Payroll vira preocupação nos EUA com Wall Street olhando para o lado do “copo meio vazio”

A semana termina com o payroll sacramentando a retomada dos cortes de juros por lá neste mês, e ainda colocando pressão para que Fed siga reduzindo as taxas em outubro e dezembro.

O que era para ser motivo de comemoração em Wall Street, virou preocupação, com o mercado olhando para o lado do “copo meio vazio” do indicador de emprego, que pode estar antecipando uma desaceleração da economia americana mais intensa do que se imaginava.

Por aqui, a “boa” notícia lá de fora deu novo fôlego ao Ibovespa, derrubou juros e fez o dólar testar novamente o piso dos R$ 5,40. Porém, a comemoração por aqui foi comedida, já que o risco fiscal permanece como fonte de preocupação.

Há ainda uma questão política no ar, que pode mudar o rumo das eleições no ano que vem: o projeto da anistia, com potencial para tornar Jair Bolsonaro elegível novamente.

E, claro, o julgamento do ex-presidente no STF seguirá merecendo todas as atenções na próxima semana.

Bom fim de semana!

Juros futuros derretem em linha com exterior após payroll reforçar aposta de 3 cortes pelo Fed

Os juros futuros registraram queda expressiva nesta sexta-feira, especialmente entre os vencimentos longos, acompanhando o recuo dos Treasuries, na esteira do payroll.

O dado mais fraco que o esperado do mercado de trabalho americano reforçou a expectativa de queda dos juros por lá e aumentou o apetite por risco dos investidores em mercados fora dos EUA.

Além disso, há a avaliação de que o afrouxamento monetário nos EUA pode abrir caminho para que o Copom corte a Selic no início do ano que vem.

No fechamento, o DI para janeiro de 2026 marcava 14,890% (de 14,889% no ajuste anterior); Jan/27 a 13,920% (13,970%); Jan/29 a 13,160% (13,289%); Jan/31 a 13,475% (13,628%); e Jan/33 a 13,665% (13,817%).

Fechamento: Ibovespa sobe com horizonte de juro menor nos EUA e fecha em 142 mil pontos pela 1ª vez

Assim como na sexta passada, o Ibovespa renovou recordes positivos no pregão de hoje. Após alcançar nova máxima histórica intradia (143.408,64 pontos), o índice fechou em 142.640,14 pontos pela primeira vez, com alta de 1,17% e giro de R$ 21,8 bilhões. Na semana, o desempenho é positivo em 0,86%.

O otimismo veio na esteira de dados mais fracos que o esperado em empregos nos EUA (payroll), que alimentaram apostas de que o Fed cortará os juros três vezes até o fim do ano.

Vale subiu 0,92% (R$ 56,22), em linha com o minério, enquanto Petrobras (ON -2,26%, a R$ 32,90; e PN -1,51%, a R$ 30,59) afundou novamente acompanhando a derrocada do petróleo.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,63%, a R$ 5,4124, acompanhando o recuo da moeda americana no exterior.

Em NY, depois de reagirem positivamente ao payroll abaixo do esperando, as bolsas viraram e terminaram a sessão no campo negativo, com os investidores reinterpretando os dados sobre empregos em agosto e demostrando preocupação com a desaceleração da atividade econômica americana.

Dow Jones caiu 0,48% (45.400,86). S&P500 recuou 0,32% (6.481,50). Nasdaq perdeu 0,03% (21.700,39). Na semana, os índices ficaram mistos. Dow Jones baixou 0,32%. Já S&P500 subiu 0,33% e Nasdaq ganhou 1,14%.

Por sua vez, os retornos dos Treasuries cederam.

Fechamento dos Mercados

▫️ IBOVESPA: +1,17% | 142.640,14 pts

▫️ DOW JONES: -0,48% | 45.400,86 pts

▫️ S&P500: +0,83% | 6.502,08 pts

▫️ NASDAQ: +0,98% | 21.707,69 pts

▫️ DÓLAR: -0,63% | R$ 5,4124

▫️ EURO: -0,02% | R$ 6,3419

▫️ BITCOIN: +0,98% | US$ 111.800,00