Emprego nos EUA testa alívio do dólar
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[08/01/25]
… À espera dos dados de inflação da China, na noite desta 4ªF, a esperança de nova rodada de estímulos econômicos volta ao radar. Nos EUA, a ata do Fed (16h) e o relatório da ADP (10h15) sobre o ritmo do emprego do setor privado em dezembro podem fortalecer a sensação de que o juro americano vai cair menos este ano. Essa perspectiva, combinada à retórica protecionista de Trump, tende a manter o dólar caro por aqui, que ainda tem o fiscal doméstico no topo das preocupações. Às 9h, a produção industrial do IBGE deve registrar a segunda queda seguida em novembro, mas não compromete o cronograma do Copom de pelo menos mais duas doses de alta da Selic.
… Apesar do dado fraco da indústria esperado para hoje, a atividade econômica continua aquecida.
… Em entrevista à GloboNews, ontem, Haddad disse que a Fazenda estima uma alta de 2,5% para o PIB deste ano e que, no ano passado, o Brasil deve ter crescido 3,6%, pouco mais do que a estimativa do mercado no Focus (3,4%).
… O ponto alto de sua participação foi a estimativa de que, retirando os gastos extraordinários com o RS, o déficit primário de 2024 ficará em 0,1%, suficiente para cumprir a meta fiscal e abaixo do limite de tolerância de 0,25%.
… “[A projeção do mercado] Veio caindo de 0,8% para 0,7%, depois 0,6%, mas ninguém estava apostando muita coisa abaixo de 0,5%. Vamos terminar com 0,1%. A segunda casa depois da vírgula pode variar”, afirmou.
… Se fossem incluídas as despesas para recuperar o RS, o déficit fecharia em 0,37% do PIB, informou o ministro.
… Caso a projeção de 0,1% mencionada por Haddad se confirme, o governo federal terá exibido um avanço concreto na consolidação fiscal no último ano, avalia o presidente da Febraban, Isaac Sidney, que falou ao Broadcast.
… “O jogo está longe de acabar, mas vejo a equipe econômica resistindo e atuando com foco e perseverança. É preciso reconhecer o esforço, apesar das desconfianças que vieram com a deterioração das expectativas”, ponderou.
… A boa notícia de que a Fazenda persegue e acredita em um déficit próximo de zero não provocou, porém, maior impacto nos negócios, que já estão querendo dar por encerrada a correção de alívio dos últimos dias (abaixo).
… O investidor continua cobrando o governo de um plano mais robusto de controle da dívida pública.
… Haddad evitou comentar ontem reportagem do Valor de que a equipe econômica prepara decreto para conter os gastos neste início de ano a 1/18 do PLOA , pelo menos até a aprovação do Orçamento/25, que ficou para fevereiro.
… A medida tenta transmitir sinalização de austeridade fiscal, informou um membro da equipe econômica ao jornal.
… Despesas de caráter inadiável, como as aposentadorias, as pensões e a folha de pagamento do funcionalismo público, não entrariam nessa regra mais dura e poderiam ser executadas normalmente, segundo a matéria.
… A LDO permite a execução de 1/12 do PLOA, mas “não seria prudente”, diante das incertezas sobre a peça orçamentária, de acordo com a fonte ouvida. O governo também estuda outras medidas, mas não um pacote.
… Segundo o jornal, são medidas acessórias, que não dependem de aprovação do Congresso.
… Questionado sobre novas medidas de contenção de gastos, Haddad disse que a Fazenda só pensa nisso, mas “não quero passar ideia de que vai ter pacote 2, pacote 3…”, argumentando que o trabalho no campo fiscal é “contínuo”.
MAIS AGENDA – O IBGE deve mostrar que a produção industrial brasileira diminuiu 0,6% em novembro, segundo mediana do Broadcast, ampliando a queda de 0,2% em outubro. As projeções variam de -1,4% a +0,3%.
… O BC informa o fluxo cambial de dezembro e total de 2024 (14h30). No acumulado do ano, até o dia 27 do mês passado, a saída de dólares do país estava negativa em US$ 15,918 bilhões, a 3ª maior da série histórica do BC.
… A autoridade monetária também informa o saldo da caderneta de poupança em dezembro (9h). O IPC-S da 1ª quadrissemana de janeiro sai às 8h.
… Lula realiza hoje uma série de atos em memória de dois anos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Vão ser reapresentadas as obras de arte danificadas durante os ataques e haverá abraço simbólico à Praça dos Três Poderes.
… Os principais nomes dos Poderes Legislativo e Judiciário vão desfalcar a cerimônia. Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e o presidente do STF, Luís Roberto Barros, estarão fora de Brasília e devem mandar representantes.
LÁ FORA – Além dos dados da ADP, os EUA divulgam os pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, que devem subir 4 mil, a 215 mil. O diretor do Fed Christopher Waller discursa na OCDE, às 10h.
… À tarde, saem os estoques de petróleo do DoE(12h30), com queda estimada em 1 milhão de barris.
… Na zona do euro, às 7h, sai o PPI de novembro, que deve disparar 1,5%, ante alta de 0,4% em outubro. Na comparação anual, a deflação deve sair de -3,2% para -1,5%.
… O bloco também solta o índice de confiança do consumidor em dezembro (final), que deve ter leitura de -11,3, contra -13,7 em novembro.
SINAIS DE ESGOTAMENTO – Muita gente no mercado já vinha cantado a bola de que não demoraria tanto para os ativos domésticos começarem a ensaiar cansaço e devolver a recuperação observada neste início de ano.
… As primeiras evidências de que o respiro de otimismo pode durar pouco apareceram ontem no câmbio e no DI.
