IOF abre tensão entre governo e Congresso

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*


[27/05/25]

… Na volta do feriado do Memorial Day em NY, investidores repercutem a decisão de Trump de adiar para 9/7 o aumento das tarifas sobre os produtos da União Europeia para 50%. A agenda de indicadores lá fora ainda é fraca, prevendo hoje apenas o índice de sentimento econômico na Zona do Euro e o índice de confiança do consumidor da Conference Board nos EUA. Aqui, o IPCA-15 de maio (sairá às 9h) é o primeiro de uma série de dados da semana, incluindo emprego e PIB, que pode fechar as apostas no fim do ciclo de alta da Selic, ampliadas com as mudanças do IOF. As medidas fiscais mantêm o desconforto no mercado pela forma como foram anunciadas, ao mesmo tempo em que abrem uma frente de tensão entre o governo e o Congresso, onde geraram um movimento de grande insatisfação.

… O presidente da Câmara, Hugo Motta, fez uma dura crítica em postagem no X, afirmando que “o Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar”. Quem gasta mais do que arrecada, escreveu, não é vítima, é autor.

… Motta disse ainda que “o Brasil não precisa de mais imposto, precisa de menos desperdício”.

… A oposição está nadando de braçada com a crise e já pediu a convocação do ministro Fernando Haddad para explicar o aumento no IOF e protocolou proposta para sustar o decreto de Lula por meio de um decreto legislativo – uma iniciativa extrema e pouco provável.

… Além do Congresso, o setor privado articula para derrubar o IOF. Representantes da indústria, agronegócio, do comércio, dos bancos e das seguradoras costuraram manifesto pedindo a intervenção do Congresso no tema.

… Segundo Adriana Fernandes (Folha), a derrubada do decreto do IOF travaria R$ 12 bilhões de emendas parlamentares. Como permitem as regras da LDO, em caso de contingenciamento, as emendas são represadas na mesma proporção das despesas discricionárias.

… No Estadão, a Fazenda aguarda sinal verde do Planalto para aumentar a contenção de gastos em R$ 2 bilhões e compensar as perdas de arrecadação com o recuo na cobrança de IOF sobre envio de recursos de fundos ao exterior.

… Não está ainda definido se o governo fará um novo corte ou uma nova medida de arrecadação, e se o anúncio será antecipado ou será feito somente em julho, no próximo Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.

… Uma primeira reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) foi realizada ontem à tarde para discutir a compensação da isenção de remessas de recursos para investimentos de pessoas físicas e em fundos no exterior, estimada em R$ 2 bilhões.

… Após evento do BNDES no Rio, nesta 2ªF, Haddad disse aos repórteres que “tem até o fim da semana para decidir como vai compensar perda de receita, se com mais contingenciamento ou com alguma substituição”.

… Dizendo que o orçamento é uma responsabilidade de todos, “um desafio a enfrentar”, o ministro lembrou que “muitas despesas foram contratadas sem fontes no orçamento e temos que honrar esses compromissos assumidos pelo Congresso”.

… Questionado sobre o aumento do custo do crédito para empresas por conta do IOF, Haddad lembrou que as alíquotas do imposto eram mais elevadas no governo anterior, do ex-presidente Bolsonaro.

… Ao seu lado, Mercadante disse que o Congresso podia contribuir para enfrentar os gastos, reduzindo as emendas. “Esse mecanismo de parlamentarização do orçamento não existe em nenhum outro País do mundo”.

… O presidente do BNDES explicou ainda a vantagem do IOF sobre os juros altos nas contas públicas: “O IOF encarece o crédito e tem o mesmo impacto na ponta que tem o aumento da Selic, mas a Selic só aumenta a despesa pública e o IOF melhora a receita.”

… Na curva de juros, as chances de manutenção da Selic em 14,75% estão acima de 60%, depois das medidas do IOF.

… Nas reuniões de diretores do BC com economistas de São Paulo, nesta 2ªF, houve consenso de que os aumentos no IOF equivalem a um aperto entre 0,25pp e 0,50pp da taxa Selic, que não deve mais subir. Mas a unanimidade ainda depende dos dados desta semana.

… Hoje, o IPCA-15 deve acelerar de 0,43% para 0,44% entre abril e maio, de acordo com a mediana de pesquisa Broadcast. As estimativas variam de 0,35% a 0,53%. Já a média dos núcleos deve manter a mesma variação da última leitura, com alta de 0,47%.

… Preços administrados (0,13% para 0,61%), serviços (0,18% para 0,22%) e serviços subjacentes (0,55% para 0,56%) devem acelerar. Já os preços livres (0,53% para 0,39%), alimentação (1,29% para 0,58%) e bens industriais (0,57% para 0,50%) devem desacelerar.

MAIS AGENDA – Antes do IPCA-15, a Fipe divulga a terceira quadrissemana do IPC de maio (5h).

… Às 9h30, a Comissão Especial do IR recebe para audiência pública o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.

… A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara confirmou para esta 3ªF, às 14h, audiência pública com o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, para debater a Dívida do Estado de Minas Gerais. É bastante provável que o aumento do IOF entre na pauta.

… Com o mercado fechado, o BC anunciou para hoje a realização de leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de até US$ 1 bilhão para rolagem de vencimentos de 2 de julho de 2025. A oferta ocorrerá das 10h30 às 10h35.

… A oferta do BC será na modalidade pós-fixado Selic. A taxa de câmbio utilizada na venda será a da Ptax das 10h de amanhã. A operações de venda do BC serão liquidadas no dia 2 de julho de 2025. Já as liquidações de compra ocorrerão em 3 de setembro de 2025.

… O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, recebe líderes do Senado nesta 3ªF (8h30) para um café da manhã, na sede de Brasília.

… Às 10h30 e às 14h30, Galípolo participa do primeiro dia de reuniões do Comitê de Estabilidade Financeira, que divulga resultados no fim da tarde de 4ªF, 28. Às 18h30, vai à abertura da exposição Cenas Brasileiras – O Modernismo em Perspectiva, promovida pelo TCU.

LULA – Boletim médico do presidente, que se consultou no Sírio-Libanês de Brasília nesta 2ªF, informa que ele teve vertigens e diagnóstico de labirintite, com recomendação de repouso. Lula encerrou o expediente mais cedo, por volta de 17h, alegando indisposição.

LÁ FORA – O dia começa com a participação de Neel Kashkari/Fed de Minneapolis, em painel do BoJ (5h).

… Na Zona do Euro, a Comissão Europeia divulga o Índice de Sentimento Econômico de maio às 6h.

… Às 9h30, saem as encomendas de bens duráveis de abril nos EUA e, às 11h, a confiança do consumidor de maio da Conference Board.

… No final da noite (21h), é a vez de John Williams/Fed de NY participar de painel em evento do BoJ.

