IPCA-15 calibra expectativas ao Copom
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[25/04/25]
… Um salto nos lucros da Alphabet garantiu o fechamento forte das bolsas em NY, enquanto a Intel divulgava um balanço fraco e caía nas negociações do after hours. No impasse das tarifas, a China desmentiu Trump, dizendo que não está negociando com o governo dos Estados Unidos, mas o mercado resolveu apostar que a Casa Branca acabará “piscando” primeiro nessa queda de braço para ver quem vai recuar. Em paralelo, as apostas de que Powell antecipará a queda dos juros para preservar o emprego foram reforçadas pelo Fed boy Christopher Waller e ajudaram o dia. Hoje, a agenda prevê o sentimento do consumidor americano em abril, medido por Michigan, junto com as expectativas de inflação. Aqui, sai o IPCA-15 (9h), enquanto a B3 repercute o balanço de Vale ontem à noite.
… A controladora do Google registrou uma alta de 46% no lucro do 1Tri (US$ 34,54 bilhões), com o lucro por ação de US$ 2,81 superando as estimativas do mercado (US$ 2,01). A receita avançou 12% (US$ 90,23 bilhões) também acima do previsto (US$ 89 bilhões).
… A receita do Google subiu 9,8%, do YouTube avançou 10,3% e da Cloud – que inclui iniciativas em IA – teve ganho de 28%.
… Já a Intel reportou alta de 115% no prejuízo do 1Tri (US$ 821 milhões) e no after market a ação caiu 5,0%. O novo CEO, Lip-Bu Tan, disse que vai cortar empregos para ajustar os custos da empresa. Segundo a Bloomberg, a demissão pode atingir 20% do pessoal.
… As ações de Alphabet subiram 4,82% no after hours, mas já tinham valorizado bastante no pregão regular (2,53%).
… No final da noite, foi a vez de a Vale divulgar seu balanço do 1Tri, com lucro líquido de US$ 1,394 bilhão, baixa de 17% em relação ao 1Tri de 2024. Na comparação trimestral, a mineradora reverteu o prejuízo de US$ 694 milhões reportado no 4Tri/24.
… O lucro ficou abaixo das estimativas de analistas consultados pelo Valor (US$ 1,65 bilhão), enquanto a receita líquida (US$ 8,119 bilhões) caiu 4% sobre o 1Tri/24 e 20% sobre o 4Tri/24 e o Ebtida (US$ 3,115 bilhões) teve queda anual de 9% e 18% na base trimestral.
… A receita líquida ficou acima do previsto (US$ 7,63 bilhões) e o Ebitda ajustado veio em linha com as previsões.
… Segundo a Vale, os maiores volumes de vendas e menores custos unitários em minério de ferro, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram “parcialmente” o impacto dos menores preços de minério e níquel.
… No after hours, o ADR de Vale fechou em leve baixa de 0,36% (US$ 9,72). Na B3, Vale ON subiu 1,56% (R$ 55,31) antes do balanço.
… Além de Vale, também a Multiplan divulgou balanço após o fechamento. Confira abaixo no Em tempo…
… No encerramento da semana, não há balanços relevantes previstos para hoje em NY, nem na B3.
IPCA-15 – Na agenda dos indicadores domésticos, a prévia da inflação de abril deve desacelerar para 0,43% no consenso dos analistas de mercado, após registrar 0,64% em março. Confirmada a expectativa, o IPCA-15 em 12 meses subirá para 5,49% (5,26% até março).
… Existe ainda a expectativa de que a Receita divulgue a arrecadação de janeiro (14h30), que registrou R$ 261,3 bilhões em dezembro.
… Nesta 5ªF, declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, derrubaram as taxas de juros futuros, após ter confirmado uma postura dovish, afirmando que “há uma percepção de que a política monetária está funcionando”.
… Em evento da XP realizado em Washington, Guillen destacou a moderação da atividade, projetando que o hiato do produto deverá ser revertido para “negativo” em 18 meses, com a política monetária contracionista levando a inflação para a meta de 3%.
… A avaliação foi entendida como um sinal de que o BC deve pegar mais leve no aperto dos juros (leia abaixo). Já na véspera, o diretor de Política Monetária, Nilton David, tinha ido na mesma linha, reconhecendo os efeitos da política monetária na economia.
FAKE NEWS – Em mais uma demonstração de que continua na dela e muito segura, a China fez dois desmentidos sobre as declarações do presidente Trump, que, sem dar detalhes, relatou negociações com Pequim na manhã desta 5ªF.
… Mas a narrativa durou pouco, só até o tempo de o porta-voz do Ministério das Relações Exterior da China, Guo Jiakun, convocar coletiva de imprensa para dizer que as notícias eram “fakes”, que a China não está envolvida em negociações tarifárias com os EUA.
… “A China e os EUA não realizaram consultas ou negociações sobre a questão tarifária, muito menos chegaram a um acordo.”
… A mesma mensagem foi transmitida pelo Ministério do Comércio da China, que negou ter mantido negociações comerciais com os EUA.
… “Quaisquer alegações sobre o progresso de negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA são infundadas, não têm base factual”, disse o porta-voz He Yadong, acrescentando que seu país está aberto ao diálogo, “com base no respeito mútuo”.
… “Se os Estados Unidos realmente quiserem resolver o problema, devem levar a sério as vozes racionais da comunidade internacional e de setores nacionais e eliminar completamente todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China.”
… O presidente Trump foi então à sua rede Truth Social e voltou a atacar a China, dizendo que a Boeing “deveria dar calote nos chineses” que não quiserem receber os aviões “lindamente finalizados que eles se comprometeram a comprar”.
