Governo paga preço por demorar na divulgação de pacote fiscal e por anunciar isenção de IR

O governo pagou o preço pela demora em divulgar seu pacote de redução de gastos e pela decisão política de anunciar junto a isenção de imposto de renda para salários até R$ 5 mil e com o aumento da tributação dos mais ricos.

Se a ideia da ala política era usar a promessa de campanha de Lula para minimizar o impacto negativo da limitação da valorização do salário mínimo diante do eleitorado e, assim, abrir espaço para a reeleição de Lula ou a eleição de Haddad em 2026, agora terá que arcar com a fama de levar o dólar à marca recorde de R$ 6 e, provavelmente, de empurra a Selic para a casa dos 14% ou mais.

Além do tiro no próprio pé, o governo terá ainda que lidar com um cenário externo bastante adverso em 2025, uma vez que a eleição de Donald Trump tende a manter o dólar valorizado e pode levar o Fed a reduzir o ritmo de alívio monetário, dois fatores que prejudicam os mercados emergentes.

Há ainda uma série de outras incertezas, como possíveis desdobramentos do conflito entre Ucrânia e Rússia para a já combalida economia europeia, e qual será o ritmo de crescimento da China, especialmente se Trump cumprir sua promessa de protecionismo, elevando as taxas de importação.

Bom fim de semana! (Téo Takar)

Ibovespa avança após falas Lira e Pacheco sobre pacote fiscal; em NY, Dow Jones e S&P500 renovam recordes 

[29/11/24] Da Redação do Bom Dia Mercado

O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, se recuperando de um início de sessão cauteloso, ainda repercutindo a má recepção do mercado ao pacote fiscal do governo, após as falas do presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, indicando o compromisso do Congresso em aprovar com rapidez as medidas.

O índice subiu 0,85%, aos 125.667,83 pontos, com volume de R$ 33,8 bilhões. A performance de Petrobras e Vale contribuiu para o desempenho de hoje do Ibovespa, que, entretanto, acumulou baixas de 2,68% na semana, de 3,12% no mês e de 6,35% no ano.

Vale teve elevação de 2,17% (R$ 58,78), em linha com o minério de ferro e depois de anunciar a distribuição de R$ 2,2 bilhões em JCP. Já Petrobras ON registrou +2,08% (R$ 42,62) e Petrobras PN, +0,80% (R$ 38,90).

Com novo recorde de fechamento, o dólar à vista subiu 0,20%, a R$ 6,0012. Os juros futuros passaram por correção moderada (DI Jan26 a 13,890%).

Em NY, as bolsas fecharam mais cedo, às 15h (horário de Brasília), devido ao feriado de Ação de Graças. Dow Jones, com +0,42% (44.910,65) e S&P500, com +0,56% (6.032,38), renovaram recordes de fechamento. Nasdaq subiu 0,83% (19.218,17).

Também fechando mais cedo, os juros dos Treasuries recuaram.

(Igor Giannasi)

Juros futuros devolvem gordura com mensagens de Lira e Pacheco e indicações para BC

Os juros futuros passaram por correção moderada nesta sexta-feira, com investidores mostrando menos ceticismo sobre a aprovação do pacote de medidas fiscais pelo Congresso e também menor preocupação com a proposta de isenção de imposto de renda para salários até R$ 5 mil.

Depois de uma nova disparada pela manhã, as taxas se acomodaram no início da tarde, após os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmarem que irão trabalhar para que as medidas sejam aprovadas pelo Congresso com rapidez. Eles também observaram que a isenção de IR até R$ 5 mil somente será aprovada se ela causar impacto fiscal.

Perto do fechamento, as taxas aceleraram a queda com a indicação dos três diretores do Banco Central que faltavam por Lula. O mercado gostou especialmente da escolha de Nilton David, chefe de tesouraria do Bradesco, para ocupar a vaga de Gabriel Galípolo na diretoria de Política Monetária.

As taxas curtas registraram queda mais comedida, diante das declarações de Galípolo no almoço de fim de ano da Febraban. O futuro presidente do BC disse que “eventualmente”, o BC terá que ter o pé um pouco mais pesado no freio para não permitir um aquecimento da economia a ponto de pressionar a inflação”, abrindo espaço para o Copom ampliar o ritmo de aperto monetário nas próximas reuniões.

No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 13,890% (de 13,910% no fechamento anterior); Jan/27 a 14,040% (14,040%); Jan/29 a 13,800% (13,910%); Jan/31 a 13,600% (13,750%); Jan/33 a 13,460% (13,630%).

(Téo Takar)