FUTUROS DE NY SOBEM – Na reação ao recuo de Trump de adiar de 1º de junho para 9 de julho a tarifa de 50% sobre os produtos da UE, os futuros de NY e o euro saltavam ontem à noite, na volta do feriado de Memorial Day, que fechou os mercados em Wall Street nesta 2ªF.

… A União Europeia concordou em acelerar as negociações com os EUA para evitar uma guerra comercial transatlântica, sinalizando uma abordagem mais amigável. “Há agora um novo ímpeto para as negociações”, disse Paula Pinho, porta-voz da Comissão Europeia.

… No domingo, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, conversou por telefone com Trump, que classificou o contato como uma ligação “muito agradável” e, por isso, concordou em adiar as tarifas para dar mais tempo às negociações.

… O impasse entre EUA e a UE ocorreu com os europeus reclamando que não está claro o que os EUA querem ou mesmo quem fala pelo presidente americano, e os EUA alegavam que a UE visa injustamente empresas americanas com ações judiciais e regulamentações.

… A ameaça de tarifa de 50% de Trump atingiria US$ 321 bilhões em comércio de bens entre EUA e UE, reduzindo o PIB dos EUA em cerca de 0,6% e aumentando os preços em mais de 0,3%, de acordo com cálculos da Bloomberg Economics.

… Embora a UE tenha dito que sua prioridade é encontrar uma solução negociada, também se prepara para retaliar, se necessário.

… A UE aprovou tarifas sobre 21 bilhões de euros (US$ 23,9 bilhões) em produtos americanos em resposta às taxas de metais de Trump, que podem ser implementadas rapidamente, incluindo a soja da Louisiana, produtos agrícolas, aves e motocicletas.

… O bloco também está preparando uma lista adicional de tarifas sobre 95 bilhões de euros em produtos americanos, que teriam como alvos produtos industriais, incluindo aeronaves da Boeing, carros fabricados nos EUA e Bourbon.

JAPÃO HOJE – Kazuo Ueda disse que o BoJ está atento ao impacto dos preços dos alimentos sobre a inflação e que o BC japonês continuará a aumentar as taxas de juros, dependendo das condições econômicas.

CHINA HOJE – Apesar das tensões comerciais, o lucro industrial subiu 3% em abril na comparação com um ano antes. O resultado apresentou sinais de melhora contra março, quando o indicador teve alta anual de 2,6%.

CLIMÃO – A polêmica do IOF, que primeiro criou um boi na linha entre o BC e a Fazenda, e agora extrapola para ruídos com os parlamentares, esteve por trás neste início de semana da dose de incômodo exibida pelo câmbio.

… Além da percepção de fuga do capital externo, que não gostou nada do susto e até levantou a lebre de controle cambial, o investidor está cada vez mais preocupado com o impacto fiscal da agenda populista de Lula.

… A liquidez muito baixa ontem com os feriados nos EUA e no Reino Unido potencializou o ambiente de cautela e levou o dólar a fechar em alta de 0,51%, a R$ 5,6757, praticamente zerando as perdas em maio (-0,02%).

… O BC informou que as transações correntes foram deficitárias em US$ 1,3 bilhão em abril, melhor do que o saldo negativo de US$ 2 bilhões esperado pelo mercado e que o rombo de US$ 1,7 bilhão um ano antes.

… O fluxo de investimento direto no País (IDP) foi positivo em US$ 5,5 bi, maior do que a projeção de US$ 5 bi.

… No acumulado do ano, o BC espera déficit de US$ 62 bi nas transações correntes e entrada líquida de US$ 70 bi em IDP. O Itaú prevê melhora gradual no saldo em conta corrente, refletindo a desaceleração da atividade.

… Segundo a avaliação da ASA, a situação nas contas externas parou de piorar nos últimos meses diante da recuperação das exportações, com o déficit acumulado em 12 meses se estabilizando em 3,2% do PIB.

… A casa de investimentos espera melhora modesta, já que as importações ainda têm “avanço considerável”.


… Na quarta semana de maio, a balança comercial registrou superávit de US$ 2,297 bi. As exportações somaram US$ 7,352 bi e as importações, US$ 5,055 bi. No acumulado do mês, o saldo está positivo em US$ 6,484 bi.

… Lá fora, após Trump mudar de ideia e adiar o início de tarifa de 50% à UE para 9/7, ao invés de no próximo domingo, o euro subiu 0,19%, a US$ 1,1386. A moeda contou com suporte adicional de comentário de Lagarde.

… A presidente do BCE disse ver chance maior de protagonismo do euro no cenário global incerto. Para ela, as políticas “erráticas” de Trump abrem espaço para um “momento global” da moeda do bloco europeu.

… O Commerzbank destacou, em nota, o caráter imprevisível e contraditório de Trump e observou que o investidor já começa a redirecionar recursos à Europa e a Ásia, diante do risco crescente de recessão nos EUA.

… A libra esterlina subiu ontem para o maior nível em três anos, a US$ 1,3563 (+0,17%). A fraqueza do dólar levou o índice DXY a fechar abaixo dos 99,000 pontos (98,995), apesar de o iene ter caído para 142,79/US$.

O BODE NA SALA – Teoricamente, o recuo de Trump no ataque tarifário contra a UE poderia ter antecipado uma reação bem mais positiva no Ibov, mesmo com NY fechada. Mas o ruído do IOF ainda constrange o mercado.

… Em pregão morno, o índice à vista da bolsa doméstica limitou a alta a 0,23%, aos 138.136,14 pontos, com giro de apenas R$ 10,7 bilhões, metade de um dia normal, diante da liquidez roubada pelo feriado nos EUA.

… Quem sobrou para negociar (investidor local) operou meio na defensiva. Faltou fôlego às blue chips das commodities, mas os bancos atraíram compras. BB (+1,02%) recobrou parte das perdas desde o balanço do 1Tri.

… Santander Unit (+0,90%, a R$ 30,20); Bradesco PN (+0,51%, a R$ 15,72); e Itaú PN (+0,21%, a R$ 37,80).

… Petrobras ON terminou estável (+0,03%, a R$ 33,49) e PN caiu 0,32% (R$ 31,30). Os papéis monitoraram a declaração de Magda Chambriard de que a empresa pode reduzir os combustíveis se o petróleo seguir caindo.

… Em evento na sede BNDES, a executiva disse que a gasolina e o diesel estão abaixo da paridade internacional.

… Lá fora, o Brent/jul praticamente não se mexeu (-0,06%, a US$ 64,74) com os feriados no exterior. A novidade do dia foi a informação da Bloomberg de que a Opep+ vai antecipar sua reunião em um dia, para sábado.

… O mercado dá como certo um novo aumento de 411 mil bpd na oferta em julho, o que seria o terceiro mês seguido de alta da produção. Mas a Rússia diz que ainda não há discussão sobre o volume, segundo a Reuters.

… Sem espaço de recuperação, com o minério de ferro em queda de 2,21%, Vale ON recuou 0,57%, a R$ 54,01.