… A cautela tem nome (fiscal doméstico) e sobrenome (EUA, diante da retórica protecionista de Trump, com potencial impacto nos emergentes, e aposta de abordagem menos dovish do Fed, que contrata dólar mais forte).
… O investidor anda tão desconfiado com a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas, que nem mesmo a projeção de déficit primário na casa de 0,1% do PIB, mencionada ontem por Haddad, teve maior repercussão.
… Longe do patamar de R$ 6,05 estabelecido na mínima do dia (R$ 6,0551), o dólar à vista chegou a zerar o alívio à tarde e virar momentaneamente para alta, antes de fechar em leve baixa de 0,14%, negociado a R$ 6,1042.
… O real ainda exibe algum fôlego, mas o mercado tem dúvidas até quando a moeda conseguirá esticar a reação.
… Em relatório divulgado ontem, o Citi informou que vê espaço para acomodação do dólar neste 1Tri. Mas o banco aponta que um Copom menos agressivo seria um risco para a estratégia de apostar a favor da moeda brasileira.
… Diante do ritmo de queda mais lento do dólar na segunda metade do pregão desta 3ªF e da piora do clima externo com indicadores fortes da economia americana, os contratos da curva do DI pausaram a correção dos últimos dias.
… Além dos EUA, a incerteza fiscal doméstica freia o espaço de devolução de prêmio de risco nos juros futuros.
… No fechamento, o DI para janeiro de 2026 subiu a 14,990% (de 14,970% no fechamento anterior); Jan/27, a 15,390% (de 15,340%); Jan/29, a 15,190% (de 15,045%); Jan/31, 14,920% (14,750%); e Jan/33, 14,690% (14,500%).
IBOV TÁ ON – Em busca do terreno perdido na semana passada, quando voltou aos piores níveis em mais de um ano, o índice à vista da bolsa doméstica testou nova recuperação e completou dois pregões seguidos em alta.
… Na 2ªF, já havia recuperado a faixa dos 120 mil pontos e, ontem, recobrou mais um degrau, nos 121 mil pontos (121.162,66), com alta de 0,95%. O volume financeiro, baixo como de costume, alcançou R$ 21,1 bilhões.
… Na máxima do dia (121.713), o índice chegou a subir 1,41%, mas a aversão ao risco no exterior tirou parte do ímpeto da alta, vista mais uma vez como uma correção técnica.
… Com exceção da Vale, as blue chips ajudaram, em especial Petrobras, que acompanhou os ganhos no petróleo. A ação ON subiu 2,80% (R$ 41,42) e a PN, +2,13% (R$ 36,98).
… Na ICE, o Brent março ganhou 0,98%, a US$ 77,05 por barril, com expectativa de sanções mais rigorosas do Ocidente contra a Rússia e o Irã e de novos estímulos na China.
… Um reajuste nos combustíveis pela estatal, diante da alta do dólar, pode ficar de lado, por enquanto. Analistas ouvidos pelo Broadcast veem o preço do Brent estável ou mais baixo na média de 2025, compensando o câmbio.
… Bancos foram bem pela 2ª sessão. Santander registrou +1,54% (R$ 24,37); Bradesco PN, +1,40% (R$ 11,58); Bradesco ON, +1,15% (R$ 10,60); Banco do Brasil ON, +1,21% (R$ 24,25); e Itaú, +1,09% (R$ 31,50).
… Vale cedeu 0,97% (R$ 52,05), em linha com o recuo de 1,38% do minério de ferro em Dalian. A maior desvalorização do dia foi da CSN Mineração, que baixou 3,96%, a R$ 4,78.
… Outros destaques negativos foram RD Saúde (-2,56%; R$ 21,35) e Azul (-2,33%; R$ 4,20).
… Hapvida liderou as altas, com +9,17%, a R$ 2,38, com correção de perdas recentes. Foi acompanhada por Automob (+6,06%, a R$ 0,35) e Carrefour (+5,31%, a R$ 6,15).
SINAL AMARELO – O medo de um repique na inflação ressurgiu em Wall Street com novos dados mostrando que emprego e setor de serviços seguem fortes nos EUA.
… Os números reforçaram a percepção de que o Fed vai agir com mais moderação no ciclo de cortes de juro este ano, o que elevou os juros dos Treasuries e derrubou as ações.
… Uma liquidação nas techs ajudou a aprofundar as perdas. O Nasdaq liderou o desempenho negativo, com queda de 1,89%, aos 19.489,68 pontos. O Dow Jones caiu 0,42% (42.528,36) e o S&P 500 recuou 1,11% (5.909,03).
… Tesla caiu 4% após o BofA Global Research rebaixar a ação de compra para neutra. Nvidia recuou 6,2% depois de a apresentação do CEO, Jensen Huang, não mostrar previsões de curto prazo que agradassem os investidores.
… O PMI/ISM de serviços cresceu de 52,1 em novembro para 54,1 em dezembro, acima da previsão de 53. O indicador de preços pagos por materiais e serviços deu um salto de 58,2 para 64,4, nível mais alto em dois anos.
… A Pantheon Macroeconomics disse que o PMI pode indicar que a desinflação do setor foi interrompida no país, mas que aleitura de um mês não é suficiente para definir uma tendência.
… De seu lado, o relatório Jolts apontou alta inesperada na abertura de postos de trabalho, para 8,098 milhões em novembro (melhor resultado em seis meses), de 7,839 milhões em outubro e expectativa de queda a 7,685 milhões.
… Depois da divulgação do PMI e do Jolts, as apostas para o 1º corte de juros pelo Fed em 2025 se deslocaram de maio para junho e a chance de haver apenas uma redução no ano cresceu ligeiramente, de 35% para 37,7% no CME.
