, que precisa ser aprovado este ano para que as novas regras passem a valer em 2025.
REFORMA TRIBUTÁRIA – A votação no Senado do texto de regulamentação continua mantida para daqui a pouco menos de um mês (4/12), mas a margem para cumprimento do calendário está cada vez mais apertada.
… A equipe do relator, Eduardo Braga, prevê realizar audiências sobre a regulamentação até o dia 27 deste mês.
… Além disso, Pacheco admitiu que o feriado do Dia da Consciência Negra, no próximo dia 20, e os encontros do G20 no Rio, nos dias 18 e 19, podem dificultar o cronograma da reforma pela falta de quórum em Brasília.
EMENDAS – A Câmara aprovou ontem à noite, por 330 votos a 74, o projeto de lei com novas regras para emendas parlamentares ao Orçamento da União.
… Os deputados rejeitaram o único destaque, apresentado pelo Psol, que pretendia reduzir de R$ 11,5 bilhões para R$ 3,45 bilhões o limite para emendas de comissão.
… O texto segue agora para o Senado, onde deve ser votado ainda neste mês, segundo Pacheco.
MAIS AGENDA – Haddad participa de reunião às 15h com Lula e outros ministros para tratar de pautas ambientais.
… Entre os indicadores, horas antes do Copom, o avanço do preço das carnes deve sustentar a aceleração do IGP-DI (8h) para 1,55% em outubro, após alta de 1,03% em setembro. As estimativas variam de 1,12% a 1,70% (Broadcast).
… À tarde (15h), sai a balança comercial. A mediana das estimativas do mercado indica superávit de US$ 4,663 bi em outubro, após saldo positivo de US$ 5,363 bi em setembro. As projeções variam de US$ 3,8 bi a US$ 6,0 bi.
… O dia ainda tem os dados da Anfavea de produção de veículos em outubro (10h) e fluxo cambial semanal (14h30).
… A entrevista coletiva sobre o relatório mensal da dívida, divulgado na semana passada, estava prevista para acontecer hoje, mas foi adiada para 6ªF, em razão da greve dos servidores do Tesouro Nacional.
TESOURO DIRETO – Após quatro interrupções na plataforma do programa por causa da greve dos servidores, o Tesouro Nacional assinou um acordo para normalizar as vendas de títulos.
… A greve continua, mas as transações não serão mais interrompidas. A negociação foi feita junto ao sindicato da categoria, o Unacon Sindical.
BALANÇOS – Após o fechamento dos mercados, a Braskem, Eletrobras, Minerva, Petz, Copel, Totvs, Santos Brasil, Taesa e Oi divulgam os seus resultados trimestrais. Confira no Em tempo… os balanços de ontem à noite.
LÁ FORA – São destaques a inflação ao produtor (PPI) da zona do euro em setembro (7h) e o discurso de Lagarde em evento (11h). O PMI/S&P Global composto de outubro será divulgado na Alemanha (5h55) e zona do euro (6h).
… Nos EUA, os estoques de petróleo do DoE saem às 12h30 e têm previsão de estabilidade.
JAPÃO HOJE – A leitura final do PMI composto caiu de 52,0 em setembro para 49,6 em outubro. O indicador ficou abaixo do nível neutro de 50, ou seja, indica que a atividade japonesa entrou em contração.
… O PMI de serviços teve queda de 53,1 para 49,7 na mesma comparação.
ENGAJAMENTO GERAL – Pegou bem ontem à tarde a notícia de antecipação da reunião no Planalto para discutir as medidas fiscais, com a convocação de ministros que não integram a equipe econômica para participar.
… O mercado interpretou como uma disposição do governo de realizar cortes amplos e rápidos, gerando virada instantânea nos negócios: os DIs passaram a cair e rodaram abaixo de 13%, enquanto o dólar foi às mínimas.
… Em segundo plano, também a perda de fôlego lá fora dos juros dos Treasuries, diante do efeito técnico de um leilão e as apostas de que Kamala Harris poderia assumir o favoritismo, ajudaram a desanuviar o clima por aqui.
… Depois de ter voltado a tocar na faixa de R$ 5,80 mais cedo (máxima de R$ 5,8050), o dólar devolveu a pressão e fechou em queda de 0,60%, cotado a R$ 5,7484, com o investidor esperançoso sobre o quadro fiscal.
… O câmbio promete volatilidade extra hoje em ajuste à eleição nos EUA e por conta do anúncio da revisão do índice MSCI Brasil.
… Ano passado, por conta do rebalanceamento, o BC precisou fazer leilão de dólar à vista (US$ 4 bi) e swap para dar liquidez, devido à necessidade de realocação de carteiras de investimento por gestores de grandes fundos.