… Braskem PNA saltou 4,15%, a R$ 11,55, e ficou entre as maiores altas do Ibov pelo segundo dia seguido, com a notícia de que Tanure assinou acordo com a Novonor para evoluir nas tratativas de compra da petroquímica.

… Segundo fontes do Valor, a proposta de Tanure não prevê OPA a acionistas minoritários.

… Na ponta negativa do Ibovespa, Raízen ON (-7,94%, a R$ 1,97) liderou as perdas, devolvendo parte da forte alta acumulada nas últimas sessões, com rumores sobre venda de ativos na Argentina.

… JBS ON (-3,63%, a R$ 39,26) também passou por correção. Após a assembleia de acionistas aprovar a dupla listagem dos papéis, também em NY, o Goldman Sachs elevou o preço-alvo da JBS de R$ 54,20 para R$ 55,70.

… O BTG Pactual, que tem recomendação de compra para a JBS (assim como o Goldman Sachs), acredita que o frigorífico pode ganhar até R$ 70 bilhões em capitalização já no curto prazo, diante da estreia na bolsa de NY.

… De seu lado, a equipe de análise do Itaú BBA escreveu em relatório que a dupla listagem “marca um novo capítulo na tese de investimento” da empresa e representa um movimento de redução de riscos para o papel.

… Também o DI passou o dia de olho na repercussão do aumento do IOF, mas o Broadcast apurou que apostas de última hora de que o IPCA-15 de maio vai vir comportado hoje aliviaram os prêmios de risco da curva à tarde.

… No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 14,710% (de 14,725% no pregão anterior); Jan/27, 13,950% (de 13,985%); Jan/29, 13,565% (de 13,615%); Jan/31, 13,770% (13,840%); e Jan/33, 13,840% (13,900%).

EM TEMPO… PETROBRAS estuda potencial emissão de debêntures incentivadas de até R$ 3 bilhões…

… A empresa informou que ainda não há decisão em relação ao nome do executivo que sucederá Mauricio Tolmasquim na Diretoria Executiva de Transição Energética e Sustentabilidade.

ESTAPAR. O conselho de administração aprovou a 14ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie com garantia real e garantia fidejussória adicional, em série única, totalizando R$ 230 milhões.

ODONTOPREV informou que a Sprucegrove Investment Management reduziu participação a 4,96% das ON.

PDG REALTY pretende realizar grupamento de ações com objetivo de elevar o valor unitário de seus papéis (R$ 0,39). A medida busca atender à exigência da B3 de valor mínimo de R$ 1 às ações listadas em bolsa.

GRUPO TOKY, antiga Mobly, informou que, por questões operacionais da B3, a alteração do código de negociação (ticker) das ações ON para “TOKY3”, que estava prevista para ontem, será feita no próximo dia 3.

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

*com a colaboração da equipe do BDM Online

AVISO – Bom Dia Mercado, produzido pela Mídia Briefing, não pode ser copiado e/ou redistribuído.

Semana cheia começa com recuo de Trump

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*

[26/05/25]

… A semana começa com feriados nos EUA e Reino Unido, mas os futuros de NY operam normalmente e, no fim da noite deste domingo, saltavam com a decisão de Trump de adiar a tarifa de 50% à UE até 9 de julho, após telefonema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Na 6ªF, ele estressou o mercado ao ameaçar adotar a taxa em 1º de junho. A agenda de indicadores é cheia, aqui e no exterior, com destaque para o PIB americano e brasileiro, além de dados da inflação (IPCA-15 e PCE). No calendário corporativo, a expectativa é para o balanço da Nvidia, na 4ªF. Ainda no Brasil, saem dados do emprego, com Caged e IBGE, e os números consolidados do setor público de abril, em meio ao desencontro das medidas fiscais que acompanharam o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas. No mercado, pesa o mal-estar causado pelo aumento do IOF com objetivo arrecadatório, embora a Fazenda tenha recuado poucas horas depois, evitando maior estrago.

… Em Brasília, o caso está sendo explorado politicamente pela oposição, em proporção comparada à crise do Pix e ao que ficou conhecido como o imposto das blusinhas. Mas para os investidores é ainda pior dessa vez, porque atingiu a credibilidade da Fazenda.

… De onde os técnicos da equipe econômica tiraram a ideia de que o ajuste “regulatório” colaria no mercado? Se eles mesmos reforçaram o impacto de arrecadação de R$ 20 bilhões este ano e mais de R$ 40 bilhões em 2026 com as mudanças do IOF?

… O fato de a Fazenda ter recuado na medida mais sensível, mantendo zeradas as alíquotas para os fundos e os investimentos de pessoas físicas no exterior, não apaga o que foi feito. Não se trata apenas de uma “correção de rota”, como disse o ministro.

… Haddad repetiu um milhão de vezes que não haveria aumento de impostos, trabalhou incansavelmente na reforma tributária para que não se elevasse a média geral de tributação, garantiu o tempo todo o apoio de Lula ao arcabouço e aos cortes necessários.

… É verdade que, no esforço de obter o equilíbrio fiscal e atingir as metas, buscou até o último centavo elevar a arrecadação. Mas quando esse caminho se fechou, tenta passar um atalho que mais se parece com um cavalo de pau e se confunde com controle cambial.

… Ninguém entende como os assessores da Fazenda não conseguiram prever o efeito negativo de um ajuste fiscal dessa natureza.

… É legítimo, portanto, que as desconfianças sejam ampliadas, sobretudo quando se aproxima o ano eleitoral e a inclinação para os gastos se torna mais urgente. Foi uma pisada de bola inexplicável e que ainda poderá custar caro ao governo.

… Em evento na 6ªF, ficou clara a posição contrária de Gabriel Galípolo, cujo nome foi usado em vão pelos secretários de Haddad naquela entrevista para explicar os motivos das mudanças no IOF. Não é assim que se ajuda o BC e a política monetária.

… Em reunião trimestral com os diretores Diogo Guillen e Paulo Picchetti do Banco Central, hoje em São Paulo (9h30), é provável que os economistas mencionem o episódio, que levou o mercado a zerar as apostas em nova alta da Selic (leia abaixo).

HADDAD – Em entrevista ao jornal O Globo, no fim de semana, o ministro Fernando Haddad disse que o aumento do IOF anunciado na última 5ªF é um tema que foi estudado pelo governo “há bastante tempo” e discutido na mesa do presidente Lula.

… “Essa regularização do IOF está sendo estudada há bastante tempo. Nós fizemos (o decreto) pela oportunidade de fazer um combo, prevendo (aumento de) receita, bloqueio, contingenciamento, mas essas medidas estão sendo analisadas há mais de um ano.”

… Sobre a eventual participação do presidente do BC nas discussões, Haddad disse que foi feita uma longa discussão no gabinete sobre muitos assuntos, incluindo as medidas, mas que Galípolo não participou da elaboração do decreto e nem leu o documento.

… Segundo o ministro, a decisão de voltar atrás e retomar a isenção de investimentos no exterior de brasileiros foi “absolutamente técnica” e tomada após a consulta da opinião de conselheiros próximos.