… Thomas Barkin (Fed/Richmond) reconheceu que o mercado de trabalho americano segue forte e que a tendência de crescimento econômico em 2025 é mais positiva do que negativa. Os salários, disse, podem pressionar a inflação.
… Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, afirmou que o BC americano deve adotar uma abordagem mais cautelosa.
… Nos Treasuries, o retorno da note de 10 anos bateu no maior nível desde abril do ano passado, em 4,699%, para fechar um pouco abaixo, em 4,692%, de 4,632% na sessão anterior.
… Além dos dados fortes na economia, os juros futuros subiram com a defesa da extensão do teto da dívida e renovadas ameaças de tarifas feitas por Donald Trump.
… O juro da note de 2 anos avançou a 4,298% (de 4,275%) e o do T-Bond de 30 anos subiu a 4,919% (de 4,856%).
… O índice DXY registrou alta de 0,26%, a 108,542 pontos. O euro cedeu 0,40%, a US$ 1,0349, apesar de o CPI de dezembro do bloco ter marcado 2,4% na leitura anual, de 2,2% em novembro.
… O CPI, contudo, não deve incomodar o BCE, segundo o Deustche Bank, já que foi impulsionado essencialmente pelos preços de energia.
… A libra caiu 0,28%, a US$ 1,2483. O iene cedeu 0,28%, a 158,057/US$.
EM TEMPO… PRIO registrou produção total de 106,3 mil barris/dia em dezembro, alta de 38,2% sobre novembro. Vendas alcançaram 3,348 milhões de barris, alta de 15,8% na mesma comparação…
… Salto no resultado foi provocado pela inclusão da produção e vendas de Peregrino.
EMBRAER entregou 75 aeronaves no 4Tri24, alta de 27% sobre 3Tri24 e estável sobre 4Tri23. Entregas no ano somaram 206, contra 181 em 2023 (+14%).
BRADESCO. O gestor Gustavo Brotto foi contratado para a tesouraria do banco após deixar a J.Safra Asset…
… Ele deve assumir o cargo de gerente de mesa de pré-fixados a partir de março, após a saída de Nilton David para a diretoria de política monetária do BC.
JHSF informou que receberá em até 3 etapas o pagamento da venda da sua participação no Shopping Ponta Negra, em Manaus. Valor da transação foi de R$ 82 milhões.
SANTOS BRASIL movimentou 134,4 mil contêineres em dezembro, alta de 25,4% ante o mesmo mês de 2023. No acumulado de 2024, a empresa movimentou 1,53 milhão de contêineres, alta de 23,8% ante 2023.
EQUATORIAL. Conselho aprovou aumento de capital de R$ 111,1 milhões, que ocorrerá mediante subscrição de novas ações ordinárias, ao preço de R$ 26 por ação.
AERIS. Credores sinalizaram aos donos da empresa que vão recusar, na assembleia marcada para hoje, a proposta de adiar o pagamento das debêntures adquiridas, segundo a Folha…
… A fabricante de pás eólicas acumula dívida bruta de R$ 1,4 bi, sendo 70% com emissões de debêntures.
AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!
*com a colaboração da equipe do BDM Online
AVISO – Bom Dia Mercado, produzido pela Mídia Briefing, não pode ser copiado e/ou redistribuído.
Mercado confere Haddad e emprego nos EUA
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[07/01/25]
… Um dia depois de ter negado alta do IOF para conter a escalada do dólar, o ministro Fernando Haddad concede entrevista ao vivo hoje, a partir das 13h30, ao programa Estúdio i, na GloboNews. Na agenda dos indicadores, a Receita divulga às 10h30 a arrecadação federal de novembro, que será comentada em coletiva às 11h. O bom desempenho da atividade econômica doméstica deve continuar sustentando o crescimento do volume arrecadado com impostos e contribuições federais. Nos EUA, o relatório de emprego Jolts de novembro (12h) começa a preparar o espírito dos investidores para o payroll de 6ªF. Com o mercado de trabalho ainda aquecido e a luta contra a inflação ainda não vencida, o Fed tem sinalizado ritmo moderado de flexibilização do juro este ano. Além disso, prevalece a cautela com Trump, embora o protecionismo econômico prometido tenha sido posto à prova ontem.
… Deu o que falar nesta 2ªF nos negócios globais a reportagem do Washington Post indicando que as tarifas comerciais serão mais seletivas e brandas que o esperado, com foco em importações críticas de setores específicos.
… A possibilidade de o novo governo em Washington pegar mais leve foi refutada por Trump em postagem em rede social, onde ele classificou a matéria como fake news e disse que as fontes anônimas citadas pelo jornal não existem.
… O desmentido de Trump, que toma posse dia 20, não reverteu o otimismo dos mercados, com o Ibovespa reconquistando os 120 mil pontos, o dólar em queda de 1% e a curva do DI devolvendo mais pressão (abaixo).
… Na dúvida se Trump está blefando ou se fala sério quando nega que poderá ser menos agressivo na adoção de tarifas de importação, o investidor resolveu dar por aqui o benefício da dúvida, apostando na política mais light.
… Mas se este melhor desfecho não se concretizar e Trump voltar com tudo, o Brasil pode se complicar bastante.
… Com o retorno de Trump, o cientista político e presidente da Eurasia, Ian Bremmer, classifica o ambiente como “mais perigoso” para os países em desenvolvimento e “certamente o Brasil estaria no topo dessa lista”, avalia.
… O outro grande risco este ano para o País é o fiscal. O diretor da Eurasia para as Américas, Christopher Garman, duvida que o governo Lula consiga fazer o suficiente para aliviar o estresse em torno das contas públicas.
