Juros futuros fecham em alta, seguindo o exterior

As taxas dos DIs tiveram mais um dia de alta, acompanhando o cenário externo negativo e o avanço dos rendimentos dos Treasuries, cujas posições de longo prazo fizeram novas máximas hoje. Nos EUA, a pressão vem da atividade mais forte que o esperado, como mostrado nos dados de varejo ontem, e de questões fiscais. O Congresso continua paralisado, sem conseguir avançar num acordo definitivo sobre o Orçamento que evite um shutdown do governo em novembro.

Os juros domésticos chegaram a cair depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negar ter indicado, na semana passada no Marrocos, uma maior probabilidade de desaceleração do ritmo de redução da Selic. Em evento do Credit Suisse, ele afirmou que “nem remotamente” falou que seria mais provável frear o ritmo de cortes da taxa básica de juros para 0,25pp percentual do que aumentar o ritmo para 0,75 pp, e reiterou que considera o ritmo de 0,50pp adequado. Depois disso, as taxas dos DIs voltaram a subir.

No fechamento, o contrato DI para jan/24 caiu a 12,166% (de 12,171%, ontem); o jan/25 subiu a 11,120% (de 11,038%); o jan/26, a 11,030% (de 10,893%). O jan/27, a 11,180% (de 11,079%); jan/29, a 11,550% (de 11,508%). Na contramão dos demais vencimentos longos, o jan/31 caiu a 11,760% (de 11,767%). (Ana Conceição)

Petróleo fecha em forte alta após Irã pedir embargo contra Israel

As cotações do petróleo fecharam com alta expressiva, influenciadas pelo pedido do Irã por um embargo de países muçulmanos contra Israel. As tensões aumentaram na região depois de uma explosão num hospital em Gaza ter matado centenas de palestinos ontem.

Embora as importações de petróleo de Israel sejam pequenas e poucas delas venham do Oriente Médio, os comentários marcaram uma escalada verbal na guerra entre Israel e o Hamas.

Outro fator de pressão no mercado foi a queda maior que a esperada nos estoques dos EUA na semana passada. Os de óleo bruto caíram 4,5 milhões de barris, de uma expectativa de +400 mil. Em Cushing, maior centro de distribuição dos EUA, os estoques caíram a 21 milhões barris, nível mais baixo desde 2014 e próximo do mínimo operacional.

No fechamento, o contrato Brent para dezembro subiu 1,77%, a US$ 91,50 por barril, na ICE. O WTI de mesmo vencimento avançou 2,14%, a US$ 87,27 por barril, na Nymex. (BDM Online + agências)

Bolsas seguem em queda sob pressão dos Treasuries; exterior pressiona Ibovespa

A pressão dos Treasuries recuou um pouco nesta tarde, mas ainda derruba as bolsas em NY (Dow -0,69%, S&P 500 -1,02%, Nasdaq -1,27%). Investidores ainda têm em mente os fortes de atividade divulgados ontem, e suas repercussões sobre os juros nos EUA, e ainda enfrentam a aversão ao risco provocada pelo agravamento do conflito Israel-Hamas após o bombardeio de um hospital em Gaza, ontem, que deixou centenas de mortos.

Sensível aos conflitos na região, o petróleo dispara mais de 2%, o que também reforça a cautela com as perspectivas para a inflação. Segundo analistas, o bom leilão de US$ 13 bilhões em T-bonds de 20 anos tirou um pouco de pressão dos títulos agora à tarde. O juro da T-note de 2 anos passou a cair levemente, enquanto o da note de 10 e o do T-bond de 30 se afastaram das máximas de 16 anos vistas mais cedo. O índice dólar sobe 0,17%, a 106,432.

Por aqui, o Ibovespa acompanha o exterior e cai forte: -1,15%, a 114.563,45 pontos. Nas blue chips, Petrobras (#PETR4 +1,63%) acompanha o petróleo, mas #VALE3 (-3,24%) tem queda forte após divulgação de seu relatório de produção. O PIB chinês acima do esperado hoje, em tese benéfico para as commodities, foi ofuscado por um dado ruim de vendas de moradias no país. O dólar à vista sobe 0,24%, a R$ 5,0471. Os juros futuros passaram a leve queda agora à tarde, depois da descompressão vista nos Treasuries. (Ana Conceição)