… A imposição da taxa, nesse caso específico, foi interpretada por agentes do mercado como uma tentativa de controlar o capital.

… Questionado se o episódio gerou descrédito na equipe econômica, ele afirmou que vê o contrário.

… “Quanto mais você dialoga, é franco e humilde, mais constrói reputação. Inclusive quando não reconhece mérito nas críticas e avança, como a taxação de fundos offshore, fundos fechados e reforma da renda. Não recuamos, porque eram justas as propostas.”

… Segundo Haddad, a reação do mercado em dezembro após o anúncio da isenção de imposto de renda para salários de até R$ 5 mil “não era justificável”. “Mas o que aconteceu agora é justificável. Por isso, atendemos prontamente ao pleito depois de uma revisão técnica.”

… Ao ser questionado sobre a possibilidade de novas revisões das medidas anunciadas, o ministro disse que está sempre reavaliando as medidas regulatórias da Fazenda para atingir os objetivos da política econômica.

… “A equipe está a todo momento calibrando CRI, CRA (certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio), LCI, LCA (letras de crédito imobiliário e do agro) e o IOF, sendo que várias dessas calibragens passam despercebidas.”

O QUE ESTÁ VALENDO – O IOF passou a ser de 3,5% para compras no exterior com cartões de crédito, débito ou pré-pago, compra e saque de moeda estrangeira em espécie e remessa para contas internacionais de banking.

… Alguns bancos, como o BTG Pactual, estão mantendo aos clientes especiais o IOF de 1,1% nas compras internacionais.

… Para as remessas de contas internacionais de investimento, o IOF passou de 0,38% para 1,1%; recebimento de valores do exterior, o IOF permanece em 0,38%; importações, exportações, lucros, dividendos e fundos no exterior: continuam com IOF zerado (0%).

MAIS AGENDA – Ainda hoje, o BC divulga o boletim Focus (8h25) e as transações correntes em abril (8h30), com previsão de déficit de US$ 2 bi, segundo mediana do Broadcast, pouco abaixo do saldo negativo de US$ 2,244 bilhões em março, graças às exportações de soja.

… Para o Investimento Direto no País (IDP), a mediana indica entrada líquida de US$ 5 bilhões em abril, menor que o saldo positivo que foi registrado no mês anterior, de US$ 6 bilhões. As expectativas vão de US$ 3,3 bilhões a US$ 7,8 bilhões.

… Ainda hoje, a FGV divulga a confiança do consumidor de maio (8h), que ficou em 84,8 em abril, e na Zona do Euro falam dois dirigentes do BCE: a presidente Christine Lagarde (11h30) e Joachim Nagel, presidente do Bundesbank (10h30).

NA SEMANA – Os próximos dias têm ainda novos discursos de Fed boys, com John Williams e Christopher Waller amanhã (3ªF), Neel Kashkari, Thomas Barkin, John Williams (4ªF), Adriana Kugler (5ªF), Raphael Bostic e Austin Goolsbee (6ªF).

… Amanhã, o IPCA-15 de maio deve acelerar para 0,44%, um pouco acima da alta de 0,43% registrada em abril, enquanto o PIB/1Tri sai na 6ªF, com expectativa de forte expansão, após a prévia do BC, o IBC-Br, ter fechado o período com alta de 1,3%.

… Os resultados consolidados do setor público no Brasil saem na 6ªF, mesmo dia em que serão divulgados nos EUA o PCE de abril, que é o índice preferido de inflação do Fed, e o índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan.

… Já o PIB americano sai na 5ªF, referente à 2ª prévia, sendo que a primeira mostrou retração de 0,3%, causada pelo setor externo.

… Na 4ªF, será divulgada a ata da última reunião de política monetária do Fed e, no Brasil, o Caged de abril. A taxa de desemprego do IBGE está prevista para 5ªF, junto com o IGP-M de maio e os dados de empréstimos bancários do Banco Central em abril.

… Encerrando a semana, a China divulga na noite de 6ªF os dados do PMI de maio.

CONGRESSO – Há expectativa de discussão de propostas esta semana para barrar a cobrança extra de IOF anunciada pelo governo, além da escolha do relator da MP do setor elétrico e de nova reunião da Comissão que analisa a reforma do Imposto de Renda.

… Na Câmara, Hugo Motta deve nomear o relator do projeto que vai mudar as regras nos descontos das aposentadorias do INSS.

… Na última contagem, passava de 2 milhões o número de beneficiários que não reconhecem os descontos em suas aposentadorias e que solicitaram reembolso. A porcentagem dos aposentados que autorizaram os descontos é de apenas 2,25%.

LULA – Deve realizar duas viagens pelo Brasil nesta semana, uma para a Paraíba e outra para Santa Catarina.

STF – No Supremo, mais testemunhas de defesa do núcleo central da ação da trama golpista de 8 de janeiro listadas pelo ex-presidente Bolsonaro e por Braga Netto devem ser ouvidas pelo ministro Alexandre de Moraes.

GRIPE AVIÁRIA – Levantamento da AE junto a economistas aponta que a suspensão da importação de carne de frango do Brasil em razão dos casos de gripe aviária deve trazer alívio entre 0,05pp e 0,10pp para o IPCA nos próximos meses.

… Destaca-se, porém, que, com a retomada das exportações, deve ocorrer o efeito “rebote” nos preços do frango, com efeito nulo para a inflação no longo prazo. A exportação de carne de frango produzida pelo País está suspensa para 20 destinos.

… No fim de semana, o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) disse que há fortes indícios de que o foco da gripe aviária está contido, já que nenhuma outra ave morreu, além do registro em uma granja comercial em Montenegro (Rio Grande do Sul).

RÚSSIA VS UCRÂNIA – Forças russas lançaram no fim de semana o maior ataque aéreo contra cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, disparando 367 drones e mísseis, o que levou a Alemanha a defender novas sanções do Ocidente contra Moscou.

… Os ataques ocorreram em paralelo à troca de mil prisioneiros de guerra de cada país, no único passo concreto em direção à paz.

… O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o silêncio dos EUA e da comunidade internacional tem encorajado Putin a realizar uma escalada nos ataques contra seu país.

… Também na guerra de Israel contra Gaza, novos ataques militares israelenses mataram pelo menos 30 palestinos neste domingo. Em meio às tensões, o petróleo subia no final da noite de domingo.

PÁ DE CAL – Uma semana atrás, em evento do Goldman Sachs, o mercado tinha lido na declaração de Galípolo de que a Selic ficaria elevada por mais tempo um recado de que a taxa básica alcançou o topo abaixo de 15%.

… Esta convicção só se fortaleceu agora com a decisão da Fazenda de cobrança da alíquota maior do IOF sobre o mercado de crédito, que vai equivaler a um aperto monetário e decretar o fim do ciclo, segundo economistas.  