… Embora Garman esteja confiante na gestão autônoma de Galípolo no comando do BC e descarte o risco de uma crise de fato no Brasil, acredita que a equipe econômica dará uma resposta “tímida” e “insuficiente” ao temor fiscal.
… Ele espera que o governo adote novas medidas de contenção de gastos e anuncie novidades do lado das receitas, mas avalia que a janela política para ir além na aprovação das reformas fiscais já passou no Congresso.
… Embora aponte que o investidor estrangeiro é “menos alarmista” em relação ao Brasil do que os domésticos, Garman reconhece que os gringos estão com as “barbas de molho” e dificilmente investirão mais forte por aqui.
… Em meio à desconfiança com o País, Haddad interrompeu temporariamente as férias e se reuniu ontem com Lula.
… O ministro negou que o imbróglio envolvendo as emendas tenha sido tratado. Disse que os temas discutidos foram o Orçamento de 2025, que ainda não foi votado, e as portarias e decretos para regulamentar o pacote fiscal.
… O ministro Rui Costa (Casa Civil), que também participou do encontro, afirmou que o governo também já está se preparando para a reunião ministerial com Lula, que deve acontecer na segunda quinzena deste mês.
… O ministro Paulo Pimenta se reúne hoje com Lula (9h30), que deve confirmar a troca no comando da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom). Cotado para assumir, o publicitário Sidônio Palmeira foi ontem ao Planalto.
MAIS AGENDA – A arrecadação de novembro deve somar R$ 209,6 bilhões, segundo a mediana do Broadcast, após R$ 247,92 bilhões em outubro, melhor resultado para o mês na série histórica.
… As estimativas variam de R$ 148,6 bilhões a R$ 227,3 bilhões.
… Se realizada a projeção, haverá ganho real de 11,4%, ajustado pelo IPCA, em comparação com novembro de 2023. O aumento deve ser novamente puxado pelo crescimento da atividade econômica.
… Dois dados de inflação em dezembro e no acumulado do ano saem hoje: o IPC-Fipe (5h) e o IGP-DI (8h).
… Galípolo participa, por videoconferência, da reunião bimestral de presidentes dos BCs promovida pelo BIS, às 9h.
… A Secretaria de Política Econômica (SPE) lança, às 9h, o Resultado Fiscal Estrutural 2023 e a prévia de 2024. Até setembro, o Resultado Fiscal Estrutural (RFE) do setor público consolidado foi de déficit de 1,41% do PIB potencial.
LÁ FORA – Além do relatório Jolts, Wall Street estará atenta ao PMI de serviços medido pelo ISM em dezembro (12h). A expectativa é de um avanço a 53, de 52,1 em novembro.
… O Fed boy Thomas Barkin (Richmond) fala às 10h. Logo depois (10h30), o Deptº do Comércio informa a balança comercial dos EUA em novembro.
… A zona do euro divulga a prévia do CPI de dezembro (7h), que deve acelerar a 2,4% na leitura anual, de 2,3% em novembro. O núcleo deve repetir os 2,7% do mês anterior.
EFEITO PALIATIVO – Foi importante a janela de alívio do dólar com o rumor de que Trump pode não ser tão radical no protecionismo. Mas ninguém se ilude que, sem novas medidas fiscais aqui, o real tenha tanto espaço para subir.
… O comentário de consenso entre profissionais de mercado é de que o protagonismo de qualquer melhora mais sustentada do câmbio continua condicionado à seriedade com que a equipe econômica administrará a crise fiscal.
… Sem isso, dizem, o dólar pode continuar rodando no high, em torno dos R$ 6. Apesar de o período crítico de remessas de lucros ao exterior já ter passado, o mercado mantém a guarda elevada, com medo de relaxar demais.
… Mas ontem a moeda americana declarou trégua, para acompanhar o enfraquecimento global. Caiu 1,13%, cotada a R$ 6,1125, tendo chegado a furar o nível de R$ 6,10 na mínima intraday, quando voltou até R$ 6,0928.
… Na saída de encontro com Lula, em Brasília, Haddad negou uma eventual alteração no Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a alta do dólar e disse que há um processo de “acomodação natural” no câmbio.
… “Não existe discussão de mudar o regime cambial no Brasil. Nem de aumentar imposto”, afirmou aos jornalistas. Dourando a pílula, avaliou que o estresse vivido pelo câmbio no fim/24 não ocorreu só aqui, mas no mundo todo.
… Ainda no noticiário do dia, se de um lado o fluxo financeiro apontou fuga consistente no ano passado, de outro, a Secex informou que o superávit comercial em 2024, de US$ 74,552 bilhões, foi o segundo melhor da história.
… Capitalizando o dólar mais barato, o DI não desperdiçou a chance de abrir nova rodada de queima de prêmio ontem. Mas o sinal de alarme continua soando quando se olha para a precificação de Selic terminal acima de 16%.
… Cálculos ao Broadcast do economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, indicam que a curva aponta juro entre 16,25% e 16,50% no fim do ciclo, com alta de 1,25pp no Copom deste mês e em torno de 1pp na reunião de março.
… Traders estão ainda mais pessimistas do que os economistas e analistas no boletim Focus, que elevaram a aposta de Selic terminal de 14,75% para 15,00%. O ajuste em alta não impediu uma nova piora nas expectativas de inflação.
… Segundo anotou Denise Abarca, as medianas para 12 meses à frente (4,96%) e 2025 (4,99%) já flertam com 5%.
… No fechamento, o DI para janeiro de 2026 caiu para 14,970% (de 15,060% no fechamento anterior); Jan/27, a 15,340% (de 15,500%); Jan/29, a 15,045% (de 15,320%); Jan/31, a 14,750% (15,030%); e Jan/33, 14,500% (14,780%).