VLADIMIR, STOP – No mesmo post, Trump cresceu em cima de Putin: “Não estou satisfeito com ataques russos em Kiev. Desnecessários e em péssimo momento. Vladimir, PARE! 5.000 soldados estão morrendo por semana. Vamos CONCLUIR o Acordo de Paz!”.
… Na Bloomberg, os EUA exigirão que a Rússia aceite o direito da Ucrânia de desenvolver seu próprio exército e indústria de defesa, como parte de um acordo de paz, rejeitando a insistência de Putin para a desmilitarização do país, um dos seus principais objetivos da guerra.
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… O governo Trump também quer que Moscou devolva a usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, que ficaria sob controle dos EUA, e as terras na região de Kharkiv, ocupadas pela Rússia. Se não conseguir o acordo, Trump ameaça abandonar as negociações.
MAIS AGENDA – O sentimento do consumidor de Michigan de abril, com expectativas de inflação para 1 ano e 5 anos, sai às 11h. Baker Hughes solta os dados de petróleo às 14h e o BC da Rússia decide juro às 7h30.
… Aqui, a prévia do IPC-Fipe abre o dia (5h). À tarde, a Aneel define a bandeira tarifária de energia elétrica.
OTIMISMO CAUTELOSO – Ninguém mais acredita em Trump, que só prega uma peça atrás da outra. Mesmo assim, a conversa dele de que em “duas a três semanas” pode rever as tarifas comerciais com a China animou.
… De concreto, não há nada. Mas o investidor parece estar apostando que, nesta disputa de força, o presidente pode levar a pior, forçado por Pequim a um recuo tático, depois de ter colocado o mundo inteiro em apuros.
… Depois de todas as ondas de choque causadas por Trump, o mercado também começa a alimentar a esperança de que o risco de recessão e as demissões em massa apressem o Fed a cortar os juros.
… Reportagem da Reuters apontou que, nas duas últimas semanas, mais de 30 empresas em todo mundo retiraram seus guidances ou reduziram suas previsões por conta do quadro de incertezas da guerra tarifária.
… Alarmados pelos ajustes nas expectativas dos balanços corporativos, dirigentes do Fed voltam a colocar no radar o impacto de uma desaceleração econômica, embora Powell ainda continue em clima de esperar para ver.
… Ontem, o diretor do Fed Christopher Waller disse estar pronto para votar por um corte de juro se as demissões crescerem. A colega Beth Hammack também não descartou um desaperto na reunião de junho.
… Em NY, as bolsas emplacaram o terceiro dia seguido de alta, embora não dê para confiar no movimento como tendência. O Ibov fechou no melhor nível desde setembro, perto dos 135 mil pontos, e o dólar furou R$ 5,70.
… A aposta de que a China acabará colocando Trump em córner animou os papéis das gigantes de tecnologia norte-americanas: Nvidia, +3,57%; Meta, +2,48%; Amazon, +3,29%; Tesla, +3,50%; e Microsoft, +3,45%.
… O Dow Jones ganhou 1,23% e rompeu o patamar dos 40 mil pontos (40.093,40); o S&P 500 avançou 2,03%, para 5.484,77 pontos, e o Nasdaq registrou valorização de 2,74%, chegando aos 17.166,04 pontos no fim do dia.
… No wishful thinking de que o Fed possa antecipar um corte do juro, as taxas dos Treasuries e o dólar caíram.
… O índice DXY recuou 0,54%, para 99,306 pontos. O euro subiu 0,58%, a US$ 1,1392, a libra esterlina ganhou 0,65%, a US$ 1,3343, o iene registrou valorização para 142,65/US$ e o franco suíço avançou para 0,8272/US$.
… O yield da Note de 10 anos caiu a 4,311%, contra 4,393% na véspera, e o de 2 anos foi a 3,797%, de 3,885%.
ATÉ TU? – Aqui os juros futuros operaram em queda, embalados pelo clima externo e o comentário dovish do falcão Guillen, que deu a entender que o ciclo de alta da Selic está no fim. O Copom de maio vai dar jogo.
… Estão praticamente empatadas agora as apostas para +0,5pp (52%) e +0,25pp (48%). Deve ser com emoção!
… No fechamento, o DI para Jan/26 caía a 14,600% (de 14,665% no dia anterior); Jan/27 recuava a 13,860% (de 14,015%); Jan/29, a 13,600% (de 13,855%); Jan/31, 13,930% (de 14,190%); e Jan/33, 14,050% (14,310%).
… A sessão de apetite por risco, com a expectativa de um desfecho da guerra comercial, levou o dólar a completar ontem cinco pregões seguidos em queda, a R$ 5,6912 (-0,49%). A reação do petróleo também ajudou.
… O Brent para julho (+0,72%, a US$ 65,65) interrompeu as perdas provocadas um dia antes pelos relatos sobre um potencial aumento da oferta pela Opep+ em junho. O grupo vai se reunir em 5 de maio para definir o plano.
… Na direção inversa do petróleo, Petrobras fechou no vermelho: ON, -0,73%, a R$ 32,52; e PN, -0,46%, a R$ 30,43. Parte do mercado se queixa que já passou da hora de a companhia reajustar o preço da gasolina.
… A falta de fôlego dos papéis da Petrobras não comprometeu o Ibov, que esteve a um triz de cravar os 135 mil pontos na máxima intraday (134.937) e fechou em alta de 1,79%, a 134.580,43 pontos, com giro de R$ 26,7 bi.
… A queda do DI animou ações relacionadas ao consumo, disparando Magazine Luiza (+10,80%) e Petz (+9,65%).
… Entre os principais bancos, BB destoou dos pares e caiu 1,21%, a R$ 27,70. Santander puxou os ganhos: 3,81% (R$ 28,07). Itaú registrou +1,94% (R$ 34,75); Bradesco ON, +1,88% (R$ 11,91); e Bradesco PN, +1,60% (R$ 13,36).
