Petróleo fecha em forte queda com fraqueza de demanda e gatilhos técnicos

As cotações do petróleo fecharam com queda forte hoje, pressionados por sinais de fraqueza na demanda – como a queda nas margens de refino – e o acionamento de gatilhos técnicos que levaram os preços ainda mais para baixo. Na Nymex, esses gatilhos foram acionados depois que o WTI para dezembro ficou abaixo do suporte de US$ 82 o barril, onde havia uma série de ordens de venda.

No lado da demanda, a Arábia Saudita pode deixar de aumentar o preço do petróleo para seus clientes asiáticos pela primeira vez em seis meses, segundo a Bloomberg, depois de dados terem sinalizado que o consumo chinês continua fraco. O mercado segue monitorando o conflito Israel-Hamas e ameaça de se espalhar na região.

No fim de semana, tanto Irã quanto EUA alertaram que a guerra ainda pode se alastrar. O Irã disse que as medidas de Israel podem “forçar todos a agir”. Hoje, o Banco Mundial alertou que mesmo uma pequena interrupção no fornecimento de petróleo devido à escalada do conflito poderia retirar entre 500 mil e 2 milhões de barris por dia dos mercados globais. Se isso acontecer, os preços poderão subir para entre US$ 93 e US$ 102 o barril.

No fechamento, o contrato Brent para janeiro cai 3,19%, a US$ 86,35 por barril, na ICE. O WTI para dezembro recua 3,77%, a US$ 82,31 por barril, na Nymex. (BDM Online + agências)

Ativos domésticos descolam do bom humor em NY e caem sob o peso do fiscal

[30/10/23] Da Redação do Bom Dia Mercado

Os ativos domésticos seguem em deterioração nesta tarde, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter evitado cravar que a meta fiscal zero de 2024 está de pé, em coletiva no fim da manhã. Depois de o presidente Lula ter descartado a meta na 6ªF, hoje o ministro afirmou que seu papel “é buscar o equilíbrio fiscal”. “Farei isso enquanto estiver no cargo”, disse.

A afirmação, contudo, não foi suficiente para tranquilizar os agentes. Nos juros, o miolo da curva chegou a subir perto de 0,40pp. Há pouco, o DI Jan27 avançava 0,30pp, a 11,25%. O dólar à vista sobe 0,70%, a R$ 5,0480 e o Ibovespa perdeu aos 113 mil pontos. Há pouco, recuava 0,46%, a 112.776,26. Abalados pela disparada dos juros futuros, papéis de empresas do varejo e consumo lideram as baixas. Petroleiras acompanham o forte recuo (-3%) do Brent. Na outra ponta, a alta do minério de ferro na Ásia coloca as metálicas na liderança dos ganhos do dia.

Em NY, as bolsas têm um dia muito positivo à espera de dados e eventos importantes na semana, como a decisão do Fed, na 4ªF, e o balanço da Apple, na 5ªF. O mercado se recupera de parte das perdas recentes que levaram tanto o Nasdaq quanto o S&P 500 ao território de correção, enquanto monitora o conflito Israel-Hamas e o perigo da entrada de países como o Irã na guerra. Há pouco, o Dow Jones +1,58%, o S&P 500 +1,18%, o Nasdaq +1,21%. O índice dólar cai 0,37%, a 106,161 e os juros dos Treasuries têm alta moderada nos principais vencimentos. (Ana Conceição)

Juros futuros sobem forte após Lula descartar meta fiscal zero

As taxas dos DIs fecharam com forte alta nesta 6ªF, com o mercado reagindo à declaração do presidente Lula de que a meta fiscal “não precisa ser zero”. O comentário, feito em café da manhã com jornalistas hoje, colocou o dólar novamente acima de R$ 5 e levou os juros médios e longos para uma alta de quase 0,30pp, que depois arrefeceu em parte.

Ao longo do dia, o recuo da moeda americana induzia uma baixa moderada nos retornos, que também operava sob influência de fatores positivos como o avanço da pauta econômica no Congresso e o IPCA-15 benigno de outubro, que consolidou a aposta para mais um corte de 0,50pp na próxima 4ªF pelo Copom.

Na semana, os juros longos (Jan29 e Jan31) ainda queimaram em torno de 0,20pp, enquanto os médios recuaram entre 0,15pp e 0,17pp. Lá fora, os retornos dos Treasuries ficaram mistos, com queda no curto prazo e alta no longo, após uma leitura mista dos dados do PCE de setembro. A aposta de manutenção do juro na próxima semana pelo Fed, contudo, permaneceu.

No fechamento, o contrato DI para jan/24 ficou em 12,090% (de 12,086%, ontem); o jan/25 subiu a 10,990% (de 10,791%); o jan/26, a 10,810% (de 10,574%). O jan/27, a 10,970% (de 10,721%); o jan/29, a 11,370% (de 11,172%). O jan/31 subiu a 11,590% (de 11,408%). (Ana Conceição)