Foco no Fed
Veja em poucos parágrafos os temas que marcam esta quinta-feira, 16/10, no mercado financeiro
Bom dia,
◼️ A aposta de que o Fomc cortará o juro mais duas vezes neste ano prevalece sobre a crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China e continua a ditar o rumo dos mercados. Enquanto Trump intensifica a pressão contra Pequim antes do encontro com Xi Jinping, a liquidez global segue sustentada pela expectativa de afrouxamento monetário pelo Fed, reforçando o apetite por risco e favorecendo moedas e bolsas emergentes. Nesse ambiente, o Brasil preserva a atratividade do carry trade com a sinalização firme do Copom de que não reduzirá a Selic tão cedo, ao mesmo tempo em que enfrenta incertezas fiscais e diplomáticas.
◼️ No front fiscal, Fernando Haddad foi chamado ao Alvorada para discutir com Lula um novo pacote de medidas após a derrota da MP 1.303, que trazia alternativas à alta do IOF e garantia parte das receitas previstas no Orçamento de 2026. Sem a MP, o governo perde R$ 20 bilhões de arrecadação e R$ 15 bilhões em contenção de gastos, abrindo uma lacuna de R$ 35 bilhões que precisa ser compensada para evitar piora do quadro fiscal e risco de rebaixamento de confiança.
◼️ A estratégia da equipe econômica é fatiar medidas e reenviar parte do conteúdo derrubado pelo Congresso em formato de projetos de lei. Entre elas, está o aumento da taxação de apostas esportivas — elevando a alíquota das bets de 12% para 24% — além de tributação sobre fintechs, ajustes de IOF e eventuais programas de compensação tributária. A Fazenda tenta preservar a meta fiscal de 2026 e desacredita especulações mais duras, como aumento de imposto de importação ou taxação de LCI e LCA, já descartadas publicamente pelo secretário-executivo Dario Durigan.
◼️ A interlocução política é vista como determinante para Haddad evitar desgaste com o Congresso e não repetir a turbulência recente da MP. O ministro se reuniu com Davi Alcolumbre, que classificou como “muito boa” a conversa sobre alternativas fiscais e acertou o adiamento da votação da LDO para a próxima semana. A ordem no governo é avançar com medidas “de maior consenso” e evitar confronto aberto com o Legislativo, priorizando pontos que possam ser negociados rapidamente.
◼️ Em paralelo, o governo Lula obteve um alívio estratégico no Tribunal de Contas da União. O ministro Benjamin Zymler suspendeu a decisão que obrigava o Executivo a perseguir o centro da meta fiscal no contingenciamento, o que reduziria a margem de manobra do Planalto e poderia resultar em cortes de até R$ 30 bilhões no Orçamento — incluindo R$ 6,8 bilhões em emendas parlamentares. A suspensão reduz a pressão imediata sobre o governo, que ganha tempo até julgamento final no plenário do TCU.
◼️ Antes da decisão, a oposição no Senado articulava um destaque na LDO justamente para forçar o governo a mirar o centro da meta, transformando o tema em disputa política. Agora, com a suspensão vigente, governistas devem conseguir neutralizar o movimento enquanto buscam preservar apoio no Congresso em meio às negociações fiscais e ao ambiente macro mais sensível.
◼️ No campo internacional, a diplomacia brasileira entra hoje numa rodada crítica em Washington para tentar derrubar o tarifaço de 50% imposto por Trump a exportações brasileiras. O chanceler Mauro Vieira se reúne com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para discutir tarifas, punições a autoridades brasileiras e pressões dos EUA sobre a posição do Brasil nos BRICS. O governo avalia oferecer concessões comerciais e abrir frentes estratégicas — como cooperação em terras raras — para destravar a relação bilateral.
◼️ A tensão aumentou após Trump repetir que os EUA estão “em guerra comercial com a China” e insinuar novas sanções. Aliados reforçaram o discurso: o secretário do Tesouro, Scott Bessent, pediu que o Banco Mundial pare de apoiar a China e voltou a ameaçar Pequim com novas tarifas, enquanto Jamieson Greer afirmou que os EUA têm “muitas medidas disponíveis”. Em meio ao ruído, cresce o risco de contaminação do comércio global e do fluxo de capitais, embora o mercado siga ignorando parte desse ruído por causa do Fed.
◼️ Os mercados globais tiveram um dia de ajustes moderados. Em Nova York, o Dow Jones caiu 0,04%, enquanto S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,40% e 0,65%. Falas do diretor do Fed Stephen Miran reforçaram apostas de mais dois cortes de juros em 2025, derrubando DXY e beneficiando emergentes. No Brasil, o dólar caiu 0,14%, a R$ 5,46, e o Ibovespa subiu 0,65%, aos 142.603 pontos, com queda na ponta curta dos juros e leve alívio na curva longa. Vale e bancos sustentaram a alta, enquanto Petrobras recuou com ajuste do petróleo.
◼️ No noticiário corporativo, o TJ-RJ manteve a proteção cautelar aos ativos da Ambipar, Klabin captou US$ 150 milhões em term loan internacional, Tim antecipou pagamento de dividendos de R$ 684 milhões para 21 de outubro e Eneva reportou geração estável no trimestre. A Marfrig teve aumento de participação do JPMorgan, que passou a deter 5,03% do capital.
O BDM Express é um resumo em 10 parágrafos do BDM Morning Call, elaborado com a ajuda de IA sob a supervisão de Rosa Riscala, e pode ser customizado com o logo de sua empresa para distribuição.
Para mais informações, contate o comercial do BDM pelo WhatsApp: 55 (11) 95653-9007