… Até aqui, o alívio no DI é atribuído a correção pontual dos exageros recentes e só se consolidará como tendência se a questão fiscal for enfrentada e o impasse das emendas não comprometer a votação do Orçamento (fevereiro).
APROVEITOU O EMBALO – No clima de “compra primeiro, pergunta depois”, os bancos deslancharam e induziram o Ibov a recobrar os 120 mil pontos, de carona na esperança de que o rumor de alívio das tarifas nos EUA se realize.
… O movimento foi tal, que nem a queda expressiva das blue chips de commodities impediu o avanço de 1,26% no índice, aos 120.021,52 pontos. O giro, contudo, foi fraco, de R$ 19 bi, tirando parte do brilho do desempenho do dia.
… Itaú liderou as altas entre os bancos, com +4,49% (R$ 31,16), seguido por Santander (+2,48%, a R$ 24,00), Bradesco PN (+1,96%, a R$ 11,42), Bradesco ON (+1,55%, a R$ 10,48) e BB ON (+0,93%, a R$ 23,96).
… Para analistas, o Ibov – que terminou com 80% da carteira em alta – estava sujeito a um ajuste de preços depois de ter marcado na 6ªF o pior nível desde novembro de 2023.
… “Parece um movimento de repique muito mais por fator de preço do que por algo mais fundamentado”, disse Bruno Benassi (Monte Bravo) ao Broadcast.
… Vale (-1,28%, R$ 53,56) e Petrobras (ON, -0,94%, a R$ 40,00; e PN, -0,47%, a R$ 36,21) cederam, acompanhando suas respectivas commodities. O minério de ferro fechou em queda de 2,21% em Dalian.
… O barril do Brent/março recuou 0,27%, a US$ 76,30, com realização de lucros. Para a Petrobras, também tem pesado a defasagem em relação dos preços da gasolina e do diesel praticados no exterior.
… O recuo dos juros futuros beneficiou papéis cíclicos como Yduqs (+10,32%; R$ 8,87), Carrefour (+9,98%, a R$ 5,84) e Azul (+14,67%, a R$ 4,30), que também tem respondido com otimismo à renegociação de débitos com o governo.
TECHS RIDES AGAIN – As big techs voltaram a comandar as altas nas bolsas de NY ontem, que também foram ajudadas pela notícia de que a política de tarifas de importação do governo Trump poderá ser menos agressiva.
… Trump negou depois a informação do Washington Post, mas “a semente [de uma política menos restritiva] foi plantada”, disse Brian Jacobsen (Annex Wealth Management) à Reuters, o que beneficiou as ações.
… O setor de veículos foi um dos que reagiu positivamente à notícia, já que é um dos segmentos mais vulneráveis às tarifas, dada sua longa cadeia de fornecedores. General Motors subiu 3,4%. Ford subiu 0,40%.
… Em NY, o Nasdaq puxou a alta, com +1,24%, a 19.864,98 pontos. A informação de que a Microsoft (+1,06%) vai investir US$ 80 bilhões em data centers de IA continuou a fazer preço.
… Nvidia subiu 3,43% antes do discurso do CEO Jensen Huang, numa conferência à noite em Las Vegas. A ação fechou no valor recorde de US$ 149,43.
… Huang costuma mexer com o mercado e investidores querem saber mais informações sobre o chip Blackwell, considerado o próximo driver de crescimento da companhia.
… Foxconn avançou 2,64% após a receita do 4Tri24 exceder as expectativas. Advanced Micro Devices ganhou 3,33% e Micron Technology saltou 10,45%.
… Também impulsionado pelas techs, o S&P 500 subiu 0,55% (5.975,38 pontos), apesar de 7 de seus 11 setores terem fechado em baixa. O Dow Jones ficou perto da estabilidade (-0,06%), aos 42.706,56 pontos.
… Bancos voltaram a subir com o otimismo em torno da desregulamentação esperada de Trump 2: Goldman Sachs (+0,54%), Citigroup (+2,45%) e Morgan Stanley (+2,15%).
… O dólar reagiu em baixa à notícia sobre as tarifas, mas depois de Trump negar a informação, diminuiu as perdas. O índice DXY caiu 0,64%, a 108,257 pontos.
… Além do fator Trump, o euro (+0,83%, a US$ 1,0391) ganhou impulso da inflação na Alemanha, com a prévia do CPI de dezembro subindo (2,6%) mais que o esperado (2,4%). A libra avançou 0,72%, a US$ 1,2518.
… Já o iene caiu 1,98%, a 157,616/US$.
… Enquanto isso, os juros dos Treasuries continuaram subindo, já que as políticas de Trump 2 ameaçam a inflação.
… No fim do dia em NY, o rendimento da note de 10 anos subia a 4,623% (de 4,598% na sessão anterior) e o do T-bond de 30 anos avançava a 4,845% (de 4,811%).
… Na contramão, a note de 2 anos caiu a 4,266% (de 4,277%) com dados aquém do esperado na economia dos EUA.
… O PMI/serviços subiu de 56,1 em novembro para 56,8 em dezembro, abaixo da expectativa de 57,1, embora no maior nível em 33 meses. As encomendas à indústria caíram 0,4% em novembro ante outubro (previsão de -0,3%).
… Ontem, Lisa Cook foi mais uma diretora do Fed a alertar que os riscos sobre a inflação são para cima e que, por isso, o BC americano precisa seguir com mais cautela.
… Ainda nesta 2ªF, Michael Barr anunciou que deixará o cargo de vice-presidente de supervisão do Fed em 28 de fevereiro, ou até que um sucessor seja confirmado.