… Na prática, o IOF é como se fosse uma alta de 0,25pp a 0,50pp, calculam o Bradesco e a XP, o que dispensaria a necessidade de o Copom seguir além, ainda que o BC deva conservar o juro alto por período prolongado.

… Embora o crédito (sobre onde incidirá o IOF) não seja o único canal de transmissão da política monetária, os economistas Caio Megale e Rodolfo Margato (XP) retiraram do cenário-base um último ajuste de 0,25pp (junho).

… Ainda assim, eles acreditam que o ritmo da economia doméstica seguirá aquecido. No geral, porém, gestores observam que o encarecimento no custo do crédito pode contribuir para o trabalho do BC de esfriar a atividade.

… Em entrevista à Globonews, com participação do Valor, na última 6ªF, o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, disse que o IOF e a surpresa positiva do contingenciamento aliviam a pressão da política monetária.

… Questionado se isso levará a retração maior da economia, ele admitiu o risco. “Paciência, é bem importante o trabalho da política fiscal, para o juro cair lá na frente e derrubar [a relação] dívida pública sobre PIB.”

… No DI, a precificação de Selic estável mês que vem está agora em 72%, muito superior à chance de alta (22%).

… Assimilando o susto inicial com o IOF, após o recuo parcial da Fazenda, os juros futuros se acomodaram perto da estabilidade. Mais cedo, alguns trechos da curva haviam saltado mais de 20pb com a crise de última hora.

… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,725% (de 14,770% no pregão anterior); Jan/27, 13,985% (de 14,120%); Jan/29, 13,615% (13,720%); e Jan/31, a 13,840% (13,890%), depois de ter superado 14% na máxima.

… O DI também aproveitou para pegar carona no recuo do dólar e dos rendimentos dos Treasuries.

… Na primeira reação assustada do câmbio ao decreto do IOF, o dólar já abriu os negócios escalando quase 1,5%, para, aos poucos, devolver o estresse com a volta atrás do governo na medida sobre remessas de fundos.

… Mas só foi na reta final do pregão que a moeda americana perdeu fôlego a ponto de conseguir zerar a alta e trocar de sinal. Fechou em leve queda de 0,27%, cotado a R$ 5,6460, diante da recaída protecionista de Trump.

… Na esteira da expectativa de um dólar global mais fraco, o BTG Pactual reduziu na 6ªF a projeção do dólar tanto para o fim de 2025, de R$ 6,00 para R$ 5,60, quanto para o final do ano que vem, de R$ 6,10 para R$ 5,50.

SÓ CAUSA – Na noite deste domingo, Trump disse que vai estender o prazo para imposição de uma tarifa de 50% contra a UE até 9 de julho, após telefonema à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

… Horas antes, Von der Leyen havia dito em sua conta no X que a Europa está pronta para avançar nas negociações de forma rápida e decisiva e que, para chegar a um bom acordo, precisa de tempo até 9 de julho.

… O recuo de Trump vem depois das ameaças de 6ªF, quando ele quebrou o clima de maior tranquilidade com as negociações comerciais e deu um jeito de renovar os inimigos para justificar a obsessão da guerra comercial.

… Naquele dia, além de ter ameaçado taxar a UE, escolheu outra vítima, exibindo o desejo de cobrar tarifas de 25% de iPhones produzidos fora dos EUA.

… Desconfortável com o estilo agressivo do republicano, NY renovou o nervosismo na 6ªF. Ninguém tem gostado de ver a reputação dos EUA abalada pela política tarifária e o efeito do plano de corte de impostos.

… Há três dias sem cair, o dólar não conseguiu mais resistir e voltou a ter a credibilidade afetada.

… O índice DXY caiu 0,85%, a 99,112 pontos. O euro subiu 0,76%, a US$ 1,1359. O dirigente do BCE Yannis Stournaras projetou mais um corte da taxa de juro em junho, seguido de uma pausa no ciclo de relaxamento.

… A libra ganhou 0,86%, a US$ 1,3529, e o iene avançou para 142,54/US$, já que a inflação japonesa ainda pressionada mantém no radar a probabilidade de o BoJ promover mais um aperto monetário este ano.

… À procura de apelo defensivo contra as ofensivas de Trump, os Treasuries de mais longo prazo subiram, derrubado a taxa da Note-10 anos a 4,514% (de 4,540% na véspera) e a do T-Bond-30 anos a 5,038%, de 5,052%.

… Dose natural de cautela na véspera do feriado prolongado nos EUA já seria justificável e, com Trump aprontando mais uma, o ambiente de preocupação dos investidores com a política fiscal e inflação só piorou.

… Alvo da vez, Apple (-3,02%) completou sequência de sete sessões em queda. O Nasdaq recuou 1%, aos 18.737,21 pontos, o Dow Jones caiu 0,61%, aos 41.603,07 pontos; e o S&P perdeu 0,67% (5.802,83 pontos).

… Os três principais índices de ações de Wall Street terminaram a semana afundando perto de 2,5%.

… Momentaneamente, as bolsas testaram algum alívio com os comentários de Bessent (Tesouro), que prevê grandes acordos comerciais nas próximas semanas e espera a retomada do diálogo com a China.

… Mas a melhora de humor durou muito pouco, com Trump esgotando as tentativas de otimismo. 

DRIBLE – Sorte foi o Ibov ter contornado a turbulência. Após a abertura difícil com a polêmica do IOF, quando entregou os 135 mil pontos, o índice à vista impressionou com reação de quase 3 mil pontos ante a mínima.

… É muito positiva para a bolsa doméstica a aposta de que a taxa Selic não deve subir mais. O Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,40%, na máxima do dia, aos 137.824,29 pontos, e volume financeiro de R$ 20,7 bilhões.

… Braskem PNA (+9,15%, a R$ 11,09) liderou os ganhos, embalada pelo rumor, confirmado oficialmente após o fechamento, de que o empresário Nelson Tanure quer comprar a fatia da Novonor no controle da petroquímica.

… Raízen PN (+7,00%, a R$ 2,14) subiu forte pela terceira sessão seguida, com informação de interessados na compra de sua operação na Argentina. Em dia de dupla listagem nos EUA, JBS realizou lucro e caiu 1,23%.

… Mas a companhia acima terminou a semana com ganho acumulado de 7%. Pelas estimativas de analistas da Genial Investimentos, as ações da gigante ainda têm potencial de valorização de 29% com a listagem em NY.

… Com a aprovação da dupla listagem pelos acionistas, a expectativa é que a estreia dos papéis da JBS na Nyse ocorra em 12 de junho. Os BDRs, por sua vez, devem entrar no pregão em 9 de junho…

… Já as ações da JBS na B3 serão negociadas pela última vez em 6 de junho, conforme o cronograma divulgado.

… No setor bancário, apenas Banco do Brasil ON (-2,51%, a R$ 24,42) fechou no vermelho. Já Itaú PN subiu 1,21% (R$ 37,72); Bradesco PN ganhou 1,23% (R$ 15,64) e Santander Unit teve alta de 0,84% (R$ 29,93).

