Aversão ao risco pressiona bolsas e eleva demanda por Treasuries

Os principais índices de ações caem em NY, apesar da retração dos juros dos Treasuries. O aumento dos juros vinha pressionando as bolsas nos últimos dias, mas hoje o mote é a aversão ao risco. Investidores saem de ativos mais arriscados e se refugiam na segurança dos Treasuries em meio ao risco de escalada do conflito Israel-Hamas durante o fim de semana.

Segundo analistas, a desaceleração da alta do petróleo tirou um pouco de pressão dos índices de ações, que se afastaram das mínimas. As cotações do óleo bruto chegaram a subir mais de 1%. Há pouco, o Brent/dezembro subia 0,2%, o WTI/dezembro caía 0,2%. Nas bolsas, o Dow cai 0,37%, o S&P 500 recua 0,63%, o Nasdaq cede 0,82%. O índice dólar, que geralmente sobe em momentos de tensão cai 0,10%, a 106,157, movimento atribuído à baixa dos retornos dos títulos americanos.

Os ativos domésticos seguem o exterior. O Ibovespa chegou a ficar abaixo de 113 mil pontos na mínima do dia, mas agora opera em 113.510, com baixa de 0,43%. O dólar à vista recua 0,41%, a R$ 5,0319. E os juros futuros, depois da disparada ao longo da semana, devolve parte das altas. O DI Jan27 cai a 11,160% de 11,339%, ontem. (Ana Conceição)

Juros disparam com novo rali nos Treasuries longos

As taxas dos DIs fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva, novamente pressionadas pelos Treasuries, cujos vencimentos longos mais uma vez alcançaram máximas de 16 anos. No miolo da curva, os juros domésticos dispararam mais de 0,30pp.

O T-bond de 30 anos se firmou acima de 5% e a note de 10 anos chegou muito próxima desse nível. A queda dos pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA já vinha pressionando as taxas dos títulos americanos, mas o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que não descartou nova alta de juros, acelerou o avanço dos rendimentos.

A alta do petróleo, com o Brent acima de US$ 90/barril, alimentada pelo conflito Israel-Hamas, contribuiu para a escalada lá e aqui. Segundo analistas, com a forte alta recente, a curva dos DIs precifica o fim do ciclo de cortes da Selic um pouco abaixo de 11%, acima do que espera a mediana do mercado no Focus (9%).

No fechamento, o contrato DI para jan/24 ficou de lado a 12,160% (de 12,159%, ontem); o jan/25 subiu a 11,245% (de 11,073%); o jan/26, a 11,270% (de 10,961%). O jan/27, a 11,450% (de 11,123%); jan/29, a 11,790% (de 11,510%). O jan/31 subiu a 11,980% (de 11,723%). (Ana Conceição)

Petróleo fecha em alta de olho no conflito Israel-Hamas

As cotações do petróleo fecharam com alta, sustentadas pelas incertezas em torno do conflito Israel-Hamas. Uma extensão da guerra para outras regiões do Oriente Médio pode afetar a oferta da commodity.

Numa demonstração de que a crise pode escalar, em reunião com as tropas de infantaria hoje, o ministro da Defesa de Israel sugeriu que uma invasão por terra a Gaza pode ocorrer. “Quem vê Gaza de longe agora, verá de dentro”, afirmou.

Mais cedo, os preços do petróleo chegaram a cair mais de 1%, com a oficialização do acordo entre EUA e Venezuela, que levantou as restrições ao petróleo do país latino-americano. Analistas apontam que o alívio das sanções deve permitir que a produção do país aumente em 200 mil barris por dia, um salto de 25%.

No fechamento, o contrato do Brent para dezembro subiu 0,96%, a US$ 92,38 por barril, na ICE. O WTI de mesmo vencimento avançou 1,26%, a US$ 88,37 por barril, na Nymex. (BDM Online + agências)