… Barr disse querer evitar “um risco de disputa pelo cargo”, que poderia ser uma distração da missão do Fed de supervisão e regulamentação do sistema financeiro.
EM TEMPO… JBS informou à CVM a captação de US$ 1,75 bilhão com a emissão de títulos de dívida de 10 e 30 anos no mercado internacional…
… Do total emitido, US$ 1 bi foi em bonds com vencimento em 2035 e US$ 750 mi com bonds a vencer em 2055.
SABESP aprovou a 33ª emissão de debêntures, no valor de R$ 3,7 bi. Prazo é de 7 anos para a 1ª série e 15 anos para a 2ª e 3ª séries, sendo as duas últimas debêntures incentivadas.
PETROBRAS vai entrar na produção de biometano, além de comprar o insumo por meio de chamada pública…
… Segundo o diretor Maurício Tolmasquim, a petroleira já conversa sobre parceria de produção com empresas que estão no mercado.
BTG PACTUAL está em conversações avançadas, agora de forma exclusiva, para levar os ativos no Brasil do grupo suíço Julius Baer, segundo o Broadcast e a coluna de Lauro Jardim (O Globo)…
… A intenção da matriz na Suíça é ainda este mês bater o martelo no negócio, avaliado em R$ 1 bilhão.
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IPCA e payroll ocupam a semana
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[06/01/25]
… A perspectiva de menos cortes de juros nos EUA este ano, com Trump de volta ao poder, será testada esta semana pelo payroll de dezembro (6ªF) e a ata do Fed (4ªF). Em respeito ao dia nacional de luto pela morte de Jimmy Carter, as bolsas em NY não abrirão na 5ªF e os Treasuries terão pregão mais curto. Por aqui, com as apostas de Selic a 15% correndo soltas, diante da inflação desancorada, atividade e emprego aquecidos e fiscal fragilizado, o investidor confere esta semana o IPCA de dezembro (6ªF), além dos resultados de novembro da produção industrial (4ªF) e vendas no varejo (5ªF). Após semanas afastado por recomendação médica, Lula volta a despachar do Planalto hoje, onde se reúne com Haddad (10h) e enfrenta a pressão pela reforma ministerial e o impasse envolvendo as emendas.
… O momento de desgaste político continua sendo embutido pelos ativos domésticos, na crise que ameaça colocar a relação entre o governo e o Congresso em situação de pé de guerra, com alto custo para a governabilidade este ano.
… O estresse estendido nos negócios responde ainda à turbulência fiscal. No Estadão de sábado, o governo Lula assinou portaria definindo valores do Fundeb/25 sem incorporar as mudanças feitas pelo pacote de corte de gastos.
… Na prática, isso pode comprometer a economia anunciada com a medida. O Ministério da Educação afirmou que não houve “tempo hábil” para realizar as alterações, mas que as mudanças serão feitas, embora sem prazo definido.
… Pesquisador do Ipea, o economista Camillo Bassi disse ao jornal que o Fundeb, estruturado à revelia do pacote fiscal, é o maior “equívoco contábil” das medidas propostas pelo governo federal para enxugar as despesas.
… “Vai ser preciso um ajuste de contas. Se forem mantidos os valores estabelecidos na portaria, a PEC [de corte de gastos] é uma mentira e o valor que o governo federal divulgou de espaço fiscal foi um engodo”, classificou ele.
… Na última 6ªF, reportagem da Folha havia apontado que o governo recorreu a manobras para ampliar gastos.
… Na reta final de 2024, liberou recursos fora das regras fiscais e adiou repasses e transferências de recursos fora do Orçamento para financiar políticas públicas, segundo a matéria. O Executivo defende a legalidade das medidas.
… Mas técnicos do próprio governo ouvidos pela jornalista Idiana Tomazelli avaliam que, no conjunto, as iniciativas podem gerar ruído adicional, neste momento em que a credibilidade da política fiscal já está em xeque.
… Em dezembro, o governo editou MP para liberar R$ 6,5 bilhões de forma imediata à reconstrução no RS.
… As obras só serão executadas nos próximos anos, mas o governo federal quis garantir o repasse ainda sob a vigência do estado de calamidade pública, que autoriza a exclusão desses gastos das regras fiscais.
… Em outra manobra para ampliar despesas ou evitar a necessidade de conter gastos na reta final do ano, adiou repasses de incentivo à cultura previstos na Lei Aldir Blanc, evitando um bloqueio maior no Orçamento de 2024.
… Sob o efeito combinado dos riscos fiscais, Selic elevada e impacto no Brasil do protecionismo econômico de Trump, profissionais ouvidos pelo Broadcast acreditam que o investidor estrangeiro deve se manter afastado da B3.
… Em 2024, os gringos sacaram R$ 32,1 bilhões da bolsa brasileira, maior fuga de capital desde 2020, primeiro ano da pandemia da covid, quando houve saída líquida de R$ 40,1 bilhões em k externo das ações listadas na B3.
… Na última 6ªF, o Ibov perdeu os 119 mil pontos e revisitou os piores níveis em mais de dois anos, desde nov/23.
… Não repercutiu bem no humor dos players (leia mais abaixo) a decisão do HSBC de rebaixar a recomendação das ações brasileiras de neutra para underweight (desempenho abaixo da média, equivalente a venda).
… Em relatório enviado a clientes, o banco apontou que a “decepção dos investidores com o pacote de corte de gastos do governo criou um ciclo vicioso de taxas de juros mais altas, real mais fraco e inflação mais elevada”.
MAIS AGENDA – Bate sempre um nervosismo em dia de Focus (hoje, às 8h25), que tem apontado piora sistemática nas medianas de inflação, Selic e câmbio. Na última 6ªF, o C6 Bank foi mais um a revisar o seu cenário para pior.