… Entre as blue chips das commodities, o dia foi de altas modestas: Vale ON (+0,17%, a R$ 54,32), Petrobras ON (+0,15%, a R$ 33,48) e PN (+0,22%, a R$ 31,40). O Brent/julho subiu 0,52%, a US$ 64,78, diante do dólar fraco.

EM TEMPO… BRASKEM confirmou que a Novonor recebeu uma proposta não vinculante do empresário Nelson Tanure, via Petroquímica Verde Fundo de Investimento em Participações, para aquisição de fatia da empresa…

… O acordo prevê um período de exclusividade de 90 dias para se buscar um acordo final. A Novonor detém 50,1% do capital votante e 38,3% do total da Braskem.

PETROBRAS informou que o conselho aprovou o encerramento antecipado do mandato do diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim, de forma negociada, no próximo dia 27…

… Também foi aprovada a nomeação do diretor executivo de Processos Industriais e Produtos, William França, para exercer, de forma cumulativa, as funções de Tolmasquim até a eleição e posse de novo diretor…

… A saída de Tolmasquim já era esperada, por ter sido indicado pela União para compor o conselho de administração da Eletrobras…

… A Petrobras informou ainda que a plataforma FPSO Alexandre de Gusmão entrou em produção no campo de Mero, do bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, dois meses antes do previsto no plano de negócios…

… Ainda no noticiário da Petrobras, a empresa assinou memorando para trabalhar conjuntamente em pesquisa e desenvolvimento de projetos com estatal de Angola (Sonangol).

VALE. A Moody´s atribuiu o rating AAA.br à proposta da 11ª emissão de debêntures no valor de R$ 6 bilhões, anunciada na última 5ªF. A perspectiva é estável.

AZUL. Questionada pela CVM sobre empréstimo de US$ 600 milhões, a companhia aérea informou que não há nada formalizado ou aprovado pela sua administração…

… Empresa disse que continua “empenhada em fortalecer a sua estrutura de capital”.

ASSAÍ informou que a Antipodes Partners Limited reduziu participação para 4,6% das ações ON.

MOTIVA. O conselho de administração aprovou a 18ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, totalizando R$ 1,320 bilhão.

ENERGISA registrou um consumo consolidado de 3.560,7 GWh de energia elétrica em suas áreas de concessão em abril, o que representa uma queda de 1,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.

SANTOS BRASIL. Acionista controladora, CMA Terminals Atlantic, protocolou junto à CVM pedido de registro de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para compra de até 100% das ações ON, a R$ 13,60 por ação…

… Montante, que terá atualização pela Selic até a data de liquidação, representa prêmio de 44% sobre a média ponderada dos preços dos últimos 12 meses e de 30% sobre o preço justo estimado por laudo de avaliação.

BB vai oferecer a funcionalidade Pix Automático a todos os seus clientes pessoa física (como usuário pagador) e jurídica (como recebedor) a partir da próxima 4ªF, antes do lançamento oficial da modalidade, em 16 de junho.

BOEING fez acordo para pagar US$ 1,1 bilhão e evitar julgamento por acidentes com 737 Max.

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Fazenda recua do aumento do IOF

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*

[23/05/25]

… Na véspera do feriado de Memorial Day nos Estados Unidos, o mercado de títulos fecha mais cedo hoje, às 15h, em mais um pregão de agenda esvaziada no exterior, com as atenções voltadas para a quinta rodada de negociações nucleares entre americanos e iranianos. Em NY, vendas de moradias novas são o único destaque, além das falas de Fed boys repercutindo a aprovação do projeto tributário de Trump nas expectativas dos juros. No noticiário corporativo, assembleia de acionistas da JBS decide a dupla listagem das ações e Galípolo faz palestra às 14h, enquanto repercute o recuo da Fazenda sobre o aumento do IOF para remessas de fundos de investimentos ao exterior, anunciado poucas horas antes, na tarde dessa 5ªF, e que repercutiu muito mal no mercado e prometia estragos no câmbio.

… Pelas novas regras, que foram revogadas segundo nota da Fazenda no X (antigo Twitter), a medida uniformizava as alíquotas incidentes nessas operações em 3,5%, incluindo sobre remessas para fundos, que atualmente é zero.

… Na nota, o Ministério da Fazenda disse que a revogação ocorreu após “diálogo e avaliação técnica”.

… A medida foi mal-recebida pelo mercado porque diversos fundos diversificaram suas aplicações ao enviar recursos para o exterior. É um dinheiro de pessoas residentes no Brasil. É estratégia de vários fundos de investimento multimercado aplicar fora do País.

… Um aumento de imposto de zero para 3,5% em cada remessa seria um desincentivo para qualquer aplicação.

… De acordo com um técnico do governo ouvido pelo Globo, o decreto foi reavaliado “item a item”.

… O Palácio do Planalto chamou uma reunião às pressas na noite de ontem com os ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Sidônio Palmeira, além de técnicos jurídicos e da equipe econômica. O ministro Fernando Haddad já tinha viajado para São Paulo.

… Quanto ao item relacionado ao IOF sobre remessas ao exterior por parte de pessoas físicas, será incluído no decreto o esclarecimento que, remessas destinadas a investimentos continuarão sujeitas à alíquota atualmente vigente de 1,1%, sem alterações.

… “É um ajuste na medida, feito com equilíbrio, ouvindo o País e corrigindo rumos sempre que necessário”, diz a nota postada às 23h31.

… No after hours em NY, os ADRs das ações brasileiras operaram com quedas expressivas, refletindo a decepção com o aumento do IOF.

… No fechamento, Itaú caía 3,33%; Bradesco, -2,71% (PN) e -2,83% (ON); Nu Holdings, -2,12%; XP, -2,73%; além de Petrobras, -1,10% (ON) e -0,63% (PN). O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do País negociado nos EUA, perdeu 3,71% no pós-mercado.

… Levantamento feito pela equipe de estratégia da XP com 60 investidores institucionais indicou que o real teria forte desvalorização na abertura do mercado nesta 6ªF. A expectativa dos investidores institucionais é de que o dólar chegasse a R$ 5,85.

… A tributação de investimentos no exterior, revogada pelo governo, era a principal preocupação.

… O corte de R$ 31,3 bilhões, entre bloqueios (R$ 10,6 bi) e congelamentos (R$ 20,7 bi), anunciado pelo Relatório de Receitas e Despesas veio bem acima do esperado (R$ 10,0 bilhões na mediana).

… Quando a notícia vazou, antes do anúncio, colocou os juros e o dólar em rota firme de queda.

… Os ativos, no entanto, zeraram os ganhos e os negócios viraram de humor após a publicação da MP no DOU, que confirmou o aumento do IOF. O governo esperava arrecadar R$ 20,5 bilhões com as mudanças no IOF neste ano e R$ 41 bilhões em 2026.