EM TEMPO… MULTIPLAN teve lucro líquido de R$ 234,044 milhões no 1TRI25, queda de 12,4% na comparação com 1TRI24; receita líquida subiu 0,4%, para R$ 525,677 milhões; Ebitda aumentou 2,5%, para R$ 400,615 milhões.
ELETROBRAS. O banqueiro Juca Abdalla Filho e o grupo ligado a Marcelo Gasparino, com menos de 7% do capital votante, disputam duas das dez vagas do conselho e articulam composição com o governo (Painel S.A/Folha)…
… Eles trabalham para destituir o atual presidente, Ivan Monteiro, segundo apurou a coluna; a assembleia de acionistas que decidirá a nova composição do conselho está marcada para o dia 30.
COPEL aprovou a distribuição de R$ 1,25 bilhão em dividendos adicionais, o equivalente a R$ 0,3974 por ação ON e R$ 0,4372 por papel PN, com pagamento em 15/5; ex em 25/4.
AUREN ENERGIA aprovou a distribuição de R$ 59,6 milhões em dividendos obrigatórios, o equivalente a R$ 0,0570 por ação, com pagamento em 5/5; ex em 25/4.
MAGAZINE LUIZA celebrou junto à International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, operação de captação de recursos (“loan agreement”) no valor de US$ 130 milhões…
… Recursos captados serão utilizados para financiar a maior parte dos investimentos em tecnologia do Magalu, incluindo a evolução da plataforma de marketplace e dos serviços de Advertising, Fintech, Fulfillment e Cloud.
PRIO recebeu autorização do Ibama para manutenção em poços no campo de Tubarão Martelo.
HAPVIDA aprovou a 9ª emissão de debêntures, no valor total de R$ 1,5 bilhão.
AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!
*com a colaboração da equipe do BDM Online
AVISO – Bom Dia Mercado, produzido pela Mídia Briefing, não pode ser copiado e/ou redistribuído.
Wall Street cansou de Trump
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[24/04/25]
… Com a agenda de indicadores mais fraca, prevalece o calendário de balanços nesta 5ªF, com Alphabet em NY e Vale na B3, as duas após o fechamento. Antes da abertura, sai Usiminas. No after hours, a IBM levou um tombo de quase 7%, apesar de o lucro e a receita terem superado as estimativas, enquanto a Whirlpool subiu 3,80% depois de reverter prejuízo de um ano antes. As reuniões do FMI continuam rendendo entrevistas e pronunciamentos, nos quais as incertezas sobre as tarifas dos EUA são temas recorrentes. Em Wall Street, os mercados reagiram com alívio a mais um recuo de Trump, mas sem entusiasmo. Investidores estão cansados dos tuítes do presidente dos EUA e da imprevisibilidade. A notícia de redução de tarifas para a China, publicada pelo WSJ, não foi confirmada pela Casa Branca.
… Depois de subir mais de 3% durante o dia, os índices de ações tinham uma alta mais modesta no fechamento, já que parte dos ganhos foram apagados quando o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que não haveria uma proposta unilateral aos chineses.
… No final da tarde, Trump assinou ordens executivas para impulsionar o uso de IA na educação e no treinamento de força de trabalho, e disse que já conversou com 90 países que querem negociar tarifas. Onze grandes fabricantes de carros estariam voltando aos EUA.
… Sobre retirar as tarifas de 145% para a China, disse que “vai depender deles”, acrescentando que, “talvez, em três ou quatro semanas, tenhamos as tarifas acertadas”. Ao mesmo tempo, Trump disse que a tarifa de 25% sobre carros do Canadá pode subir mais.
… Nos pregões desta 4ªF, as ações da GM, da Ford e da Stellantis subiram com a notícia de que o governo estaria considerando reduzir as tarifas sobre peças automotivas antes do prazo final de 3 de maio, segundo informação do Financial Times.
… A proposta isentaria peças automotivas das tarifas de 20% que Trump impôs sobre importações da China para interromper a produção de fentanil. A Casa Branca não quis comentar e o mercado fica sem saber se isso vai ou não acontecer.
… Título de uma análise na Bloomberg resume o sentimento dos investidores: “Estão exaustos com o vaivém de Trump”.
… “Todo dia é só incerteza, incerteza, incerteza. Esperamos que uma coisa aconteça e depois acontece outra”, disse o estrategista-chefe global da Freedom Capital Markets, Jay Woods, comentando que a imprevisibilidade vem confundindo e é muito frustrante.
… “Todas as oscilações, as altas repentinas e as quedas de dar dor de cabeça, estão sendo impulsionadas por políticas da Casa Branca que mudam constantemente sem nenhum aviso prévio, tornando quase impossível prever para onde vão as ações, os títulos e o dólar.”
… Os veteranos de Wall Street estão acostumados a se adaptar rapidamente a mudanças de cenários, mas desta vez é Trump que sozinho impulsiona um tipo de reviravolta que só se viu em episódios como no estouro da bolha imobiliária ou na pandemia da Covid.
… “Os mercados estão negociando intensamente com base em políticas”, disse Marko Papic, estrategista-chefe da BCA Research, dizendo que essa é apenas “uma maneira elegante de dizer que os investidores estão negociando com base em tuítes”.
… Em um dia, Trump ameaça demitir Powell e no outro diz que nunca pensou nisso. Num dia, define uma tarifa de 145% para a China e no outro diz que a taxa “não chegará nem perto disso”. Ele pode mudar de ideia a cada dia, de uma hora para outra.
… Essa instabilidade minou a confiança na economia americana, ameaça a força do dólar e o financiamento da dívida dos Estados Unidos, com as sucessivas ondas de liquidação dos Treasuries e das ações, criando uma expectativa generalizada de crise.
