PIM/Indústria em setembro – Análise PicPay 

Produção industrial cai 0,4% em setembro, pior que o esperado, e confirma perda de fôlego da atividade em meio a juros altos e exportações fracas.

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O resultado da produção industrial de setembro veio pior que o esperado, registrando queda de 0,4% na margem, frente à nossa projeção de retração de 0,2%. O dado interrompe o movimento positivo observado em agosto (+0,8%) e reforça a leitura de perda de dinamismo da atividade industrial no terceiro trimestre, em meio à combinação de política monetária ainda restritiva e desaceleração das exportações de commodities.

Na comparação interanual, a produção avançou 2,0%, abaixo da nossa estimativa de 2,4%, refletindo a influência do maior número de dias úteis no mês e uma base de comparação mais favorável. Ainda assim, a alta não foi suficiente para compensar a perda de tração na margem, especialmente entre os segmentos de bens intermediários (-0,4%) e bens de consumo duráveis (-1,4%), que sentiram o enfraquecimento da demanda doméstica e a normalização das encomendas no setor automotivo.

Entre as atividades pesquisadas, 12 das 25 apresentaram queda em relação a agosto, com destaque negativo para produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), indústrias extrativas (-1,6%) e veículos automotores (-3,5%). Já o desempenho positivo de produtos alimentícios (+1,9%) e borracha e plástico (+1,3%) ajudou a atenuar a contração agregada.

A indústria de transformação mostrou desempenho heterogêneo, com ganhos pontuais em ramos ligados ao consumo e recuos mais expressivos em segmentos de maior intensidade tecnológica. O setor extrativo, por sua vez, seguiu limitado pela produção modesta de petróleo e minério, após fortes resultados no primeiro semestre.

Apesar do crescimento acumulado de 1,0% no ano e de 1,5% nos últimos 12 meses, o resultado de setembro confirma um cenário de atividade industrial mais irregular e dependente de estímulos localizados.

Para o último trimestre de 2025, esperamos volatilidade nos resultados mensais, com tendência de estabilidade na média móvel e ritmo de recuperação moderado. Para 2025, projetamos um crescimento de 1,8% na produção industrial brasileira, apesar dos desafios Apesar dos desafios impostos pela desaceleração da economia global e pelo prolongado período de juros elevados, acreditamos que a retração será moderada.

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