… O sentimento de que o governo está empenhado em apresentar em breve um pacote efetivo de redução de gastos também garantiu nesta 3ªF que os contratos futuros dos juros voltassem a queimar prêmios de risco.
… Revertendo a alta da manhã, o DI Jan/26 caiu a 12,815% (de 12,880% na 2ªF); Jan/27, 12,945% (13,030%); Jan/29, mínima de 12,930% (contra 13,040%); Jan/31, 12,860% (12,970%); e Jan/33, 12,760% (12,870%).
… Diante da chamada “aposta de graça” para a Selic (alta de meio ponto), a véspera do Copom não mexeu com os negócios, mas a próxima decisão (dezembro) é dúvida e o mercado espera pela linguagem do comunicado.
… A ampla maioria do mercado (71 de 73 instituições consultadas pelo Broadcast) espera aceleração no ritmo do aperto monetário para 0,50pp no juro hoje, de 10,75% para 11,25%, em decisão que sai a partir das 18h30.
… Será importante ver o que o BC dirá sobre o exterior, já que bastante coisa mudaria com Trump eleito, diante das pressões contratadas para o dólar e juros nos EUA, com o risco inflacionário das políticas do republicano.
… Neste sentido, o cenário político americano contribuiria para exigir do Copom um ciclo mais agressivo.
… Para o gestor do Itaú Asset, Bruno Serra, o câmbio depreciado não deverá ser o único vetor considerado pelo BC em uma possível discussão sobre acelerar o ritmo de alta da taxa básica de juro para 0,75 pp à frente.
… Segundo ele, variáveis como a inflação de serviços subjacentes, o mercado de trabalho e a atividade econômica ainda aquecida serão preponderantes para uma eventual decisão de elevar a dose de aperto.
… Em relatório, o Deutsche Bank projeta Selic terminal de 12,25% em janeiro, com risco “enviesado para cima”.
DEU EMPATE – No cabo de guerra entre o rali do Itaú no day after de seu balanço e a cautela das blue chips das commodities com o risco de vitória de Trump, uma força anulou a outra e o Ibov fechou perto da estabilidade.
… O índice teve leve alta de 0,11%, aos 130.660,75 pontos, com volume financeiro de R$ 19,3 bilhões.
… Itaú subiu 3,00% (R$ 36,34), seguido de longe por Banco do Brasil (+0,04%, a R$ 26,25) e Santander (+0,15%; R$ 26,87). Bradesco continuou em queda. O papel PN registrou -1,28% (R$ 13,93) e o ON, -0,24% (R$ 12,45).
… Vale baixou 0,88%, a R$ 62,12, na contramão da alta de 2,53% do minério de ferro em Dalian.
… A posição mais protecionista de Trump, que promete taxar a importação de produtos chineses, se eleito, tem se refletido antecipadamente nas ações da mineradora.
… Na véspera do balanço, Petrobras ON caiu 0,50%, a R$ 38,15, e PN cedeu 0,31%, a R$ 35,39, contrariando a alta do Brent/jan, que subiu 0,59%, a US$ 75,53 por barril, na ICE.
… O preço da commodity continuou sob influência da decisão da Opep+ de adiar o aumento de produção de dezembro para janeiro e foi beneficiado pela queda do dólar.
… A tensão no Oriente Médio, com a demissão do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, continuou no radar.
… Ainda no Ibov, na liderança das altas ficaram Petz (+3,82%, a R$ 5,43), Totvs (+3,74%, a R$ 34,42) e Itaúsa (+3,66%, a R$ 11,06).
… Carrefour (-5,16%; R$ 7,72), TIM (-3,93%; R$ 16,13) e Natura (-2,26%; R$ 14,28) anotaram as maiores perdas.
SEGUIU O SCRIPT – Investidores de ações em NY adotaram uma postura positiva no dia D da eleição americana, seguindo um comportamento histórico nas bolsas, que subiram mais de 1%.
… O rali no dia da votação é um evento comum. De acordo com o Carson Group, em nove das últimas 11 eleições, o S&P 500 subiu, em média, 0,8%.
… Fora o fator eleitoral, Wall Street também gostou de ver mais um indicador apontando pouso suave nos EUA.
… Bem acima do esperado, o PMI de serviços medido pelo ISM acelerou a 56,0 em outubro, de 54,9 em setembro, maior leitura desde agosto de 2022. O mercado esperava queda a 53,8, ainda em expansão.
… A balança comercial dos EUA também mostrou a força da economia local. O déficit comercial atingiu US$ 84,36 bilhões em setembro, o maior em dois anos e meio, diante do aumento das importações.