… Dentre outras mudanças, o IOF passará a incidir sobre entidades abertas de previdência privada (VGBL) e entidades equiparadas a instituições financeiras, além de aumentar a base de cálculo e a alíquota reduzida do IOF nas operações de empréstimo.

… No câmbio, os ajustes no IOF ainda alcançam várias operações, como as ligadas a cartões de crédito e de débito internacional.

… Na entrevista no final da tarde, Haddad não entrou em detalhes sobre o IOF: “Não é nada de outro mundo. A verdade virá à tona”.

… À noite, o ministro foi ao X e, em outra declaração que surpreendeu, Haddad contradisse declarações de seus secretários, escrevendo que: “Sobre as medidas fiscais anunciadas, esclareço que nenhuma delas foi negociada com o Banco Central.”

O BC NÃO GOSTOU – Na entrevista mais cedo, todos os seus secretários sinalizaram um entendimento com o BC.

… Dario Durigan afirmou que o ajuste no IOF será importante para atingir o equilíbrio fiscal. “A gente adotou esse ajuste no IOF em coordenação e em harmonia com o que a gente tem visto na política monetária.”

… Também o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, sugeriu uma coordenação com o BC para as mudanças no IOF, dizendo que as medidas vão apoiar o fim das altas da Selic e colaborar para a redução dos juros em um horizonte “não tão distante”.

… Na opinião dele, as mudanças no IOF vão ajudar a harmonizar as políticas monetária e fiscal em duas frentes: pelo seu impacto positivo na arrecadação, e pela desaceleração do crédito, “colaborando com o trabalho do Banco Central”.

… Ainda o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que as medidas garantem a harmonização da política fiscal com a política monetária, colaborando com os esforços do BC na convergência da inflação às metas estabelecidas pelo CMN.

… Se a intenção foi agradar o BC, o tiro saiu pela culatra. Segundo a Folha, Galípolo foi pego de surpresa pelas alterações no IOF. No Valor, Haddad apresentou a Galípolo a proposta de aumento do IOF em reunião tensa na 3ªF, já que Galípolo não concordava com o plano.

… No Globo, nota do jornalista Lauro Jardim já antecipava à noite que os técnicos da equipe econômica avaliavam a péssima repercussão das mudanças do IOF, podendo revogar algumas das medidas anunciadas nesta 5ªF à tarde, e que entram em vigor hoje, 23/5.

RECEITAS SUPERESTIMADAS – Em uma boa limpeza do Orçamento, a equipe econômica anunciou redução de R$ 81,5 bilhões de receitas extraordinárias previstas e que não se confirmaram. Esses cortes fazem parte do pacote de R$ 168,5 bilhões no PLOA de 2025.

… Voto de qualidade do CARF: Governo previa arrecadação de R$ 28 bilhões com essa proposta e zerou a previsão.

… Transações tributárias da Receita: O governo previa arrecadação de R$ 31 bilhões e reduziu a previsão para R$ 5 bilhões.

… Controle de benefícios tributários: Governo previa arrecadação de R$ 20 bilhões com a Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (DIRB) e zerou a previsão.

… Aumento da CSLL: O governo previa um aumento da CSLL como compensação relacionada à desoneração, que geraria R$ 7,5 bilhões, e zerou a proposta, que não foi aprovada pelo Congresso.

… Outorga das ferrovias: O governo previa uma arrecadação de cerca de R$ 8 bilhões em outorgas das ferrovias e zerou a previsão.

… A meta de resultado primário do Governo Central de 2025 é de resultado neutro, de 0% do PIB, conforme definido no arcabouço fiscal, que prevê uma banda de tolerância de 0,25pp. O Orçamento foi aprovado pelo Congresso com um déficit de R$ 15 bilhões.

AS NOVAS PROJEÇÕES – A projeção da equipe econômica para as receitas primárias totais da União neste ano oscilou de R$ 2,930 trilhões para R$ 2,899 trilhões. Já a estimativa para a receita líquida passou de R$ 2,360 trilhões para R$ 2,318 trilhões.

… Do lado das despesas primárias, a previsão de gasto total em 2025 subiu de R$ 2,390 trilhões para R$ 2,415 trilhões. Com as revisões do Relatório, o volume de gastos obrigatórios passou de R$ 2,169 trilhões para R$ 2,205 trilhões.

… As despesas discricionárias variaram de R$ 221,1 bilhões para R$ 210,6 bilhões neste ano.

… O governo decidiu pela abertura do crédito adicional de R$ 12,4 bilhões que foi incorporado no limite de gastos do Orçamento/2025. Essa possibilidade existe por causa da variação da inflação estimada ao enviar a peça e a realizada em 2024.

… Os ministérios da Fazenda e do Planejamento atualizaram mais indicadores da grade de parâmetros macroeconômicos utilizados nos cálculos da execução orçamentária de 2025 no primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do ano.

… A equipe econômica aumentou a estimativa para a Selic do ano de 11,67% para 14,28%, uma alta de 2,62pp frente à LOA, e a projeção para o câmbio médio deste ano, que passou de R$ 5,70 para R$ 5,81.

… A previsão para a alta da massa salarial nominal passou de 9,49% para 12,05%.

…. Já a estimativa para o preço médio do barril de petróleo no mercado internacional caiu de US$ 72,87 para US$ 65,09.

… Nesta semana, a equipe econômica divulgou a nova projeção para o crescimento da economia neste ano, que foi de 2,45% para 2,38%, ajustando em alta a projeção oficial para a inflação medida pelo IPCA, que passou de 4,9% para 5,0% – acima do teto da meta.

… Já a estimativa para o INPC – utilizado para a correção do salário-mínimo – passou de 4,80% para 4,90%.

GRIPE AVIÁRIA – Há 12 investigações de suspeita, conforme atualização mais recente da pasta da Agricultura. Duas delas envolvem plantas comerciais, localizadas nos municípios de Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC).

… Porém, laudo oficial divulgado pelo governo do Estado de Santa Catarina descartou o caso de Ipumirim.

MAIS AGENDA – A prévia do IPC-S de maio abre o dia (8h). O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Paulo Picchetti, faz palestra depois de Galípolo, às 16h30, em seminário da FGV IBRE.

… Nos EUA, as vendas de moradias novas em abril saem às 11h. Os dados de petróleo da Baker Hughes vêm às 14h. Entre os Fed boys, falam Alberto Musalem e Jeffrey Schmid (9h30), além de Lisa Cook (13h).

NA FORÇA DO ÓDIO – Anunciadas após o fechamento, as mudanças do IOF provocaram picos de estresse nos negócios futuros. Os investidores negociaram loucamente no pregão estendido, temendo pelos impactos.

… A percepção foi de que o aumento do IOF poderia antecipar a fuga de capital do País, justo quando a bolsa doméstica vinha faturando alto com o fluxo da rotação de portfólios depois da guerra comercial de Trump.