… Nesta 4ªF, Keith Lerner, codiretor de investimentos da Truist Advisory Services demonstrava desânimo: “A recuperação é um alívio, mas tudo o que fizemos hoje foi voltar ao ponto em que estávamos antes que as notícias sobre Powell derrubassem o mercado.”
UM NOVO PLANO PARA A CHINA – O recuo de Trump sobre Powell e o aceno de um “bom acordo” com a China ocorreram na sequência de um encontro com grandes executivos do varejo americano, incluindo Walmart, Home Depot e Target.
… Na conversa, o presidente foi alertado que os impostos de importação poderiam interromper as cadeias de suprimentos e aumentar os preços dos produtos, e que, em poucas semanas, as prateleiras nas lojas podem estar vazias.
… Foi nesse contexto que o Wall Street Journal apurou que o governo americano considera reduzir as tarifas sobre importações chinesas.
… Na média, as taxas ficariam entre 50% e 65%, sendo que poderiam ser ainda mais baixa, de 35%, sobre itens não considerados críticos para a segurança nacional. Para produtos críticos, a tarifa seria de 100%.
… Segundo o jornal, o novo plano para a China teria uma implementação gradual ao longo de cinco anos.
… Questionada por um repórter sobre uma redução das tarifas chinesas, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que elas foram uma alavanca para trazer a China à mesa de negociações. Sobre o silêncio de Pequim, ela respondeu: “Tenham paciência e verão”.
… Ao que parece, Trump ainda está esperando um telefonema de Xi.
… Em Pequim, todos apoiam firmemente a retaliação do governo chinês contra as altas tarifas dos EUA, diz a Bloomberg Economics, o que contrasta com a guerra comercial de 2018-2019, quando parte da população defendia uma conciliação.
… Para Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para a Ásia-Pacífico da Natixis, “Trump está em pânico com a queda do dólar e das ações e a alta dos rendimentos dos Treasuries. Ele precisa de um acordo rápido. A China não precisa oferecer nada de grande”.
O LIVRO BEGE – A incerteza sobre o uso de tarifas pelo presidente Trump sobre parceiros comerciais dos EUA aumentou em todo o país nas últimas semanas, de acordo com o Livro Bege do Fed, divulgado nesta 4ªF.
… Menções a tarifas apareceram 107 vezes no relatório e variações da palavra “incerteza” apareceram 89 vezes.
… O Livro Bege coletou informações até 14 de abril, com comentários e relatos sobre as condições de negócios em cada um dos distritos regionais do Federal Reserve, que servirão de base para a reunião de política monetária do dia 7 de maio.
… Os preços aumentaram em todos os distritos, com empresas prevendo custos de insumos mais altos em função das tarifas, sendo que muitas receberam notificações de seus fornecedores de alta e a maioria citou planos de repassar aos consumidores.
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… O emprego permaneceu praticamente inalterado, mas “vários distritos relataram que as empresas estavam adotando uma abordagem de esperar para ver em relação ao emprego, desacelerando as contratações até mais clareza das condições econômicas”.
ESTADOS PROCESSAM –Uma dúzia de estados dos EUA já contestam as tarifas globais “imensas e em constante mudança”, alegando que Trump contornou ilegalmente o Congresso ao emitir taxas sob uma lei econômica de emergência.
… O processo aberto, nesta 4ªF, no Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, Manhattan, afirma na denúncia que a política comercial “agora depende dos caprichos do presidente, e não do exercício saudável de sua autoridade legal”.
… Trump “alterou a ordem constitucional e trouxe caos à economia americana”, disse o grupo, que inclui NY, Illinois e Arizona, e segue os processos movidos pela Califórnia, com alegações semelhantes e que buscam uma ordem judicial para suspender as tarifas.
BALANÇOS – Sem uma noção clara de onde as políticas se estabelecerão, os analistas de Wall Street não conseguiram prever qual será o impacto nos lucros corporativos, em meio à expectativa de desaceleração da economia e de choque inflacionário.
… No after hours, a derrocada (-6,86%) das ações da IBM assustou e surpreendeu, porque a gigante da tecnologia registrou resultados trimestrais positivos e ainda traçou guidance otimista para este 2Tri.
… A empresa informou que obteve um lucro ajustado de US$ 1,60 por ação, acima do esperado (US$ 1,42 por papel) pelos analistas. A receita líquida subiu 1%, para US$ 14,54 bilhões, superando previsão de US$ 14,39 bilhões.
… A IBM espera receita de US$ 16,4 bi e US$ 16,75 bi no 2Tri, melhor do que a aposta do mercado (US$ 16,3 bi).
… Whirlpool disparou quase 4% no after market, após reportar um lucro líquido de US$ 71 milhões no 1Tri, revertendo o prejuízo de US$ 259 milhões apurado um ano antes. A receita caiu 19,35%, para US$ 3,62 bilhões.
HOJE – Além da Alphabet, a Intel solta balanço hoje à noite, em meio a informes de que demitirá 20% de seu quadro.
… Na B3, tem Vale e Multiplan após o fechamento e Usiminas antes da abertura.
VALE – O balanço da mineradora deve mostrar impacto da queda dos preços do minério de ferro e pelotas no 1Tri, contribuindo para uma leve queda no resultado, segundo analistas estimaram ao Valor.
… Estimativas de cinco bancos (Itaú BBA, UBS BB, Goldman Sachs, Citi e BTG Pactual) apontam para o lucro líquido de US$ 1,65 bilhão no primeiro trimestre, o que, caso se confirme, significará uma queda de 1,78% frente aos três primeiros meses do ano passado.
… A receita líquida prevista é de US$ 7,63 bilhões e o Ebitda, de US$ 3,112 bilhões, que representam recuos de 9,69% e de 10,5%.
