Trump cumpre promessa de campanha sobre tarifas e mostra ao mercado que não está blefando
Janeiro termina com Donald Trump mostrando que não está blefando, ao contrário do que o mercado chegou a acreditar na semana passada, ainda nos primeiros dias do seu governo.
A Casa Branca confirmou que o presidente vai cumprir a promessa de campanha e aplicar tarifas sobre México, Canadá e China a partir de amanhã. Também rejeitou qualquer tipo de isenção, rebatendo um rumor que circulou no meio da tarde.
A decisão do Fed e as declarações de Jerome Powell, que tinham tudo para dominar as atenções nesta semana, foram deixadas em segundo plano pelos investidores.
Por aqui, o Copom seguiu o roteiro escrito em dezembro e já reforçou o plano para março. Mas, surpreendeu ao deixar o cenário para maio totalmente em aberto, levando o mercado a acreditar em uma desaceleração no ritmo de aperto. Tudo dependerá do comportamento da economia até lá, que já dá sinais de esfriamento.
E também de Trump, que voltou a ameaçar os BRICS (o que inclui o Brasil) com tarifas de 100%. Lembrando que, na próxima semana, Brasília voltará ao centro das atenções, com a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado neste sábado, seguido do encontro de Hugo Motta e Davi Alcolumbre com Lula já na segunda-feira.
Bom fim de semana! (Téo Takar)
Ibovespa firma queda após confirmação de tarifas nos EUA; NY aprofunda perdas depois do anúncio
[31/1/2025] Da Redação do Bom Dia Mercado
Depois de passar boa parte do pregão em volatilidade, o Ibovespa firmou queda à tarde, após a confirmação da Casa Branca sobre as tarifas contra Canadá, México e China – sendo que em relação a este último caso as ações da Vale também foram afetadas.
O índice fechou em baixa de 0,61%, aos 126.134,94 pontos. Entretanto, na semana, a alta acumulada foi de 3,01% e, em janeiro, de 4,86%. O volume do dia somou R$ 21,3 bilhões.
O papel da mineradora cedeu 1,56%, a R$ 54,17. Já Petrobras ON registrou +0,68% (R$ 41,65) e Petrobras PN, +0,80% (R$ 37,69), diante do anúncio de reajuste de 6,3% no preço do diesel.
Em sua décima queda seguida, o dólar à vista fechou em baixa de 0,28%, a R$ 5,8366. Os juros futuros encerraram a sessão com a ponta curta em alta (DI Jan26 a 14,940%) e os vencimentos médios e longos em baixa.
Em NY, após uma abertura no campo positivo, as bolsas desaceleraram com o anúncio das medidas tarifárias e aprofundaram as perdas até o fechamento. Dow Jones caiu 0,75% (44.544,66). S&P500 cedeu 0,50% (6.040,53). Nasdaq perdeu 0,28% (19.627,44).
Na semana, os índices ficaram mistos. Dow Jones subiu 0,27%. Já S&P500 baixou 1,00% e Nasdaq teve queda de 1,64%. Por sua vez, os retornos dos Treasuries fecharam sem direção única.
(Igor Giannasi)
Juros futuros longos caem com ajuda do dólar; curtos sobem após reajuste da Petrobras
Os juros futuros encerraram a sessão em campos opostos, com a ponta curta em alta, enquanto os vencimentos médios e longos fecharam em baixa. O estresse no mercado de Treasuries a partir do meio da tarde, por causa da confirmação de tarifas dos EUA contra México, Canadá e China, não chegou a prejudicar as taxas mais longas por aqui.
Elas encontraram apoio no 10º recuo seguido do dólar frente ao real para continuar o movimento de devolução de prêmios iniciado ontem, na esteira do Copom, que deixou o rumo da política monetária em aberto a partir de maio.
Já os vencimentos curtos inverteram o sinal no meio da tarde e passaram a subir depois que a Petrobras confirmou um reajuste de 6,3% no preço do diesel, que já vinha sendo especulado desde o início da semana.
Economistas observaram que o aumento tem um impacto direto pequeno sobre o IPCA de 2025 (+0,01 pp), porém o impacto indireto, sobre alimentos, transportes e energia elétrica, pode provocar o espalhamento da inflação, já elevada.
No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 14,940% (de 14,855% no fechamento anterior); Jan/27 a 15,035% (14,980%); Jan/29 a 14,775% (14,865%); Jan/31 a 14,720% (14,870%); e Jan/33 a 14,670% (14,850%).
(Téo Takar)