… Segundo analistas, houve também certa antecipação de compras externas, diante das ameaças de Donald Trump de impor tarifas de importação.
… Bons lucros corporativos e a expectativa de mais um corte de juro pelo Fed na 5ªF também foram citados por analistas como propulsores das bolsas em NY ontem.
… O Dow Jones subiu 1,02% (42.221,88 pontos), o S&P 500 ganhou 1,23% (5.782,83) e Nasdaq, +1,43% (18.439,17).
… Dois setores puxaram os ganhos: os bancos, recuperando as perdas da véspera, e as techs, em parte influenciadas pelo salto de 23% da Palantir Technologies, de softwares.
… A companhia divulgou um balanço sólido no 3Tri, em meio ao aumento da demanda por produtos de IA.
… Com alta expressiva, Nvidia (+2,84%) ultrapassou a Apple (+0,65%) como empresa de maior capitalização de mercado no mundo, chegando aos US$ 3,416 tri, enquanto a fabricante de iPhones tem market cap de US$ 3,363 tri.
… Os mercados de Treasuries e câmbio tiveram volatilidade mais pronunciada na 3ªF.
… O juro da note de 10 anos chegou a subir 10pb, para a máxima de 4,366%, mas terminou estável (4,284%), após um leilão de US$ 42 bilhões com demanda acima da média.
… O da note de 2 anos subiu a 4,196% (de 4,162%). Em queda, o retorno do T-bond de 30 foi a 4,450% (de 4,465%).
… Mais distante da marca de 104 pontos, o índice dólar teve outra rodada de queda (DXY -0,44%), a 103,423.
… O euro subiu 0,44%, a US$ 1,0927 e a libra avançou 0,51%, a US$ 1,3025, à espera da decisão de política monetária do BC inglês (BoE), amanhã. O iene teve alta de 0,38%, a 151,543/US$.
EM TEMPO… GERDAU informou que o lucro líquido ajustado caiu 10% no 3TRI24 na comparação anual, para R$ 1,432 bi; Ebitda ajustado recuou 10%, para R$ 3,016 bi…
… Empresa distribuirá R$ 619,3 milhões em dividendos, ou R$ 0,30/ação; ex dia 19; pagamento em 16/12.
CSN. Conselho de administração aprovou emissão de R$ 500 milhões em debêntures.
GPA teve prejuízo líquido de R$ 311 milhões no 3Tri24, queda anual de 76%; Ebitda ajustado é de R$ 399 milhões, queda de 64,7% no período.
PRIO teve lucro líquido de US$ 165 milhões no 3TRI24, recuo anual de 52%; Ebitda caiu 48%, a US$ 321,5 milhões.
BRASKEM informou o resultado definitivo da oferta de recompra antecipada de Notas Subordinadas com vencimento em 2081 feita pela Braskem Netherlands Finance. O saldo principal aceito foi de US$ 300 milhões.
VIBRA teve lucro líquido de R$ 4,2 bilhões no 3TRI24, alta anual de 234,7%; Ebitda ajustado foi de R$ 1,98 bilhão, queda de 14,8%.
IGUATEMI teve lucro líquido ajustado de R$ 118,5 milhões no 3Tri24, alta anual de 16,3%; Ebitda ajustado somou R$ 250,8 milhões, alta de 1,2%.
MULTIPLAN adquiriu 21 milhões de ações de emissão própria até então detidas por OTPP; operação equivale à terceira e última parcela da aquisição da participação que o fundo canadense detinha na companhia.
TELEFÔNICA teve lucro líquido de R$ 1,7 bi no 3TRI24, alta de 13,3% na comparação anual; Ebitda aumentou 7,4%, para R$ 5,9 bi…
… Conselho propôs redução do capital em R$ 2 bilhões, sem cancelamento de ações e com restituição do valor aos acionistas; proposta será avaliada em assembleia no dia 18/12 e pagamento deve ocorrer até 31/07/2025.
RD SAÚDE apurou lucro líquido ajustado de R$ 336,8 milhões no 3Tri24, alta anual de 25,5%; Ebitda ajustado somou R$ 810,8 milhões, alta de 23,2%.
ENGIE teve lucro líquido ajustado de R$ 666 milhões no 3TRI24, queda de 28,2% s/ 3TRI23; Ebitda ajustado caiu 5,8%, para R$ 1,665 bi.
ALLOS aprovou o resgate antecipado facultativo integral da 10ª emissão de debêntures, no valor de R$ 909 milhões; operação será realizada no dia 19/11.
AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!
*com a colaboração da equipe do BDM Online
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