MAIS AGENDA – Em Washinton, Galípolo tem uma série de reuniões do G20, FMI e Banco Mundial, a partir das 7h; Diogo Guillen (BC) participa de evento da XP às 12h30 e Paulo Picchetti estará às 15h em evento do Itaú.
… Único indicador doméstico é a prévia do IPC-S (8h). A comitiva de Lula para o funeral do Papa Francisco embarca hoje à noite para Roma. Barroso (STF), Alcolumbre e Motta aceitaram o convite do presidente para irem juntos.
… Nos EUA, às 9h30, saem os pedidos de auxílio-desemprego e as encomendas de bens duráveis em março. As vendas de moradias usadas em março serão divulgadas às 11h. Neel Kashkari (Fed) participa de evento às 14h.
LOBO EM PELE DE CORDEIRO – Num primeiro momento, o mundo comprou ontem o alívio da promessa de Trump de não demitir Powell e ser “gentil” com a China. Mas não demorou para as desconfianças voltarem.
… As informações antecipadas pelo Tesouro e a Casa Branca de que o presidente americano não cogita oferecer na mesa de negociação uma redução unilateral das tarifas para o governo de Pequim reduziram parte do ânimo.
… Depois de terem emplacado um rali de mais de 3% durante o pregão, as bolsas em NY desaceleraram o fôlego até o fechamento: Dow Jones, +1,07% (39.606,62 pontos); S&P 500, +1,66% (5.375,83); e Nasdaq, +2,50% (16.708,05).
… Tesla (+5,34%) ignorou o balanço trimestral fraco e comemorou a declaração de Elon Musk de que, a partir do mês que vem, dedicará menos tempo a suas funções políticas para se concentrar na montadora de veículos elétricos.
… Intel disparou 5,43% com os relatos na imprensa de que reduzirá a sua força de trabalho em mais de 20%.
… O clima mais pacificado nos EUA acomodou a recente liquidação dos Treasuries, mas na segunda metade do pregão, as taxas se distanciaram das mínimas e o yield da Note-10 anos voltou para 4,387%, de 4,400% na véspera.
… O investidor ainda não parece encorajado a recobrar todo o interesse pelos ativos americanos, porque tem sido obrigado a matar um leão por dia com as aventuras de Trump colocando os mercados globais em perigo.
… Pela segunda vez em dois meses, o UBS reduziu a projeção para dólar. Segundo o banco, o impacto da guerra tarifária nos fluxos foi mais negativo que o esperado e a moeda dos EUA está se transformando em divisa pró-risco.
… O euro e o iene devem se fortalecer como ativos de segurança, segundo o UBS, que revisou em alta as estimativas para a moeda do bloco europeu (de US$ 1,12 para US$ 1,23) e do Japão (de 140/U$ para 130/US$) no final do ano.
… Ontem, porém, o dólar recuperou parcialmente o seu prestígio, na esperança de que Trump não jogue tão duro com os chineses e nem derrube Powell do comando do Fed. O índice DXY saltou 0,94%, para 99,849 pontos.
… O iene caiu para 143,40/US$, a libra perdeu 0,28%, a US$ 1,3264, e o euro recuou 0,45%, para fechar em US$ 1,1327. Dirigente do BCE, François Villeroy de Galhau recomendou novos cortes de juros ainda este ano.
… Segundo ele, o BCE europeu relaxará a política monetária este ano mais rapidamente do que o Fed.
… Powell tem desafiado as pressões de Trump para baixar os juros e priorizado a batalha contra a inflação.
… No auge ontem do entusiasmo com os relatos de que os EUA poderiam reduzir as tarifas de importação sobre a China de 145% para uma faixa entre 50% e 65%, o dólar chegou por aqui a cravar R$ 5,65 na mínima (R$ 5,6584).
… À medida, porém, que se percebeu que Trump não deve facilitar tanto, a moeda americana baixou a bola e reduziu a queda para só 0,16% no fechamento, cotada a R$ 5,7184. O recuo do petróleo também pesou para o real.
… Rumores de potencial aumento da produção da Opep+ em junho derrubaram o Brent (-1,95%, a US$ 66,12) e levaram junto os papéis da Petrobras: ON registrou queda de 0,73% (R$ 32,75) e PN caiu 1,13% (R$ 30,57).
… Na reta final do pregão, a informação oficial de que não haverá redução unilateral de tarifas para a China fez com que o Ibovespa devolvesse os 133 mil pontos alcançados na máxima do dia (133.318). Mas a bolsa ainda fechou bem.
… Terminou em +1,34%, a 132.216 pontos, com giro de R$ 24,2 bi. Vale (+1,19%, a R$ 54,46) ampliou os ganhos, colada na força do minério (+2,11%). A empresa entra agora na contagem regressiva para o balanço da noite.
… Os papéis dos principais bancos avançaram firme e em bloco: Bradesco PN (+3,30%; R$ 13,15), Bradesco ON (+2,90%; R$ 11,69), Itaú (+2,10%; R$ 34,09), Banco do Brasil (+0,94%; R$ 28,04) e Santander (+0,52%; R$ 27,04).
… No topo do Ibov veio JBS (+6,38%, a R$ 47,34), que recebeu aprovação da SEC para listar suas ações nos EUA.
… A curva do DI contou com estímulo extra para queimar prêmio de risco. Além da melhora externa, o mercado leu como dovish os comentários do diretor do BC Nilton David, em seminário do JPMorgan, em Washington.
… Segundo ele, a fase de maior aperto da política monetária já passou, o que levou o investidor a especular que o ciclo de alta da Selic possa ser mais curto e que o Copom possa pegar mais leve na dosagem da taxa básica.
… Um dia antes, porém, a ênfase de Galípolo na inflação elevada reforçou a aposta em mais 0,5pp em maio.