… A equipe econômica do banco acredita que a taxa básica de juro subirá até o pico de 15% em junho. Mesmo considerando este acréscimo de 2,75pp sobre a Selic atual, o C6 elevou a previsão para o IPCA/25 de 5,3% para 5,7%.
… A explicação é a perspectiva de dólar forte no ano (a aposta subiu de R$ 6,00 a R$ 6,30) – diante da tendência de aumento da dívida pública brasileira – e previsão de emprego aquecido e piora das expectativas de inflação.
… Além do IPCA de dezembro (6ªF), a semana reserva os dados fechados de dezembro do IGI-DI e IPC-Fipe, amanhã.
… Do lado da atividade econômica, saem a produção industrial (4ªF) e as vendas no varejo em novembro (5ªF).
… Hoje, às 15h, é dia de balança comercial. A mediana das estimativas do mercado indica superávit de US$ 3,4 bilhões em dezembro, o triplo de um ano antes. Em 2024, o saldo deve fechar positivo em US$ 73,550 bilhões.
LÁ FORA – No “esquenta” para o payroll de 6ªF, tem a pesquisa ADP de empregos no setor privado na 4ªF. Hoje, saem a leitura final de dezembro do PMI/S&P Global composto (11h45) e encomendas à indústria em nov (12h).
… Diretora do Fed, Lisa Cook participa de evento às 11h15. Neste domingo, duas integrantes do Fed disseram que a luta contra a inflação ainda não foi vencida. “Ninguém está abrindo champanhe”, afirmou Adriana Kugler.
… Mary Daly afirmou ver os preços americanos ainda “desconfortavelmente” acima da meta de 2%.
… O PMI/S&P Global composto sai hoje na Alemanha (5h55), zona do euro (6h) e Reino Unido (6h30).
CHINA HOJE – O PMI de serviços medido pelo setor privado (S&P Global em parceria com Caixin) avançou para 52,2 em dezembro, contra 51,5 em novembro, acima do previsto pelos analistas de mercado 51,7.
… Já o PMI composto chinês, que engloba serviços e indústria, recuou de 52,3 em novembro para 51,4 em dezembro. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade econômica.
… Na noite de 4ªF, saem a inflação ao consumidor (CPI) e produtor (PPI) chinês de dezembro.
JAPÃO HOJE – O PMI/S&P Global de serviços subiu de 50,5 em novembro para 50,9 em dezembro.
POÇO SEM FUNDO – O clichê da tempestade perfeita tem se aplicado bem ao Ibov. O cenário conta com falta de confiança na política fiscal, inflação e juros sob pressão da ameaça de Trump 2 mais protecionista e China em apuros.
… Em meio ao pessimismo, como se viu, o HSBC rebaixou na 6ªF a bolsa de neutra para underweight. Poucos meses antes, em novembro do ano passado, o Morgan Stanley e o JPMorgan já haviam feito o mesmo movimento.
… O HSBC descreveu a bolsa brasileira como uma “armadilha clássica de valor”: as ações estão baratas com um preço sobre lucro projetado para 12 meses em 6,6 vezes, mas não valem o investimento.
…É “improvável”, diz o banco, que haja uma reavaliação até uma queda da Selic, o que pode não ocorrer antes do segundo semestre de 2025.
… Sob pressão de Vale e Petrobras, que juntas carregam 25% do Ibovespa, bancos e outros setores, o Ibovespa desceu aos 118.532 pontos (-1,33%) na 6ªF, no menor nível desde 6 de novembro de 2023.
… Análise do Itaú BBA destacou que a perda do suporte dos 118.600 pontos no Ibovespa abriu “mais uma janela de baixa” e que o próximo suporte importante está em 111.500 pontos.
… Além das blue chips, faltou ajuda de praticamente todos os setores no pregão de 6ªF. Das 83 ações do índice, 73 fecharam em baixa. Nos três pregões da semana encurtada pelo Ano Novo, a perda acumulada foi de 1,44%.
… Acompanhando a forte queda de 2,18% no minério de ferro em Dalian, Vale recuou 1,86% (R$ 53,24). Petrobras operou na contramão do petróleo e devolveu os ganhos da véspera: ON, -0,35% (R$ 40,38; e PN, -1,06% (R$ 36,38).
… A cotação do barril do Brent subiu em meio a vários sinais de estímulo na China. O PBoC, BC local, reiterou a promessa de cortar juros e compulsórios bancários em 2025.
… Por meio de uma operação de swap, a autoridade monetária concluiu na 5ªF a injeção 55 bilhões de yuans (US$ 7,5 bi) para 20 instituições financeiras, entre elas seguradoras, fundos e corretoras.
… O governo chinês ainda disse que vai expandir o programa de subsídios ao consumidor para incluir smartphones, tablets e smartwatches, que será financiado com o aumento na emissão de títulos ultralongos.
… Ainda no Ibov, os bancos caíram em bloco. Itaú registrou -2,45% (R$ 29,82), na mínima; Bradesco PN, -1,58% (R$ 11,20); Bradesco ON, -1,43% (R$ 10,32); Santander, -1,39% (R$ 23,42); e Banco do Brasil, -0,75% (R$ 23,74).
… Ainda no campo negativo, vieram Usiminas (-6,01%; R$ 4,85), IRB (-5,55%; R$ 42,05) e Yduqs (-5,08%; R$ 8,04).
… Em recuperação das perdas do pregão anterior, Eneva avançou 5,45%, a R$ 10,07, e liderou o ranking positivo. Foi acompanhada por São Martinho, com +5,17%, a R$ 24,20, e Azul, com +3,02%, a R$ 3,75.
