Acordo escuso

Bom dia,

◼️ O dia começa carregado para os mercados globais, com decisões do BCE e do BoE, além do CPI de novembro nos Estados Unidos. No Brasil, o foco está no Relatório de Política Monetária, com entrevista de Gabriel Galípolo às 11h, em meio a um cenário político que embaralhou fiscal, eleitoral e expectativas para a Selic.

◼️ Em Brasília, o governo abriu mão do controle da pauta no Senado e deixou avançar o PL da Dosimetria em troca da aprovação do projeto que corta linearmente 10% dos benefícios fiscais. O movimento, negado oficialmente pelo Planalto, foi lido como uma lambança política com efeitos fiscais positivos no curto prazo, mas alto custo institucional.

◼️ A resistência começou a ruir quando o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, confirmou a liberação da votação da Dosimetria na CCJ. A partir dali, governistas desapareceram do plenário, abrindo caminho para a oposição. Renan Calheiros denunciou o arranjo da tribuna, mas o projeto acabou aprovado por 48 votos a 25.

◼️ O texto segue agora para sanção presidencial, mas Lula deve vetá-lo, segundo Gleisi Hoffmann, que classificou o episódio como “erro lamentável” de negociação. O problema é que a palavra final é do Congresso, que pode derrubar o veto, ampliando a percepção de fragilidade política do governo na reta final do ano.

◼️ Na sequência, o Senado aprovou por ampla maioria (62 a 6) o projeto que corta benefícios fiscais e destrava a votação do Orçamento de 2026, agendada para hoje. A proposta é considerada crucial para fechar as contas do ano que vem, ao permitir que o governo persiga a meta de superávit primário de R$ 34,3 bilhões.

◼️ Pelos cálculos dos relatores, o texto pode gerar R$ 22,45 bilhões em arrecadação bruta. Já a Warren Investimentos estima impacto menor, de R$ 13,1 bilhões brutos e R$ 9,7 bilhões líquidos em 2026, por causa da noventena para parte dos tributos. Ainda assim, o mercado deve ler a aprovação como um alívio fiscal pontual.

◼️ Na cena eleitoral, o mercado ainda resiste a aceitar Flávio Bolsonaro como o nome da direita em 2026, após Tarcísio sair do jogo. Em encontros com empresários da Faria Lima, Flávio tentou se apresentar como um candidato confiável, prometendo cortes de gastos, redução de impostos e menor ênfase na pauta de costumes.

◼️ Na agenda, o RPM deve trazer poucos sinais de alívio após a ata conservadora do Copom. A curva de juros reduziu para 45% a chance de corte da Selic em janeiro e passou a precificar quase integralmente um início de flexibilização em março. Para o Santander, um ajuste para baixo na projeção do IPCA de 2027 recolocaria janeiro como opção.

◼️ Nos Estados Unidos, o CPI de novembro deve mostrar aceleração da inflação cheia para 3,1%, com núcleo ainda em torno de 3%. O dado sai às 10h30 e pode influenciar as apostas sobre o ritmo de cortes do Fed em 2026, num momento em que Trump já sinaliza que escolherá um sucessor de Powell favorável a juros mais baixos.

◼️ Nos mercados, os ativos domésticos sofreram novo dia de estresse. O dólar subiu pela quarta sessão seguida e fechou a R$ 5,5233, no maior nível desde agosto. Os juros futuros avançaram, enquanto o Ibovespa caiu 0,79%, aos 157.327 pontos, ainda sob o impacto do risco eleitoral e do ruído político em Brasília.

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++ Confira o discurso de fim de ano de Trump à nação:

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++ ⚠️ Senado aprova projeto de redução de benefí

++ ⚠️ Senado aprova projeto de redução de benefícios fiscais por 62 votos a 6; texto abre espaço para votação do Orçamento amanhã