… No fechamento, o DI para janeiro de 2026 caía para 14,665% (de 14,720% no pregão anterior); Jan/27, a 14,015% (de 14,190%); Jan/29, a 13,855% (de 14,030%); Jan/31, a 14,190% (de 14,330%); e Jan/33, a 14,310% (de 14,440%).
EM TEMPO… HYPERA registrou prejuízo atribuído aos controladores de R$ 140 milhões no 1TRI, revertendo lucro de R$ 392,2 milhões registrado um ano antes…
… Ebitda ficou negativo em R$ 148,5 milhões, revertendo resultado positivo de R$ 647,8 milhões do mesmo período de 2024.
RUMO aprovou aumento de capital de R$ 1,6 bilhão da subsidiária Rumo Malha Sul.
CCR passará a ser negociada na B3 sob o novo código MOTV3 a partir de 2/5; ticker atual da companhia é CCRO3…
… Mudança é decorrente da alteração do nome da empresa, aprovada em AGE pelos acionistas em 21/3, para Motiva Infraestrutura de Mobilidade…
… Companhia aprovou a distribuição de R$ 319,9 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,1591 por ação, com pagamento em 6/5.
AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!
*com a colaboração da equipe do BDM Online
AVISO – Bom Dia Mercado, produzido pela Mídia Briefing, não pode ser copiado e/ou redistribuído.
E Trump recua…
Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*
[23/04/25]
… Veio bem pior que o esperado o balanço da Tesla, ontem à noite, mas a ação chegou a disparar quase 8% no after hours, enquanto Elon Musk prometia aos investidores reduzir a “um ou dois dias por semana” seu trabalho no governo americano a partir de maio, para se dedicar à sua empresa. O after market em NY também foi positivamente influenciado por declarações de Trump no final da tarde, quando desmentiu qualquer intenção de demitir Powell e sinalizou que pode ceder nas tarifas à China. “Não pegaremos pesado com eles.” Na agenda de hoje, uma bateria de índices PMI da atividade global mede a atividade global, inclusive nos EUA, onde também será divulgado o Livro Bege do Fed, que servirá de base para a próxima reunião de política monetária (07/05). No Brasil, não há indicadores previstos.
… Em conversa com os jornalistas no Salão Oval, Trump disse que, apesar de sua frustração pelo Fed não ter agido mais rapidamente para cortar os juros, não tinha intenção de demitir o presidente do BC americano, Jerome Powell.
… “A imprensa espalha. Não tenho intenção de demiti-lo. Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo em sua ideia de reduzir as taxas de juros.”
… Trump fez ataques duros contra Powell nos últimos dias, chamando-o de “senhor sempre atrasado”, enquanto corriam especulações de que ele e sua equipe buscavam uma maneira de tirá-lo do comando do Fed antes de expirar seu mandato, em 2026.
… O diretor do Conselho Econômico Nacional de Trump, Kevin Hassett, chegou a admitir a repórteres na 6ªF que Trump estava estudando a questão se ele poderia demitir Powell, após uma série de postagens do presidente nas redes sociais e comentários públicos.
… O presidente dos Estados Unidos reclamou repetidamente que o Fed não estava cortando as taxas de juros com rapidez suficiente.
… No Truth Social, Donald Trump escreveu que “a demissão de Powell pode não vir rápido o suficiente”, abalando os mercados, que já são fortemente atingidos pelas incertezas com a política tarifária. As críticas tiveram repercussão muito negativa.
… Foi unânime a avaliação de que ferir a independência do Fed provocaria ainda mais estragos do que as próprias tarifas, com o dólar em queda livre perdendo status de reserva de valor e uma liquidação dos Treasuries, considerados os ativos mais seguros do mundo.
… Depois de um pregão de risk-off na 2ªF, Trump passou o dia em silêncio e um comentário do secretário do Tesouro, Scott Bessent, deu a senha para a recuperação dos mercados, ao sinalizar para um acordo comercial em breve com a China.
… Em um evento fechado à imprensa, Bessent classificou o impasse tarifário como “insustentável”, afirmando que os dois lados teriam de encontrar uma maneira de apaziguar a situação. A notícia apurada pela Bloomberg virou o humor dos investidores (leia abaixo).
… Trump também mudou a conversa sobre a China na entrevista coletiva na Casa Branca, dizendo que as tarifas finais sobre a China não chegariam “nem perto” dos 145%, que seria “muito gentil” e que não vê necessidade de “jogar duro” com os chineses.
… Pouco antes, a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, tinha dito que os acordos comerciais estão avançando e que “a bola estava indo na direção certa com a China”, enquanto o site Politico antecipava negociações positivas com o Japão e a Índia.
… Leavitt disse ainda que 18 países apresentaram ofertas comerciais e que a equipe do governo americano se reunirá com 34 países nesta semana. Para jornalistas que cobrem a Casa Branca, a ânsia em demonstrar progresso nos acordos comerciais ficou evidente.
… À noite, a Reuters apurou com fontes que Trump e Xi Jinping se encontrarão no início de maio.
AS PROJEÇÕES DO FMI – Prosseguem em Washington as reuniões do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, que movimentam noticiário econômico extenso. Nesta 3ªF, relatório do FMI reduziu a previsão de crescimento global para este ano de 3,3% para 2,8%.
… O documento aponta que as incertezas provocadas pelas tarifas dos EUA motivaram a revisão em baixa, mas, segundo o FMI, os índices seguem ainda muito acima dos níveis de recessão. Para 2026, a projeção do PIB global recuou de 3,3% para 3%.
… Para os Parte inferior do formulário
EUA, a guerra comercial provocará um choque de oferta que elevará os preços e afetará a produtividade, afirmou o FMI, e para os parceiros comerciais, as tarifas mais altas se traduzirão em um choque de demanda que afetará a produção e os preços.