PARA A SURPRESA DE NINGUÉM – O dia de fuga do risco na bolsa e queda do minério (-2,18%) pressionaram o dólar, que chegou a bater nos R$ 6,20, e fechou um pouco abaixo, em R$ 6,1821 (+0,32%), na contramão do exterior.
… Na semana, a moeda ficou de lado, com queda marginal de 0,18%. Na prática, o dólar está praticamente no mesmo nível de antes do recesso de Natal, contra uma expectativa geral de valorização ao longo de 2025.
… Sem noticiário e indicadores, a curva do DI fugiu à regra dos ativos domésticos. Continuou a queimar os excessos do fim de 2024, embora o movimento tenha sido limitado pelo cenário fiscal e a alta das taxas dos Treasuries.
… Na comparação com a 6ªF anterior, as taxas curtas e as intermediárias cederam perto de 40 pontos-base; as longas, 30 pontos.
… O DI para janeiro de 2026 caiu a 15,060%, na mínima do dia (de 15,145% na sessão anterior); Jan/27, a 15,500% (15,610%); Jan/29, a 15,320% (15,385%); Jan/31, a 15,030% (15,060%); e Jan/33, 14,780% (14,810%).
SALDÃO DE NATAL – Investidores foram às compras, aproveitando as cinco quedas consecutivas das bolsas em NY, movimento que frustrou o tradicional rali de Natal em Wall Street.
… Os índices atingiram as máximas da sessão na parte da tarde, quando já estava encaminhada a reeleição do republicano Mike Johson para presidente da Câmara dos EUA.
… Aliado de Donald Trump, ele deve unir a Câmara em torno da agenda do presidente eleito, que inclui, além de cortes nos impostos corporativos, desregulamentação e tarifas, ao gosto dos investidores de ações.
… Por outro lado, a mesma agenda deve pressionar a inflação, o que afeta os Treasuries.
… Impulsionado por papéis como Super Micro Computer (+10,9%), Tesla (+8,22%) e Nvidia (+4,73%), o Nasdaq liderou as altas, com +1,77%, aos 19.621,68 pontos.
… Microsoft subiu 1,1% depois de anunciar investimento de US$ 80 bilhões em data centers de IA.
… O Dow Jones subiu 0,80%, aos 42.732,13 pontos, e o S&P500 ganhou 1,26% (5.942,47).
… O forte desempenho da 6ªF não impediu um recuo na semana. No período, os índices acumularam perdas de, respectivamente, 0,51%, 0,61% e 0,48%, respectivamente.
… US Steel recuou 6,5% depois que o presidente Joe Biden proibiu a venda da histórica siderúrgica americana para a Nippon Steel, um negócio de US$ 14,1 bilhões.
… Nos Treasuries, os juros subiram após o PMI industrial dos EUA medido pelo ISM ficar acima do esperado e de o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, dizer que prefere manter o juro restritivo por mais tempo.
… Segundo o ISM, a atividade industrial americana subiu para 49,3 em dezembro, ante expectativa de manutenção em 48,4, a leitura de novembro. O dado ainda está abaixo do limite que indica expansão, 50, mas melhorou.
… Enquanto isso, o retorno da note de 2 anos subiu a 4,277%, de 4,253% na sessão anterior, e o da note de 10 anos avançou a 4,598% (de 4,563%). O do T-Bond de 30 anos cresceu a 4,817% (de 4,788%)
… Depois do tombo da véspera, libra e euro tiveram um dia de recuperação na 6ªF. Assim, o índice dólar (DXY) fechou em baixa de 0,40%, aos 108,952 pontos, mas acumulou alta de quase 1% na semana.
… O euro subiu 0,38%, a US$ 1,0305, e a libra avançou 0,37%, a US$ 1,2428. O iene perdeu 0,10%, a 157,305/US$.
EM TEMPO… Capital Research Global Investors (CRGI) elevou fatia na JBS, passando de 110.584.046 ações ON, correspondentes a 4,99% do total de ações emitidas, para 111.572.477 ações, que representam 5,03% do total.
GOL registrou prejuízo líquido de R$ 176 milhões em novembro, com receita de R$ 1,74 bilhão, segundo prévia; Ebitda somou R$ 448 milhões e margem Ebitda foi de 26%; Ebit ficou em R$ 278 milhões, com margem Ebit de 16%…
… Dívida líquida chegou a R$ 31,02 bilhões, ao passo que as contas a receber ficaram em R$ 3,67 bilhões e o caixa total foi de R$ 2,02 bilhões em novembro.
AZUL confirmou ter firmado acordo com Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e Secretaria Especial da Receita Federal com objetivo reestruturar seu passivo fiscal.
PRIO. Goldman Sachs atingiu participação acionária de 4,95%, o equivalente a 44,1 milhões de papéis ON.
BRMALLS vai emitir até R$ 625 milhões em debêntures. Oferta inicial será de R$ 500 milhões, mas montante poderá ser elevado em 25%, a depender da demanda.
JHSF vendeu fatia restante de 18% no shopping Ponta Negra, de Manaus (AM), por R$ 82 milhões.
ENEVA informou ao mercado na noite deste domingo que seu conselho de administração aprovou um programa de recompra de suas ações. Serão adquiridas no máximo 50 milhões de ações ordinárias…
… O volume é equivalente a 2,587% das ações totais emitidas pela companhia e 2,593% do total em circulação…
… Ainda no noticiário sobre a empresa, foi retomada a operação de gás natural após troca de tubulação do Hub Sergipe, na região metropolitana de Aracaju. Falha na tubulação foi identificada em outubro de 2024.
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