… O câmbio futuro acusou a pressão. O dólar/jun acelerou o fôlego de alta, chegou a operar na faixa de R$ 5,78 nas máximas e fechou com ganho firme de 1,87%, a R$ 5,7635. Hoje promete devolver com o recuo da Fazenda.

… Mergulhando às mínimas, o Ibovespa futuro tocou na região dos 135 mil pontos, derretendo quase 3%, antes de reduzir parte do pessimismo. No fechamento, porém, ainda afundava 1,93%, para os 136.375 pontos.

… Os contratos futuros dos juros, que ainda estavam nos últimos minutos do pregão regular no momento da entrevista coletiva do IOF, também registraram instabilidade e terminaram o dia embutindo prêmios de risco.

… Mais cedo, a curva aliviou 20pb com a melhora dos Treasuries e quando vazou a notícia de que o governo apresentaria contenção de R$ 31 bi nos gastos, mais que o triplo do estimado pelos economistas (R$ 10 bi).

… Porém, durante a entrevista coletiva sobre o relatório bimestral, ficou claro que o valor visa atender o piso da meta, que não mira no centro, e que o governo federal subestimou as despesas e superestimou as receitas.

… Logo na sequência, a informação do ministro Renan Filho (Transportes) de que o presidente Lula assinaria o aumento do IOF elevou o desconforto no DI, que como se viu, voltou a piorar perto do fechamento.

… O DI para janeiro de 2026 terminou subindo para 14,770% (de 14,750% no fechamento anterior); Jan/27, a 14,05% (de 14,02%); e Jan/29, a 13,720% (de 13,665%). Jan/31 (13,890%) e Jan/33 (13,960%) ficaram estáveis.

… No câmbio, o dólar passou o dia na gangorra, em meio ao noticiário fiscal. Operou abaixo dos R$ 5,60 na mínima do dia (R$ 5,5961), quando circularam as informações em off de como viria o relatório bimestral.

… Ao longo do pregão, o entusiasmo com o bloqueio elevado de despesas se dispersou e o mercado passou a olhar o copo “meio vazio”. O suspense com o que o IOF reservaria mais tarde ajudou na virada do humor.

… O dólar à vista fechou em +0,33%, a R$ 5,6610, para mais tarde saltar nas negociações do câmbio futuro.

#TMJ – Também o Ibov não foi poupado de uma piora automática com a surpresa do IOF, combinada às dúvidas  sobre o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal. O índice à vista inverteu o sinal para queda à tarde.

… Fechou em baixa de 0,44%, aos 137.272,59 pontos, com volume de R$ 24,7 bilhões. Entre as blue chips das commodities, Petrobras ON (-1,33%, a R$ 33,43) e PN (-1,32%, a R$ 31,33) acompanharam a queda do petróleo.

… Mesmo com o mercado da commodity já saturado de oferta, como revelam os estoques, corre o rumor de que a Opep+ planeja um terceiro aumento consecutivo da produção, desta vez de 411 mil bpd, em julho.

… O barril do Brent para vencimento em julho registrou recuo de 0,72%, a US$ 64,44 por barril, na ICE londrina.

… Em relatório, o Goldman Sachs observa que o petróleo caiu US$ 20 desde meados de janeiro, refletindo a oferta maior da Opep e as expectativas de demanda mais fraca com o risco de desaquecimento econômico.

… Vale ON (-0,75%, a R$ 54,23) terminou no vermelho, apesar da leve alta de 0,14% do minério de ferro.

… Entre os grandes bancos, apenas Bradesco PN (+0,26%, a R$ 15,45) marcou ganho discreto, enquanto seus pares caíram: Itaú PN (-0,69%, a R$ 37,27); BB ON (-0,83%, a R$ 25,05); e Santander Unit (-0,80%, a R$ 29,68).

FED É VIDA – Comentário do dirigente do BC americano Christopher Waller de que o juro nos EUA pode cair no 2º semestre, se as tarifas estabilizarem perto 10%, salvaram NY do estresse com o projeto tributário de Trump.

… Na reviravolta positiva do sentimento do investidor provocada pelo Fed, os juros dos Treasuries saíram das máximas registradas antes com a aprovação pela Câmara do plano de corte de impostos, que vai ao Senado.

… O rendimento do T-Bond de 30 anos fechou em queda, a 5,052%, contra 5,083% na véspera, depois de ter cravado 5,15% mais cedo, no auge da tensão com os déficits fiscais e a sustentabilidade da dívida pública.

… O juro da Note de 2 anos voltou para baixo de 4%, caindo a 3,992%, de 4,007% no dia anterior. A taxa do papel de 10 anos recuou para 4,540%, depois de ter fechado em 4,586% no pregão de 4ªF.

… Apesar da guinada dos yields dos Treasuries, as bolsas em NY vacilaram na reta final dos negócios. A esperança de relaxamento monetário divide a cena com o risco fiscal, agravado pelo downgrade da Moody´s.

… O Dow Jones fechou estável, aos 41.859,09 pontos; o S&P 500 também anulou os ganhos registrados durante o pregão e voltou ao zero a zero (-0,04%), a 5.842,01 pontos; e o Nasdaq limitou a alta a 0,28% (18.925,73).

… Em teoria, uma potencial queda seria esperada para o dólar ontem, seja por causa da aposta no Fed dovish ou porque o orçamento de Trump venceu as resistências e passou (raspando) na Câmara, elevando o risco fiscal.

… Mas a moeda americana parou de cair após três quedas seguidas e testou uma reação, com o índice DXY subindo 0,40%, a 99,96 pontos. O euro recuou 0,43%, a US$ 1,1287, e a libra avançou de leve, a US$ 1,3428.

EM TEMPO… VALE fará oferta pública de R$ 6 bilhões em debêntures simples, divididas em 3 séries, com prazos de 7, 10 e 12 anos.

PETROBRAS recebeu autorização da ANP para iniciar operação de nova plataforma no Campo de Mero…

… A estatal e a UNIGEL celebraram um acordo no Tribunal de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional para dar fim à disputa sobre fábricas de fertilizantes. Plantas na Bahia e em Sergipe voltam a ser da Petrobras.

SABESP. O UBS BB rebaixou a recomendação, de compra para neutra, mas elevou o preço-alvo de R$ 118 para R$ 136, o que representa um potencial de alta de 17,3% contra o valor de fechamento das ações nesta 5ªF.

RAÍZEN informou que o Norges Bank passou a administrar 67.957.785 ações preferenciais de emissão da companhia. O montante corresponde a 5,001% do total.

MOTIVA. A ANTT determinou a manutenção da companhia no controle da concessionária de rodovias MSVia, que “tem um impacto mínimo” na alavancagem da ex-CCR, segundo o CEO da companhia, Miguel Setas.

BANCO PAN. Leonardo Ricci Scutti renunciou ao cargo de diretor de RI; diretor-presidente, André Luiz Calabro, acumulará função.

PATRIA adquiriu cerca de R$ 2,5 bilhões em fundos imobiliários da Genial.

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