… Embora os Estados Unidos “provavelmente evitem uma recessão este ano”, o FMI aumentou as chances de 27% em outubro para 40%.
… A previsão é de que os EUA cresçam 1,8% este ano e 1,7% em 2026, uma redução de 0,9 e 0,4 ponto percentual, respectivamente. O FMI aumentou sua previsão para a inflação dos EUA em 2025 em cerca de um ponto percentual, para 3%.
… Já a projeção para a China é de um crescimento de 4% neste ano e no próximo, queda de 0,6 e 0,5 ponto percentual. Segundo o FMI, a política fiscal expansiva de Pequim contribuirá para amenizar o impacto das tarifas.
… O Fundo ressalva que as perspectivas de crescimento mundial melhorariam imediatamente se as tensões comerciais se acalmassem e as reclamações de longa data sobre barreiras não tarifárias e medidas de distorção comercial de alguns países fossem abordadas.
CHRISTINE LAGARDE – Em entrevista à CNBC, a presidente do BCE, que está em Washington para as reuniões do FMI, descartou o risco de recessão na Zona do Euro, embora tenha reconhecido o impacto “bem prejudicial” das tarifas no crescimento do bloco.
… Lagarde também afirmou que tem “completa certeza de que há espaço para negociar tarifas” com os Estados Unidos e comentou sobre a valorização do euro, contrariando as projeções iniciais que mostravam o dólar se fortalecendo. “Não foi o que aconteceu.”
… Para o vice do BCE, Luis de Guindos, o euro pode se tornar uma alternativa ao dólar como reserva de valor.
… Falando a estudantes em Madri, ele afirmou que isso ainda não é possível, mas poderá ser em “alguns anos”. “Se ocorrer um processo de integração adicional na Europa, estou convencido de que o peso do euro aumentará globalmente.”
GALÍPOLO – O presidente do BC embarcou ontem à noite para os Estados Unidos, onde participará das reuniões do FMI e do BIRD.
HADDAD – O ministro da Fazenda participa, às 9h30, de evento promovido pela CNN Brasil, em Brasília.
LULA – Deve comparecer hoje a um jantar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e líderes da Casa, dias depois de a bancada do PL ter protocolado o requerimento de urgência para o projeto de anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
… Segundo apurou o Valor com assessores próximos, Lula tentará convencer os parlamentares a abandonarem essa medida.
… O presidente viaja amanhã à noite para acompanhar o funeral do Papa Francisco em Roma, no sábado. Foram convidados para integrar a comitiva os presidentes da Câmara, Hugo Motta, do Senado, Davi Alcolumbre, e do STF, Luis Roberto Barroso.
BALANÇOS – Divulgam resultados hoje em NY: Philip Morris, IBM, AT&T, ServiceNow, Thermo Fisher, Texas Instruments, NextEra Energy, Boston Scientific, Boeing, CME Group, GE Vernova, Lam Research, O’Reilly Automotive, General Dynamics, Chipotle, Newmont…
… E ainda: Waste Connections, Norfolk Southern, Vertiv Holdings, FirstEnergy, Teradyne, Alaska Air, Meritage Homes e Whirlpool.
TESLA – Apesar de a empresa ter reportado resultado trimestral fraco, o comentário de Musk de que pretende reduzir “significativamente” seu trabalho no governo Trump garantiu rali de 5,39% à ação no after market.
… O lucro líquido da montadora caiu 71% no 1Tri, enquanto a empresa enfrenta dificuldades para lidar com a pressão da concorrência no exterior e os impactos de reputação causados pela atuação política de Musk.
… O lucro ajustado por ação, de US$ 0,27, veio muito abaixo das expectativas dos analistas, de US$ 0,41. A receita da Tesla, de US$ 19,3 bilhões, registrou queda de 9% em comparação com um ano antes.
… Ainda no after hours, os papéis da Intel subiram 2% com a informação de fontes da Bloomberg de que a companhia pretende anunciar planos esta semana para cortar mais de 20% de seu quadro de funcionários.
B3 – No Brasil, tem Hypera, antes de Vale e Usiminas amanhã (5ªF).
MAIS AGENDA – O BC solta o fluxo cambial semanal (14h30). Lá fora, antes do Livro Bege (15h), saem as leituras preliminares de abril do PMI/S&P Global composto nos EUA (11h45), Alemanha (4h30) e zona do euro (5h).
… Nos EUA, saem também as vendas de moradias novas em março (11h) e estoques de petróleo (11h30).
… Ainda nesta 4ªF, falam Austan Goolsbee, do Fed/Chicago (10h), e o diretor do Fed Christopher Waller (10h30).
JAPÃO HOJE – O PMI/S&P Global composto subiu de 48,9 em março para 51,1 em abril e voltou ao território de expansão. O PMI industrial avançou de 46,6 para 48,9 no período e o PMI de serviços foi de 50,0 para 52,2.
O IMPÉRIO CONTRA-ATACA – Se não surgir nenhuma nova bomba, NY pode estender o otimismo na abertura dos negócios hoje, agora que Trump dá sinais de que pode parar de comprar (pelo menos) uma briga por dia.
… Abaladas nos últimos tempos pela forte turbulência nos EUA e cansadas de tanto sofrer, as bolsas em NY não desperdiçaram ontem a chance de correr atrás do prejuízo, aproveitando que Trump ficou de boca fechada.
… Testando uma recuperação parcial depois dos tombos recentes, o Dow Jones subiu 2,66%, aos 39.186,98 pontos; o S&P 500 avançou 2,51%, aos 5.287,76 pontos; e o Nasdaq teve alta de 2,71%, aos 16.300,42 pontos.
… A reação positiva conseguiu reerguer o dólar lá fora, que tem estado tão fragilizado pelos impactos do tarifaço e pela batalha particular de Trump contra Powell, nos ataques que ameaçam custar a credibilidade do Fed.
