Bolsas recuam aqui e nos EUA em meio à cautela com guerra comercial de Trump
O clima de aversão ao risco domina os mercados aqui e lá fora nesta sexta-feira, com investidores preocupados com a nova escalada na guerra tarifária de Donald Trump, após o presidente americano anunciar tarifa de 35% sobre os produtos do Canadá.
O mercado segue na expectativa pela divulgação de um acordo comercial entre EUA e União Europeia, mas a demora está levando os investidores a crer que Trump divulgará mais uma carta, possivelmente com uma alíquota mais alta do que a esperada para o bloco europeu.
Em NY, as bolsas devolvem ganhos recentes (Dow Jones -0,65%; S&P500 -0,28%; Nasdaq -0,06%), enquanto o Ibovespa segue ladeira abaixo (-0,67%, aos 135.827 pontos), acumulando perda de quase 4% na semana.
O dólar à vista volta a subir diante do real (+0,23%, a R$ 5,5579), em linha com a alta da moeda americana frente aos pares (DXY +0,17%).
Os juros futuros (DI Jan/27 a 14,330%; Jan/29 a 13,485%) acompanham a tendência do câmbio e dos rendimentos dos Treasuries (T-Note de 10 anos a 4,421%).
Bolsas da Europa têm forte queda à espera de carta de Trump
As bolsas europeias fecharam em queda nesta 6ªF, devolvendo parte dos ganhos acumulados durante a semana.
O otimismo dos investidores tem recuado a respeito do acordo comercial entre a União Europeia e os EUA.
O mercado aguarda ainda hoje o envio de uma carta do presidente Donald Trump à UE com o detalhe das tarifas que pretende cobrar do bloco.
O índice Stoxx 600 fechou em baixa de 1,01%, aos 547,34 pontos.
O DAX, de Frankfurt, caiu 0,82%. O CAC 40, de Paris, perdeu 0,92%. E o FTSE 100, de Londres, teve queda de 0,38%.
Dólar sobe com tarifaço de Trump, mas fecha longe da máxima, com decisão do governo de esperar poeira baixar
O dólar à vista fechou em alta, mas bem distante da máxima do dia, atingida logo após a abertura, com investidores absorvendo a decisão de Donald Trump de aplicar tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.
Ao longo do dia, ficou claro que o governo brasileiro não pretende retaliar imediatamente, mas esperar até o início da vigência da medida, em 1º de agosto, para ver se Trump volta atrás em sua decisão ou aceita uma negociação pelo caminho diplomático.
Em último caso, o país adotará a lei da reciprocidade, com retaliação, utilizando de medidas não tarifárias, como a quebra de patentes.
O dólar à vista fechou em alta de 0,78%, a R$ 5,5452, após oscilar entre R$ 5,5250 e R$ 5,6220. Já o dólar futuro para agosto, que havia disparado no fim da tarde de ontem com o anúncio do tarifaço de Trump, recuava 0,70%, para R$ 5,5720 por volta das 17h15.
Lá fora, o índice DXY subia 0,05%, para 97,604 pontos. O euro caía 0,21%, a US$ 1,1696. E a libra perdia 0,07%, a US$ 1,3578.