… Depois de ter atingido a mínima em três anos um dia antes, a moeda americana recobrou ontem parte da sua dominância. O índice DXY, que mede a força do dólar, registrou alta de 0,65%, para 98,918 pontos.
… Diante do maior apetite por risco, o investidor reduziu o apelo por ativos seguros como o iene, que desvalorizou para 141,53/US$. O euro afundou 0,90%, para US$ 1,1430, e libra esterlina caiu a US$ 1,3338.
… Outra prova de que o mundo conseguiu dar uma relaxada veio do comportamento do ouro, que caiu 0,17%, a US$ 3.419,40 por onça-troy, depois de ter ultrapassado mais cedo, pela primeira vez, a marca de US$ 3.500.
… Por aqui, o Ibovespa não conseguiu acelerar tanto quanto as bolsas em NY, mas a alta de 0,63% foi suficiente para resgatar os 130 mil pontos (130.464,38). O giro fraco de R$ 18,3 bilhões continuou denunciando a cautela.
… Também a forte retirada de R$ 1,1 bi da B3 pelos investidores estrangeiros na 4ªF passada (dia 16) revela o quanto os ruídos da política tarifária têm impactado os nervos. Em abril, o fluxo está negativo em R$ 10,8 bi.
… Vale, que solta balanço amanhã, ganhou 1,78%, a R$ 53,82. Já Petrobras decepcionou (ON caiu -0,54%, a R$ 32,99, e PN subiu só 0,23%, a R$ 30,92), descolada da alta firme do petróleo Brent (+1,78%; US$ 67,44).
… O barril foi sustentado pelas novas sanções dos EUA contra as exportações de petróleo iraniano e pelo sentimento positivo de que a tensão comercial de Trump com a China pode estar em um ponto de virada.
… Os papéis dos bancos fecharam mistos. Bradesco ON caiu 0,53%, a R$ 11,36, e Bradesco PN perdeu 0,39%, a R$ 12,73. No lado positivo, Itaú subiu 1,95% (R$ 33,39); BB, +1,28% (R$ 27,78); e Santander, +0,64% (R$ 26,90).
… O salto de quase 2% do petróleo, que favorece as moedas de países produtores da commodity, como é o caso do Brasil, ajudou o dólar à vista a furar os R$ 5,75 e fechar em queda consistente de 1,32%, cotado a R$ 5,7278.
… Foi o menor valor de fechamento desde o “Dia da Libertação” (3/4), quando Trump anunciou o tarifaço.
… Na curva do DI, as taxas da ponta longa subiram, puxadas pela expectativa com o leilão extraordinário de NTN-Bs de longo prazo que o Tesouro fará hoje. Outro driver de alta veio do tom conservador de Galípolo.
… Em audiência pública na CAE do Senado, ele apontou desancoragem em todos os vértices das metas de inflação, reforçando a convicção de que o Copom subirá o juro em meio ponto em maio e que pode ir além.
… As boas notícias do Focus foram ofuscadas. A estimativa para o IPCA em 12 meses à frente caiu abaixo de 5%, a 4,95% (de 5,01%), e a mediana para 2025, que vinha engessada há três semanas, recuou de 5,65% para 5,57%.
… No fechamento, o DI para Jan/29 subiu para 14,080% (de 14,030%); e o Jan/31 avançou a 14,390% (de 14,280%). Os juros curtos ficaram de lado: Jan/26, a 14,720% (de 14,745%); e Jan/27, a 14,185% (de 14,210%).
… Lá fora, o rendimento da Note de 10 anos assumiu leve queda, a 4,407%, contra 4,414% na véspera.
EM TEMPO… JBS anunciou mais um avanço em seu processo de dupla listagem…
… Com pedido aprovado pela SEC, o Conselho de Administração convocou para 23/5 a AGE que vai decidir se a empresa terá papeis negociados na NYSE e na B3…
… Operação também depende da aprovação da CVM; J&F e BNDESPar, os dois principais acionistas em volume de papeis, vão se abster de votar, o que deixará a decisão a cargo de detentores de pouco mais de 30% do free float…
… Caso a proposta seja aprovada pela assembleia, a companhia estima o início da oferta das ações no mercado americano a partir de junho.
GPA. Grupo de acionistas que detém fatia de 1,79% da companhia indicou Rodolfo Costa Neves Francisco como candidato para eleição do Conselho de Administração, na AGE de 5/5.
EMBRAER encerrou o 1Tri com carteira de pedidos avaliada em US$ 26,4 bilhões, alta de 25% na comparação anual; patamar foi o maior na história da companhia, superando o recorde de US$ 26,3 bilhões apresentado no 4TRI24…
… Empresa entregou 30 aeronaves no 1TRI25, resultado 20% acima do registrado no mesmo trimestre do ano passado, quando 25 aviões foram entregues.
RD SAÚDE aprovou a distribuição de dividendos adicionais no valor de R$ 104 milhões, o equivalente a R$ 0,0607 por ação, com pagamento até 30/5; ex em 30/4.
VIVARA aprovou a distribuição de R$ 155,1 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,6601 por ação, com pagamento até 22/5; ex em 23/4.
ALLOS informou que valor a ser distribuído por ação a título dos dividendos intercalares anunciado em 14/3 foi alterado, devido ao programa de recompra de ações da companhia…
… Com a mudança, valor bruto a ser pago por papel passou a ser de R$ 0,1016, contra R$ 0,1015 antes; pagamento será efetuado em 6/5.
AGROGALAXY registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 292,4 milhões no 4TRI, ante lucro líquido ajustado de R$ 107,9 milhões no mesmo período do ano anterior…
… Ebtida ficou negativo em R$ 206,3 milhões, ante Ebitda positivo em R$ 281,7 milhões um ano antes.
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